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Solu¸c˜ oes Fundamentais

No documento 1875 37.2 Transformadas de Fourier (páginas 44-50)

37.4 Equa¸ c˜ oes Diferenciais Distribucionais, Solu¸ c˜ oes Fundamentais e Fun¸ c˜ oes de Green

37.4.1 Solu¸c˜ oes Fundamentais

t(x)

(−1)NdN

dxN(aNf) (x) + (−1)N1dN1

dxN1(aN1f) (x) +· · ·+ (−1)1d

dx(a1f) (x) + (a0f) (x)

dx

= Z

−∞

b(x)f(x)dx .

•Equa¸c˜oes diferenciais parciais distribucionais

Equa¸c˜oes diferenciais parciais para distribui¸c˜oes emRnpodem ser definidas analogamente. Sea1, . . . , aNs˜ao fun¸c˜oes infinitamente diferenci´aveis emRn,B∈D(Rn) ´e uma distribui¸c˜ao emRn1, . . . , αNs˜ao multi-´ındices distintos, a express˜ao

XN

k=1

an· DαkT

= B (37.251)

define uma equa¸c˜ao diferencial distribucional linear para uma distribui¸c˜aoT. De acordo com as defini¸c˜oes, seTsatisfaz essa equa¸c˜ao, ent˜ao para todaϕ∈D(Rn),

XN

k=1

(−1)|αk|T

Dαk(akϕ)

= B(ϕ) ou seja, T

XN

k=1

(−1)|αk|Dαk(akϕ)

!

= B(ϕ).

Assim, uma equa¸c˜ao diferencial linear distribucional para uma distribui¸c˜ao inc´ognitaT∈D(Rn) ´e da forma LT = B ,

para uma distribui¸c˜aoB∈D(Rn) dada e para um operador linear dadoLna forma L=

XN

k=1

ak(x)Dαk = XN

k=1

ak(x) ∂|αk|

∂xα1k1· · ·∂xαnkn

,

ondea1, . . . , aNfun¸c˜oes infinitamente diferenci´aveis emRn1, . . . , αNs˜ao multi-´ındices distintos. Assim,Tdeve satisfazer para todaϕ∈D(Rn)

T(LTϕ) = B(ϕ), ou seja, hT,LTϕi = hB, ϕi.

Setebdenotam as “fun¸c˜oes generalizadas” associadas aTeB, respectivamente, (37.251) pode ser escrita na forma convencional

XN

k=1

an(x) Dαkt

(x) = b(x), ou seja Lt(x) = b(x), e isso significa que para todaϕ∈D(Rn),

Z

Rn

t(x) LTϕ

(x)dnx = Z

Rn

b(x)ϕ(x)dnx , ou seja,

Z

Rn

t(x)

"N X

k=1

(−1)|αk|Dαk(akϕ)(x)

# dnx =

Z

Rn

b(x)ϕ(x)dnx .

37.4.1 Solu¸c˜ oes Fundamentais

•A distribui¸c˜ao delta diagonal

Uma distribui¸c˜ao de interesse definida emD(R2n) ´e adistribui¸c˜ao delta diagonal, oudistribui¸c˜ao delta de Dirac diagonal, definida paraζ∈D(R2n) por

δ(ζ) :=

Z

Rn

ζ(x, x)dnx .

Essa defini¸c˜ao pressup˜oe uma decomposi¸c˜ao (n˜ao canˆonica) deR2nna formaRn⊕Rn. Provar que realmente se trata de uma distribui¸c˜ao emD(R2n) ´e deixado como exerc´ıcio. ´E claro que

δ(ζ) = Z

R2n

δ(x−y)ζ(x, y)dnx dny .

Essa ´ultima express˜ao mostra que a “fun¸c˜ao generalizada” associada `a distribui¸c˜ao delta diagonal ´eδ(x−y). Percebe-se tamb´em que seζ´e da formaζ=ϕ⊗ψ, comϕ, ψ∈D(Rn), ent˜ao

δ ϕ⊗ψ

= Tϕ(ψ) = Tψ(ϕ), comTgdefinida em (37.169).

