• Nenhum resultado encontrado

2 Fundamentação teórica

3.1 Delineamento da pesquisa

O pesquisador no delineamento da pesquisa determina a coerência entre a noção de sujeito e as relações de objeto, evidenciando os paradigmas nos quais acredita e que acabam por definir a escolha metodológica (GODOI; BALSINI, 2006).

O conjunto de procedimentos utilizados na investigação de fenômenos indica o método de abordagem da pesquisa, “de acordo com o tipo de raciocínio empregado, os métodos classificam-se em: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo e dialético” (ANDRADE, 2010, p.119). Nessa perspectiva, adotando o método proposto por Karl Popper, que busca a eliminação dos erros de uma hipótese a partir da ideia de testar a falseabilidade de uma proposição, essa pesquisa posiciona-se como hipotético-dedutivo tendo em vista consistir na construção de conjecturas baseadas em hipóteses, que ao serem testadas podem gerar possíveis respostas ou soluções para o problema definido. Para fins de checagem, as hipóteses definidas para a pesquisa encontram-se definidas na seção 1. Introdução.

Para Creswell (2010), as estratégias de investigação, também chamadas de abordagens da investigação ou de metodologias da pesquisa, são os tipos de projetos ou modelos de métodos que proporcionam uma direção específica aos procedimentos de um projeto de pesquisa. Nessa perspectiva, dentro da escolha de um estudo quantitativo, optou-se por uma estratégia de investigação com modelo de método quantitativo. De acordo com Sampieri, Collado e Lucio (2006, p.5), o método quantitativo “utiliza a coleta e a análise de dado para responder às questões de pesquisa e testar as hipóteses estabelecidas previamente, e confia na medição numérica, na contagem e frequentemente no uso de estatística para estabelecer com exatidão os padrões de comportamento de uma população”.

Nas palavras de Boudon (1971), o método quantitativo possui como objetivo medir e permitir o teste das hipóteses, tendo em vista os resultados serem menos passíveis de erros de interpretação, sendo em muitos casos criados índices que possibilitam identificar o caminho

histórico da informação. Fundamenta-se na utilização da teoria estatística das probabilidades, apresentando as conclusões grande probabilidade de serem verdadeiras, embora admitam certa margem de erro. Para Andrade (2010, p. 121), “a manipulação estatística permite comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado”.

Segundo Marconi e Lakatos (2011, p.288), o método quantitativo possui desvantagens como “a) excessiva confiança dos dados; b) falta de detalhes do processo de observação sobre diferentes aspectos e enfoques; c) certeza nos dados colhidos; d) prevenção da inferência e da subjetividade do pesquisador”.

Ainda na definição dos elementos da pesquisa, faz-se necessário delimitar o tipo de estudo, que pode classificar-se em exploratórios, descritivos, correlacionais e explicativos. Assim, esta pesquisa classifica-se quanto ao tipo de estudo inicialmente como exploratória. Com base no entendimento de Sampieri, Collado e Lúcio (2006, p.99), as pesquisas exploratórias são realizadas quando o “objetivo é examinar um tema ou problema de pesquisa pouco estudado, do qual se tem muitas dúvidas ou não foi abordado antes”. Ainda segundo os autores, é indicado quando a literatura revela que não há antecedentes sobre o tema em questão que não foram aplicados ao contexto no qual o estudo será desenvolvido. Assim, essa pesquisa mostra-se aderente ao tipo de estudo exploratório, uma vez que traz uma nova perspectiva sobre o constructo da inteligência informacional, bem como a sua aplicação no contexto de videogames não ter sido identificada.

Quanto ao tipo, este estudo também se classifica como correlacional. Segundo Sampieri, Collado e Lúcio (2006, p.103), este tipo de estudo “tem como objetivo avaliar a relação entre dois ou mais conceitos, categorias ou variáveis (em determinado contexto)”, tendo como utilidade principal saber como se comporta um conceito ou uma variável, conhecendo o comportamento de outras variáveis relacionadas. É ideal quando a literatura pode revelar que existe uma ou várias relações entre conceitos ou variáveis.

Para Malhotra (2006), auxiliam na inferência de relações de causa e efeito entre os construtos pesquisados. A causalidade pode ser percebida quando entre duas ou mais variáveis existirem variações. Para tanto, a autora ressalta a necessidade de existirem variáveis (dependente, independente, etc) para que sejam isoladas e assim estudadas em local controlado. Para Cooper e Shindler (2003), a manipulação das variáveis independentes permite observar as variações nas variáveis dependentes, possibilitando um melhor entendimento das causalidades e possibilitando explicar como o fenômeno é produzido. Tendo em vista essa pesquisa em seu

desenho realizar correlações e inferências entre os construtos e variáveis, na sequência explica- se e definem-se as variáveis.

Por fim, no delineamento da pesquisa procedeu-se a identificação das variáveis dependentes e independentes. Segundo Hair et al. (2006), a variável dependente é um fator determinante para que ocorra determinado resultado, geralmente representada pela letra ‘y’, tendem a ser uma observação singular. Já a variável independente, geralmente representada pela letra ‘x’, é a condição ou causa para um determinado efeito ou consequência, são os valores manipulados pelo pesquisador. Além dessas, registram-se ainda as variáveis de controle e interveniente, a primeira embora possa afetar a dependente, por ser passível de controle pelo pesquisador é neutralizada para não interferir na relação entre a dependente e a independente. Já a interveniente não pode ser manipulada ou medida, é incontrolável e seus efeitos precisam ser descontados para não invalidar os resultados.

Nesta pesquisa, o tipo correlacional mostra-se aderente tendo em vista a correlação do constructo da inteligência informacional enquanto variável dependente com seus condicionantes e impactos (ou variáveis independentes), com o sucesso acadêmico, personalidade, habilidades cognitivas, liderança, vida profissional e atitudes acadêmico profissionais de estudantes de administração.

Já a classificação quanto ao tipo de intervenção situa-se como estudo observacional, em que o pesquisador coleta dados e extrai informações, mas procura não influenciar os eventos investigados, descrevendo os acontecimentos e identificando as associações entre as variáveis.

Na classificação quanto ao tempo situa-se como transversal em que o pesquisador coleta dados durante um curto período de tempo, obtendo um recorte instantâneo do fenômeno investigado, possui como características ser rápido e consumir menos recursos, ser menos vulnerável a variáveis estranhas e fornecer apenas uma indicação da dinâmica e não a dinâmica em si. Buscando facilitar o entendimento do percurso metodológico adotado até essa fase do

design da pesquisa, representam-se na figura a seguir os principais elementos delineados nesta

subseção.

Figura 15 (3): Delineamento da pesquisa

Na próxima subseção aborda-se a população da pesquisa, bem como o tipo de amostra adotada e os participantes com uma breve caracterização.