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Níveis de flexibilidade, hidroxiprolina e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE, HIDROXIPROLINA E

FORÇA MUSCULAR ABDOMINAL EM BAILARINAS

SUBMETIDAS À TÉCNICA DE DANÇA MODERNA DE

MARTHA GRAHAM

DOUTORAMENTO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

MARIA AUXILIADORA MONTEIRO

Orientadora: Prof.ª Doutora Ana Macara

Co-Orientador: Prof. Doutor Ricardo Figueiredo Pinto

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MARIA AUXILIADORA MONTEIRO

NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE, HIDROXIPROLINA E

FORÇA MUSCULAR ABDOMINAL EM BAILARINAS

SUBMETIDAS À TÉCNICA DE DANÇA MODERNA DE

MARTHA GRAHAM

Este trabalho foi expressamente elaborado com vistas à obtenção do grau de Doutor em Ciências do Desporto.

Orientadora: Prof.ª Doutora Ana Macara

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Este exemplar corresponde à redação final de tese original de conclusão de curso intitulado “Níveis de flexibilidade, Hidroxiprolina e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham”, para obtenção do grau de Doutor em Ciências do Desporto

e aprovada em ___/___/___ pela banca composta pelos professores.

_______________________________________________________________ Professora Doutora Ana Macara Oliveira

Faculdade de Motricidade Humana de Lisboa

_______________________________________________________________ Professor Doutor Ricardo Figueiredo Pinto

Universidade Estadual do Pará

_______________________________________________________________ Professor Catedrático Miguel Videira Monteiro

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

_______________________________________________________________ Professor Doutora Elizabete Alexandra Monteiro

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AGRADECIMENTOS

Á Deus; por toda e sempre, presença constante em minha vida, me dando, total zelo paterno e proteção, o Meu Reconhecimento de Filha;

A minha amada mãe Jaci (in memorian). Por todo amor dedicado a mim durante a vida... Meu Eterno Amor;

Ao Josué (in memorian), meu irmão luz, que carinhosamente chamávamos de Jóia, o Meu sempre Eterno Carinho;

A minha irmã Fátima (in memorian) que era uma grande incentivadora de todos os nossos desafios, Meu Amor para Sempre;

Aos irmãos, Neusa, Creusa, Francisca, Cestene e Bosco pelo carinho e apoio, o Meu Constante Carinho;

Aos meus professores, orientadores; Dra. Ana Macara e Dr. Ricardo Figueiredo Pinto pela disponibilidade, amizade e incentivo durante a construção da pesquisa, Meu Sincero Carinho e Meu Muito Obrigada;

Pelo apoio e incentivo, para meu avanço profissional, as queridas amigas, Mestras: Ana Oneide Oliveira Nepomuceno e Ana Jozèfa Alves Xavier, que considero integrantes de minha família, Minha Amizade e Admiração;

As duas queridas mestras, responsáveis por grande parte da minha formação na área da dança: a Dra. Beth Gomes e a bailarina e coreógrafa Regina Sauer, o Meu Respeito e Amizade.

Universidade do Estado do Pará (UEPA) por me dar o direito e a oportunidade de crescer profissionalmente, Meus Agradecimentos;

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DEDICATÓRIA

A minha família, em especial a minha mãe Jaci (in memorian) que foi uma supermãe, com seu incomensurável amor dedicado a todos da família, em especial, aos filhos. Aos meus irmãos Josué (in memorian), Fátima (in memorian), José ( in memorian ), Neusa, Creusa, Francisca, Cestene, Bosco. Aos sobrinhos, orientadores, amigos e bailarinas da Auxiliadora Monteiro Dance Company.

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“Acho que a essência da dança é a expressão do homem-paisagem de sua alma. Espero que a dança que executo revele algo de mim ou alguma coisa maravilhosa que o ser humano pode ser. É o

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RESUMO

Níveis de flexibilidade, Hidroxiprolina e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham

O objetivo do presente estudo foi analisar os níveis de flexibilidade, hidroxiprolina urinária e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham. A pesquisa se caracterizou por um delineamento quase-experimental, onde foi utilizado como amostra 50 bailarinas, com idade média de 18 ± 5,29 anos, de um grupo de dança do Colégio Gentil Bittencourt, localizado no Bairro Nazaré, em Belém, Pará. A amostra foi submetida ao programa de dança moderna de Martha Graham durante 12 semanas. Para a avaliação das variáveis foram utilizados: a goniometria (na avaliação da flexibilidade) nos movimentos espacate antero-anterior/flexão, espacate antero-anterior/extensão, espacate latero-lateral, extensão, elevação frontal e elevação lateral da articulação do quadril, o marcador bioquímico Hidroxiprolina (HP) (mensurado pela concentração na urina) e o teste de repetição máxima de 1 minuto (na avaliação da força muscular abdominal). Foi realizada a análise estatística descritiva com o objetivo de estimar as medidas de tendência central (média e mediana) e variação (desvio-padrão e erro-padrão) além da distribuição de freqüências, absolutas e relativas. E a análise estatística inferencial por meio do teste de

Shapiro Wilk para a análise da normalidade da amostra; o teste de Wilcoxon

(não-paramétrico) e o teste t de Student (paramétrico) para comparação entre as médias dos dois diferentes momentos de testagem (antes e depois do treinamento). Nos resultados pôde-se observar aumentos significativos, no pós-teste, nas variáveis: flexibilidade (para todos os movimentos - espacate antero-anterior/flexão (∆=4,43 graus; p=0,039), espacate antero-anterior/extensão (∆=5,02 graus; p=0,004), espacate latero-lateral (∆=12,91 graus; p=0,014), extensão (∆=8,40 graus; p=0,000), elevação frontal (∆=15,57 graus; p=0,000) e elevação lateral (∆=10,11 graus; p=0,000)), nos níveis de hidroxiprolina urinária

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pode gerar aumentos na amplitude de movimento articular, nos níveis de hidroxiprolina urinária e na força muscular abdominal em sujeitos jovens, nos resultados também pode-se verificar os planos de aula e acompanhar como foi aplicada esta técnica durante os três meses de estudo.

Palavras-Chaves: Dança Moderna; Atividades físicas; Força Muscular; Amplitude muscular; Hidroxiprolina.

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ABSTRACT

Levels of flexibility, muscular abdominal strength and Hydroxyproline undergoing dancers of technique the Martha Graham modern dance

The purpose of this study was to analyze the levels of flexibility, muscular abdominal strength and hydroxyproline urinary undergoing dancers of technique the Martha Graham modern dance. The research was characterized by a quasi-experimental design, which was used as a sample 50 dancers, mean age 18 ± 5.29 years, a dance group of the College Gentil Bittencourt, located in District Nazareth, in Belém, Pará The sample was submitted to the program of Martha Graham modern dance for 12 weeks. For the evaluation of variables were used: goniometry (the evaluation of flexibility) movements antero-anterior/flexão splits, splits antero-anterior/extensão, splits latero-lateral extension, front elevation and side elevation of the hip joint, the biochemical marker Hydroxyproline (HP) (measured by the concentration in urine) and test repetition maximum of 1 minute (in the evaluation of abdominal muscle strength). We performed descriptive statistical analysis in order to estimate the measures of central tendency (mean and median) and variation (standard deviation and standard error) than the distribution of frequencies, absolute and relative. And the inferential statistical analysis by the Shapiro Wilk normality for the analysis of the sample, the Wilcoxon test (nonparametric) and Student's t test (parametric) to compare the mean of two different testing times (before and after training). The results could be observed significant increases in the post-test, the variables: flexibility (for all moves - splits antero-anterior/flexão (Δ = 4.43 degrees, p = 0.039), splits antero-anterior/extensão ( Δ = 5.02 degrees, p = 0.004), lateral-lateral splits (Δ = 12.91 degrees, p = 0.014), extension (Δ = 8.40 degrees, p = 0.000), front elevation (Δ = 15, 57 degrees, p = 0.000) and side elevation (Δ = 10.11 degrees, p = 0.000)) in levels of urinary hydroxyproline (mg/24 h Δ = 6.05, p = 0.000) and levels of abdominal strength (( repetitions Δ = 2.70, p = 0.000). Thus, we concluded that the intervention of modern dance can

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checked lesson plans and track how this technique was applied during the three month study.