•Solu¸c˜oes fundamentais de operadores diferenciais lineares Seja um operador diferencial linearLda forma

L = XN

k=1

ak(x)Dxαk = XN

k=1

ak(x) ∂|αk|

∂xα1k1· · ·∂xαnkn

,

ondea1, . . . , aNs˜ao fun¸c˜oes infinitamente diferenci´aveis emRn1, . . . , αNs˜ao multi-´ındices distintos.

Sejah∈D(Rn) e considere-se se a equa¸c˜ao diferencial n˜ao-homogˆenea

Lu = h . (37.252)

Equa¸c˜oes desse tipo ocorrem com grande frequˆencia na F´ısica. Essa equa¸c˜ao inspira considerarmos a equa¸c˜ao diferencial distribucional paraU∈D(Rn) dada por

LU = Th, (37.253)

ondeTh´e a distribui¸c˜ao regular definida em (37.168).

Uma distribui¸c˜aoF∈D(R2n) ´e dita ser umasolu¸c˜ao fundamental do operador diferencial linearLse

(L⊗1)F = δ , (37.254)

ondeδno lado direito ´e a distribui¸c˜ao delta diagonal definida acima e1´e o operador identidade. Assim, seF´e uma solu¸c˜ao fundamental do operador linearL, vale para todaζ∈D(R2n)

F (LT1)ζ

= δ(ζ).

Se uma solu¸c˜ao fundamentalF do operador linearLfor fornecida, afirmamos que uma solu¸c˜aoU ∈D(Rn) da equa¸c˜ao distribucional (37.253) ´e dada por

U(ϕ) := F(ϕ⊗h), ϕ∈D(Rn). (37.255)

De fato, para todoϕ∈D(Rn) teremos,

(LU)(ϕ) = U(LTϕ) = F (LTϕ)⊗h

= (L⊗1)F

(ϕ⊗h) = δ(ϕ⊗h) = Th(ϕ), provando queLU=Th, como desej´avamos.

A existˆencia de solu¸c˜oes fundamentais para operadores diferenciais lineares n˜ao ´e automaticamente garantida e para tal diversos teoremas foram demonstrados, entre os quais encontra-se o importante teorema de Malgrange41-Ehrenpreis42 (demonstrado entre 1954 e 1955), o qual estabelece que operadores diferenciais lineares a coeficientes constantes sempre possuem solu¸c˜oes fundamentais. Vide,e.g., [429].

•A quest˜ao da unicidade de solu¸c˜oes fundamentais

Se para um operador diferencialL, como acima, existir uma solu¸c˜ao fundamentalF, esta pode n˜ao ser ´unica. Se gfor localmente integr´avel e satisfizer (Lg)(x) = 0 para todox∈Rn(ou seja, segfor uma solu¸c˜ao forte da equa¸c˜ao Lu= 0) valer´aLTg= 0 pois, para todoϕ∈D(Rn),

(LTg)(ϕ) = Tg(LTϕ) = Z

Rn

g(x) (LTϕ)(x)dnx(37.15)= Z

Rn

(Lg)(x)ϕ(x)dnx = 0. Conclu´ımos disso que seF´e uma solu¸c˜ao fundamental deL, ent˜ao qualquer distribui¸c˜ao deD(R2n) da forma

F+Tg⊗V , comV ∈D(Rn), arbitr´aria, ser´a tamb´em uma solu¸c˜ao fundamental deL. 37.4.1.1 Solu¸c˜oes Fundamentais como Fun¸c˜oes Generalizadas

A no¸c˜ao de solu¸c˜ao fundamental do operador linearL´e talvez mais facilmente explicada em termos da “fun¸c˜ao genera-lizada”F(x, y),x, y∈Rn, associada `a distribui¸c˜aoFagindo emD(R2n). F´e dita ser uma solu¸c˜ao fundamental do operador linearLse

