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2 AS DIMENSÕES FORMATIVA, TÉORICO-INTELECTUAL E INVESTIGATIVA:

3.1 DEMANDAS PARA O SERVIÇO SOCIAL: OBJETO COTIDIANO DA

As demandas são fatores determinantes para o significado social da profissão, uma vez que, é, exatamente por haver necessidade, que o mercado requisita o assistente social para trabalhar nas instituições.

Apesar de essa afirmação parecer evidente, ela leva à compreensão de que o serviço social parte de uma necessidade da sociedade. Por isso, o seu trabalho deve buscar, de forma qualificada, identificar, refletir e intervir partindo das demandas cotidianas “do” e “para” o assistente social, pensando o trabalho profissional: pra quê, pra quem, por que.

No item pertinente às demandas “do” e “para” o serviço social, foram apresentadas as seguintes respostas:

Dados coletados pela pesquisadora (2012).

DEMANDAS APRESENTADAS NA ASSISTÊNCIA SOCIAL

CRAS

Família em situação de insegurança alimentar; família em descumprimento das condicionalidades do bolsa família; idosos com suspeita de isolamento social, de maus tratos; situação de dependência química (alguns são pra tratar no CRAS e outros são atender, acolher, orientar a família e encaminhar pra outro local); a busca pelos benefício eventuais.

CREAS

Denúncias oriundas do conselho tutelar, do ministério público, do disque 100, das promotorias, das delegacias e denúncias anônimas.

ONG/IDOSO

Tudo relacionado ao idoso e a família, por exemplo: questões relacionadas à saúde como a necessidade de medicamentos. É também: atendimento ao estudante de serviço social; marcação de consulta (a entrevistada tem ciência de que esta não é uma atribuição da profissão, e diz que está se tentando retirar essa atividade do serviço social); programar atividades de lazer; demandas mais administrativas, como o contrato da família com a instituição.

ONG/ PESSOA COM DEFICIÊNCIA o próprio usuário e a família. A gente vai fazer todo o processo de é...matrícula, né? de...pra ver qual o tipo de atendimento, qual o tipo de encaminhamento que ele vai ser inserido de acordo com a necessidade da pessoa. Fazemos uma triagem, a entrevista com a família, a partir dessa entrevista é...a gente vê também quais são as possibilidades da família, porque nós somos uma instituição pra trabalhar com pessoas especiais, mas com baixo poder aquisitivo, né? são pessoas que não tem condições de trabalhar, pagar um plano de saúde, (inaudível) que não tem renda fixa.

Dados coletados pela pesquisadora (2012).

DEMANDAS APRESENTADAS NA SAÚDE

U.B. SUL

Solicitação para marcação de consulta é a maior demanda do serviço social na unidade. Também contribui no grupo de hipertenso e diabético. Nas situações em que chega alguém exaltado na unidade por não conseguir determinado

atendimento, ue endo porque ue , ele chama e vai conversar com aquela pessoa, explicar como funcionam as coisas, que não depende apenas da vontade dos profissionais.

U.B. OESTE As maiores demandas são encaminhadas pelos médicos, enfermeiro, qualquer problema social que precise de uma intervenção do serviço social, sobre serviço social.

U. MISTA DE SAÚDE Ligar para UGV para viabilizar vaga em leitos (uma demanda tradicional, mas afirma que não deveria ser); viabiliza-se o carro social para pacientes que não tem condições para retornar; notificação de violência para pacientes vítimas: mulheres, idosos, criança/adolescente; contatar o CREAS POP, nos casos de pessoas em situação de rua.

HOSPITAL PÚBLICO O acolhimento, registro da ficha social, solicitação de documento, articular pra onde é que os usuários podem ir, na questão dos óbitos. O Serviço Social é quem dá a noticia, faz o acolhimento na sala e dá as orientações.

