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Capítulo II – Enquadramento metodológico do estudo

1. Delimitação do âmbito do estudo

O estudo que aqui se apresenta insere-se no âmbito do estágio pedagógico, realizado na Escola Secundária João Gonçalves Zarco, no ano letivo 2015/2016, durante o segundo ano de Mestrado em Ensino de História e Geografia no 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário. O segundo ano do Mestrado é a iniciação à prática profissional, envolvendo um estágio pedagógico numa escola. Neste ano são disponibilizados várias escolas para receber estagiários, ao qual preferi escolher como primeira opção a Escola Secundária João Gonçalves Zarco, em Matosinhos. De referir que não conhecia a escola, porém, devido às boas referências que a escola tinha decidi optar por esta. As razões que me levaram a escolher esta escola, estão relacionadas com o facto desta escola ser reconhecida pelo excelente trabalho realizado ao longo dos anos com os seus alunos, mas também pela existência de turmas de nível no Ensino Básico.

Ao longo deste ano letivo, na área disciplinar de Geografia trabalhei com turmas de 10º e 11º ano de escolaridade. Na área disciplinar de História, lecionei em três níveis diferentes, 8º, 9º e 12º ano de escolaridade.

1.1 A Escola Secundária João Gonçalves Zarco

A Escola Secundária João Gonçalves Zarco está situada na Avenida Villagarcia de Arosa, na zona sul da cidade de Matosinhos. É uma escola pública direcionada para a formação de jovens que frequentam o 3º Ciclo do Ensino Básico e o Ensino Secundário. Atualmente, esta escola possui uma população escolar oriunda não só de diferentes áreas da cidade de Matosinhos, mas, também, das localidades mais próximas.

No ano de 2009, a escola foi objeto de requalificação, âmbito do projeto de intervenção da empresa Parque Escolar. A escola encontra-se bem preservada e com excelentes condições para que o processo ensino-aprendizagem decorra da melhor forma. A Biblioteca é uma mais-valia que a escola apresenta, assim como, o pavilhão gimnodesportivo, os laboratórios e as salas de informática. As salas são equipadas com computador, projetor multimédia e de quadro interativo.

A comunidade escolar é de grande dimensão, o corpo docente da escola encontra-se estabilizado, pertencendo a maior parte ao quadro da escola, porém, é um corpo docente relativamente envelhecido. O pessoal não docente é bastante atencioso e competente nas tarefas que realizam e estão sempre disponíveis para ajudar nos problemas existentes no dia-a-dia de uma escola. Esta escola possuí contrato de autonomia desde 2007, e disponibiliza uma oferta educativa diversificada com inúmeros projetos inovadores, nacionais e internacionais. Caracterizada pela qualidade com que realiza todas as suas práticas, a escola obteve, em 2013, pelos serviços prestados nas áreas da Ação Social, da Papelaria, do Bufete e da Gestão dos Serviços Administrativos, o Certificado de Qualidade ISO 9001 (ESGZ, 2014, p. 2).

Os alunos, na sua generalidade apresentam vontade de aprender e revelam interesse pela escola. Os resultados são bastante satisfatórios tanto no Ensino Básico como no Ensino Secundário. No Ensino Básico e nas turmas do Curso de Ciências e Tecnologias do Ensino Secundário, como já referi anteriormente, as turmas são divididas por níveis. Os alunos de nível mais baixo, que revelam mais dificuldades, são acompanhados ao longo do ano através de diversos programas de apoio educativo, com o objetivo de terem o melhor proveito escolar possível. Nas turmas de nível, podemos verificar um contraste grande entre as turmas de nível mais elevado e as

turmas de nível mais baixo. Para a atribuição destas turmas, os alunos do 7º e do 10º ano (no caso de Ciências e Tecnologias) são submetidos a testes diagnósticos de Português e Matemática. O aluno através do resultado que obtém nestes testes, é classificado com um nível de conhecimento, sendo depois atribuído uma turma.

Segundo o Projeto Educativo da Escola Secundária João Gonçalves Zarco, para os anos 2014-2018, é missão fundamental da escola “prestar à comunidade um serviço público de qualidade, proporcionando aos estudantes a aquisição e certificação de competências científicas, técnicas e comportamentais que lhes permitam assumir, com sucesso, num cenário de um mundo em mudança, um papel social e profissionalmente ativo”.

Os principais objetivos do projeto são:

1.º Promover o desenvolvimento pessoal e social dos alunos, contribuindo para uma cidadania ativa, formando cidadãos críticos, intervenientes e solidários.