Key words: Modern Dance, Physical Activity, Muscle Strength, Range of Motion, Hydroxiproline.

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INDICE GERAL 1. INTRODUÇÃO... 2. OBJETIVOS E HIPOTESTES... 2.1. OBJETIVO GERAL... 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 2.3. HIPÓTESES... 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 3.1. DEFININDO A DANÇA MODERNA DE MARTHA GRAHAM... 3.2. DEFININDO FLEXIBILIDADE... 3.3. DEFININDO FORÇA... 3.4. DEFININDO HIDROXIPROLINA... 4. METODOLOGIA... 4.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO... 4.2. SELEÇÃO DA AMOSTRA... 4.3. COLETA DE DADOS... 4.4. VARIÁVEIS DO ESTUDO... 4.5. TRATAMENTO DOS DADOS... 5. RESULTADOS... 5.1. RESULTADOS REFERENTES À AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE... 5.2. RESULTADOS REFERENTES À AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE HIDROXIPROLINA URINÁRIA (HP)... 01 05 06 06 06 08 09 19 26 29 33 34 34 35 36 49 50 51 53

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6.1. DISCUSSÃO DA FLEXIBILIDADE, DA FORÇA MUSCULAR E DA HIDROXIPROLINA... 7. CONCLUSÕES... 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... ANEXOS... 57 61 65 74

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Características antropométricas da amostra... Tabela 2: Resultados descritivos e da normalidade da amostra quanto à flexibilidade... Tabela 3: Resultados do delta absoluto das comparações dos níveis de flexibilidade da amostra... Tabela 4: Resultados descritivos e da normalidade da amostra quanto à flexibilidade... Tabela 5: Resultados do delta absoluto das comparações dos níveis de hidroxiprolina da amostra... Tabela 6: Resultados descritivos e da normalidade da amostra quanto à força abdominal... 51 52 53 54 54 55

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Desenvolvimento da posição em pé para a posição sentada dança moderna de Martha Graham... Figura 2: Posição sentada com extensão da perna para trás da dança moderna de Martha Graham... Figura 3: Posição Voltas do tronco na base fixa da dança moderna de Martha Graham... Figura 4: Posição “Demi Plié” ( pequena flexão ) com perna elevada para trás da dança moderna de Martha Graham... Figura 5: Perna elevada para trás da dança moderna de Martha Graham .. Figura 6: Base sentada com pernas afastadas. 2ª posição da dança moderna de Martha Graham ... Figura 7: Base sentada com pernas afastadas da dança moderna de Martha Graham... Figura 8: Base sentada com sola dos pés junta da técnica da dança

moderna de Martha Graham... Figura 9: Posição Alta contração. Da técnica da dança moderna de Martha Graham... Figura 10: Posição “Demi Plié” profundo na meia ponta (1\2) da dança moderna de Martha Graham... Figura 11: base sentada em contração e torção na 1ª posição. Da técnica da dança moderna de Martha Graham. Fonte Arquivo da pesquisadora...

15 15 16 16 17 17 18 18 19 19 40 Figura 12: base sentada na 2ª posição em torção e em 5ª posição em

contração. Da técnica da dança moderna de Martha. Fonte Arquivo da

pesquisadora... 41 Figura 13: base sentada em contração e contorção. Da técnica de dança moderna de Martha Graham. Da técnica da dança moderna de Martha

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Figura 15: base sentada em 2ª posição fazendo “cambré” de peito (arco da coluna para atrás). Da técnica da dança moderna de Martha Graham. Fonte Arquivo da pesquisadora... 43 Figura 16: base sentada na 4ª posição em torção e contração. Fonte Arquivo da pesquisadora... 44 Figura 17 :. base sentada na posição do “piéta”. Da técnica da dança moderna de Martha Graham. Fonte Arquivo da pesquisadora... 45 Figura 18 base.de pé em posição demi pilés Fonte Arquivo da pesquisadora:. Fonte Arquivo da pesquisadora... 46 Figura 19: afastamento lateral da perna “ battements tandus “. Da técnica da dança moderna de Martha Graham. Fonte Arquivo da pesquisadora Fonte Arquivo da pesquisadora... 46 Figura- 20 base de pé em contração, com elevação da perna direita, o pé

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Influência da Intensidade de Treinamento Sobre o Tipo de Efeito Obtido... Quadro 2: Diferenças Entre o Alongamento e o Flexionamento...

22 23

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Comparação dos níveis de flexibilidade da amostra... Gráfico 2: Comparação dos níveis de hidroxiprolina urinária da amostra... Gráfico 3: Comparação dos níveis de força abdominal da amostra...

52 53 55

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM: Colégio Americano de Medicina do Esporte. FNP: Facilitação Neuromuscular Muscular.

HP: Hidroxiprolina.

IMC: Índice de massa corporal.

NSCA: Força Nacional e Associação de condicionamento WHO: Constituição Mundial da Saúde

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Fonte: http://www.flickr.com/photos/haggertymuseum/3909884750/sizes/m/in/photostream/

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Níveis de flexibilidade, Hidroxiprolina e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham

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Martha Graham nasceu em 11 maio de 1894, na Pensilvânia. Descendia de irlandeses, seu pai era médico psiquiatra e católico e, sua mãe presbiteriana e uma mulher muito dedicada. Martha foi confirmada presbiteriana, frequentou essa igreja e foi nela que dançou pela primeira vez, ainda criança. Em 1911, aos 17 anos, assistiu pela primeira vez a um espetáculo de dança: ao ver Ruth St. Denis dançar percebeu que seria bailarina.

Roger Garaudy (1994) diz que um dos sentimentos mais perturbadores que experimentamos quando estamos diante de Martha Graham é imaginarmos que pelo corpo frágil desta mulher foram expressos os tormentos, as paixões e as esperanças mais ardentes do nosso século. Cláudia Martinelli Gama (1993), a tradutora de sua autobiografia, aponta: ela “explorou ardorosamente as paixões em que se alicerça a alma humana”.

De acordo com Martha Graham, a formação de um bailarino leva cerca de 10 anos e inclui o estudo e o exercício da técnica, bem como o cultivo do ser, do qual emerge algo, mas não do nada e sim de uma grande curiosidade. Para ela, a ambição não é o suficiente, a necessidade é tudo. É a partir dessa necessidade que as lendas de viagens da alma são recontadas com toda sua tragédia, amargor e doçura de viver. E é nessa necessidade que “o ímpeto da vida alcança a mera individualidade do intérprete e, enquanto o individual se torna maior, o pessoal se torna menos pessoal. E existe a graça”. Com relação a essa necessidade, Jung nos esclarece: “o inconsciente é futuro na forma ou disfarce no passado. É menos desejo do que dever.” (Jung, 2002, p.12.).

Diante disto, a dança não passa por uma definição conceitual, nem pela descrição e reunião de seus elementos constituintes, mas antes pelo significado que ela é capaz de acessar. A dança é uma atividade humana e como tal deve ser entendida em termos de significados, objetivos, razões e finalidades e não somente a partir de eventos ou causas.

A dança é a arte do movimento, onde, através do controle muscular e de movimentos coordenados, atinge-se a plasticidade necessária para possibilitar

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a plasticidade, pureza de linhas e expressão possíveis. Para tal, é exigido aos bailarinos um alto grau de amplitude de movimentos para a performance (Achar, 1998).