HOSPITAL TERCEIRO SETOR

A nossa demanda aqui é espontânea, né?! E assim, é voltada pra o atendimento do paciente oncológico, paciente e os familiares do paciente oncológico . HOSPITAL PRIVADO Faz desde a parte de conversa com família; de resolver questão de óbito; ambulância; home care; é o serviço social que resolve problemas, coisas que as vezes os pacientes querem dizer pra um médico, eles vêm dizer pra gente. Tem muita coisa burocrática também, que é entrave...por exemplo tirar cópia do prontuário, não era pra ser do serviço social, mas acaba que cai na nossa mão.

Dados coletados pela pesquisadora (2012).

Tabela 7: Demandas apresentadas na área da previdência social.

Dados coletados pela pesquisadora (2012).

DEMANDAS APRESENTADAS NA SÓCIO-JURÍDICA

Há demandas advindas do juiz: realização do estudo social; e há demandas dos usuários: informações, orientações sobre os direitos (pensão, guarda), orientações jurídicas.

DEMANDAS APRESENTADAS NA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Essa demanda é espontânea todos os dias em relação aos diversos assuntos previdenciários, benefícios. Existe a avaliação social da pessoa com deficiência, que requer o benefício assistencial ao deficiente, o BPC. Têm os pareceres, as visitas domiciliares (avaliação social domiciliar), que essas demandas vêm de outros setores pra o serviço social. E as profissionais também, quando acham necessário (uma visita domiciliar, uma avaliação social domiciliar) tem autonomia para realizar. Prestam orientações na área previdenciária, mas busca articulação com a rede de atendimento

De maneira mais conceitual, demandas “são requisições técnico-operativas; no caso do Serviço Social, demandadas à profissão por meio de seus empregadores – o setor público, o setor empresarial e as entidades sem fins lucrativos” (SERRA, 2000).

A categoria demanda se correlaciona ao Serviço Social na sua prática profissional cotidiana. As demandas determinam o foco da intervenção do profissional e atribuem uma razão de ser para a prática profissional. Todavia, elas representam o imediato, ou seja, o plano da singularidade em que as leis do sistema capitalista estão ocultas e cada fato parece se explicar em si mesmo. (PONTES, 2003).

Essas demandas apresentam o aparente, o caótico, o que não é menos real ou falso, apenas incompleto, sendo necessárias competências ético-políticas e teórico-metodológicas para processá-las na rede de mediações, compreendendo-as na universalidade – o movimento de apreender as demandas de forma ampla e complexa, determinadas pela disputa de forças e interesses sociais antagônicos – e na particularidade – a qual permite que a (re)construção do objeto de intervenção profissional ganhe sentido analítico-operacional, expresso nas intervenções. (PONTES, 2003).

Nesse sentido, as demandas para o serviço social chegam a partir dos objetivos institucionais e são direcionadas pela requisição da instituição ao profissional. Isso não significa que todas as demandas sejam, necessariamente, provenientes do empregador, porque também os usuários apresentam suas demandas. Ambas devem ser processadas no campo das mediações para uma intervenção crítica e de compromisso ético-político com a classe trabalhadora.

Dentre as demandas citadas, são afins às competências25 do assistente social: família em descumprimento das condicionalidades do bolsa família; notificação de violência para pacientes vítimas; atendimento ao estudante de serviço social; informações, orientações sobre os direitos; orientações jurídicas, entre outras.

Entretanto, nas falas dos entrevistados, observaram-se interpretações que colocaram, como demandas do Serviço Social, aquelas institucionais ou mesmo necessidades sociais. Tais objetos estão articulados, mas com características

25 As competências determinadas no artigo 4º da Lei 8.662/93 de Regulamentação Profissional, correspondem às determinadas atividades cujo exercício é possibilitado por um conjunto de saberes e habilidades, acumulados no processo de formação.

diferentes, sendo pressuposto fundamental, na análise do significado das demandas e dos dados apresentados, clarificar os conceitos que geraram indistinção no ponto aqui problematizado.