LxF(x, y) = δ(x−y), (37.256)

isto ´e

XN

k=1

ak(x) ∂|αk|

∂xα1k1· · ·∂xαnkn

F(x, y) = δ(x−y). Assim, paraζ∈D(R2n),

Z

R2n

LxF(x, y)

ζ(x, y)dnx dny = Z

Rn

ζ(x, x)dnx . (37.257)

Em particular, para duas fun¸c˜oes de teste quaisquerϕ, ψ∈D(Rn) tem-se Z

Rn

Z

Rn

LxF(x, y)

ϕ(x)ψ(y)dnx dny = Z

Rn

ϕ(x)ψ(x)dnx , (37.258) ou seja,

Z

Rn

Z

Rn

LxF(x, y)

ψ(y)dny−ψ(x)

ϕ(x)dnx = 0.

A validade dessa rela¸c˜ao para todoϕ∈D(Rn) implica a validade no sentido de distribui¸c˜oes da igualdade Z

Rn

LxF(x, y)

ψ(y)dny = ψ(x) (37.259)

para cadaψ∈D(Rn). Tamb´em de (37.258), obtemos Z

Rn

Z

Rn

F(x, y) LTxϕ(x)

ψ(y)dnx dny = Z

Rn

ϕ(y)ψ(y)dny , ou seja,

Z

Rn

Z

Rn

F(x, y) LTxϕ(x)

dnx−ϕ(y)

ψ(y)dny = 0.

41Bernard Malgrange (1928–).

42Leon Ehrenpreis (1930–2010).

A validade dessa rela¸c˜ao para todoψ∈D(Rn) implica a validade no sentido de distribui¸c˜oes das igualdades Z

Rn

F(x, y) LTxϕ(x)

dnx = ϕ(y) ou, equivalentemente, Z

Rn

LxF(x, y)

ϕ(x)dnx= ϕ(y), (37.260) para cadaϕ∈D(Rn). Comparar cuidadosamente com (37.259). O exemplo do operador Laplaciano emR3apresentado

`

a p´agina 1954 ilustra bem as diversas rela¸c˜oes acima.

•Solu¸c˜oes fracas e solu¸c˜oes fundamentais

Se uma fun¸c˜aoF(x, y), definida parax6=y, for solu¸c˜ao da equa¸c˜ao diferencialLxF(x, y) = 0 na regi˜ao n˜ao diagonal x6=y(comparar com (37.256). Uma tal solu¸c˜ao ´e denominadasolu¸c˜ao fracada equa¸c˜ao diferencial em quest˜ao), ent˜ao a fun¸c˜aoFser´a uma solu¸c˜ao fundamental deLxse adicionalmente satisfazer a primeira rela¸c˜ao de (37.260) para toda ϕ∈D(Rn). Um exemplo disso ser´a discutido logo adiante (p´agina 1954), quando tratarmos do operador Laplaciano em R3.

•Mais coment´arios sobre a utilidade das solu¸c˜oes fundamentais. O m´etodo da fun¸c˜ao de Green J´a observamos que a no¸c˜ao de solu¸c˜ao fundamental de um operador diferencial linear ´e ´util por oferecer solu¸c˜oes distribucionais `a equa¸c˜ao (37.252)–(37.253). ´E ´util discutirmos isso empregando a nota¸c˜ao de fun¸c˜ao generalizada. Se U ∈D(Rn) satisfaz (37.253), tem-se para todoϕ∈D(Rn) que (LU)(ϕ) = Th(ϕ). Denotando poru(x) a fun¸c˜ao generalizada associada aU, isso fica

Z

Rn

(Lu)(x) −h(x)

ϕ(x)dnx = 0, e temos no sentido distribucional a igualdade

(Lu)(x) = h(x), (37.261)

que corresponde a uma vers˜ao distribucional de (37.252). Como vimos em (37.255), podemos tomarU(ϕ) =F(ϕ⊗h), igualdade essa que na nota¸c˜ao de fun¸c˜oes generalizadas fica

Z

Rn

u(x)ϕ(x)dnx = Z

R2n

F(x, y)ϕ(x)h(y)dnx dny , ou seja, u(x) = Z

R2n

F(x, y)h(y)dny . Com isso, (37.261) transforma-se em

Z

R2n

LxF(x, y)h(y)dny = h(x), em concordˆancia com (37.260) e com (37.256).

