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A produção científica na área de Gestão Ambiental ganhou destaque a partir de 1990 com os trabalhos de Donaire (1994) e Jabbour e Santos (2006) que focaram seus estudos na responsabilidade social (DONAIRE, 1994) e evolução da gestão ambiental (JABBOUR; SANTOS, 2006).

Barbieri (2011, p.19) define Gestão Ambiental como

Diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, tanto reduzindo, eliminando ou compensando os danos ou problemas causados pelas ações humanas quando evitando que eles surjam.

Segundo Barbieri (2011) as primeiras manifestações de gestão ambiental foram estimuladas pelo esgotamento de recursos, devido a intensa exploração de madeira ocorrida na era mediaval. A partir da Revolução Industrial houve uma crescente necessidade de ações ambientais. O pós-guerra trouxe grande crescimento dos movimentos ambientais e crescimento da consciência ambiental por amplos setores da sociedade é um fator indutor da emergência da gestão ambiental. Grandes catástrofes ambientais de grande proporção elevaram a preocupação com o meio ambiente, extravasando para amplos setores da população. As últimas décadas do século XX foram particularmente fundamentais para o estabelecimento das preocupações ambientais e a solidificação da gestão ambiental.

Segundo Arraes e Silva (2011), outros definem, explicitando o campo de atuação da Gestão Ambiental em todo processo produtivo, planejamento, implantação, operação, ampliação ou desativação de empreendimentos ou atividades (CARNEIRO et al., 2010; BRITO, 2008); ou como o processo produtivo (PIACENTE, 2005); ou como atividades empresariais, principalmente em termos de desenvolvimento de produto e processos (JABBOUR; SANTOS; BARBIERI, 2008).

Outros definem, explicitando como a Gestão Ambiental se dá: conjunto de medidas e procedimentos, atividades administrativas e operacionais e políticas,

programas e práticas administrativas, ações integradas (CETRULO, 2010; VAZ, 2010; BRITO, 2008, LIMA; CUNHA, LIRA, 2010; OLIVEIRA, 2009).

Outros por fim, definem, explicitando a quem ou as quais setores da empresa, cabe fazer a Gestão Ambiental: a organização em questão, aos stakeholders, as empresas públicas ou privadas, aos gestores; a diversas áreas da organização; ou pelas organizações que são pressionadas pelas regulamentações, acionistas, investidores, bancos, consumidores e concorrência, governo, ou qualquer entidade ou indivíduo que mantenha relação de interdependência (LIMA; CUNHA, LIRA, 2010; PIACENTE, 2005; CASTRO, 2009; ASSIS et al., 2009; ALMEIDA; CEZARINO, 2010; OLIVEIRA, 2009; ANDRADE; DINIZ, 2007; ARRAES; SILVA, 2011).

A gestão ambiental pode ser entendida como o conjunto de procedimentos e atividades que objetiva conciliar desenvolvimento com qualidade ambiental. Tem como papel punir quem polui e preservar os recursos naturais monitorando e otimizando a sua utilização, o que resulta na redução dos danos ou problemas causados pelas ações antrópicas (SANCHES, 2011).

Atualmente a gestão ambiental deve incluir três dimensões, no mínimo, Dimensão Espacial, Dimensão Temática e a Dimensão Institucional (BARBIERI, 2011).

A Dimensão Espacial é a área na qual se espera que as ações de gestão tenham efeito global, regional, nacional, local, setorial, empresarial, etc. A Dimensão Temática referente aos temas ambientais aos quais as ações se destinam ao ar, água, solo, fauna e flora, recursos minerais, chuva ácida e aquecimento global. Já no caso da Dimensão Institucional, está relacionada aos agentes que realizam as iniciativas ambientais, empresa, governo, sociedade civil e ONGs (BARBIERI, 2011).

A Figura 2 resume as três dimensões da Gestão Ambiental discutidas por Barbieri (2011).

Figura 2 – As três dimensões da Gestão Ambiental

Fonte: Adaptado de Barbieri (2011).

A Figura 2 mostra que a gestão, quando remetida ao tema meio ambiente, assume um significado amplo, envolvendo um grande número de variáveis que interagem simultaneamente, não podendo perder a visão do todo e a integração das partes. Nota-se também, por meio da análise específica da dimensão institucional, que a gestão ambiental é um processo de articulação de ações dos diferentes agentes do setor público e/ou privado, podendo ser praticada nessas duas esferas. Dessa forma, as políticas de gestão ambiental podem ser classificadas como sendo de caráter público ou privado (SANCHES, 2011).

O conceito de gestão ambiental pública segundo Floriano (2007) é um processo de mediação de interesses e conflitos entre atores sociais que agem sobre os meios físicos-natural e construído, com o objetivo nortear a resolução de conflitos sociais que envolvam questões ambientais, promovendo bem-estar social e a conservação de recursos para as gerações futuras, dirigida por uma política ambiental.

A política ambiental é definida por Barbieri (2011) como um conjunto de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação que o poder público dispõe para produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente. Os instrumentos de política ambiental

Global Ar Empresa

Regional Água Governo

Nacional Solo Sociedade Civil

Local Fauna e Flora ONGs

Setorial Recursos minerais Empresarial Chuva Ácida

Etc. Aquecimento Global Dimensão

Espacial

Dimensão

Temátical Dimensão Institucional

podem ser classificados, conforme Sanches (2011) como de comando e controle, ou regulação direta; econômicos e de comunicação.

Barbieri (2011, p.19) define gestão ambiental empresarial como:

as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, tanto reduzindo, eliminando ou compensando os danos ou problemas causados pelas ações humanas, quanto evitando que eles surjam.

A solução dos problemas ambientais, ou sua minimização, exige uma nova atitude dos empresários e administradores, que devem passar a considerar o meio ambiente em suas decisões e adotar concepções administrativas e tecnológicas que contribuam para ampliar a capacidade de suporte do planeta. Em outras palavras, espera-se que as empresas deixem de serem problemas e façam parte das soluções (BARBIERI, 2011).

Machado e Silva (2011) alertam para necessidade de pesquisas de gestão ambiental empresarial no setor sucroenergético, no desenvolvimento de sistemas de desempenho ambientais, econômicos e sociais.

A adoção de qualquer modelo de gestão requer o uso de instrumentos, ou ferramentas para alcançar objetivos específicos em matéria ambiental. Barbieri (2011, p.141) cita alguns desses instrumentos que a empresa pode se valer: ―auditoria ambiental, avaliação do ciclo de vida, avaliação de impactos ambientais, sistemas de gestão ambiental, relatórios ambientais, rotulagem ou certificação ambiental, gerenciamento de riscos ambientais e educação ambiental empresarial‖.