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As atividades cotidianas, laborais e desportivas utilizam, em diversas oportunidades, os arcos máximos de movimento. Esses arcos de movimento são limitados pelas condições de flexibilidade dos segmentos musculares

Atualmente, o nível de flexibilidade está diretamente relacionado a uma boa qualidade de vida, onde são necessários valores mínimos da amplitude articular (Dantas, 2001). Dessa forma, a flexibilidade vem sendo incorporada cada vez mais às discussões sobre atividade física e suas propostas de prescrição.

A flexibilidade é definida por Dantas (2005) como a "qualidade física

responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de lesão." (p.57) deve estar num nível ótimo para que

cada pessoa possa cumprir as exigências que a prática da respectiva atividade exercerá sobre o aparelho locomotor e a estrutura dos seus componentes (ligamentos, articulações, músculos e outras estruturas envolvidas) (Farinatti, 2000).

Achour Jr. (1998) cita a necessidade de um nível ótimo de flexibilidade, pois essa é importante para a melhora da qualidade de movimento sem risco de lesões músculo-articulares. Quando o nível de flexibilidade é trabalhado acima do desejado, a possibilidade de luxações fica aumentada (Dantas, 2001; Farinatti, 2000). Ao contrário do que muitos imaginam esse trabalho exagerado não representa uma melhora de performance, nem tão pouco uma diminuição do risco de distensão muscular.

Percebendo que o desenvolvimento da flexibilidade deva ocorrer de forma consciente, três fatores envolvidos devem ser considerados: as características biológicas do aluno ou atleta, as exigências específicas da atividade considerada e, principalmente, os fundamentos metodológicos do treinamento da flexibilidade (Dantas, 2005).

Atendo-se aos fundamentos metodológicos do treinamento da flexibilidade, vê-se que, segundo Dantas ( 2005), são divididos em função do nível de intensidade: alongamento (trabalho submáximo) e flexionamento (trabalho máximo).

insistências estáticas (método passivo), por meio de insistências dinâmicas ou balísticas (método ativo) e pelos métodos de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP).

Com o treinamento da flexibilidade muitos benefícios são atingidos: autodisciplina; melhora da aptidão corporal; postura e simetria; relaxamento muscular; relaxamento de estresse e da tensão e, principalmente, aumento da eficiência do movimento (Alter, 1999). Assim sendo, a flexibilidade como valência física ou componente de aptidão física é considerado um fator importante para a obtenção da saúde (Achour Jr, 1998) e do desempenho atlético (Weinck, 1999).

3.2.1. Treinamento da flexibilidade

Para diminuir as limitações do grau de flexibilidade da articulação, Dantas (2005) afirma que o treinamento deve incidir especificamente sobre o fator limitante visando obter o máximo de resultados com o mínimo de riscos. Somente através de um trabalho adequado como este é que se torna possível atingir um nível ótimo de flexibilidade.

Sendo assim, três fatores estão envolvidos e são importantes para o desenvolvimento adequado da flexibilidade: as características biológicas do indivíduo, as exigências específicas da atividade praticada e os fundamentos metodológicos do treinamento da flexibilidade.

Nos atendo aos fundamentos metodológicos do treinamento, devemos levar em conta os paradigmas do Treinamento Desportivo e, principalmente, os princípios do treinamento da flexibilidade. Isto significa dizer que a intensidade utilizada estabelece diferentes níveis de exigências sobre os parâmetros corporais, provocando efeitos distintos. Assim, ao se variar à intensidade do estímulo, alterar-se-á tanto a forma de trabalho como o efeito observado no

Quadro 1: Influência da intensidade de treinamento sobre o tipo de efeito obtido

Parâmetro Nível de Exigência

Submáximo Máximo

Sistema de Transporte de

Energia Treinamento Aeróbico Treinamento Anaeróbico Contraposição à Resistência ao Movimento Treinamento da Resistência Muscular Localizada Treinamento da Força Muscular Rapidez de Execução de

Gestos Desportivos Coordenação Motora

Velocidade de Movimento Amplitude de Movimento Utilização plena do arco

de movimento existente

Ampliação do arco máximo alcançado Fonte: Dantas (2005, p. 95).

Achour Jr. (1998) afirma que a falta de controle nas tensões de alongamento é um dos erros comuns em programas de treinamento da flexibilidade. E devido à necessidade de se estabelecer a diferenças entre os níveis de tensões aplicados, Dantas (2005) atribui a forma máxima e submáxima de treinamento da flexibilidade à denominação de Flexionamento e Alongamento respectivamente. Para ele, a intensidade da tensão aplicada e a amplitude do movimento articular são os fatores diferenciadores entre alongamento e flexionamento.

