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Derivadas de Distribui¸c˜ oes

No documento 1875 37.2 Transformadas de Fourier (páginas 34-37)

37.3 Distribui¸ c˜ oes e Distribui¸ c˜ oes Temperadas

37.3.4 Derivadas de Distribui¸c˜ oes

Uma das raz˜oes pelas quais definimos distribui¸c˜oes sobre espa¸cos de fun¸c˜oes infinitamente diferenci´aveis ´e que isso torna poss´ıvel definir a no¸c˜ao dederivada de uma distribui¸c˜ao. Exemplos de interesse de derivadas de distribui¸c˜oes ser˜ao apresentados na Se¸c˜ao 37.3.4.1, p´agina 1933, e na Se¸c˜ao 37.3.4.2, p´agina 1934. Comecemos a discuss˜ao com o caso unidimensional.

Um dos aspectos mais atraentes que resultar˜ao dessa empreitada ser´a a possibilidade de se oferecer um sentido (distribucional) `as derivadas de certas fun¸c˜oes que n˜ao s˜ao diferenci´aveis no sentido tradicional. Outro aspecto atraente ser´a a possibilidade de se estender a no¸c˜ao de equa¸c˜oes diferenciais (lineares, ao menos) para distribui¸c˜oes.

•Derivadas de distribui¸c˜oes emR

Sejafum elemento deD(R) (ou deS(R)). Como ´e bem sabido, sua derivada emx∈R´e dada por

y a correspondente a¸c˜ao do grupo de transla¸c˜oes em distribui¸c˜oes (vide acima), ´e natural definir-se a derivada de uma distribui¸c˜aoT∈D(R) por

T := lim

caso esse limite exista. A existˆencia do limite ´e f´acil de ser estabelecida pontualmente. De fato, seffor um elemento de D(R) (ou deS(R)), temos que

1 a

T

a−id T

(f) = 1 a

T

aT

(f)−T(f)

= 1 a

T(Taf)−T(f)

= T Taf−f

a

.

Agora, lim

a0

(Taf)(x)−f(x)

a = lim

a0

f(x−a)−f(x)

a =−f(x), sendofum elemento deD(R) (ou deS(R)), com a convergˆencia se dando tamb´em na topologia deD(R) (ou deS(R)). Portanto, a continuidade deT implica

T(f) = lim

a0T Taf−f

a

= −T(f). Vemos com isso que a derivada deTest´a bem definida e vale

T(f) = −T(f). (37.218)

Assim, distribui¸c˜oes s˜ao sempre diferenci´aveis e, em verdade, infinitamente diferenci´aveis, como n˜ao ´e dif´ıcil de se ver, repetindo-se a argumenta¸c˜ao.

Antes de generalizarmos esses fatos, tratemos de mais uma motiva¸c˜ao para a rela¸c˜ao (37.218).

•Derivadas de certas distribui¸c˜oes regulares emR

Sejag:R→Cuma fun¸c˜ao diferenci´avel e localmente integr´avel, cuja derivada seja tamb´em localmente integr´avel.

Ent˜ao, por (37.168),TgeTgdefinem distribui¸c˜oes regulares emD(R). Notemos agora que para todafdeD(R) vale Tg(f) =

Z

−∞

g(x)f(x)dx = − Z

−∞

g(x)f(x)dx = −Tg(f) (37.219) (a segunda igualdade segue de integra¸c˜ao por partes pois, pelas hip´oteses, lim

x→±∞g(x)f(x) = 0). Seguindo a ideia de identificar uma distribui¸c˜ao com a “fun¸c˜ao generalizada” que a representa (vide discuss˜ao `a p´agina 1918), podemos interpretarTgcomo sendo a derivada da distribui¸c˜aoTge temos, novamente, portanto,Tg(f) =−Tg(f).

Esses coment´arios motivam a defini¸c˜ao da no¸c˜ao de derivada de uma distribui¸c˜ao geral.

•Definindo derivadas de distribui¸c˜oes emR

Defini¸c˜ao 37.1SeT ∈D(R)´e uma distribui¸c˜ao qualquer, definimos sua derivadaT∈D(R)como sendo a distri-bui¸c˜ao dada por

T(f) := −T(f) (37.220)

para todaf∈D(R). Assim, na nota¸c˜ao de emparelhamento, hT, fi = − hT, fi.