A flexibilidade é a qualidade física de maior importância para a dança. A adoção da prática de trabalhos de preparação física diária, absorvida aos hábitos dos bailarinos, proporcionará bem-estar permanente, fato que pode ser observado logo após o início dos programas. Os exercícios utilizados para desenvolver a flexibilidade são os exercícios de alongamento, utilizando toda a amplitude do movimento, atuando sobre a elasticidade muscular, propiciando a manutenção dos níveis de flexibilidade ou utilizando exercícios que forçam a obtenção dos limites além do normal, atuando sobre a elasticidade muscular e a mobilidade articular, proporcionando um aumento dos níveis de flexibilidade (Leal, 1998).

De acordo com os estudos de Cramer (2004) sobre o reflexo neuromuscular, a prática do alongamento imediato pode contribuir para o aparecimento de lesões. Segundo o American College of Sports Medicine – ACMS (Whaley et al., 2007) o risco de lesão é proporcional ao nível de intensidade e duração do exercício, sendo efeito comum em qualquer idade.

Estudos demonstram haver relação entre micro lesões do aparelho locomotor quando submetido aos trabalhos de flexibilidade e força associados, por meio dos níveis de hidroxiprolina urinária (Silva et. al., 2005; Nascimento et. al., 2005; Caetano et. al., 2006; Prati et. al., 2006; Mesquita et. al., 2007; Ramos et. al., 2007). Foss (2000) afirmam haver correlação significativa entre dano nos tecidos conjuntivos e aumento de HP. Nos estudos de Brown et. al. (1997) foi verificada a elevada geração de força durante a contração muscular, o que pode afetar o metabolismo do colágeno, estruturas musculares e tendíneas do tecido conjuntivo. Os autores afirmam, ainda, haver o aumento da

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comprometimento está relacionado aos movimentos músculo articulares e poderia vir a interferir na produção de força muscular e também a danos estruturais. Segundo Silva (2005) o trabalho de força e FE promovem risco de provocar danos aos tecidos conjuntivos.

Mesquita (2007) e Alter (2001) relatam que a dor muscular está relacionada com o dano nos tecidos conjuntivos associados ao músculo e tem correlação positiva com a excreção urinária a de hidroxiprolina (HP). Segundo esses autores, atividade de treino no solo contribui para os riscos de micro lesões sugerindo aumento de HP na excreção urinária.

Diante do exposto, surge o questionamento: quais os níveis de flexibilidade, hidroxiprolina e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham?

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Fonte: http://www.flickr.com/photos/haggertymuseum/3909884750/sizes/m/in/photostream/

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Níveis de flexibilidade, Hidroxiprolina e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham

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2.1. OBJETIVO GERAL

Analisar os níveis de flexibilidade, hidroxiprolina urinária e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos, tal como concebidos no presente estudo, serviram de base para a elaboração das hipóteses que foram testadas mesmo que em uma perspectiva exploratória. Constituem-se em:

A) Avaliar os níveis de flexibilidade em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham.

B) Avaliar os níveis de hidroxiprolina urinária em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham.

C) Avaliar os níveis de força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham.

2.3. HIPÓTESES

A confirmação da metodologia utilizada para esta pesquisa facultou o estabelecimento de hipótese substantiva e hipóteses estatísticas.

2.3.1. Hipótese substantiva

Hs: O presente estudo antecipa que há melhora nos níveis de

flexibilidade, hidroxiprolina urinária e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham.

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2.3.2. Hipóteses estatísticas

As hipóteses estatísticas foram apresentadas na forma nula e na derivada, adotando-se como critério de aceitação ou rejeição o nível de p < 0,05.

H0: Não existe melhora significativa (para p<0,05) nos níveis de

flexibilidade, hidroxiprolina urinária e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham.

H1: Existe melhora significativa nos níveis de flexibilidade em bailarinas

submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham.

H2: Existe melhora significativa nos níveis de hidroxiprolina urinária em

bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham.

H3: Existe melhora significativa nos níveis de força muscular abdominal

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Fonte: http://www.flickr.com/photos/haggertymuseum/3909884750/sizes/m/in/photostream/

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Níveis de flexibilidade, Hidroxiprolina e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham

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Os pressupostos teóricos disponíveis na literatura serão ordenados no sentido de proporcionar o conhecimento do comportamento das variáveis dependentes referentes à análise do (a): flexibilidade; Hidroxiprolina e força muscular abdominal; e as variáveis independentes referentes à análise da técnica de dança moderna de Martha Graham.

3.1. DEFININDO A DANÇA MODERNA DE MARTHA GRAHAM

A dança moderna surge estabelecendo uma ruptura com os valores já existentes na arte do balé clássico o qual buscava o equilíbrio, o vôo e a leveza na harmonia dos movimentos. O desafio de conquistar a gravidade é um dos pontos mais relevantes, mas não necessariamente o principal. A dança moderna nasce com uma relação mais próxima do solo, que era considerada um elemento maternal, pela essência fértil, por isso a necessidade de alcançar um contato vital com ela.

A arte da dança moderna se desenvolveu a partir da inspiração e criatividade individual do artista. Como exemplo desse desenvolvimento criativo, temos o uso do centro do corpo, sendo o tronco propiciador dos movimentos para as outras partes do corpo e a utilização do chão, não apenas para o suporte dos pés descalços, mas sim como mais uma opção para os bailarinos deitarem, sentarem, rolarem e desafiarem o equilíbrio (Horosko, 1991).

No final do século XIX surgiram Isadora Duncan, Loie Fuller e Ruth Saint Denis, pioneiras da Dança Moderna, as quais influenciaram várias gerações, como a de Martha Graham, Doris Humphrey, José Limon, Merce Cuningham, Alvin Nikolais e Lester Horton (Caminada, 1999).

Com 14 anos, em 1908, Graham se mudou para Santa Bárbara, Califórnia, onde terminou o ensino secundário e durante três anos frequentou uma escola de arte dramática e, em 1916, com 22 anos entrou na primeira escola de dança dos EUA, a Denishawn school. Em pouco tempo passou de estudante a uma professora assistente. Chegou a ser bailarina principal e trabalhou com Ted Shawm como super estrela de um balé chamado Xochtil.

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pensando em carreira independente, mas neste mesmo período conseguinte trabalhou na escola Eastman de música em Rochester, em Nova Iorque e também na escola John Murray Anderson em Nova Iorque.

Em Nova Iorque, 18 de abril de 1926, estreiou com sua companhia, caracterizada como os estudantes da Eastman, as coreografias projetavam uma grande influência do repertório da Denishawn, com caracteristicas exóticas, o balé era chamado de Flauta Krisma, uma espécie de ensaio, como se fosse experimentação de padrões de movimentos que o corpo pode explorar cada vez mais. A partir deste momento notava-se o surgimento de uma movimentação diferente e sofisticada.

Englobando todo esse contexto, o conhecimento da dança recai na necessidade de descrever sua história, destacando a identidade de um povo por meio de um manifesto da cultura. Segundo Aquino (2007, p. 97) “o pensamento não é operação de um órgão do corpo e sim da alma: por algumas de suas faculdades ela move o corpo e o faz crescer, por outras, ela pensa”.

Nessa trilha, Martha Graham procurou criar e codificar uma técnica de dança moderna que foi aceita por uma notável geração de coreógrafos e bailarinos no mundo desta arte. Qualquer pesquisa baseada em Martha Graham não é fácil, haja vista que esta artista se manifestou por meio de coreografias deixando pouca literatura sobre a sua filosofia.

A dança de Graham firmou sua legitimidade a partir de 1930, por meio da audácia e extravagância de suas criações. A artista foi considerada a mais antiga estrela e o expoente máximo desta arte por muitos estudiosos, como Baril (1977), Au (1988), Dobbels (1990) e Gardner (1996). Ela mudou valores já existentes na arte da dança e inventou uma nova forma de dançar, permanecendo assim na história.