Alter (1999), citando Doherty, também indica que a flexibilidade pode ser trabalhada de duas formas: “stretching” (alongamento) e “overstretching”

(sobrealongamento). Na verdade, o que se pode destacar como mais importante é a existência de duas formas distintas de se trabalhar a flexibilidade.

3.2.2. Alongamento versus Flexionamento

As diferenças existentes entre o Alongamento e o Flexionamento são bem estabelecidas quando se verifica o objetivo prático de cada uma delas. O alongamento é uma forma de trabalho que visa à manutenção dos níveis de

energético). O flexionamento é uma “... forma de trabalho que visa a obter uma

melhora da flexibilidade através da viabilização de amplitudes de arcos de movimento articular superiores às originais"41 (Dantas, 2005, p. 98).

Na verdade, essas diferenças são facilmente percebidas ao compararmos os efeitos fisiológicos, os efeitos durante a performance e a forma de utilização apresentados por elas. O quadro 3 apresenta estas diferenças de forma resumida.

Quadro 2: Diferenças entre o alongamento e o flexionamento.

C aracterística A longam ento Flexionam ento

Efeito Fisiológico

Deformação dos componentes plásticos (mitocôndrias, retículo sarcoplasmático, sistema tubular, ligamentos e discos intervertebrais).

Ação sobre os mecanismos de propriocepção: Fuso Muscular, no caso de insistência dinâmica e Órgão

Tendinoso de Golgi se a insistência for estática.

Efeito Durante a Performance

Facilita a execução dos movimentos e aumenta sua eficiência pela pré-deformação

desejável dos componentes plásticos

Devido à ação residual da resposta proprioceptiva, provoca contratura se

houver sido realizado flexionamento dinâmico ou, diminuição do tônus no caso do atleta realizar insistência estática imediatamente antes da prova. Utilização Durante o aquecimento e na volta-

à-calma

Seções de treinamento para aumentar a flexibilidade

Fonte: Dantas (2005, p. 95).

3.2.3. Métodos de Treinamento da flexibilidade

Como já citado, a flexibilidade é desenvolvida através do Flexionamento. Este desenvolvimento pode ocorrer de três maneiras: por meio de insistência estática (Método Passivo), por meio de insistência dinâmica ou balística (Método Ativo) e pelos Métodos de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (Dantas, 2005; Achour Jr., 1998; Alter, 1999).

Com isso a frequência de estímulos cai a um nível proporcional ao novo comprimento, diminuindo a contração reflexa responsável pela resistência, favorecendo o alongamento muscular.

Oliveira (2005) verifica que este é o método mais indicado e mais utilizado para a obtenção da saúde. Ele também é recomendado pelo American College of Sports Medicine (ACSM, 1998), assim como pela maioria dos autores, como ideal para grupos iniciantes e não atletas, por acreditarem ser mais seguro, com menor risco de lesões e de fácil execução.

Entretanto é normal verificar que, às vezes, quando praticado de maneira individual, o método passivo não atinge a insistência necessária para provocar a desejada sobrecarga. Assim sendo, faz-se necessária a assistência de uma segunda pessoa para aplicação de uma força externa. Esta colaboração possibilitará que a máxima amplitude então seja alcançada. O trabalho estático quando atinge uma insistência máxima é denominado, segundo Dantas (2005) de Flexionamento Passivo. Caso isto não ocorra e a insistência utilizada seja submáxima, o trabalho aplicado é denominado de Alongamento Passivo.

Para aplicação do Método Passivo deve-se, lentamente, chegar ao limite normal do arco articular do indivíduo e aplicar a insistência que varia conforme o objetivo do trabalho. Caso o objetivo seja o Alongamento, a insistência deverá permanecer somente nesta posição, ao contrário do Flexionamento, onde a insistência deverá ser forçada suavemente além deste limite, aguardar cerca de seis segundos e realizar novo forçamento suave, procurando alcançar o maior arco de movimento possível. Neste ponto, conforme Dantas (2005), o arco obtido deve ser mantido por dez a quinze segundos. A rotina deve ser repetida por três a seis vezes, com intervalos de descontração entre elas.