Em resumo, seF(x, y) ´e a fun¸c˜ao generalizada associada a uma solu¸c˜ao fundamentalFdo operador diferencial linear L, ent˜ao a equa¸c˜ao n˜ao-homogˆeneaLu=hcomh∈D(Rn) tem uma solu¸c˜ao distribucional dada por

u(x) = Z

R2n

F(x, y)h(y)dny . (37.262)

O exposto acima reexpressa as considera¸c˜oes que fizemos entre (37.252) e (37.255).

Em muitos problemas, exige-se que a solu¸c˜ao da equa¸c˜aoLxu(x) =h(x) satisfa¸ca certas condi¸c˜oes de contorno (de Dirichlet, de Neumann ou mistas) na fronteira de um dom´ınio aberto Ω⊂Rn. Solu¸c˜oes fundamentais que conduzem a solu¸c˜oes que satisfa¸cam condi¸c˜oes homogˆeneas desses tipos s˜ao denominadasfun¸c˜oes de Green43(para condi¸c˜oes de contorno de Dirichlet, de Neumann ou mistas). O m´etodo de resolu¸c˜ao de equa¸c˜oes diferenciais parciais sob tais condi¸c˜oes de contorno atrav´es da determina¸c˜ao da fun¸c˜ao de Green adequada ´e denominadom´etodo da fun¸c˜ao de Green. O m´etodo da fun¸c˜ao de Green ´e de grande relevˆancia em F´ısica, como discutido na Se¸c˜ao 42.11, p´agina 2344. Tamb´em no Cap´ıtulo 19, p´agina 968, encontramos o m´etodo da fun¸c˜ao de Green no tratamento do problema de Sturm-Liouville.

Uma quest˜ao importante ´e a de se saber quando o lado direito de (37.262) define uma fun¸c˜ao, ou seja, quandou´e uma solu¸c˜ao forte da equa¸c˜aoLu=hou, equivalentemente, quando a distribui¸c˜aoUdada em (37.255) ´e uma distribui¸c˜ao regular. O lado direito de (37.262) definir´a uma fun¸c˜ao se, por exemplo,F(x, y) for uma fun¸c˜ao definida quase em toda parte, tal como no exemplo do operador Laplaciano, discutido `a p´agina 1954. Isso ocorre em diversos exemplos de interesse, como veremos adiante e em exemplos da Se¸c˜ao 42.11, especialmente quandoLfor um operador el´ıptico. Uma

43George Green (1793–1841).

parte importante da literatura matem´atica da teoria das equa¸c˜oes diferenciais parciais lineares ´e dedicada a essa quest˜ao.

Mencionamos nesse contexto os importantes Teoremas de Weyl, de Friedrichs e de H¨ormander (vide,e.g., [429]).

•Uma propriedade de solu¸c˜oes fundamentais

Dada uma solu¸c˜ao fundamentalF∈D(R2n) deL, podemos obter uma distribui¸c˜aoF0∈D(Rn) satisfazendo LF0 = δ0

atrav´es do seguinte procedimento. Paraψ∈D(Rn) fixo, defina-seGψ∈D(Rn) porGψ(ϕ) =F(ϕ⊗ψ). Teremos LGψ(ϕ) = Gψ(LTϕ) = F (LTϕ)⊗ψ

= (L⊗1)F

(ϕ⊗ψ) = δ(ϕ⊗ψ) = Tψ(ϕ). Assim, tomando-seψn∈D(Rn),n∈N, uma sequˆencia delta de Dirac centrada em 0, podemos definir

F0(ϕ) := lim

n→∞Gψn(ϕ) := lim

n→∞F(ϕ⊗ψn), e teremos

LF0(ϕ) = F0(LTϕ) = lim

n→∞Gψn(LTϕ) = lim

n→∞(LGψn)(ϕ) = lim

n→∞Tψn(ϕ) = δ0(ϕ), mostrando queLF00.