Por mais que esta técnica sobreviva no tempo, há a necessidade de que, no contexto da dança moderna atual, seja conhecida na essência estética, histórica e filosófica, pois ela, segundo Mazo (2000), Baril (1977), Garaudy (1981) e Gardner (1996), é sinônimo de dança moderna. Assim como aula de balé é imprescindível para o bailarino clássico, a aula de Graham é necessária para o bailarino moderno.

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bailarino com trabalho para a continuação e divulgação e marco da dança hoje, com avanços em novas pesquisas, para que o registro da história da dança fique presente, hoje e sempre.

Graham destacou-se em vários depoimentos que recebeu em seus primeiros ensinamentos relacionados para a dança de seu pai que dizia que o movimento nunca mente. Sendo o pai de Martha Graham um médico alquimista, hoje chamado psiquiatra, percebia as reações e os gestos de cada paciente, por isto conhecia o momento da expressão e movimentação de cada um.

Graham defendia que a prática se adquire pela repetição Isto significa que, deve-se aprender a dançar por meio da prática da dança, visto que, aprende-se a viver, vivendo, os princípios são os mesmos.

Para ela, cada um é a execução de um dedicado e preciso conjunto de atos, físicos ou intelectuais, das quais surge uma forma de realização, uma percepção de o próprio ser, uma satisfação do espírito. Em algumas áreas a pessoa se torna um atleta de Deus (Gama, apud Graham; 1993).

A proposta de Graham está baseada num pensamento filosófico que se reflete na bagagem corporal, pois, no momento de ocorrer a praxe na dança, tudo vem a ser relevante, não só nos aspectos da filosofia como nos corporais e cênicos.

A dança de Martha Graham ultrapassa séculos, suas obras tinham como cunho de destaque o religioso, a psicanálise e pelas profundidades das reflexões, o pensamento filosófico, além de projetar os problemas politicos-sociais, que refletiam em sua dança dramaturga. Acredita-se que sua dança é difundida mundialmente por este contexto histórico na literatura e expansão técnica, constitui o alicerce sobre a dança hoje.

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atuais, totalizando quase 118 anos que seu trabalho marca o universo da dança moderna.

Martha Graham (Gama, apud Graham 1993, p. 14) em “Memórias de sangue” afirma que:

O corpo é um traje sagrado. É o primeiro e último traje da pessoa: é nele que se entra na vida e com ele se parte dela; deve ser tratado com honra, e com alegria e medo também. Mas sempre com graça

Esta reflexão destaca as ideias de cunho filosóficos de Graham, ao contexto da verdade e razão, em que ela medita sobre o corpo, o qual é a profunda consciência para a sua arte. Jaspers (1987), ao tratar da filosofia, sobre a vigilância da razão, nos remete ao método a criação de Graham, indicando o sentido da vigilância da razão, que percebemos: na contemplação da realidade de origem; na intimidade com os atos; na consciência do englobante; na comunicação em todas as direções; mesmo diante do mais estranho.

Martha Graham, ao codificar a arquitetura dos diversos movimentos, dá ênfase a um novo idioma para a dança, valorizando o corpo como único, observando a ação da percepção e da corporeidade refletidas pelos sentimentos e expressões ressaltadas na realidade dos contrastes e conflitos sociais.

A dança é uma atividade que proporciona infinitas possibilidades de trabalhar a sensibilidade corporal e o espírito. Segundo Moreira (2004, p. 19):

A motricidade humana permite a realização de um estudo com cientificidade, visto o

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escolhê-lo entre todos os possíveis, a executá-lo da forma como o faz, a estudar o modo como o corrige, a estudar os porquês da relação de cada corpo com os outros corpos e com todas as restantes formas de vida.

3.3.1. A técnica da Dança Moderna de Martha Graham

As inovações promovidas por Martha Graham no mundo da dança mudaram a conceituação da dança tradicional, baseada no equilíbrio, na plasticidade e na leveza, para uma dança fundamentada no desafio do equilíbrio, na intimidade com o chão (a mãe terra), nos problemas sociais e na dramaticidade de uma dança chamada moderna.

A técnica de Martha Graham permitiu avanços e trouxe novos valores, influenciaram coreógrafos, professores, escolas e bailarinos no mundo todo, criando um amplo leque para o surgimento de escolas de dança, companhias, grupos independentes que trouxeram uma nova estética para a dança hoje.

A dança antes de Martha Graham precisava de codificação, como já existia no balé clássico. Até então não havia nenhum registro da técnica da dança moderna, embora já houvesse iniciado na dança a tendência que se diferenciava da estrutura clássica. Dançava-se livremente, sem haver pesquisas baseadas nas leis naturais dos movimentos, sentia-se necessidade de dados reais para organizar o que estava surgindo desta arte.

Quem dançava fora dos modelos clássicos do balé, não tinha credibilidade e enfrentava grandes problemas e sofria constantes críticas de público. A dança de Isadora Duncan (1878-1927), uma das pioneiras na dança moderna, foi acusada fazer a dança, fora dos padrões sociais e morais da época, além de ser considerada monótona, sem avanços técnicos, limitando-se

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Hoje, percebe-se a necessidade do diálogo da dança moderna com outras áreas do conhecimento. Os profissionais precisam perceber que não se pode caminhar apenas numa dimensão, deve-se buscar novas vertentes para que a dança possa contemplar as mais diversas perspectivas em termos de conhecimento, valor formativo social e estético.

Antes do surgimento da técnica de Martha Graham, a dança se legitimava apenas através dos movimentos academicistas do balé clássico, que foram também desafiados pela rebeldia da dança natural de Isadora Duncan e outros que vieram romper o contexto que existia até o momento na caminhada desta arte.

Portanto a “Filosofia de Martha Graham” fundiu o academicismo do balé clássico com o espontaneísmo da dança livre de Isadora Duncan e elaborou nova técnica e método.

Martha Graham caracterizou a sua técnica de dança moderna nos movimentos intencionais, vindo da emoção, somando a fluência do movimento que vem aparecer na projeção da expressão.

Na técnica da dança moderna o corpo se dilata e se contrai se estica e se encolhe, deste modo se produz a relação encadeada e contínua entre o corpo interior e o espaço exterior. A técnica de Martha Graham, notadamente, promove toda movimentação do corpo, como: torsão, alongamento, contração, entre outros, e estão inseridos neste pensamento.

Flexionar-se, contorce-se e curvar-se são movimentos diferenciados que fazem parte dos movimentos característicos desta técnica. O ponto primordial do seu trabalho parte da pélvis, de onde vem o “Ende hor” (rotação externa-articulação coxofemoral). A intenção deste movimento vem de dentro para fora, com gestos naturais e flexíveis. Deste centro vem toda a energia e precisão de toda movimentação que se completa, atingindo todos os seguimentos do corpo em um todo (figura 1).

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Figura 1: Desenvolvimento da posição em pé para a posição sentada

O corpo da artista se transforma em ondas luminosas, onde a dança tem como vocação de ritmar as sensações internas em uma música virtual, música dos olhos, vindo a sensação do corpo dançante como o corpo vibrátil, confluência de dinâmicas sutis.

A amplitude e a velocidade dos movimentos dos bailarinos são efeitos da potência da dinâmica do fôlego que se revela ao grau de intensidade e tensão do movimento. O alternar-se da inspiração e da expiração fornece aos bailarinos a motriz dos princípios de tensão/relaxamento, com a promessa de múltiplas interpretações.

Além de todas estas peculiaridades dos movimentos desta técnica, observa-se uma das expressões dinâmicas do movimento mais eficazes do movimento sucessivo, a espiral. São verificados também os rodopiantes, nos solos (figuras 2 e 3).