3.2.4. Níveis de flexibilidade das bailarinas

goniometria, um cifômetro, uma fita métrica e uma régua. Dois testes funcionais relacionadas com o desporto - o teste de slalom e o teste obstáculo - também foram realizadas e revelou que os movimentos de flexão-extensão de coluna, flexão de quadril e flexão de tornozelo apresentaram aumentos significativos em comparação ao grupo controle. Mostrou também aumentos da amplitude de movimento quando comparados os momentos de avaliação nos períodos de três e oito meses, flexão-extensão da coluna torácica com 7.5 graus de aumento depois de três meses (P = 0.05) e com nove graus depois de oito meses (P = 0.03).

Steinberg et al. (2006) observaram a relação entre a idade e a amplitude de movimento articular do quadril de 1320 dançarinas, participantes de ballet clássico, dança moderna e jazz, e 226 não dançarinas na faixa etária de oito a 16 anos. Verificaram que os movimentos de flexão plantar do tornozelo e rotação lateral do quadril não apresentaram diferenças entre os praticantes dos diversos tipos de dança investigados. No entanto, as amplitudes desses movimentos diminuíram em relação à idade entre os sujeitos não praticantes de dança. Para a flexão de coluna lombar e da musculatura posterior da coxa, as amplitudes aumentaram de acordo com a idade entre os dançarinos. Isso sugere que a continuidade da prática de dança pode aumentar a amplitude de movimento articular.

Silva e Bonorino (2008) objetivando verificar as diferenças entre a flexibilidade e o nível de massa corporal em bailarinos contemporâneos e de ballet clássico, apontaram que em relação aos indicadores dos níveis de flexibilidade e como resultados, os praticantes de ballet clássico apresentaram valores semelhantes nos movimentos de flexão de quadril e rotação lateral do quadril e maiores no movimento de abdução de quadril que os praticantes de dança contemporânea.

Da mesma forma, Okuneye, Adeogun e Idowu (2010) investigaram os efeitos de um programa de dança aeróbica de baixo impacto sobre a

3.3. DEFININDO FORÇA

Em conjunto à capacidade aeróbica, à composição corporal e à flexibilidade, a força é considerada um dos componentes fundamentais para o desenvolvimento da aptidão física do ser humano (ACSM, 1998).

Ela é definida por Wilmore e Costill (1994) como “vigor máximo que um

músculo ou um grupo muscular pode gerar”.

Já Fleck (2004) vai além, e afirma que a força muscular é a quantidade máxima de força que um músculo ou um grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento.

Atualmente, as principais agências normativas da atividade física recomendam a prática de exercícios resistidos para melhoria da saúde, em função da sua relativa segurança, mesmo em populações ditas especiais (ACSM, 1998; NSCA, 1994).

Dentre os benefícios da prática de exercícios resistivos para a melhoria da saúde, Mense et. al. (2001) citam a sua importância para a diminuição dos riscos de acidentes cardiovasculares. Isto ocorre porque as pessoas mais fortes realizam as atividades com menor número de fibras musculares, comparativamente com pessoas mais debilitadas.

Klitgaard et. al. (1990) e Guralnick et. al. (1995) citam os benefícios da prática de exercícios resistivos em idosos. Sabendo-se que as pessoas perdem massa muscular e força após a maturidade devida, principalmente, à hipotrofia por desuso, idosos que praticam um treinamento de força, preservam a massa muscular e a força.

Ainda são possíveis outros benefícios, tais como: o aumento do gasto calórico diário, o aumento da massa magra, o aumento do metabolismo basal, o aumento da força, o aumento da resistência muscular localizada, o aumento da função física, o aumento da sensibilidade à insulina, a diminuição do

3.3.1. Treinameno de força

O treinamento de força passou por uma extraordinária evolução nos últimos 50 anos. Executado anteriormente por um pequeno segmento da sociedade, hoje se tornou popular entre uma grande camada da população.

Rodrigues e Dantas (2002) realizaram um breve comentário histórico sobre a evolução das pesquisas na área de força. A princípio, um dos paradigmas existentes era de que o seu treinamento produzia o excesso de músculos associado à lentidão e à diminuição da flexibilidade.

Na verdade, trata-se de um treinamento que resulta em adaptações fisiológicas da musculatura esquelética Zatsiorsky (1999).

Já Powers e Howley (1997), citam que a quantidade de força gerada durante a contração muscular depende dos seguintes fatores: os tipos e a quantidade de unidades motoras recrutadas, o comprimento inicial do músculo e a natureza da estimulação nervosa das unidades motoras.