Atinente ao conceito de necessidades humanas, Pereira (2006a, p. 70) refere que:

Embora seja difícil precisar o que sejam necessidades humanas, existem contribuições teóricas não convencionais, tributárias da tradição marxista, que nos ajudam a identificá-las no marco das relações sociais e, portanto, como algo que não existe a priori, mas determinado por formas concretas de vida em sociedade. É por isso que para essas teorias não existe uma necessidade (individual), mas necessidades (sociais), assim como não existem sujeitos de necessidades, mas relações entre indivíduos que se tornam sujeitos quando entram em relação para suprir necessidades comuns (Brage, 1999, 21). Tal entendimento é fundamental para estabelecer a diferença entre a mera carência material e necessidades sociais como um conceito complexo, avesso a naturalizações e fatalismos.

Assim, as necessidades humanas vão além de um mero desejo dos sujeitos; elas são resultado das relações presentes na vida coletiva. Ou seja, as necessidades humanas não são produto meramente da subjetividade dos indivíduos, elas estão imbricadas nas determinações da sociedade capitalista vigente. Por essa razão, as necessidades humanas são intermediadas pelo conflito capital/trabalho, e produto da questão social.

Questão social, segundo Iamamoto (2008, p. 27-28) define-se como:

O conjunto das expressões das desigualdades das sociedades capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade. [...] Questão social que, sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem e se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movidos por interesses sociais distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em sociedade.

A questão social tem sua gênese atrelada às desigualdades, cujas bases estão no modo de produção capitalista. Nessa dinâmica conjuntural, a questão social

mantém as suas raízes, que partem do sistema capitalista de produção, todavia assume novas roupagens (nos termos de Iamamoto (2011)) compatível com a dinâmica da conjuntura.

Destarte, essa é mais que uma simples “questão” ou problemática; é um complexo da realidade social, que envolve a disputa de classes, as necessidades humanas não atendidas dos indivíduos, a presença/ausência da resposta do Estado na forma de política pública, as relações de trabalho – na qual se encontra, também, o assistente social como trabalhador assalariado – enfim, envolve os impactos da desigualdade social, presentes no modo de ser do sistema capitalista.

Trabalhar fundamentado na questão social como objeto é, portanto, apropriar- se das mudanças que vêm ocorrendo na sociedade, inscritas, principalmente, nas construções históricas e dos contextos sociais com base nas (re)configurações que a relação capital/trabalho vai delineando. Ademais, a reivindicação da classe trabalhadora tem pautado, historicamente, as expressões dessa desigualdade – por exemplo: violência, pobreza, desemprego, etc. – na agenda do Estado. Pressionado pelos movimentos sociais, este passa a responder às necessidades sociais por meio da garantia de direitos e da política pública.

Todavia, a questão social é um horizonte amplo e macrossocietário, considerando que engloba todas as situações fruto da opressão e das determinações capitalistas. Para o trabalho cotidiano, faz-se necessária uma compreensão também direcionada e mais minuciosa desse processo.

Nas falas do(a)s entrevistado(a)s, aparecem, como demandas, algumas necessidades sociais, do tipo: idosos com suspeita de isolamento social; necessidade de medicamentos; família em situação de insegurança alimentar; dependência química.

É importante fazer o movimento dialético da mediação: singularidade (demandas), universalidade (macroestrutura que determinam as necessidades humanas), para voltar a particularidade (ação a partir das demandas incorporadas de totalidade social), e, dessa maneira, intervir qualificadamente e com compromisso ético-político, conectando experiência e ideologia.

As necessidades sociais, advindas da questão social, são incorporadas pelo mercado, recebendo a configuração de demandas institucionais. As demandas institucionais também aparecem nas entrevistas, incorporadas às do Serviço Social. São elas: denúncias oriundas do conselho tutelar, do ministério público, do disque

100, das promotorias, das delegacias e denúncias anônimas; atendimento do paciente oncológico e seus familiares; o próprio usuário e a família; tudo relacionado ao idoso e à família.

Vale ressaltar que as demandas institucionais advêm do seu “público-alvo”26, o qual “expressa os critérios de elegibilidade que refletem a segmentação e a estratificação da população em políticas setoriais, cada vez mais recortadas nas respostas institucionais às refrações da questão social” (SERRA, 2000, p.150).