2.º Melhorar os resultados escolares dos alunos, qualificando as aprendizagens e desenvolvendo competências em literacias.

3.º Reforçar o envolvimento e participação de alunos e de Pais e EE na vida da Escola.

4.º Promover a formação e atualização científica e pedagógica permanente de todos os agentes educativos.

5.º Proceder a uma sistemática atualização das práticas, recorrendo a metodologias participativas, garantindo a contextualização das análises e dos resultados.

6º Reforçar a imagem da ESJGZ na comunidade local e nacional, como uma instituição de referência e de qualidade.

É neste contexto educativo que se realizou este estudo e, a partir do qual foi feita a seleção da amostra.

1.2 Seleção e caracterização da amostra

Para a realização deste estudo, tive como critério fundamental a seleção das duas turmas de 11º ano de Geografia em que lecionava. Estas turmas tinham como professora de Geografia, a professora Deolinda Dias, que foi minha Orientadora Pedagógica no âmbito do estágio em Geografia. Numa reunião com a minha

Orientadora, ficou acordado levar as duas turmas porque assim a viagem ficaria mais económica e tornaria a minha amostra mais significativa.

O estudo foi realizado com uma amostra de 40 alunos, dos quais 22 eram raparigas e os restantes 18 eram rapazes, de duas turmas do 11º ano de escolaridade, no ano letivo 2015/2016. Podemos verificar que se trata de uma distribuição igual no género, pois, apenas se verifica uma ligeira vantagem do género feminino no número total de alunos. Relativamente à faixa etária dos alunos, esta é compreendida entre os 14 e os 17 anos de idade. Como já referi anteriormente, ambas as turmas eram lecionadas em Geografia, pela mesma professora. Apesar disso, eu, no âmbito de estágio acompanhei mais a turma B, tendo observado e lecionado mais aulas do que na outra turma. Na disciplina de História as duas turmas tinham o mesmo professor, e no âmbito do estágio nesta disciplina, estas turmas não faziam parte das que lecionei durante o ano em História.

Quadro 1. Composição por género e turma dos indivíduos da amostra.

Alunos da amostra

Total Rapazes Raparigas

Total da amostra 40 18 22

Turma A 21 8 13

Turma B 19 10 9

A turma A, era constituída por 21 alunos (13 raparigas e 8 rapazes) e a turma B, era constituída por 19 alunos (9 raparigas e 10 rapazes). Como podemos verificar através dos dados apresentados na tabela, as turmas apresentam resultados equilibrados em termos de género.

Na amostra não são considerados cinco alunos da turma A, dois por faltarem à saída por estarem doentes, e três por não obtendo a obrigatória autorização dos encarregados de educação, não participaram na saída de campo. Na turma B, não foram considerados três alunos, um por estar doente e os outros dois, por não obterem

a obrigatória autorização dos encarregados de educação, também não participaram nesta atividade.

No que respeita às características das turmas, com base no conhecimento adquirido ao longo do ano, através das aulas lecionadas e também assistidas da Orientadora e dos colegas, podemos afirmar que se tratavam de duas turmas completamente distintas. Posso dizer que a turma B, revelou ser uma turma bastante participativa, embora a participação oral fosse um pouco desorganizada. Apesar de ter alunos com muitas capacidades, por vezes, existiam comportamentos de alguns alunos desadequados à sala de aula. Contudo, nas aulas em que eu lecionei, a turma revelou sempre ser participativa, interessada e curiosa. Para além disto, pode verificar-se que se trata de uma turma com boa capacidade de raciocínio e perspicácia na análise de diferentes situações. Esta turma revelou ter sempre um bom desempenho em contexto de participação oral na sala aula, sendo os resultados escritos geralmente superiores à da turma A.

Embora não tenha participado tão ativamente no percurso da turma A ao longo do ano letivo, consegui aperceber-me durante os momentos que contactei com a turma e através da análise que a professora de Geografia fazia, que o seu desempenho era muito irregular nas aulas, estando num nível inferior à turma B. Esta turma, também apresenta grande apatia nas aulas, não sendo uma turma muito participativa. Nos testes escritos, os resultados refletem muito a participação e o interesse da turma na sala de aula, revelando serem no geral menos positivos e claramente inferiores aos da turma B.

Nas duas turmas, existem alguns alunos mais perturbadores e indisciplinados, que por vezes perturbam o processo de ensino-aprendizagem, havendo vários casos de faltas disciplinares na turma B.

2. A saída de campo