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Definição dos sujeitos da pesquisa nas escolas públicas

Estudo preliminar: o contexto da pesquisa

TEMPO DE DOCÊNCIA

2.2.4. Definição dos sujeitos da pesquisa nas escolas públicas

Em todas as escolas públicas, foram deixados vários questionários, entretanto, apenas 14 professores, no total das escolas, preencheram e retornaram. Um maior detalhamento do perfil desses professores, com as informações obtidas por meio dos questionários, segue no Quadro 5.

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Quadro 5: informações preliminares dos professores que responderam os questionários nas escolas públicas de Araraquara.SP.

Pelas informações contidas no Quadro 5 pode.se perceber que apenas cinco professores de Química localizados nas escolas públicas, já tiveram alguma experiência na escola particular e atualmente nenhum deles trabalha nas duas redes de ensino. Além disso, pode.se perceber que somente cinco dos 14 professores de Química da rede pública poderiam ser classificados como . Por outro lado, quase todos os professores localizados são

Prof. Idade/ Sexo

Formação/

Ano TEMPO DE DOCÊNCIA

Escola (s) atualmente Disciplina (s) que leciona Escola pública Escola particular Ensino Médio Química 26 A F . S N /60F --- 9 9 9 2A S N 27 F . S N /D 60F -- 2 2 S N 28 A F . S N /60F -- 2 2 - S N F.N 29 A F* S N /60F -- 2 S N F.N F * ! H! 30 , F * S N /60F -- 2 $ 3 ! 31 F . S N /D 60F ,E, E E E 2 29 S N F " F * ! H! 32 - F . S N /D 60FK E - 29 S N " 33 9E F * S N /60F ,A A 2 2E S N 34 F . " D < /60F -- - - - 2 S N FD < F " 35 F * S N /60F ,,A A 2, S N F .N 36 F . S N /D 60F ,, 9 9 9 2, S N F.N 37 F* S N /60F ,E9 - - 2 S N 38 F . S N /D 60F ,, A A A 2 ) 2 ) 2 2 S N " 39 9 F . S N /60F ,,9 2 ) 2 ) 2 2 S N

B: bacharelado; L: licenciatura * Não foi possível identificar PU: escola pública

Obs: Para melhor identificação dos professores, preferiu-se atribuir um número sequencial àqueles atuantes nas escolas

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licenciados em Química, com exceção de uma professora licenciada em Ciências Biológicas.

Considerando, as particularidades de cada escola, bem como o grande movimento dos professores que atuam em mais de uma escola, segue, na Tabela 10, um resumo da situação de cada escola pública, da cidade de Araraquara, em relação aos professores de Química atuantes no ensino médio.

Tabela 10: Informações gerais sobre professores de Química por escola pública. Escola pública º de professores de Química informado pelas escolas º de professores de Química que responderam os questionários Licenciados em Química que responderam os questionários Bacharéis em Química ou outros cursos que responderam os questionários Iniciantes que responderam os questionários Professores selecionados para entrevista 1 - - - 0- 0- 00 2 - - - 0- 0- 00 3 - - - 0- 0- 00 4 - - - 0- - 01 5 - - - -- - 01 6 02 02 02 00 00 00 7 01 01 01 00 01 01 8 01 01 01 00 00 00 9 02 02 02 00 00 00 10 01 01 01 00 01 01 11 01 01 00 01 00 00 12 01 01 01 00 01 01 13 01 01 01 00 00 00 14 03 02 02 00 01 01 15 01 01 01 00 01 01 TOTAL 28 24 23 01 07 07

De acordo com as informações da Tabela 10, em relação à linha estabelecendo o total de cada coluna, deve.se esclarecer, novamente, que esses números servem apenas para nos dar idéia do número de vagas preenchidas por professores de Química na rede pública de Araraquara. Vale lembrar ainda que há seis professores, dentre os 14, trabalhando em mais de uma escola pública, conforme demonstrado no detalhamento do Quadro 5.