Note-se que, com isso, (37.219) informa-nos que para toda fun¸c˜ao diferenci´avel e localmente integr´avelg, cuja derivada seja tamb´em localmente integr´avel, vale a seguinte rela¸c˜ao entre distribui¸c˜oes regulares:

(Tg) = Tg.

Na nota¸c˜ao integral para distribui¸c˜oes, set(x)´e a “fun¸c˜ao generalizada” que representaT, temos Z

−∞

t(x)f(x)dx = − Z

−∞

t(x)f(x)dx .

E um exerc´ıcio elementar constatar que´ T, assim definida, ´e de fato uma distribui¸c˜ao. Fazendo uso do fato de lidarmos com fun¸c˜oes infinitamente diferenci´aveis podemos generalizar ainda mais essa defini¸c˜ao

Defini¸c˜ao 37.2SeT∈D(R)´e uma distribui¸c˜ao qualquer en∈N0, definimos an-´esima derivada deT, denotada por T(n)∈D(R), como sendo a distribui¸c˜ao dada por

T(n)(f) := (−1)nT f(n)

(37.221) para todaf∈D(R). Assim, na nota¸c˜ao de emparelhamento,

D T(n), fE

= (−1)nD T, f(n)E e na nota¸c˜ao integral, set(x)´e a “fun¸c˜ao generalizada” que representaT,

Z

−∞

t(n)(x)f(x)dx = (−1)n Z

−∞

t(x)f(n)(x)dx .

Novamente, ´e um exerc´ıcio elementar constatar queT(n), assim definida, ´e de fato uma distribui¸c˜ao. No sentido da defini¸c˜ao acima, distribui¸c˜oes s˜ao infinitamente diferenci´aveis.

No que segue, denotaremos a derivada de uma distribui¸c˜aoT porTou tamb´em pordxdT. Analogamente, an-´esima derivadaT(n)tamb´em ser´a por vezes denotada pordxdnnT.

Mais considera¸c˜oes sobre a continuidade de derivadas de distribui¸c˜oes regulares ser˜ao apresentadas logo adiante. ´E importante notar que seTgfor uma distribui¸c˜ao regular, sua derivadaTgn˜ao ´e necessariamente uma distribui¸c˜ao regular (a fun¸c˜aogpode n˜ao ser diferenci´avel, ou sua derivadas pode n˜ao ser localmente integr´avel). Um exemplo desse tipo ´e discutido na Se¸c˜ao 37.3.4.2, logo adiante: para a fun¸c˜ao de HeavisideH, tem-seTH0.

•Derivadas de distribui¸c˜oes temperadas emR

Todos os coment´arios e defini¸c˜oes acima particularizam-se para distribui¸c˜oes temperadas: seT∈S(R) definimos suan-´esima derivada por

D T(n), fE

= (−1)nD T, f(n)E

, ∀f∈S(R)

e, em especial, segfor uma fun¸c˜aonvezes diferenci´avel e de crescimento polinomialmente limitado cujasnprimeiras derivadas s˜ao igualmente de crescimento polinomialmente limitadas, temos para distribui¸c˜oes regulares

(Tg)(n) = Tg(n),

como facilmente se constata via integra¸c˜ao por partes. Mais considera¸c˜oes sobre a continuidade de derivadas de distri-bui¸c˜oes temperadas regulares ser˜ao apresentadas logo adiante.

E importante observar que pode ocorrer de uma fun¸c˜´ aogser de crescimento polinomialmente limitado mas n˜ao suas derivadas. Considere-seg(x) = cos ex4

,x∈R. Essa fun¸c˜ao ´e de crescimento polinomialmente limitado, mas g(x) =−4x3ex4sen ex4

n˜ao ´e. Nesse caso (Tg)est´a definida enquanto distribui¸c˜ao temperada, masTgn˜ao est´a.

Esse ´ultimo exemplo ´e interessante, poisTg est´a, por´em, definida como distribui¸c˜ao (n˜ao temperada). Trata-se, portanto, de um elemento deD(R) que n˜ao pertence aS(R). EmD(R) vale at´e a igualdade (Tg)=Tg, a qual n˜ao faz sentido emS(R).