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Figura 3: Voltas do tronco na base fixa

A técnica elaborada pela bailarina repousa sobre um jogo permanente entre a perda e recuperação do equilíbrio. Os consentimentos na queda, o abandono do corpo às leis da gravidade são ali assumidos como a condição do salto e do vôo. A dança é toda percorrida por saltos e quedas acrobáticos, e essa circulação encarna, aos olhos da coreógrafa, o próprio movimento da vida (figuras 4 e 5).

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Figura 5: Perna elevada para trás

Nesta técnica, Graham criou uma movimentação na base sentada, onde houve uma preocupação com o ato de respirar, fazendo uma diferenciação das outras técnicas. Um dos mais destacados movimentos é a “contracion” e o “release”, trabalho localizado no tronco, onde ocorre, esta fundamentação da respiração por todo o processo de aula da técnica de Martha Graham (figuras 6, 7 e 8).

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Figura 7: Base sentada com Pernas afastadas 2ª posição

Figura 8: Base sentada com a sola dos pés junta

Nesta técnica a respiração é o ponto chave, pois Respirar na dança reporta-se a uma atitude integral que chega a culminar com as partes interna e externa do corpo, resultando em um todo. Percebemos que a respiração conecta todos os momentos da locomoção com a estrutura física, emocional, psíquica, permitindo assim, a total sintonia dos movimentos, como se fossem orquestra (Gama, apud Graham; 1993). Intensificando este troca de energia entre o bailarino e o espaço cênico.

O principal elemento da respiração é o diafragma, exercendo influência no abdômen e cavidade torácica, sendo o tórax, um dos principais desafios de

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Figura 9: Alta contração.

Figura 10: Plié profundo de meio ponto.

3.2. DEFININDO FLEXIBILIDADE

As atividades cotidianas, laborais e desportivas utilizam, em diversas oportunidades, os arcos máximos de movimento. Esses arcos de movimento são limitados pelas condições de flexibilidade dos segmentos musculares

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Atualmente, o nível de flexibilidade está diretamente relacionado a uma boa qualidade de vida, onde são necessários valores mínimos da amplitude articular (Dantas, 2001). Dessa forma, a flexibilidade vem sendo incorporada cada vez mais às discussões sobre atividade física e suas propostas de prescrição.

A flexibilidade é definida por Dantas (2005) como a "qualidade física

responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de lesão." (p.57) deve estar num nível ótimo para que

cada pessoa possa cumprir as exigências que a prática da respectiva atividade exercerá sobre o aparelho locomotor e a estrutura dos seus componentes (ligamentos, articulações, músculos e outras estruturas envolvidas) (Farinatti, 2000).

Achour Jr. (1998) cita a necessidade de um nível ótimo de flexibilidade, pois essa é importante para a melhora da qualidade de movimento sem risco de lesões músculo-articulares. Quando o nível de flexibilidade é trabalhado acima do desejado, a possibilidade de luxações fica aumentada (Dantas, 2001; Farinatti, 2000). Ao contrário do que muitos imaginam esse trabalho exagerado não representa uma melhora de performance, nem tão pouco uma diminuição do risco de distensão muscular.

Percebendo que o desenvolvimento da flexibilidade deva ocorrer de forma consciente, três fatores envolvidos devem ser considerados: as características biológicas do aluno ou atleta, as exigências específicas da atividade considerada e, principalmente, os fundamentos metodológicos do treinamento da flexibilidade (Dantas, 2005).

Atendo-se aos fundamentos metodológicos do treinamento da flexibilidade, vê-se que, segundo Dantas ( 2005), são divididos em função do nível de intensidade: alongamento (trabalho submáximo) e flexionamento (trabalho máximo).

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insistências estáticas (método passivo), por meio de insistências dinâmicas ou balísticas (método ativo) e pelos métodos de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP).

Com o treinamento da flexibilidade muitos benefícios são atingidos: autodisciplina; melhora da aptidão corporal; postura e simetria; relaxamento muscular; relaxamento de estresse e da tensão e, principalmente, aumento da eficiência do movimento (Alter, 1999). Assim sendo, a flexibilidade como valência física ou componente de aptidão física é considerado um fator importante para a obtenção da saúde (Achour Jr, 1998) e do desempenho atlético (Weinck, 1999).

3.2.1. Treinamento da flexibilidade

Para diminuir as limitações do grau de flexibilidade da articulação, Dantas (2005) afirma que o treinamento deve incidir especificamente sobre o fator limitante visando obter o máximo de resultados com o mínimo de riscos. Somente através de um trabalho adequado como este é que se torna possível atingir um nível ótimo de flexibilidade.

Sendo assim, três fatores estão envolvidos e são importantes para o desenvolvimento adequado da flexibilidade: as características biológicas do indivíduo, as exigências específicas da atividade praticada e os fundamentos metodológicos do treinamento da flexibilidade.

Nos atendo aos fundamentos metodológicos do treinamento, devemos levar em conta os paradigmas do Treinamento Desportivo e, principalmente, os princípios do treinamento da flexibilidade. Isto significa dizer que a intensidade utilizada estabelece diferentes níveis de exigências sobre os parâmetros corporais, provocando efeitos distintos. Assim, ao se variar à intensidade do estímulo, alterar-se-á tanto a forma de trabalho como o efeito observado no

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Quadro 1: Influência da intensidade de treinamento sobre o tipo de efeito obtido

Parâmetro Nível de Exigência

Submáximo Máximo

Sistema de Transporte de

Energia Treinamento Aeróbico Treinamento Anaeróbico Contraposição à Resistência ao Movimento Treinamento da Resistência Muscular Localizada Treinamento da Força Muscular Rapidez de Execução de

Gestos Desportivos Coordenação Motora

Velocidade de Movimento Amplitude de Movimento Utilização plena do arco

de movimento existente

Ampliação do arco máximo alcançado Fonte: Dantas (2005, p. 95).

Achour Jr. (1998) afirma que a falta de controle nas tensões de alongamento é um dos erros comuns em programas de treinamento da flexibilidade. E devido à necessidade de se estabelecer a diferenças entre os níveis de tensões aplicados, Dantas (2005) atribui a forma máxima e submáxima de treinamento da flexibilidade à denominação de Flexionamento e Alongamento respectivamente. Para ele, a intensidade da tensão aplicada e a amplitude do movimento articular são os fatores diferenciadores entre alongamento e flexionamento.

Alter (1999), citando Doherty, também indica que a flexibilidade pode ser trabalhada de duas formas: “stretching” (alongamento) e “overstretching”

(sobrealongamento). Na verdade, o que se pode destacar como mais importante é a existência de duas formas distintas de se trabalhar a flexibilidade.

3.2.2. Alongamento versus Flexionamento

As diferenças existentes entre o Alongamento e o Flexionamento são bem estabelecidas quando se verifica o objetivo prático de cada uma delas. O alongamento é uma forma de trabalho que visa à manutenção dos níveis de

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energético). O flexionamento é uma “... forma de trabalho que visa a obter uma

melhora da flexibilidade através da viabilização de amplitudes de arcos de movimento articular superiores às originais"41 (Dantas, 2005, p. 98).

Na verdade, essas diferenças são facilmente percebidas ao compararmos os efeitos fisiológicos, os efeitos durante a performance e a forma de utilização apresentados por elas. O quadro 3 apresenta estas diferenças de forma resumida.

Quadro 2: Diferenças entre o alongamento e o flexionamento.

C aracterística A longam ento Flexionam ento

Efeito Fisiológico

Deformação dos componentes plásticos (mitocôndrias, retículo sarcoplasmático, sistema tubular, ligamentos e discos intervertebrais).

Ação sobre os mecanismos de propriocepção: Fuso Muscular, no caso de insistência dinâmica e Órgão

Tendinoso de Golgi se a insistência for estática.

