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1 INTRODUÇÃO

2.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Para Basso, Brizolla e Filipin (2017, p. 308) “a Demonstração do Resultado do Exercício é o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado período ou exercício social." A DRE, é uma apresentação em forma resumida, das operações realizadas pela organização, durante o exercício social, demonstradas de forma a evidenciar o resultado líquido do período, incluindo o que se denomina de receitas e despesas realizadas (MARTINS et al., 2013).

Conforme Warren et al. (2009, p. 24) “a demonstração do resultado do exercício é um resumo das receitas e despesas em um período específico, como um mês ou um ano”. Dessa forma, a lei nº 6.404/76 define o conteúdo da Demonstração do Resultado do Exercício, que deve ser apresentada na forma dedutiva, com os detalhes necessários das receitas, despesas, ganhos e perdas e definindo claramente o lucro ou prejuízo líquido do exercício, e por ação, sem confundir-se com a conta de Lucros Acumulados, onde é feita a distribuição ou alocação do resultado. [...] A entidade em estudo deve apresentar todos os itens de receita e despesa realizados no período da Demonstração do Resultado do Exercício (MARTINS et al., 2013).

Segundo Basso, Brizolla e Filipin (2017) a Demonstração do Resultado do Exercício é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de tempo de operações da Entidade. Dessa maneira, ela informa a confrontação de despesas com as receitas geradas durante determinado período por essas despesas. Demonstra também, quanto as receitas excederam as despesas incorridas. Esse excesso de receitas sobre despesas é chamado lucro líquido ou resultado líquido. Quando as despesas excedem as receitas, o excesso é um prejuízo líquido (WARREN et al., 2009).

Sendo assim, elaborada para demonstrar a formação do resultado final do exercício, ou seja, o lucro ou o prejuízo, a DRE está estruturada de forma a evidenciar as diversas fases do resultado, iniciando com o valor da receita operacional bruta apurada nas operações de vendas e de prestação de serviços da entidade, passando pela dedução dos encargos tributários, devoluções e abatimentos a ela relativos, bem como dos seus respectivos custos, apurando-se o lucro operacional bruto (BASSO; BIZOLLA; FILIPIN, 2017).

Conforme Martins et al. (2013, p. 561), na demonstração do resultado do exercício serão computados: “a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos”.

Dentre os elementos que integram a DRE: a Receita (Operacional) Bruta – correspondente aos valores contabilizados nas contas representativas das operações de vendas de mercadorias e produtos fabricados pela empresa, bem como da prestação de serviços,

quando for o caso; as Deduções da Receita (Operacional) Bruta – no montante das vendas e da prestação de serviços, em geral estão embutidos valores relativos a impostos e contribuições, bem como abatimentos e devoluções; Receita (Operacional) Líquida – resultado da subtração do valor da receita operacional bruta, do valor das deduções; Custo da Mercadoria/Produto Vendido – no processo de contabilização das operações da entidade, é contabilizado o CMV, no caso das empresas comerciais, dos produtos vendidos e dos serviços prestados, que geram os valores para compor esse item; Lucro (Operacional) Bruto – é a diferença entre o valor da receita operacional líquida e o valor do CMV (BASSO; BIZOLLA; FILIPIN, 2017).

Ainda, segundo Basso, Brizolla e Filipin (2017),as Despesas (Operacionais) – realizadas em decorrência das atividades gerais e administrativas da entidade; Outras Receitas e Despesas (Operacionais) – insere todas as contas de receitas e ou/despesas operacionais não classificadas nos itens anteriores; Resultado (Operacional) Líquido – é o lucro ou o prejuízo operacional da entidade; Resultado não Operacional – engloba as contas representativas de receitas e despesas consideradas não operacionais; Resultado Antes do Imposto de Renda – diferença obtida entre o Lucro (Operacional) Líquido e o Resultado não Operacional; Provisão para o imposto de Renda e da Contribuição Social – valor da provisão para imposto de renda; Participações e Contribuições – valores da distribuição de resultado à título de participação de debenturistas, entre outros; e por fim o Resultado Líquido do Exercício – que é obtido pela diferença dos valores do Resultado antes do Imposto de Renda e dos itens de Provisão para o Imposto de Renda e Participações e Contribuições, constituindo-se como resultado final do período. Isto posto, observa-se na sequência um modelo de Demonstração do Resultado do Exercício.

Portanto, em concordância com Martins et al. (2013, p.563) o objetivo da DRE, “é fornecer informações aos usuários das demonstrações financeiras da empresa, como já indicado, os dados básicos e essenciais da formação do resultado (lucro ou prejuízo) do exercício”. Dessa forma, a DRE para a área rural, define-se como um relatório sucinto das operações realizadas por uma empresa rural durante determinado período de tempo, constando nele um dos valores mais relevantes: o resultado líquido do exercício (CREPALDI, 2011).