•Derivadas parciais de distribui¸c˜oes emRn

As defini¸c˜oes acima estendem-se naturalmente a distribui¸c˜oes definidas emRn:

Defini¸c˜ao 37.3SeT∈D(Rn)´e uma distribui¸c˜ao qualquer eα´e um multi-´ındice, definimos a distribui¸c˜aoDαTcomo sendo a distribui¸c˜ao emD(Rn)dada por

DαT

(f) := (−1)|α|T Dαf

(37.222) para todaf∈D(Rn). Assim, na nota¸c˜ao de emparelhamento,

hDαT, fi = (−1)|α|hT, Dαfi e na nota¸c˜ao integral, set(x)´e a “fun¸c˜ao generalizada” que representaT,

Z

Rn

Dαt

(x)f(x)dnx = (−1)|α| Z

Rn

t(x) Dαf (x)dnx .

E um exerc´ıcio elementar provar, usando as defini¸c˜´ oes acima, queDαT´e de fato uma distribui¸c˜ao.

Uma vez entendido que distribui¸c˜oes s˜ao objetos infinitamente diferenci´aveis, podemos tamb´em definir certos tipos de equa¸c˜oes diferenciais para distribui¸c˜oes, o que faremos mais adiante, limitando nossa discuss˜ao a equa¸c˜oes lineares.

37.3.4.1 Alguns Exemplos de Derivadas de Distribui¸c˜oes

•Derivadas de distribui¸c˜oes regulares

Sejahuma fun¸c˜ao localmente integr´avel emRne sejaTha correspondente distribui¸c˜ao regular definida em (37.168).

Seβ´e umn-multi-´ındice,DβTh´e definida por

hDβTh, ϕi ≡ DβTh(ϕ) := (−1)|β| Z

Rn

h(x)Dβϕ

(x)dnx (37.223)

para todoϕ∈D(Rn). Que (37.223) est´a bem definida para todoϕ∈D(Rn) segue do seguinte argumento. Pelo fato de o suporte deϕser compacto podemos restringir a integral de (37.223) a esse suporte. ComoDβϕ´e limitado, segue que

Z

Rn|h(x)| |ϕ(x)|dnx ≤ sup

|Dβϕ(x)|, x∈Rn Z

suppϕ|h(x)|dnx

que ´e finito por hip´otese. Com isso, (37.223) define um funcional linear emD(Rn). Provemos que esse funcional linear ´e cont´ınuo. Para tal sejaϕk∈D(Rn) uma sequˆencia de fun¸c˜oes que converge aϕ∈D(Rn) no sentido deD(Rn). Ent˜ao, existe um compactoK⊂Rntal que supp(ϕ−ϕk)⊂Kpara todokgrande o suficiente e para todo multi-´ındiceβ, tem-se que sup{|Dβϕ(x)−Dβϕk(x)|, x∈Rn} →0 parak→ ∞. Portanto, para todokgrande o suficiente, vale

DβTh(ϕ−ϕk) ≤

Z

Rn|h(x)|

Dβϕ(x)−Dβϕk(x) dnx =

Z

K|h(x)|

Dβϕ(x)−Dβϕk(x) dnx

≤ supn

Dβϕ(x)−Dβϕk(x)

, x∈Rno Z

K|h(x)|dnx . Como a integral do lado direito ´e finita, conclu´ımos que

DβTh(ϕ−ϕk)

→0 parak→ ∞e isso estabelece queDβTh

´e cont´ınua emD(Rn) e, portanto, que ´e um elemento deD(Rn). Analogamente ao exemplo de (37.166), nem toda distribui¸c˜ao desse tipo ´e temperada.