Além disso, em algumas escolas não foi possível identificar maiores informações a respeito de todos os professores (que não responderam os

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questionários, porém foram contabilizados durante as informações dadas pela coordenação ou direção das escolas), pelos motivos já explicados anteriormente.

Para melhor aproximação do número real de professores atuantes nas escolas públicas de ensino médio na cidade de Araraquara/SP foi necessário realizar um cruzamento entre os nomes dos professores e as escolas que atuam, segundo informações obtidas nas próprias escolas, o que originou um total de 17 professores. Considerado que desses, 14 responderam e retornaram os questionários, entende.se que foi possível abranger, pelo mapeamento, um grande número de professores de Química atuantes nas escolas públicas de Araraquara, como mostra a síntese na Tabela 11.

Tabela 11: Informações sobre professores de Química nas 15 escolas públicas

º de professores de Química Licenciados em Química Bacharéis em Química ou outros cursos Iniciantes Participaram do processo de entrevista 14 13 01 05 05

2.2.5. Algumas considerações a respeito das escolas de ensino médio de Araraquara

O exame dessas breves informações apresentadas a respeito das escolas particulares e públicas de ensino médio de Araraquara permite, neste momento, destacar algumas considerações:

Nenhum professor de Química localizado informou trabalhar, atualmente, em ambas as redes de ensino. Alguns professores expressaram a dificuldade de administrar o grande número de aulas com o deslocamento necessário entre outras escolas da mesma rede, seja pública ou privada. Pode.se perceber que as redes procuram trabalhar com um número reduzido de docentes distribuídos em várias turmas, períodos, escolas e até mesmo cidades;

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O número informado de professores de Química atuando somente em escolas particulares (29) é muito superior aos que atuam em escolas públicas (17). A respeito disso, os professores destacaram a maior facilidade de entrada nas escolas particulares, geralmente ocasionada por intermédio da indicação de algum conhecido. Além disso, nas escolas públicas os professores iniciantes não conseguem boa classificação anual nas diretorias de ensino pela pouca experiência docente, o que dificulta conseguirem aulas durante o ano letivo; a maioria dos iniciantes que trabalha em escolas públicas iniciou por meio de concurso público;

Nas escolas públicas, a maioria dos professores de Química (nove de 14) está atuando no ensino há mais de sete anos e a média de idade dos professores é de 40 anos. Um dos fatores que permite isso é a estabilidade do concurso público, que permite ao docente se manter na mesma rede por maior tempo. Nas escolas particulares, percebe.se maior rotatividade no quadro docente, até mesmo pela formação diversificada dos professores, podendo surgir outras oportunidades para os bacharéis ou formados em outras áreas;

A maioria dos professores de Química atuante nas escolas particulares é jovem tanto em relação à idade (tem em média 30 anos), como em experiência docente (19 dos 25 professores são iniciantes). Isso complementa a idéia do item anterior, revelando para as escolas particulares de Araraquara um perfil de quadro docente jovem e principiante na carreira;

Nas escolas particulares existem alguns professores de Química atuando no ensino médio sem terem completado o curso de graduação, além de um

elevado número de não licenciados21 (14 dos 25 professores que responderam

os questionários não concluíram o curso de licenciatura ou são bacharéis). São, geralmente, professores que iniciam como monitores indicados por colegas quando ainda são estudantes; o diploma ou a continuidade dos estudos torna.se uma consequência, quando é possível conciliar o trabalho com a formação;

20 dos 25 professores de Química localizados trabalham somente em uma escola particular; já na escola pública, apenas oito dos 14 professores que preencheram o questionário não precisam trabalhar em mais de uma escola; Nas escolas particulares predomina a presença do professor de Química (17

dos 25 são homens), enquanto que nas escolas públicas predomina a presença da professora de Química (09 dos 14 são mulheres). A questão de gênero é fortemente marcada no corpo docente das escolas, considerando, principalmente, a área das ciências exatas. Além disso, é comum as escolas particulares aproveitarem o mesmo quadro de professores para os cursos pré. vestibulares que, por tradição, evidenciam a presença masculina entre seus docentes;