Quadro 1- Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita Bruta de Vendas - Produtos Agrícolas R$

(-) Dedução de Vendas

(-) Tributos

(=) Receita Operacional Líquida

(-) Custo dos Produtos Vendidos

(=) Lucro Operacional Bruto

(-) Despesa com Vendas

(-) Despesas Financeiras

(+) Receitas Financeiras

(-) Despesas Gerais e Administrativas

(-) Outras Despesas Operacionais

(=) resultado Operacional Líquido

(-) Imposto de Renda

(-) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

(=) Resultado após IR e CSLL

(-) Despesas com participações estatutárias

Lucro/Prejuízo do Exercício

Fonte: Crepaldi (2011, p. 88) (adaptado pela autora).

Segundo Crepaldi (2011) verifica-se a importância da Demonstração do Resultado do Exercício para as propriedades rurais, pois com ela o agricultor alcança o objetivo de ilustrar a situação patrimonial, econômica e financeira de sua entidade rural, auxiliando-o no planejamento, gestão e controle de sua organização.

2.3.1 Indicadores de resultado

O estudo da rentabilidade tem por finalidade constatar os percentuais de remuneração dos diversos tipos de indicadores de capitais, de ativos, e de outros aspectos do patrimônio da empresa (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015).

Para identificar a lucratividade e a rentabilidade do investimento, são calculados indicadores a partir da demonstração de resultados do exercício (DRE). Esse demonstrativo é dinâmico e responsável por sintetizar as operações que dão origem ao resultado de um determinado período, por meio do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência. A DRE é capaz de gerar informações significativas para a tomada de decisão (BASSO; BIZOLLA; FILIPIN, 2017).

Assim sendo, dentre os indicadores de resultado destaca-se: a Margem Bruta (MB), que é o custo da mercadoria vendida (CMV) dividido pela Receita Operacional; a Margem Líquida (ML), que é o Lucro Líquido dividido pelas Receitas Operacional; a Margem Operacional, que é igual ao lucro antes dos juros e imposto de renda (LAJIR) dividido pela Receita Operacional; e o retorno obre investimento (ROI) ou rentabilidade que se refere ao lucro líquido dividido pelo Ativo Total ou total dos investimentos (MULLER; ANTONIK, 2008).

A Margem de Lucro Bruto mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas após a empresa deduzir o valor dos bens vendidos, dessa forma quanto maior a margem de lucro, melhor, isto é, menor será o custo das mercadorias vendidas. Posto isso, a Margem Líquida mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas remanescente após a dedução de todos os custos e despesas, quanto mais elevada a margem de lucro líquido de uma organização melhor. Logo, a Margem Operacional mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda remanescente após a dedução de todos os custos e despesas exceto juros, IR, e dividendos de ações preferencias (GITMAN,2009).

Segundo Ensslin et al., (2009) O Retorno sobre Investimentos (ROI) é frequentemente usado como o último teste de eficiência do centro de responsabilidade. Ele compreende bem as variáveis que afetam a rentabilidade. Nesse sentido, Neves e Viceconti (2003) definem que este índice pretende medir a eficiência com que os administradores aplicaram os recursos em investimentos destinados a uso e operação na empresa (ativo operacional), de modo a contribuir para a geração de receitas.

Conforme Gitman (2009), o retorno sobre o ativo total, muitas vezes chamado de retorno sobre o investimento (ROI), mede a eficácia geral da administração na geração de lucros a partir dos ativos disponíveis. Quanto mais elevado o retorno sobre o ativo de uma empresa, melhor.

Os indicadores de rentabilidade visam demonstrar quanto renderam os investimentos realizados pela organização, possibilitando assim a análise da lucratividade de um negócio e de que forma o lucro é gerado. Para tanto, é de fundamental importância que a empresa tenha obtido resultados positivos no período a ser verificado (SEBRAE, 2011).

A rentabilidade pode ser vista como um indicador de atratividade do negócio, pois evidencia o tempo de retorno dos investimentos realizados pela entidade. Para calcula-la é necessário dividir o valor do resultado do período a ser analisado (pode ser um mês ou um ano) pelo valor do capital aplicado (investimento) e multiplicar por cem, chegando assim à taxa de retorno de capital investido naquele período (SOSCHINSKI et al., 2018). Além da rentabilidade, tem-se ainda outro indicador a lucratividade, considerado também um fator determinante no processo decisório.

Para Brizolla (2008), a lucratividade é um indicador de eficiência operacional obtido sob a forma de valor percentual que indica o ganho que a empresa consegue gerar sobre a atividade que desenvolve. O tempo de retorno de investimento é um indicador de atratividade do negócio, pois mostra o tempo necessário para que o empreendedor recupere tudo o que

investiu, sendo obtido sob a forma de unidade de tempo e consiste, basicamente, em uma modalidade de cálculo inversa à da rentabilidade.

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