•Derivadas de distribui¸c˜oes temperadas regulares

Sejaguma fun¸c˜ao (mensur´avel) e de crescimento polinomialmente limitado definida emRn, satisfazendo (37.17) para algumC >0 e algumm∈N0. SejaTga correspondente distribui¸c˜ao temperada regular definida em (37.169). Seβ´e umn-multi-´ındice,DβTg´e definida por

hDβTg, fi ≡ DβTg(f) := (−1)|β| Z

Rn

g(x)Dβf(x)dnx (37.224)

paraf∈S(Rn) define uma distribui¸c˜ao temperada (e, portanto, uma distribui¸c˜ao). Que (37.224) est´a bem definida para todof∈S(Rn) vˆe-se pelo seguinte argumento. Escrevemos

Z

Rn|g(x)| |Dβf(x)|dnx (37.17)≤ C Z

Rn

(1 +kxk)m|Dβf(x)|dnx (37.10)≤ Ckfkq, β

Z

Rn

1

(1 +kxk)qm dnx . (37.225) Escolhendoqgrande o suficiente (a saber,q≥n+m+ 1), a integral do lado direito de (37.225) ´e finita, provando que o lado direito de (37.224) ´e uma integral absolutamente convergente para todof∈S(Rn).

Assim, (37.224) define um funcional linear emS(Rn). Provemos agora que ´e cont´ınuo emS(Rn). Para tal seja

fk∈S(Rn) uma sequˆencia de fun¸c˜oes que converge af∈S(Rn) no sentido deS(Rn). Teremos

DβTg(f−fk) ≤

Z

Rn|g(x)| |Dβ(f−fk)(x)|dnx (37.17)≤ C Z

Rn

(1 +kxk)m|Dβ(f−fk)(x)|dnx

(37.10)

≤ Ckf−fkkq, β

Z

Rn

1

(1 +kxk)qm dnx . Novamente escolhendoqgrande o suficiente (a saber,q≥n+m+ 1) a integral do lado direito fica finita e conclu´ımos que existe uma constanteC0, independente dek, tal que

DβTg(f−fk)

≤C0kf−fkkq, β. Por hip´otese,kf−fkkq, β→0 parak→ ∞e isso estabelece queDβTg´e cont´ınua emS(Rn).

•Derivadas da distribui¸c˜ao de Dirac

Pelas defini¸c˜oes acima podemos definir a derivadan-´esima da distribui¸c˜ao de Dirac centrada emx0por δ(n)x0(f) := (−1)nδx0

f(n)

= (−1)nf(n)(x0) para todaf∈S(R).

37.3.4.2 C´alculo da Derivada de Algumas Distribui¸c˜oes de Interesse

Para entender melhor o que as defini¸c˜oes apresentadas acima para a no¸c˜ao de derivada de uma distribui¸c˜ao significam, trataremos aqui de exemplos, dentre os quais, alguns de consider´avel interesse.

Considere-se a distribui¸c˜ao de HeavisideTHdefinida em (37.174). Vamos mostrar que a derivada deTHcoincide com a distribui¸c˜aoδ0. Pela defini¸c˜ao, para todaf∈S(R),

(TH)(f) = −TH(f) = − Z

−∞

H(x)f(x)dx = − Z

0

f(x)dx = f(0)−f(∞) = f(0). (37.226) Portanto, para todaf∈S(R) tem-se (TH)(f) =δ0(f). Isso mostra, fazendo-se uma analogia com (37.219), que a distribui¸c˜ao de Dirac pode ser entendida como a derivada da distribui¸c˜ao associada `a fun¸c˜ao degrau. Assim, apesar de H(x) n˜ao ser uma fun¸c˜ao diferenci´avel (sua derivada n˜ao est´a definida emx= 0), podemos interpretar sua derivada H(x) como uma “fun¸c˜ao generalizada”, a saber atrav´es da rela¸c˜ao

H(x) = δ(x).

Ao notar queHn˜ao existe enquanto fun¸c˜ao mas existe enquanto “fun¸c˜ao generalizada” o estudante pode apreciar melhor a relevˆancia dessa no¸c˜ao.

E. 37.48Exerc´ıcio importante.Sejaha fun¸c˜ao cont´ınua mas n˜ao diferenci´avel (emx= 0) definida por

h(x) := |x|+x

2 =





0, x≤0, x , x >0.

Mostre que(Th)=TH(comHdefinida em (37.173)) e que(Th)′′0. Conclua, em termos de “fun¸c˜oes generalizadas”, que valem h(x) =H(x) e h′′(x) = δ(x).

