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Capítulo V – Investigação Empírica

5.6. Delimitação do Campo de Estudo

Para a realização do estudo na escola, em conversa com o Presidente do CE, foi decidido que o estágio seria realizado às sextas-feiras no CE, mas que tinha flexibilidade no horário, podendo alterar o dia e a hora de acordo com a minha necessidade.

Foi questionado ao Presidente se seria possível assistir a algumas aulas, de modo a perceber a prática de liderança por parte dos professores nas salas de aula, bem como observar os comportamentos de indisciplina, mas não foi cedido, justificando-se que seria um motivo de distração para os alunos ter alguém desconhecido e externo à escola.

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Inicialmente foi feita uma pesquisa dos horários das turmas de 2.º e 3.º ciclos bem como dos horários das atividades já existentes na escola. Após uma análise detalhada e verificação da disponibilidade dos alunos, bem como do espaço, em conversa com o Presidente do CE chegou-se à conclusão que o melhor dia para a prática de Aikido seria à sexta-feira à hora de almoço, de modo a não interferir com a prática curricular dos alunos.

Neste mesmo dia, 7 de outubro de 2016, ficou ainda decidido que iria haver uma demonstração de Aikido no dia 13 de outubro, para quem estivesse interessado e curioso, para posteriormente continuar a praticar com regularidade.

Foram criados dois flyers, para divulgação, um deles para ser entregue aos Diretores de Turma de modo a explicarem em que consistia o Aikido e o outro em forma de cartaz para informação dos dias e a hora da prática de Aikido para os alunos (Apêndices 1 e 2). Estes foram depositados no CE, a cargo do Presidente entregar aos Diretores, uma vez que não foi permitido acesso à investigadora às salas de aula de modo a fazer a divulgação.

No dia da demonstração do Aikido, (13 de outubro de 2016) pelas 14 horas, apresentaram-se cerca de 25 alunos, todos de diferentes faixas etárias, entre os 10 e os 14 anos. Alguns deles não quiserem participar da atividade, apenas observar e pela curiosidade.

Iniciou-se a prática, questionando se eles conheciam esta arte marcial, ao qual responderam que não, mas que souberam que iria haver uma atividade através da informação dada pelos professores.

Inicialmente a prática de Aikido passou pela demonstração de algumas técnicas, alguns jogos e foi alterado para algumas estratégias/atividades de coaching, uma vez que os alunos mais interessados eram os mais indisciplinados nas salas de aula (os quais a investigadora na altura não detinha essa informação). O facto de alterar para coaching, foi devido ao comportamento que estes alunos demonstraram no decorrer da prática: excesso de excitação, o chamado chico-espertismo e demonstraram-se demasiado empolgados e a querer dificultar a prática para os que apresentavam falta de confiança ou mesmo reticentes por ser uma atividade diferente (comportamentos demonstrados em semelhança aos jovens delinquentes na Alemanha).

Embora seja fundamental “potenciar sentimentos positivos nas pessoas que são lideradas” e conseguir “aumentar a intensidade dos sentimentos positivos ao seu redor” (Goleman, 2011, p.9), é também fundamental, que no início de qualquer atividade nova, seja ela qual for, haver um equilíbrio emocional, de modo a realizá-la eficazmente e a

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perceber como esta é realizada e toda a sua envolvência, ou seja, fazer com que as pessoas se sintam bem e felizes com a atividade mas não em excesso, pois pode induzir a uma falsa

felicidade e depois é muito mais fácil ir para o outro extremo, e com as crianças estas

mudanças são muito mais visíveis. Tanto estão muito felizes, como no minuto seguinte já estão tristes, daí a importância do equilíbrio emocional.

A auxiliar a investigadora esteve uma professora de Educação Física da escola, pois inicialmente estava lá para observar, por curiosidade, mas acabou por participar e auxiliar as atividades, devido ao número elevado de participantes, tornando-se uma mais-valia.

Um tipo de atividade visível (imagens 6 e 7), ideal para a concentração é o de conseguir manter-se direito, elevado apenas com os pés e a cabeça em cima de cadeiras. Esta é uma técnica de concentração, na qual os indivíduos descobrem algo de belo e maravilhoso, a capacidade do nosso interior. E como tal aprendem a resolver os problemas sozinhos e não há razão para se descontrolar, pois devem “acreditar nas suas próprias capacidades” (Marques, 2012)6.

Alguns alunos mostraram-se reticentes, outros estavam curiosos em como a investigadora realizou e então quiseram realizá-la também, sentindo-se posteriormente confiantes e fascinados com as suas próprias capacidades.

Outro tipo de atividade realizado neste mesmo dia, foi o do pêndulo humano que tem como objetivo fomentar a autoconfiança e a confiança nos outros (imagem 8), em que uma pessoa está a meio de outras duas, e vai deixar-se cair e as que se encontram nas extremidades vão agarrá-la e empurrá-la na direção da outra, assim aquela que se encontra no meio deixa-se levar e vai estar à mercê dos outros, sendo balançada de um lado para outro.

Como na atividade anterior, alguns alunos mostraram-se reticentes e com receio que os colegas os deixassem cair, outros curiosos para perceber e ficar com a sensação de estarem a ser levados pelos colegas de um lado para outro, posteriormente sentiram-se agradados, confiantes, felizes.

Os alunos que se encontravam sentados não quiseram participar, mesmo sendo chamados para tal, pois eram mais novos que os alunos que estavam a participar ativamente na prática.

Durante e mesmo no final da demonstração, os alunos demostraram interesse, questionando sobre o Aikido e em como realizar as atividades.

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O alterar e implementar este tipo de estratégia foi de facto, para que, o comportamento dos alunos que apresentavam-se desadequados, não prevalecesse em relação aos outros e deste modo a demonstração tornar-se positiva e interessante.

Esta demonstração foi positiva e fez com que os alunos interessados participassem posteriormente da prática de Aikido, no dia e nas horas definidos, sendo os mesmos alvo de investigação.

Imagens 6 e 7 – Exemplos de uma atividade realizada em coaching7

Imagem 8 – Exemplo de uma atividade realizada em coaching8