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! H O/ 0 -../ 0 ! 0 1 2

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Nas escolas particulares o professor que substitui o titular é classificado como “monitor”; nas escolas públicas ele é chamado de “professor eventual”. Além da

nomenclatura, existem outras diferenças:o “monitor” recebe um salário mensal

para cumprir determinadas horas de trabalho e tem suas atribuições bem definidas dentro da escola (plantão de dúvidas, aplicação de avaliações, etc.), independentemente do titular faltar ou não. O “professor eventual” só recebe algum salário se efetivamente substituir o professor titular durante sua falta, não tendo mais nenhuma atribuição dentro da escola pública. Por outro lado, tanto nas escolas públicas quanto nas particulares, o professor que substitui o titular, não é considerado pelos alunos e até mesmo por colegas como “professor”;

Embora o número de escolas públicas e, principalmente, de seus estudantes seja maior que o número de escolas particulares e seus alunos, o número de professores de Química nas escolas particulares é maior em relação aos colegas das escolas públicas.

De maneira geral, evidenciaram.se as dificuldades que os pesquisadores encontram para o desenvolvimento das pesquisas, sobretudo na obtenção de dados que representem a realidade escolar. Merece destaque neste estudo o desencontro de informações, principalmente em relação ao número de professores atuantes na área de Química, seja em escolas públicas ou particulares da rede de ensino de Araraquara/SP. Foram muitas tentativas para a obtenção de um número oficial, percorrendo as escolas, a Diretoria de Ensino e a Secretaria de Educação. No entanto, os resultados encontrados apresentaram números próximos, mas não exatos entre si.

Apesar das evidências apresentadas no trabalho de Reis (2006) representarem a realidade da rede estadual do município de Santos, muito se aproximam das dificuldades encontradas para a localização e informações a respeito dos professores de Química na cidade de Araraquara. A autora apresenta um delineamento e os resultados da sua pesquisa de campo, relatando o árduo caminho percorrido até o encontro e seleção dos sujeitos. Passando por Diretoria de Ensino, gabinete da Dirigente Regional, representantes de atribuição de aulas, conversas com Diretores das Unidades Escolares e Supervisores de Ensino, visitas às Oficinas Pedagógicas, com participação de Coordenadores Pedagógicos até conseguir, finalmente, marcar um encontro com os professores para

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explicação e entrega de questionários. Lembrando que “a essa altura ainda não se havia conseguido o número de professores atuantes no ensino médio, muito menos o número de professores por escola”. Diante disso, levanta uma questão relevante:

Infelizmente, não houve meios de saber o que o material coletado representa em relação ao número de professores de ensino médio regular da rede estadual do município de Santos. Esses dados perseguidos desde o princípio da pesquisa de campo, não foram obtidos (...). Ao término desta etapa da pesquisa de campo, fica a inquietação em forma de pergunta, que, na verdade, é quase uma conclusão irrevogável: como poderá um sistema que se desconhece, que é imponderável, se auto.avaliar, a fim de estabelecer modificações imprescindíveis à melhoria do próprio sistema? (Reis, 2006, p. 67 e 68).

São questões que reforçam a carência de estudos a respeito do ensino médio e de seus professores, principalmente no sentido de evidenciar a realidade das escolas, dos alunos, professores, da comunidade, enfim de processos de socialização que permeiam a cultura presente no âmbito escolar. Penso que esta pesquisa abre caminhos para outros desdobramentos a respeito da situação dos professores de Química atuantes nas escolas de ensino médio.

Resumindo, neste estudo preliminar foram indicados, ao todo, 42 professores de Química lecionando no ensino médio de Araraquara; desses, 14 corresponderam aos critérios previstos para o processo de entrevistas, pois atenderam os seguintes requisitos: professores atualmente atuantes na

disciplina de Química, com experiência docente inferior a sete anos e licenciados em Química.

A seguir serão apresentados os resultados do processo de entrevistas com os 14 professores da cidade de Araraquara (05 atuantes nas escolas públicas e 09 nas escolas particulares).

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CAPÍTULO 3