O serviço social é uma profissão integrante do espaço institucional, requisitado para atender a determinadas demandas daquele espaço sócio-organizacional. Assim, é possível perceber que existem, por sua vez, as demandas que são do Serviço Social, como as outrora citadas.

Ratifica-se que é indispensável entender as necessidades humanas, pois estas – além de serem precursoras das demandas apresentadas aos assistentes sociais todos os dias – constituem a base para a formulação das políticas sociais. Essas últimas, por sua vez, são produto da luta de classes e dos movimentos sociais que reivindicam direitos e melhores condições de vida.

Nos termos de Pereira (2006a, p. 68):

Se analisarmos criteriosamente o processo de formação e desenvolvimento das políticas públicas, veremos que na base de cada uma delas encontram-se necessidades humanas, que foram problematizadas e se transformaram em questões de direito.

As entrevistas revelam, ainda, outro aspecto já incitado na pergunta do questionário. Ao pensar em abordar as demandas, estabeleceu-se o objetivo de apreender quais as “do” e “para” o serviço social identificadas pelos profissionais. O propósito era reconhecer quais as demandas designadas ao assistente social, mas que não se relacionam com as suas competências profissionais; nas falas, aparecem: marcação de consulta; ligar para Unidade de Gerenciamento de Vagas para viabilizar vaga em leitos; notícia de óbito; xerox de prontuário.

26 Esse termo foi cunhado no momento de influência do funcionalismo no serviço social, no momento histórico em que se trabalhava serviço social de caso, grupo e comunidade; este definia a população objeto de intervenção profissional, todavia relacionado a uma noção de que a finalidade do exercício do assistente social era modificar o segmento populacional com o qual trabalhava, desconsiderando- se o contexto da totalidade no entendimento da questão social.

Observou-se que alguns profissionais identificam tais “demandas”, que muito mais se assemelham com as atribuições (as quais serão discutidas no próximo item), como indevidas ao seu exercício profissional, mas executam em defesa da permanência no emprego ou por caracterizar uma atividade tradicional ao setor, e ainda não conseguiram mudar a prática. Entretanto, alguns outros mantêm essas tarefas sem reflexão crítica acerca das competências do assistente social.

Diante do exposto, a análise se direciona a compreender que a resposta às demandas deve se processar no conjunto da instrumentalidade para que seja qualificada e contextualizada em sentido amplo de garantir direitos e de materialização do projeto ético-político do serviço social.

Do contrário, nas intervenções profissionais irá prevalecer uma postura conservadora que culpabiliza os sujeitos por sua situação, seguindo, assim, uma tendência ideológica cada vez mais presente nas políticas sociais, a qual compreende as necessidades humanas como problemática apenas subjetiva, solúvel na esfera do mercado. Nesse sentido, o fragmento abaixo é pertinente:

Na base dessas concepções está uma forte justificação ética – partilhada tanto por progressistas como por liberais e conservadores – que expressa a convicção de que é moralmente mais consistente equiparar necessidades a preferências subjetivas, porque só os indivíduos ou grupos particulares sabem dos seus carecimentos e, por isso, são mais capazes que as instituições coletivas de traçar os objetivos e prioridades que melhor lhes convêm. (PEREIRA, 2006b, p. 40).

De acordo com Guerra (2012), a ausência de precisão entre necessidade e demanda decorre do padrão atual das políticas sociais assistencialistas e fragmentadas, as quais incorporam a lógica do mercado e se voltam cada vez mais à individualização da questão social. Isso repercute no trabalho profissional de forma que predispõe uma intervenção “pontual, focalizada, imediata, burocrática, mimética, repetitiva, pragmática e eminentemente instrumental” (GUERRA, 2012, p.53), limitando-se à rotina cotidiana.