Efeito Durante a Performance

Facilita a execução dos movimentos e aumenta sua eficiência pela pré-deformação

desejável dos componentes plásticos

Devido à ação residual da resposta proprioceptiva, provoca contratura se

houver sido realizado flexionamento dinâmico ou, diminuição do tônus no caso do atleta realizar insistência estática imediatamente antes da prova. Utilização Durante o aquecimento e na

volta-à-calma

Seções de treinamento para aumentar a flexibilidade

Fonte: Dantas (2005, p. 95).

3.2.3. Métodos de Treinamento da flexibilidade

Como já citado, a flexibilidade é desenvolvida através do Flexionamento. Este desenvolvimento pode ocorrer de três maneiras: por meio de insistência estática (Método Passivo), por meio de insistência dinâmica ou balística (Método Ativo) e pelos Métodos de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (Dantas, 2005; Achour Jr., 1998; Alter, 1999).

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Com isso a frequência de estímulos cai a um nível proporcional ao novo comprimento, diminuindo a contração reflexa responsável pela resistência, favorecendo o alongamento muscular.

Oliveira (2005) verifica que este é o método mais indicado e mais utilizado para a obtenção da saúde. Ele também é recomendado pelo American College of Sports Medicine (ACSM, 1998), assim como pela maioria dos autores, como ideal para grupos iniciantes e não atletas, por acreditarem ser mais seguro, com menor risco de lesões e de fácil execução.

Entretanto é normal verificar que, às vezes, quando praticado de maneira individual, o método passivo não atinge a insistência necessária para provocar a desejada sobrecarga. Assim sendo, faz-se necessária a assistência de uma segunda pessoa para aplicação de uma força externa. Esta colaboração possibilitará que a máxima amplitude então seja alcançada. O trabalho estático quando atinge uma insistência máxima é denominado, segundo Dantas (2005) de Flexionamento Passivo. Caso isto não ocorra e a insistência utilizada seja submáxima, o trabalho aplicado é denominado de Alongamento Passivo.

Para aplicação do Método Passivo deve-se, lentamente, chegar ao limite normal do arco articular do indivíduo e aplicar a insistência que varia conforme o objetivo do trabalho. Caso o objetivo seja o Alongamento, a insistência deverá permanecer somente nesta posição, ao contrário do Flexionamento, onde a insistência deverá ser forçada suavemente além deste limite, aguardar cerca de seis segundos e realizar novo forçamento suave, procurando alcançar o maior arco de movimento possível. Neste ponto, conforme Dantas (2005), o arco obtido deve ser mantido por dez a quinze segundos. A rotina deve ser repetida por três a seis vezes, com intervalos de descontração entre elas.

3.2.4. Níveis de flexibilidade das bailarinas

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goniometria, um cifômetro, uma fita métrica e uma régua. Dois testes funcionais relacionadas com o desporto - o teste de slalom e o teste obstáculo - também foram realizadas e revelou que os movimentos de flexão-extensão de coluna, flexão de quadril e flexão de tornozelo apresentaram aumentos significativos em comparação ao grupo controle. Mostrou também aumentos da amplitude de movimento quando comparados os momentos de avaliação nos períodos de três e oito meses, flexão-extensão da coluna torácica com 7.5 graus de aumento depois de três meses (P = 0.05) e com nove graus depois de oito meses (P = 0.03).

Steinberg et al. (2006) observaram a relação entre a idade e a amplitude de movimento articular do quadril de 1320 dançarinas, participantes de ballet clássico, dança moderna e jazz, e 226 não dançarinas na faixa etária de oito a 16 anos. Verificaram que os movimentos de flexão plantar do tornozelo e rotação lateral do quadril não apresentaram diferenças entre os praticantes dos diversos tipos de dança investigados. No entanto, as amplitudes desses movimentos diminuíram em relação à idade entre os sujeitos não praticantes de dança. Para a flexão de coluna lombar e da musculatura posterior da coxa, as amplitudes aumentaram de acordo com a idade entre os dançarinos. Isso sugere que a continuidade da prática de dança pode aumentar a amplitude de movimento articular.

Silva e Bonorino (2008) objetivando verificar as diferenças entre a flexibilidade e o nível de massa corporal em bailarinos contemporâneos e de ballet clássico, apontaram que em relação aos indicadores dos níveis de flexibilidade e como resultados, os praticantes de ballet clássico apresentaram valores semelhantes nos movimentos de flexão de quadril e rotação lateral do quadril e maiores no movimento de abdução de quadril que os praticantes de dança contemporânea.

Da mesma forma, Okuneye, Adeogun e Idowu (2010) investigaram os efeitos de um programa de dança aeróbica de baixo impacto sobre a

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3.3. DEFININDO FORÇA

Em conjunto à capacidade aeróbica, à composição corporal e à flexibilidade, a força é considerada um dos componentes fundamentais para o desenvolvimento da aptidão física do ser humano (ACSM, 1998).

Ela é definida por Wilmore e Costill (1994) como “vigor máximo que um

músculo ou um grupo muscular pode gerar”.

Já Fleck (2004) vai além, e afirma que a força muscular é a quantidade máxima de força que um músculo ou um grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento.

Atualmente, as principais agências normativas da atividade física recomendam a prática de exercícios resistidos para melhoria da saúde, em função da sua relativa segurança, mesmo em populações ditas especiais (ACSM, 1998; NSCA, 1994).

Dentre os benefícios da prática de exercícios resistivos para a melhoria da saúde, Mense et. al. (2001) citam a sua importância para a diminuição dos riscos de acidentes cardiovasculares. Isto ocorre porque as pessoas mais fortes realizam as atividades com menor número de fibras musculares, comparativamente com pessoas mais debilitadas.

Klitgaard et. al. (1990) e Guralnick et. al. (1995) citam os benefícios da prática de exercícios resistivos em idosos. Sabendo-se que as pessoas perdem massa muscular e força após a maturidade devida, principalmente, à hipotrofia por desuso, idosos que praticam um treinamento de força, preservam a massa muscular e a força.

Ainda são possíveis outros benefícios, tais como: o aumento do gasto calórico diário, o aumento da massa magra, o aumento do metabolismo basal, o aumento da força, o aumento da resistência muscular localizada, o aumento da função física, o aumento da sensibilidade à insulina, a diminuição do

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3.3.1. Treinameno de força

O treinamento de força passou por uma extraordinária evolução nos últimos 50 anos. Executado anteriormente por um pequeno segmento da sociedade, hoje se tornou popular entre uma grande camada da população.

Rodrigues e Dantas (2002) realizaram um breve comentário histórico sobre a evolução das pesquisas na área de força. A princípio, um dos paradigmas existentes era de que o seu treinamento produzia o excesso de músculos associado à lentidão e à diminuição da flexibilidade.

Na verdade, trata-se de um treinamento que resulta em adaptações fisiológicas da musculatura esquelética Zatsiorsky (1999).

Já Powers e Howley (1997), citam que a quantidade de força gerada durante a contração muscular depende dos seguintes fatores: os tipos e a quantidade de unidades motoras recrutadas, o comprimento inicial do músculo e a natureza da estimulação nervosa das unidades motoras.

Fatores neurais e hipertróficos também contribuem para o incremento da força; desta forma, o treinamento de força que visa seu máximo, irá depender tanto do sistema nervoso quanto do sistema muscular respectivamente.

Segundo Tubino (2004), atualmente, a musculação corresponde ao meio de preparação física mais utilizada para o desenvolvimento das qualidades físicas relacionadas com as estruturas musculares.

3.3.2. Correlação entre a força e a flexibilidade

A relação entre as capacidades de força e flexibilidade está presente em vários estudos. Contudo alguns deles buscam verificar os efeitos do treinamento de força nos níveis de flexibilidade. Já outros buscam o contrário.

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treinamento com pesos, três vezes por semana, no qual todos os principais grupos musculares foram exercitados com três séries de oito repetições máximas. Os resultados mostraram resultados significativos na dorsi-flexão do tornozelo e na extensão do ombro sem nenhum treinamento adicional de flexibilidade. Logo, os autores concluíram que um programa de treinamento com pesos para desenvolver a força muscular não prejudica a flexibilidade podendo até aumentar a amplitude de determinados movimentos.