O estudante deve atentar para o fato que a rela¸c˜aoh(x) =H(x)n˜ao deve ser entendida como uma igualdade entre fun¸c˜oes, mas entre “fun¸c˜oes generalizadas”, poishn˜ao existe enquanto fun¸c˜ao (hn˜ao ´e diferenci´avel em0), ainda queHo seja. 6 Esse exerc´ıcio mostra que a distribui¸c˜ao de Dirac ´e a derivada (distribucional) segunda de uma fun¸c˜ao cont´ınua e polinomialmente limitada, a saber, da fun¸c˜aoh. Um teorema mais profundo da Teoria das Distribui¸c˜oes afirma que toda distribui¸c˜ao emS(R) ´e a derivada de ordem suficientemente grande de uma fun¸c˜ao cont´ınua e polinomialmente

limitada. Vide Teorema 37.5, p´agina 1936 e vide,e.g., [315] e [316]. Essa afirma¸c˜ao n˜ao ´e v´alida para as distribui¸c˜oes emD(R) (ache um contraexemplo!).

•As derivadas das distribui¸c˜oesln|x|,(lnx)+e(ln|x|)

Como j´a observamos, ln|x|´e uma fun¸c˜ao localmente integr´avel e, portanto, define uma distribui¸c˜ao comhln|x|, ϕi:=

Z

−∞

ln|x|ϕ(x)dx, o mesmo se dando com as fun¸c˜oes (lnx)+e (ln|x|)definidas em (37.167). No que segue, vamos calcular as derivadas dessas distribui¸c˜oes e estabelecer que

d

dxln|x| = VP 1

x

, d

dx(lnx)+ = PF H(x)

x

e d

dx(ln|x|) = PF H(−x)

x

. (37.227) As duas ´ultimas rela¸c˜oes foram estabelecidas em (37.201) e (37.202), respectivamente, de modo que falta-nos apenas demonstrar a primeira. Observemos para tal que

d dxln|x|, ϕ

= − hln|x|, ϕi = −rlim

0+

Zr

−∞ln|x|ϕ(x)dx+ Z

r ln|x|ϕ(x)dx

= lim

r0+

ln(r)ϕ(r)−ln(r)ϕ(−r) + Zr

−∞

ϕ(x) x dx+

Z

r

ϕ(x) x dx

. Agora, ln(r)ϕ(r) = ln(r)ϕ(0) +ϕ(r)rϕ(0)rln(r) e, portanto

ln(r)ϕ(r)−ln(r)ϕ(−r) =

ϕ(r)−ϕ(0)

r −ϕ(−r)−ϕ(0) r

rln(r).

Quandor→0, a express˜aoϕ(r)rϕ(0)converge aϕ(0) eϕ(r)rϕ(0)converge a−ϕ(0). No entanto, lim

r0rlnr= 0 e, portanto, limr

0 ln(r)ϕ(r)−ln(r)ϕ(−r)

= 0 e disso conclu´ımos que d

dxln|x|, ϕ

= lim

r0

Zr

−∞

ϕ(x) x dx+

Z r

ϕ(x) x dx

= VP Z

−∞

ϕ(x) x dx , demonstrando a primeira identidade em (37.227).

•As derivadas das distribui¸c˜oesVPx0ePFx0, m

Podemos ainda coletar alguns dos resultados anteriores e interpret´a-los em termos de derivadas de distribui¸c˜oes. Em (37.199), por exemplo, estabelecemos que param∈N,m >1,

PFx0, m1 = −(m−1)PFx0, m

para todosm∈Nex0∈R, ou seja, d dxPF

1 (x−x0)m

= −mPF 1

(x−x0)m+1

, m∈N, x0∈R. A rela¸c˜ao (37.200) pode ser lida como

VPx0

(m1)

= (−1)m1(m−1)!PFx0, m (37.228)

para todosm∈Nex0∈R, ou seja, estabelecemos que dm

dxmVP 1

x−x0

= (−1)mm!PF 1

(x−x0)m+1

, m∈N0, x0∈R. Junto com a primeira rela¸c˜ao em (37.227), isso estabeleceu tamb´em que

PF 1

xm+1

= (−1)m m!

dm+1 dxm+1

ln|x|

, m∈N0.

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