A conjuntura é, sobretudo, complexa caminhando a uma barbárie, a maior precarização das políticas sociais, a mínima importância em responder ao agravamento da questão social; ao mesmo tempo que se criam e se renovam cada vez mais espaços sócio-ocupacionais do assistente social, o qual já conquistou – e

luta para manter – um reconhecimento social tanto das suas habilidades profissionais, quanto do desenvolvimento das produções intelectuais. Nesse sentido, o contexto exige cada vez mais qualificação e competência para seguir atuando com o compromisso ético-político de defesa intransigente dos direitos da classe trabalhadora e emancipação dos sujeitos sociais.

Partindo das premissas problematizadas, pode-se concluir que a delimitação e a reflexão crítica acerca das demandas do Serviço Social deve ser um exercício para uma atividade profissional comprometida com o Código de Ética e a Lei de Regulamentação da Profissão. Ao estabelecer tais parâmetros, é possível vislumbrar o trabalho do assistente social com mais objetividade, à luz de limites e possibilidades.

Nesse sentido, distanciam-se da intervenção qualificada posturas profissionais: messiânicas, que abarcam as necessidades sociais na sua amplitude, como objeto de intervenção e a profissão como salvadora da questão social, colocando a prática sob o viés da caridade e da benesse; ou mesmo a postura que acredita que a profissão é capaz de fazer a revolução social, não compreendendo esse processo como inerentemente coletivo e produto da luta de classes. Existem, ainda, as concepções fatalistas que atuam sem objetivos e entendem a realidade como um amontoado de impossibilidades.

Essa concepção é mais bem explicada por Iamamoto (2011, p.417, grifo do autor), nos seguintes termos:

Assim, um desafio é romper as unilateralidades presentes nas leituras do trabalho do assistente social como vieses ora fatalistas, ora messiânicos tal como se constata no cotidiano profissional. As primeiras superestimam a força e a lógica do comando do capital no processo de (re)produção, submergindo a possibilidade dos sujeitos atribuírem direção às suas atividades. Com sinal trocado, no viés voluntarista, a tendência é silenciar ou subestimar os determinantes histórico-estruturais objetivos que atravessam o exercício de uma profissão, deslocando a ênfase para a vontade política do coletivo profissional, que passa a ser superestimada, correndo-se o risco de diluir a profissionalização na militância stricto sunsu.

Essas concepções ideológicas não estão apenas no plano das ideias e das discussões acadêmicas; Elas se fazem presentes nas intervenções imóveis, meramente burocráticas, que desconhecem ou não utilizam no cotidiano o aparato

legislativo que subsidia a prática do assistente social e não procuram estratégias para defesa do projeto ético-político. A atitude de conformidade já é uma atitude, que elege uma prática despolitizada em prol da esmagadora ideologia dominante do capitalismo.

Aqui, leva-se em consideração a condição de trabalhador assalariado a que está submetido o assistente social, e, ainda, todos as possíveis implicações e limites desse determinante para o posicionamento do profissional, além de reconhecer o contexto de refluxo da organização política e das leis que amparam o trabalhador. Vale ressaltar, porém, o aspecto subjetivo, que consiste em buscar o conhecimento e aportes teórico-metodológicos e críticos, para subsidiarem, minimamente, uma leitura de conjuntura coerente com o projeto ético-político do serviço social.

Assim, as demandas são um recorte do objeto de intervenção profissional (a questão social), que se apresentam no cotidiano no campo da singularidade e, motivam/justificam a atuação do assistente social na sociedade. Pensar as demandas profissionais implica problematizar as mediações necessárias para totalizá-las na universalidade e particularizá-las nas ações profissionais, dentro de uma postura com direção política e ideológica.

Em seguimento à análise da pesquisa – objeto deste estudo – o próximo ponto tem a preocupação em discutir as atribuições do assistente social. Para isso, consideraram-se as atribuições privativas e as competências do assistente social previstas na Lei de Regulamentação da Profissão, além dos documentos do CFESS sobre os Parâmetros para Atuação do Assistente Social na Saúde (2010) e na Assistência Social (2011).

3.2 ATRIBUIÇÕES: ENTRE OS LIMITES E POSSIBILIDADES PARA AS