Cossenza e Dantas (2002) observaram que não existe uma correlação para o grupo investigado entre a força dinâmica e a flexibilidade quando comparados teste de 1 RM no agachamento e supino e goniometria do quadril e joelho.

Já Galdino et al. (2005) selecionaram 21 voluntários, 15 do sexo masculino e 6 do sexo feminino que fizeram em um ciclo ergômetro estacionário durante 5 minutos e logo em seguida um teste de salto vertical. Em seguida, era realizada uma sessão de flexionamento passivo nos membros inferiores de cada sujeito e logo após os indivíduos realizaram um novo salto. Esse procedimento foi repetido a cada 10 minutos, até 30 minutos após o segundo salto. Eles verificaram que a realização de exercícios de flexionamento passivo antes de atividades que envolvam força explosiva diminui o rendimento.

Os resultados de Galdino et. al. (2005) corroboram aos encontrados por outros autores (Nogueira et. al., 2009; Avela et. al.,1999; Behm et. al., 2001; Fowles et. al., 2000; Knudson et. al., 2001; Tricoli e Paulo, 2002) que também demonstraram que várias rotinas de flexionamento são suficientes para causar déficits de força.

Suspeita-se que a queda na capacidade de força máxima, após exercícios de alongamento, derive do decréscimo na ativação das unidades motoras, de acordo com a observação de Fowles et. al. (2000).

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Campos et. al. (2006) quando citam que os exercícios de alongamento e de mobilidade articular compõem uma adequada fase de aquecimento, por reduzir a incidência de lesões e aumentar o fluxo sanguíneo para a musculatura esquelética, devendo acompanhar as sessões de exercícios aeróbicos e de força.

O estudo de Tricoli et. al. (2002) observou o efeito agudo dos exercícios de alongamento estático realizados anteriormente ao treinamento de força máxima. O resultado da pesquisa identificou que este tipo de aquecimento, anterior ao teste de 1RM, promove a queda de rendimento da força máxima.

Em contrapartida, Donnely et. al. (1992) verificou que os exercícios de flexibilidade após trabalhos intensos de força apresentam restrições quanto ao risco de traumatismos das fibras musculares.

3.3.3. Força abdominal das bailarinas

Pedroti, Freitas e Wuo (2010) encontraram aumentos significativos da força abdominal de mulheres adultas depois de 10 semanas de intervenção de dança do ventre avaliada por perineometria de pressão.

Hui et al. (2009) também observaram melhoras na força muscular, na intervenções de dança em mulheres adultas dentro de 12 semanas, foram feitas avaliações variadas incluindo força e flexibilidade de tronco, para verificar os benefícios da dança à saúde.

3.4. DEFININDO HIDROXIPROLINA

Atualmente, é comum verificar-se na literatura, estudos que relatam a utilização de biomarcadores para detectar mudanças corporais à aplicação de esforços físicos. Eles servem, principalmente, como um agente controlador do nível de stress físico ao qual o indivíduo está sendo submetido, seja ele

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ao qual o músculo foi submetido, ou seja, ela é determinante para a verificação da regeneração de lesões, devido ao aumento da bioatividade molecular. Isto porque, a HP é parte fundamental do colágeno, e na decomposição deste formam-se peptídeos contendo HP, que em parte não sofrem a hidrólise posterior e são eliminados pela urina (Simsek et.al, 2004). Assim, o aumento de seus níveis na urina indica catabolismo do colágeno do aparelho locomotor. Já níveis mais baixos pós-exercícios caracterizam um menor grau de micro lesão sobre o citado aparelho.

Segundo Brown et al. (1999), a geração de força elevada durante a contração muscular excêntrica pode afetar o metabolismo do colágeno e até as estruturas musculares e tendíneas de tecido conjuntivo. Com a insistência dessa força mecânica, poderá ocorrer a degeneração da fibra do colágeno, tornando irregular a matriz da cartilagem. Logo, uma excreção aumentada de hidroxiprolina na urina podendo indicar a quebra do colágeno com resultado de uma ressíntese aumentada.

Caetano et. al. (2006) expõem que os níveis de HP na urina podem ser analisados através de exames laboratoriais. Consideram, também, que o aumento da concentração de HP urinária é um indicativo do catabolismo de colágeno do aparelho locomotor. Ao contrário, níveis mais baixos de HP pós-exercícios caracterizam um menor grau de micro lesão.

3.4.1. A interferência do treinamento da flexibilidade no colágeno muscular

Inicialmente, foram verificados estudos que pesquisassem as interferências das aulas de dança sobre o colágeno muscular, mas estes não foram encontrados. Desta forma, novos estudos foram realizados para pesquisar as interferências dos exercícios de treinamento da flexibilidade sobre o colágeno muscular. Dentre estes estudos, foi possível identificar a diferença entre os exercícios submáximos (alongamentos) e máximos (flexionamento).

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onde as estruturas músculo-conjuntivas envolvidas não devem ser submetidas a um estiramento extremo, não devendo provocar danos aos tecidos conjuntivos. Já, nos exercícios de flexionamento objetiva-se uma melhoria da flexibilidade através de viabilização de amplitudes de arcos de movimento articular superior às originais, sendo que as estruturas músculo-conjuntivas envolvidas são submetidas a um estiramento extremo ocorrendo o risco de provocar danos aos tecidos conjuntivos.

Logo, bioquimicamente, fica evidenciado que a flexibilidade pode ser estudada sob o ponto de vista dos biomarcadores, ou seja, pela bioquímica das estruturas musculares, diretamente envolvidas no processo: o colágeno das fáscias e das proteínas musculares. Assim, através da identificação da relação dos níveis de colágeno com os componentes bioquímicos existentes na excreção urinária é possível determinar a verificação de danos nos tecidos conjuntivos (Silva et.al., 2005; Nascimento et al., 2005; Mesquita et. al., 2007; Caetano et. al., 2006).

Brown et. al. (1997) ainda revelam perceber uma significativa correlação positiva entre a excreção urinária de hidroxiprolina e a incidência subjetiva do sofrimento muscular após a realização de exercícios excêntricos, ao contrário, da ação de exercícios concêntricos que não apresentaram mudanças significativas nos marcadores bioquímicos indiretos (HP) da degradação do colágeno em níveis séricos.

O estudo de Silva et. al.(2005) mensurou a variação nos níveis de HP excretados na urina de 13 soldados do Tiro de Guerra de Viçosa-MG, submetidos a exercícios de alongamento. Os resultados não indicaram diferenças significativas na comparação entre as concentrações de HP basal e 24h depois, concluindo que exercícios de alongamento não são suficientemente intensos para provocar um quadro lesional músculo-esquelético e que a ausência de uma elevação significativa de HP após

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verificaram menores concentrações de HP do que quando comparadas ao meio terrestre. Este resultado é corroborado por diversos outros trabalhos que utilizavam métodos de treinamento da flexibilidade para a recuperação de processos inflamatórios. Além da diminuição dos níveis HP, verificou-se o aumento dos arcos de movimento articulares trabalhados e a redução da sensação álgica dos pacientes (Mesquita et. al., 2007; Caetano et. al., 2006).

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Fonte: http://www.flickr.com/photos/haggertymuseum/3909884750/sizes/m/in/photostream/

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Níveis de flexibilidade, Hidroxiprolina e força muscular abdominal em bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham

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4.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO

O presente estudo caracteriza-se como delineamento quase experimental. Nestes termos, para efeitos desse estudo, a coleta de dados objetivou verificar o impacto da Técnica de Martha Graham nas variáveis: flexibilidade, hidroxiprolina urinária (HP) e força muscular abdominal de bailarinas submetidas à técnica de dança moderna de Martha Graham.

