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3.4 TRIPLE HELIX MODEL

3.4.1 Definição e Conceitos

35 do TH trata das relações indústria-governo-universidade, do estudo e

desenvolvimento da sociedade baseado no conhecimento e indutora da inovação tecnológica.

Figura 08: Representação do modelo T H. Fonte: Etzkowitz & Leydesdorff, 2000. Permite adaptação na capacidade de resolver problemas e atender a novas

necessidades das regiões nessa era da globalização. Comenta o pensamento das relações institucionais e comerciais desta relação da sociedade no

compartilhamento do conhecimento para criar novas relações e formas de

potencializar o desenvolvimento de uma região através da produção industrial ou de serviço, comercialização, de pesquisa e inovação para a melhoria da qualidade de vida nos seus aspectos econômicos, sociais e culturais.

“O regime da hélice tríplice começa quando a universidade, a indústria e o governo dão início a um relacionamento recíproco, no qual cada um tenta melhora o desempenho do outro. A maioria de tais iniciativas ocorre em nível regional, onde contextos específicos de clusters industriais,

desenvolvimento acadêmico e presença ou falta da autoridade

governamental influenciam o desenvolvimento da hélice tríplice”(Etzkowitz, 2013, p.11).

Os atores de um modelo TH, especialmente a nível regional, apresenta fluxos de conhecimentos e recursos visando consolidar e interagir de forma proativa tendo

35 Engloba elementos de obras precursoras por Lowe,1982 e Sábato e Mackenzi,1982. Apud. Disponível

em: http://triplehelix.stanford.edu/3helix_concept acessado em: 07/01/2014. A TH, em português, também pode ser denominada como Hélice Tríplice.

UNIVERSIDADE GOVERNO

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na figura da “universidade empreendedora” é a base central para a TH. (Etzkowitz & Leydesdorff, 1995) (Ranga & Etzkowitz, 2013)

Em vários países o conceito TH tem sido estratégico para o desenvolvimento regional como os exemplos da Suécia e Etiópia. (Almeida, 2005) (Leydesdorff, 2012)

No Brasil, a partir da década de 80, a TH foi instrumental para o estimulo da criação das incubadoras de empresas nas universidades adaptado a novas necessidades e interesses permitindo apoiar projetos desenvolvidos em

associações de classe e cooperativas. Em paralelo se desenvolveu a criação de parques tecnológicos e incubadoras tecnológicas para atender a demanda nacional de crescimento das exportações através de novas formas de produção, controle da qualidade, uso de novas tecnologias e cursos de treinamento

qualificado.

Nessa diretriz, dos países objeto principal dessa tese, segundo Henry Etzkowitz, “Portugal, por exemplo, não tem uma forte tradição de governo regional. Nesta situação, a universidade de Aveiro tomou a iniciava de reunir empresas e municípios, desempenhando o papel de organizador da inovação. Uma organização que se encarregue de anunciar uma meta de desenvolvimento e de coordenar a cooperação entre um grupo de

organizações para realiza-la é um organizador de inovação regional. Como as fronteiras governamentais muitas vezes não coincidem com os distritos econômicos, pode haver um vácuo de liderança” (Etzkowitz, 2013, p. 115).

Nesse modelo os três segmentos Governo (tratados internacionais / nacional / regional / local), Universidade (publica / privada / fundações) e Industria

(Distritos / Cluster / Associações) são representadas com a intenção de manter e criar empregos gerando renda para uma determinada comunidade. A capacidade de investigação em áreas pode ser aproveitada para construir clusters de alto valor em industrias em geral relacionadas, mas, a adoção das competências deve ficar restritas a um número limitado a uma especialização a favor da

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A criação de um ambiente propicio a TH necessita de informação e uma mentalidade empreendedora35F

36. Os agentes têm que ter necessariamente a visão

que os objetivos só serão atingidos com apoio ao conhecimento (educação e audácia) e metas da sociedade envolvida (cidadania e cultura).

A competência criativa das organizações que envolvem empresas de um mesmo setor (cluster), centros de pesquisa gerando conhecimento e inovação, atividades de incubadora e transferência tecnológica com apoio governamental cria a

interação necessária para evolução do modelo TH. O quadro 11 descreve os princípios básicos para a inovação:

Quadro 12: Resumo de “O estado da inovação”. Etzkowitz, 2013, pag. 103. ADAPTADO. As universidades podem desempenhar um papel fundamental na definição de estratégias de especialização inteligente regional, contribuindo para uma

avaliação do conhecimento, capacidades e competências incorporado nela, bem como das empresas locais da região. (“Connecting Universities to Regional Growth: A Practical Guide,” 2011)

36 Nessa área destaca-se o Instituto H-STAR de Stanford, uma rede global, estabelecido na Universidade de

Newcastle Business School, Reino Unido, um centro internacional de excelência na análise da inovação Universidade-Empresa-Governo tendo como principais interesses a pesquisa no: aspectos teóricos e empíricos da TH, desenvolvimento e gestão de sistemas, educação para o empreendedorismo, inovação no ensino superior, políticas e estratégias de inovação, investigação e do impacto da integração da UE sobre o desempenho da inovação. (Ranga & Etzkowitz, 2013)

Os PRECEITOS BASICOS de um ESTADO de INOVAÇÃO

PROPOSTAS PRESSUPOSTOS

Criar uma parceria governo – empresa – conhecimento visando a estabilidade do empreendimento.

Garantias reais do investimento privado frente as demandas de governo.

Estabelecer metas fiscais para proteger o negócio e a sociedade envolvida.

Promover o empreendimento através de credito e incentivos fiscais que serão pagos através de incentivo a educação e cultura. Apoiar regras para regulamentar o sistema

econômico e comportamento do mercado.

Promover criação de agencias promotoras da inovação.

Criar direitos especiais no sistema jurídico

para promover a inovação. Controle dos direitos de propriedade intelectual pelas universidades pelas pesquisas financiadas pelo governo. Financiar a pesquisa básica para criar um

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Quadro 13: Os espaços da TH e o desenvolvimento econômico. Fonte: Etzkowitz, H., 2013, pag. 114.

A universidade empreendedora desponta como alicerce do modelo TH com sua liderança acadêmica para prever e formular estratégias futuras. Deve possuir autonomia financeira e administrativa, ter capacidade de impulsionar a

transferência tecnológica e incubação de empresas aproveitando ao máximo os recursos humanos e manter uma cultura motivacional. Passam a ter um papel proeminente em estratégias de especialização e inovação em determinadas áreas possibilitando novos caminhos para o desenvolvimento regional orientado para o usuário (consumidor), a inovação social e a inovação de serviço.

Concluindo, a capacidade de uma região evoluir passa necessariamente pela determinação de seus dirigentes de descobrir e determinar o que tem e pode fazer de diferente e melhor. Essa visão estratégica de governança deve definir o sentido do desenvolvimento com base na sociedade do conhecimento.

3.4.2 Sociedade do Conhecimento e Inovação Regional