Fatores neurais e hipertróficos também contribuem para o incremento da força; desta forma, o treinamento de força que visa seu máximo, irá depender tanto do sistema nervoso quanto do sistema muscular respectivamente.

Segundo Tubino (2004), atualmente, a musculação corresponde ao meio de preparação física mais utilizada para o desenvolvimento das qualidades físicas relacionadas com as estruturas musculares.

3.3.2. Correlação entre a força e a flexibilidade

A relação entre as capacidades de força e flexibilidade está presente em vários estudos. Contudo alguns deles buscam verificar os efeitos do treinamento de força nos níveis de flexibilidade. Já outros buscam o contrário.

treinamento com pesos, três vezes por semana, no qual todos os principais grupos musculares foram exercitados com três séries de oito repetições máximas. Os resultados mostraram resultados significativos na dorsi-flexão do tornozelo e na extensão do ombro sem nenhum treinamento adicional de flexibilidade. Logo, os autores concluíram que um programa de treinamento com pesos para desenvolver a força muscular não prejudica a flexibilidade podendo até aumentar a amplitude de determinados movimentos.

Cossenza e Dantas (2002) observaram que não existe uma correlação para o grupo investigado entre a força dinâmica e a flexibilidade quando comparados teste de 1 RM no agachamento e supino e goniometria do quadril e joelho.

Já Galdino et al. (2005) selecionaram 21 voluntários, 15 do sexo masculino e 6 do sexo feminino que fizeram em um ciclo ergômetro estacionário durante 5 minutos e logo em seguida um teste de salto vertical. Em seguida, era realizada uma sessão de flexionamento passivo nos membros inferiores de cada sujeito e logo após os indivíduos realizaram um novo salto. Esse procedimento foi repetido a cada 10 minutos, até 30 minutos após o segundo salto. Eles verificaram que a realização de exercícios de flexionamento passivo antes de atividades que envolvam força explosiva diminui o rendimento.

Os resultados de Galdino et. al. (2005) corroboram aos encontrados por outros autores (Nogueira et. al., 2009; Avela et. al.,1999; Behm et. al., 2001; Fowles et. al., 2000; Knudson et. al., 2001; Tricoli e Paulo, 2002) que também demonstraram que várias rotinas de flexionamento são suficientes para causar déficits de força.

Suspeita-se que a queda na capacidade de força máxima, após exercícios de alongamento, derive do decréscimo na ativação das unidades motoras, de acordo com a observação de Fowles et. al. (2000).

Campos et. al. (2006) quando citam que os exercícios de alongamento e de mobilidade articular compõem uma adequada fase de aquecimento, por reduzir a incidência de lesões e aumentar o fluxo sanguíneo para a musculatura esquelética, devendo acompanhar as sessões de exercícios aeróbicos e de força.

O estudo de Tricoli et. al. (2002) observou o efeito agudo dos exercícios de alongamento estático realizados anteriormente ao treinamento de força máxima. O resultado da pesquisa identificou que este tipo de aquecimento, anterior ao teste de 1RM, promove a queda de rendimento da força máxima.

Em contrapartida, Donnely et. al. (1992) verificou que os exercícios de flexibilidade após trabalhos intensos de força apresentam restrições quanto ao risco de traumatismos das fibras musculares.

3.3.3. Força abdominal das bailarinas

Pedroti, Freitas e Wuo (2010) encontraram aumentos significativos da força abdominal de mulheres adultas depois de 10 semanas de intervenção de dança do ventre avaliada por perineometria de pressão.

Hui et al. (2009) também observaram melhoras na força muscular, na intervenções de dança em mulheres adultas dentro de 12 semanas, foram feitas avaliações variadas incluindo força e flexibilidade de tronco, para verificar os benefícios da dança à saúde.

3.4. DEFININDO HIDROXIPROLINA

Atualmente, é comum verificar-se na literatura, estudos que relatam a utilização de biomarcadores para detectar mudanças corporais à aplicação de esforços físicos. Eles servem, principalmente, como um agente controlador do nível de stress físico ao qual o indivíduo está sendo submetido, seja ele

ao qual o músculo foi submetido, ou seja, ela é determinante para a verificação da regeneração de lesões, devido ao aumento da bioatividade molecular. Isto porque, a HP é parte fundamental do colágeno, e na decomposição deste formam-se peptídeos contendo HP, que em parte não sofrem a hidrólise posterior e são eliminados pela urina (Simsek et.al, 2004). Assim, o aumento de seus níveis na urina indica catabolismo do colágeno do aparelho locomotor. Já níveis mais baixos pós-exercícios caracterizam um menor grau de micro lesão sobre o citado aparelho.