Este programa de dança foi executado com 50 bailarinas de um grupo de dança do Colégio Gentil Bittencourt, uma escola particular, tradicional com 208 anos de atividade, localizado no Bairro Nazaré, na Av. Magalhães Barata nº 137, em Belém, Pará. A goniometria foi utilizada na avaliação da flexibilidade (1), o marcador bioquímico Hidroxiprolina (HP) foi mensurado pela concentração urinária (2) e a força muscular abdominal foi avaliada por meio do teste de repetição máxima de 1 minuto. (3).

O estudo teve a duração de 12 semanas e a aplicação dos instrumentos de coleta de dados e a intervenção estão em concordância com as normas da Declaração de Helsinki (4) sobre pesquisa envolvendo seres humanos.

4.2. SELEÇÃO DA AMOSTRA

A população do estudo foi oferecida a uma parcela significativa de bailarinos, sendo executado com 50 indivíduos que se dispuseram a participar da pesquisa, do sexo feminino, com idade média de 18 ±5,29 anos, de um grupo de dança do Colégio Gentil Bittencourt, uma escola particular, tradicional com 208 anos de atividade, localizado no Bairro Nazaré, na Av. Magalhães n º 137, em Belém, Pará.

Para seleção da amostra foram utilizados os seguintes critérios de inclusão e exclusão:

- critérios de inclusão: ser bailarina, sexo feminino, com idade entre 15 e 30 anos, praticantes de dança moderna, bailarinas iniciadas (tempo mínimo de

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- critérios de exclusão: bailarinas profissionais; indivíduos que não atingissem a assiduidade, mínima, de 75% nas aulas da técnica proposta; indivíduos com lesões músculo-esquelético.

Após o crivo dos critérios de inclusão e exclusão, a amostra foi selecionada de forma intencional por conveniência, contou com um quantitativo de 50 bailarinas.

4.3. COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada nas dependências do Colégio Gentil Bittencourt, sendo constituída de 4 etapas:

Na primeira etapa foram apresentados e explicados os objetivos da pesquisa, sendo solicitado o preenchimento, individualmente, do termo de participação consentida à pesquisa.

Na segunda etapa, os indivíduos foram encaminhados para a coleta de dados, onde foram realizadas as medidas de composição corporal, flexibilidade, HP e força muscular abdominal.

Para avaliação da composição corporal foram avaliadas as variáveis: massa corporal, estatura e Índice de Massa Corporal (IMC). A massa corporal foi determinada em uma balança digital Filizola®, com capacidade máxima de 150kg e precisão de 50g. Para a medida da estatura foi utilizado um estadiômetro portátil GPM®. Para determinação do IMC foi utilizada a equação (massa corporal (kg)/estatura (m²) da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO)(5). As demais variáveis do estudo estão descritas no item a seguir.

Em seguida os indivíduos foram submetidos ao programa de dança moderna de Martha Graham.

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4.4. VARIÁVEIS DO ESTUDO

A variável independente técnica de dança moderna de Martha Graham exerce influência sobre as variáveis dependentes: flexibilidade, hidroxiprolina urinária (HP) e força muscular abdominal.

4.4.1. Avaliação da Flexibilidade

Para avaliar o grau de amplitude da articulação do quadril das bailarinas, foi utilizado um flexímetro pendular da marca Sanny®, código FL 6010, com escala angular desenhada com incrementos de 1º (um grau) a 360º (trezentos e sessenta graus), progressivos e regressivos.

O Flexímetro Sanny é produzido em material termo-injetável tornando-o um equipamento leve e resistente. Prático e fácil de usar, basta prender o equipamento com as cintas de velcro na articulação desejada, zerar o equipamento girando o anel giratório até que o ponteiro esteja no zero, realizar o movimento, verificar em qual grau o ponteiro está e fazer a leitura.

A avaliação ocorreu no turno da tarde. Foi aferido o grau de flexibilidade da articulação do quadril, nos seguintes movimentos:

- espacate antero-anterior / flexão - espacate antero-anterior / extensão - espacate latero-lateral

- extensão do quadril

- elevação frontal do quadril - elevação lateral do quadril

Foi utilizado o protocolo de Norkin e White (1) para medir as amplitudes de movimento selecionadas, de forma passiva.

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4.4.2. Avaliação dos Níveis de Hidroxiprolina Urinária

Para avaliar o dano produzido no colágeno muscular foi utilizado o marcador bioquímico Hidroxiprolina (HP), mensurando-se sua concentração na urina.

Como precaução para preservar a fidedignidade dos dados colhidos, dois dias antes da coleta de urina, os participantes da pesquisa foram orientados a não ingerirem colágeno contido em alguns alimentos. Assim, os sujeitos, durante o período do estudo e nas 48 horas prévias, não utilizaram nenhum tipo de substâncias que pudessem interferir nos resultados. Além disso, neste período se aplicou uma dieta sem a presença de carne vermelha ou branca, mariscos, doces, sorvetes ou gelatinas, para tentar controlar e padronizar o aporte dietético de HP.

Para a coleta de urina foi utilizado o Método Nordin (2). Após 12 horas de jejum e com a recomendação da ingestão da maior quantidade possível de água, foram coletadas as amostras de urina durante o período de 2 horas, das 7 às 9 horas.

Frascos de um litro devidamente identificados foram fornecidos pelo laboratório Amaral Costa, em Belém, cuja certificação de qualidade é apontada pelo registro ISO 9001/2000. As análises foram realizadas no mesmo laboratório.

Para a determinação da concentração de HP urinária, de acordo com o protocolo HPROLI 2h (6) foi utilizado o kit ClinRep® (complete kit for hydroxyproline in urine) através do método calorimétrico. Neste método, a HP é oxidada a pirrol, seguida de um acoplamento com paradimetilaminobenzaldeido. Os reagentes são preparados in house, sendo eles: solução tampão (pH 6,0), solução Cloramina T reativo de Erlich, Solução Padrão para hidroxiprolina, Fenolftaleína, Hidróxido de Sódio, Isopropanol e ácido perclórico.

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Após a análise urinária, os valores de HP encontrados foram convertidos de mg/l para mg/24 h, a fim de possibilitar uma comparação direta com os valores de referência (7).

4.4.3. Avaliação da Força Muscular Abdominal

O indivíduo permaneceu deitado em decúbito dorsal, mãos cruzadas ao peito na altura dos ombros, joelhos numa angulação de 90º, pés alinhados com o prolongamento do quadril e firmes ao solo, fixados com o auxílio do avaliador (mantendo coxas e os joelhos livres). Flexionando o tronco até tocar os cotovelos no terço distal das coxas com duração de um minuto. Devendo voltar à posição inicial até que as escápulas tocassem o solo.

O número máximo de repetições foi determinado pelo máximo de repetições corretas realizadas no tempo de 1 minuto. O avaliador poderia interromper o teste quando o candidato não tivesse realizado o protocolo estabelecido adequadamente (3).

4.4.5. Técnica de Martha Graham

Os conteúdos aplicados nas aulas utilizando a Técnica de Martha Graham foram introduzidos em função do desenvolvimento dos bailarinos, em função dos movimentos característicos desta técnica de dança como a torção e contorção (Forma de espiral).

No inicio a movimentação foi na base sentada, da forma mais simples para a mais complexa, com maior ênfase nos movimentos característicos, sem sequencias completas, estas foram diluídas, nas bases sentadas em pé e nos deslocamentos. Ou seja, as sequencias foram diluídas em números de exercícios. Trabalhando as capacidades motoras, equilíbrio; as competências consciência corporal, a auto imagem, concentração, memorização; e os níveis do baixo ao médio.

Imagem

Figura 1: Desenvolvimento da posição em pé para a posição sentada
Figura 3: Voltas do tronco na base fixa
Figura 5: Perna elevada para trás
Figura 8: Base sentada com a sola dos pés junta
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Referências

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