Como veremos, no caso em que o operadorLtem coeficientes constantes, a existˆencia de uma distribui¸c˜aoF0∈D(Rn) satisfazendoLF00equivale `a existˆencia de uma solu¸c˜ao fundamental satisfazendo (37.254).

37.4.1.2 O Caso de Operadores Lineares a Coeficientes Constantes

De grande importˆancia para o estudo de muitas das equa¸c˜oes diferenciais encontradas na F´ısica ´e a situa¸c˜ao na qual o operador diferencialLconsiderado (agindo em fun¸c˜oes suficientemente diferenci´aveis emRn) tem coeficientes constantes, ou seja, tem-se

L = XN

k=1

akDαk = XN

k=1

ak|αk|

∂xα1k1· · ·∂xαnkn

e (37.263)

LT = XN

k=1

(−1)|αk|akDαk = XN

k=1

(−1)|αk|ak|αk|

∂xα1k1· · ·∂xαnkn

;, (37.264)

comak,k= 1, . . . , N, sendo constantes. Nesse caso vˆe-se claramente queL=LT se e somente se|αk|for par para todok= 1, . . . , N.

SejaF0∈D(Rn) uma distribui¸c˜ao tal que

LF0 = δ0. (37.265)

Se uma talF0existir podemos definir uma solu¸c˜ao fundamentalFdeLpor F(ϕ⊗ψ) := (2π)n/2F0 ϕ∗(Rψ)

. (37.266)

paraϕ, ψ∈D(Rn), onde (Rφ)(x) :=φ(−x),φ∈D(Rn). De fato, teremos

(L⊗1)F

(ϕ⊗ψ) = F (LTϕ)⊗ψ

= (2π)n/2F0(LTϕ)∗(Rψ)

= (2π)n/2F0

LT ϕ∗(Rψ)

= (2π)n/2(LF0)ϕ∗(Rψ)

= (2π)n/2δ0 ϕ∗(Rψ)

= Z

Rn

ϕ(−y)ψ(−y)dny

= Z

Rn

ϕ(y)ψ(y)dny = δ(ϕ⊗ψ),

estabelecendo que (L⊗1)F=δ, como quer´ıamos. Acima, na terceira igualdade, usamos o fato que, se os coeficientes de Lforem constantes, valer´a

(2π)n/2 (LTϕ)∗Rψ (x) =

Z

Rn

(LTϕ)(x−y)ψ(−y)dny = LT Z

Rn

ϕ(x−y)ψ(−y)dny = (2π)n/2

LT ϕ∗(Rψ) (x). E interessante expressarmos a distribui¸c˜´ aoFdefinida em (37.266) usando a nota¸c˜ao de fun¸c˜oes generalizadas. Deno-temosF0(φ) porR

RnF0(x)φ(x)dnx. Teremos por (37.266)

F(ϕ⊗ψ) := (2π)n/2F0ϕ∗(Rψ)

= Z

Rn

F0(x)ϕ∗(Rψ) (x)dnx

= Z

Rn

Z

Rn

F0(x)ϕ(x−y)ψ(−y)dnx

dny = Z

Rn

Z

Rn

F0(x−y)ϕ(x)ψ(y)dnxdny , mostrando queF(x, y) =F0(x−y).

As considera¸c˜oes acima mostram-nos tamb´em que dada uma distribui¸c˜aoF0∈D(Rn) satisfazendo (37.265) e dada h∈D(Rn), a distribui¸c˜aoUdada por

U(ϕ) = (2π)n/2F0 ϕ∗(Rh)

, ϕ∈D(Rn), (37.267)

satisfar´a

LU = Th. (37.268)

Em termos de fun¸c˜oes generalizadas (37.267) fica U(ϕ) =

Z

Rn

u(x)ϕ(x)dx , com u(x) :=

Z

Rn

F0(x−y)h(y)dny . (37.269) Assim, uma distribui¸c˜aoF0∈D(Rn) satisfazendo (37.265) fornece diretamente uma solu¸c˜ao distribucional `a equa¸c˜ao n˜ao-homogˆenea (37.252)–(37.253).