Segundo Brown et al. (1999), a geração de força elevada durante a contração muscular excêntrica pode afetar o metabolismo do colágeno e até as estruturas musculares e tendíneas de tecido conjuntivo. Com a insistência dessa força mecânica, poderá ocorrer a degeneração da fibra do colágeno, tornando irregular a matriz da cartilagem. Logo, uma excreção aumentada de hidroxiprolina na urina podendo indicar a quebra do colágeno com resultado de uma ressíntese aumentada.

Caetano et. al. (2006) expõem que os níveis de HP na urina podem ser analisados através de exames laboratoriais. Consideram, também, que o aumento da concentração de HP urinária é um indicativo do catabolismo de colágeno do aparelho locomotor. Ao contrário, níveis mais baixos de HP pós- exercícios caracterizam um menor grau de micro lesão.

3.4.1. A interferência do treinamento da flexibilidade no colágeno muscular

Inicialmente, foram verificados estudos que pesquisassem as interferências das aulas de dança sobre o colágeno muscular, mas estes não foram encontrados. Desta forma, novos estudos foram realizados para pesquisar as interferências dos exercícios de treinamento da flexibilidade sobre o colágeno muscular. Dentre estes estudos, foi possível identificar a diferença entre os exercícios submáximos (alongamentos) e máximos (flexionamento).

onde as estruturas músculo-conjuntivas envolvidas não devem ser submetidas a um estiramento extremo, não devendo provocar danos aos tecidos conjuntivos. Já, nos exercícios de flexionamento objetiva-se uma melhoria da flexibilidade através de viabilização de amplitudes de arcos de movimento articular superior às originais, sendo que as estruturas músculo-conjuntivas envolvidas são submetidas a um estiramento extremo ocorrendo o risco de provocar danos aos tecidos conjuntivos.

Logo, bioquimicamente, fica evidenciado que a flexibilidade pode ser estudada sob o ponto de vista dos biomarcadores, ou seja, pela bioquímica das estruturas musculares, diretamente envolvidas no processo: o colágeno das fáscias e das proteínas musculares. Assim, através da identificação da relação dos níveis de colágeno com os componentes bioquímicos existentes na excreção urinária é possível determinar a verificação de danos nos tecidos conjuntivos (Silva et.al., 2005; Nascimento et al., 2005; Mesquita et. al., 2007; Caetano et. al., 2006).

Brown et. al. (1997) ainda revelam perceber uma significativa correlação positiva entre a excreção urinária de hidroxiprolina e a incidência subjetiva do sofrimento muscular após a realização de exercícios excêntricos, ao contrário, da ação de exercícios concêntricos que não apresentaram mudanças significativas nos marcadores bioquímicos indiretos (HP) da degradação do colágeno em níveis séricos.

O estudo de Silva et. al.(2005) mensurou a variação nos níveis de HP excretados na urina de 13 soldados do Tiro de Guerra de Viçosa-MG, submetidos a exercícios de alongamento. Os resultados não indicaram diferenças significativas na comparação entre as concentrações de HP basal e 24h depois, concluindo que exercícios de alongamento não são suficientemente intensos para provocar um quadro lesional músculo- esquelético e que a ausência de uma elevação significativa de HP após

verificaram menores concentrações de HP do que quando comparadas ao meio terrestre. Este resultado é corroborado por diversos outros trabalhos que utilizavam métodos de treinamento da flexibilidade para a recuperação de processos inflamatórios. Além da diminuição dos níveis HP, verificou-se o aumento dos arcos de movimento articulares trabalhados e a redução da sensação álgica dos pacientes (Mesquita et. al., 2007; Caetano et. al., 2006).

Fonte: http://www.flickr.com/photos/haggertymuseum/3909884750/sizes/m/in/photostream/

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Níveis de flexibilidade, Hidroxiprolina e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham

4.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO

O presente estudo caracteriza-se como delineamento quase experimental. Nestes termos, para efeitos desse estudo, a coleta de dados objetivou verificar o impacto da Técnica de Martha Graham nas variáveis: flexibilidade, hidroxiprolina urinária (HP) e força muscular abdominal de bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham.

Este programa de dança foi executado com 50 bailarinas de um grupo

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