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O n.º 5 do artigo 65.º do Código das Sociedades Comerciais estipula que, no final de cada exercício económico, todas as entidades têm o dever de relatar a gestão e apresentar contas “(…),salvo casos particulares previstos na lei, no prazo de três meses

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a contar da mesma data quando se trate de sociedades que devam apresentar contas consolidadas ou que apliquem o método da equivalência patrimonial.”

O POC apresenta as três demonstrações financeiras obrigatórias para as entidades que são obrigadas a aplicar das normas dispostas no POC:

 O Balanço;

 A Demonstração de Resultados;

 O Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados (ABDR). Os documentos indispensáveis para a prestação de contas (CSC)

 Relatório de Gestão

 Certificação Legal das contas

 Relatório Anual da Fiscalização (SA)

O relatório de gestão, as contas do exercício e os demais documentos de prestações de contas devem ser apresentados ao órgão competente e por este apreciados, salvo nos casos previstos na lei, no prazo de 3 meses a contar da data de encerramento de cada exercício anual, ou no prazo de 5 meses a contar da mesma data quando se trate de sociedades que devam apresentar contas consolidadas ou que apliquem o método da equivalência patrimonial.

3.8.1. BALANÇO

A partir do Balancete de Encerramento elabora-se o Balanço (Anexo 30). O Balanço é uma demonstração financeira que apresenta a posição financeira da empresa no final do exercício económico e que expõem os seus activos, passivos e capital próprio, devidamente agrupados e classificados.

O Balanço regista três componentes básicas da informação:

 Mostra de que forma os activos da empresa se decompõem, mostra a distribuição dos recursos económicos da empresa, o montante de dinheiro em caixa, o valor das existências, entre outros;

 Regista os passivos da empresa, dívidas a fornecedores, dívidas de empréstimos ou qualquer outro custo ainda não pagos;

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 Apresenta a decomposição do Capital Próprio, qual a quantidade de capital investido pelos proprietários ao longo dos anos e a quantidade de lucro (RL) apurado.

3.8.2. DEMONSTRAÇÃO E RESULTADOS

A Demonstração de Resultados é um documento que serve de base ao estudo da situação económica. Ilustra como variou a situação patrimonial de uma empresa durante um período de tempo (um trimestre, um semestre, um ano), ou seja, de como decorreu a actividade da empresa.

Esta demonstração financeira permite estabelecer comparações quantitativas relativamente ao passado, à concorrência directa, detectar eventuais desvios entre o desempenho esperado e o real e fazer projecções sobre o futuro desempenho da empresa.

Existem dois tipos de demonstrações:

a) Demonstração de Resultados por natureza: relata a evolução entre 2 balanços, indicando a forma como se desempenhou a actividade, que proveitos se geraram e com que custos.

b) Demonstração de Resultados por funções: este modelo, alem da melhoria da comparabilidade da informação financeira e dos instrumentos de análise, e de evidente utilidade para a gestão das empresas, sendo este também o modelo de maior divulgação internacional.

A Galileu Norte SA., elaborou a Demonstração de Resultados por Natureza (Anexo 31).

3.8.3. ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

O Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados ABDR (Anexo 32) abrange um conjunto de informações com objectivo de complementar a informação financeira fornecida pelo Balanço e pela Demonstração de Resultados, e que não é possível fornecer através destas duas peças finais.

Sandino Delgado - Gestão 75 Abrange um conjunto de informações que se destinam, umas a desenvolver e comentar quantias incluídas no Balanço e na Demonstração de Resultados, e outras a divulgar situações que, não tendo expressão no Balanço e na Demonstração de Resultados, são úteis para o leitor das contas, pois influenciam ou podem influenciar a posição financeira da empresa e consequentemente as decisões dos utentes das demonstrações financeiras em relação à empresa.

3.8.4. RELATÓRIO DE GESTÃO

O Relatório de Gestão (Anexo 33) tem como objectivo completar e esclarecer as informações fornecidas pelas Demonstrações Financeiras. De acordo com o n.º 1 do artigo 65.º do Código das Sociedades, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 262/86, de 2 de Setembro “(…)os membros da administração devem elaborar e submeter aos órgãos

competentes da sociedade o relatório de gestão, as contas do exercício e demais documentos de prestação de contas previstos na lei, relativos a cada exercício anual.”

O artigo 66.º do mesmo código vem referir que:

“1 – O relatório da gestão deve conter, pelo menos, uma exposição fiel e clara da evolução dos negócios, do desempenho e da posição da sociedade, bem como uma descrição dos principais riscos e incertezas com que a mesma se defronta.

(…)

5 – O relatório deve indicar, em especial:

a) A evolução da gestão nos diferentes sectores em que a sociedade exerceu actividade, designadamente no que respeita a condições do mercado, investimentos, custos, proveitos e actividades de investigação e desenvolvimento;

b) Os factos relevantes ocorridos após o termo do exercício; c) A evolução previsível da sociedade;

d) O número e o valor nominal de quotas ou acções próprias adquiridas ou alienadas durante o exercício, os motivos desses actos e o respectivo preço, bem como o número e valor nominal de todas as quotas e acções próprias detidas no fim do exercício;

e) As autorizações concedidas a negócios entre a sociedade e os seus administradores, nos termos do artigo 397º;

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f) Uma proposta de aplicação de resultados devidamente fundamentada. g) A existência de sucursais da sociedade.

h) Os objectivos e as políticas da sociedade em matéria de gestão dos riscos financeiros, incluindo as políticas de cobertura de cada uma das principais categorias de transacções previstas para as quais seja utilizada a contabilização de cobertura, e a exposição por parte da sociedade aos riscos de preço, de crédito, de liquidez e de fluxos de caixa, quando materialmente relevantes para a avaliação dos elementos do activo e do passivo, da posição financeira e dos resultados, em relação com a utilização dos instrumentos financeiros.

3.8.5. CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS

A certificação legal das contas exprime a opinião do revisor oficial de contas de que as demonstrações financeiras apresentam ou não, de forma verdadeira e apropriada, a posição financeira da empresa ou de outra entidade, bem como os resultados das suas operações, relativamente à data e ao período a que as mesmas se referem.

“1 – O contrato de sociedade pode determinar que a sociedade tenha um conselho fiscal, que se rege pelo disposto a esse respeito para as sociedades anónimas.

2 – As sociedades que não tiverem conselho fiscal devem designar um revisor oficial de contas para proceder à revisão legal desde que, durante dois anos consecutivos, sejam ultrapassados dois dos três seguintes limites:

a) Total do balanço: 1 500 000 euros;

b) Total das vendas líquidas e outros proveitos: 3 000 000 euros;

c) Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 50. 3 – A designação do revisor oficial de contas só deixa de ser necessária se a sociedade passar a ter conselho fiscal ou se dois dos três requisitos fixados no número anterior não se verificarem durante dois anos consecutivos.”

Sandino Delgado - Gestão 77 3.8.6. RELATÓRIO ANUAL DA FISCALIZAÇÃO (SOCIEDADE ANÓNIMA)

Segundo Artigo 420º nº 1 al.) g, do CSC compete ao fiscal único ou conselho fiscal da sociedade, elaborar anualmente relatório sobre a sua acção fiscalizadora e dar parecer sobre o relatório, contas e propostas apresentadas pela administração.

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