Por essas raz˜oes, dado um operadorLcom coeficientes constantes, uma distribui¸c˜aoF0 ∈D(Rn) satisfazendo (37.265) ´e tamb´em dita ser umasolu¸c˜ao fundamentalassociada ao operadorL. Na maioria dos livros-texto, a no¸c˜ao de solu¸c˜ao fundamental para operadores diferenciais com coeficientes constantes ´e apresentada atrav´es de (37.265). Nossa defini¸c˜ao (37.254) ´e mais geral e engloba a no¸c˜ao de solu¸c˜ao fundamental para operadores diferenciais com coeficientes n˜ao necessariamente constantes.

•O exemplo do operador Laplaciano emR3

Um exemplo importante se d´a no caso do operador Laplaciano emR3: ∆ =∂x22 1+∂x22

2+∂x22

3, para o qual vale ∆T= ∆, como facilmente se constata pela defini¸c˜ao (37.16), p´agina 1871 (vide (37.264)).

Parax, y∈R3da formax= (x1, x2, x3) ey= (y1, y2, y3), sejakx−yk:=p

(x1−y1)2+ (x2−y2)2+ (x3−y3)2. A fun¸c˜ao

F(x, y) := −1 4π

1

kx−yk (37.270)

definida parax6=y, satisfaz (verifique!)

x

−1 4π

1 kx−yk

= 0, x6=y . Al´em disso, vale

Z

R3

−1 4π

1

kx−yk ∆xϕ(x)

d3x = ϕ(y)

para todaϕ∈D(Rn), como demonstramos com mais generalidade no Teorema 43.1, p´agina 2387, do Cap´ıtulo 43. Note que a rela¸c˜ao acima permite escrever

x

1 kx−yk

= −4πδ(x−y),

uma rela¸c˜ao muito empregada, por exemplo, na Eletrost´atica.

A integral acima ´e definida no sentido de valor principal. Note o leitor que a singularidade deF(x, y) emx=y´e integr´avel emR3, ou seja, a fun¸c˜aokx1yk´e localmente integr´avel emR3. Para mais detalhes a respeito da defini¸c˜ao de integrais envolvendo a fun¸c˜aokx1yk, vide Cap´ıtulo 43, p´agina 2384.

Vemos que a “fun¸c˜ao generalizada” definida pela fun¸c˜aoF(x, y) dada em (37.270) ´e uma solu¸c˜ao fundamental do operador Laplaciano emR3. Uma outra solu¸c˜ao fundamental pode ser obtida somando `a fun¸c˜aoF(x, y) uma outra fun¸c˜aoH(x, y), definida para todosx, y∈R3, que seja uma fun¸c˜ao harmˆonica, ou seja, que satisfa¸ca ∆xH(x, y) = 0 para todosx, y∈R3. Com esse exemplo, percebemos que solu¸c˜oes fundamentais de operadores diferenciais lineares n˜ao s˜ao necessariamente ´unicas.

Observemos, antes de prosseguirmos, que nem todo operador linear tem por solu¸c˜ao fundamental uma fun¸c˜ao, como no exemplo do Laplaciano, acima. Em muitos casos a solu¸c˜ao fundamental ´e uma leg´ıtima distribui¸c˜ao. Tal ocorre especialmente no caso de operadores hiperb´olicos, como o operador de onda ∆−c122

∂t2, onde a solu¸c˜ao fundamental em 3 + 1 dimens˜oes envolve uma distribui¸c˜ao de Dirac. Vide Se¸c˜ao 42.11.3.1, p´agina 2352.

•Solu¸c˜oes fundamentais e transformadas de Fourier

Como j´a discutimos, se possuirmos de uma distribui¸c˜aoF0 ∈ D(Rn) satisfazendo (37.265) ent˜ao uma solu¸c˜ao distribucional de (37.268) ´e fornecida por (37.267). ´E importante, portanto, dispormos de meios de obter uma tal distribui¸c˜aoF0 de modo mais expl´ıcito em casos particulares e, no que segue, discutiremos um m´etodo empregado ami´ude em F´ısica e que faz uso da transformada de Fourier.

SeL´e um operador diferencial com coeficientes constantes, temos para todof∈S(Rn) que LTF1[f] = F1[PLf],

ondePL´e um polinˆomio denominadopolinˆomio caracter´ıstico associado ao operadorL. SeLeLTs˜ao da forma (37.263) e (37.264), respectivamente, ent˜ao

PL(p) :=

XN

k=1

(−i)|αk|akpαk, p∈Rn.

E. 37.57Exerc´ıcio importante. Verifique! 6

Vamos supor que para cadaφ∈S(Rn) tenhamos tamb´em Logo, conclu´ımos que a distribui¸c˜aoF0dada por

F0(φ) := δ0

seria uma solu¸c˜ao fundamental associada aL. Naturalmente, n˜ao ´e evidente que o lado direito de (37.271) defina uma distribui¸c˜ao, pois o polinˆomio caracter´ısticoPLpode ter zeros que atrapalhem esse prop´osito. Como veremos adiante, por´em, (37.271) pode ser usada em muitos exemplos de interesse em F´ısica. De modo geral um resultado fundamental devido a H¨ormander44, do qual n˜ao trataremos aqui, garante ser sempre poss´ıvel dar sentido `a express˜ao (37.271).

44Lars Valter H¨ormander (1931–2012).

E ´´util reapresentar (37.271) de uma forma mais conveniente a certos prop´ositos. Fazendo uso da nota¸c˜ao de empare-lhamento para distribui¸c˜oes, temos

F0(φ) =

Como comentamos, a distribui¸c˜ao do lado direito pode ter de ser definida em termos de valores principais ou de partes finitas, devido ao fato dePLpoder eventualmente ter zeros sobre o eixo real.

Com (37.273) vemos que a fun¸c˜ao generalizadaF0(x) associada `a solu¸c˜ao fundamentalF0´e formalmente dada por F0(x) = 1

Com isso, a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao n˜ao-homogˆeneaLu=hfornecida em (37.269) ´e tamb´em dada formalmente por u(x) = 1

Para certos operadoresL´e poss´ıvel dar sentido matem´atico a (37.274) e (37.275), como veremos nos exemplos tratados adiante, assim como na Se¸c˜ao 37.4.1.3 e, informalmente, na Se¸c˜ao 42.11, p´agina 2344. Nesses casos felizes as express˜oes (37.274) e (37.275) s˜ao muito ´uteis para a obten¸c˜ao de solu¸c˜oes expl´ıcitas de equa¸c˜oes diferenciais lineares a coeficientes constantes e n˜ao-homogˆeneas, o que inclui muitos exemplos de interesse f´ısico, como os tratados nas se¸c˜oes supracitadas.

Antes de analisarmos exemplos do uso de (37.271) precisamos fazer algumas coloca¸c˜oes sobre aquela solu¸c˜ao.

•Coment´arios sobre a solu¸c˜ao (37.271) ou (37.273)

Em primeiro lugar, cabe notar que (37.271) ou (37.273) n˜ao definem univocamente uma solu¸c˜ao fundamental associada aL, pois sempre podemos acrescentar ao lado direito uma distribui¸c˜aoV que seja solu¸c˜ao da equa¸c˜ao homogˆenea

L⊗1 V= 0.

Um segundo coment´ario, tamb´em pertinente `a unicidade da solu¸c˜ao (37.271), ou (37.273), e que particularmente concerne casos em queL´e um operador hiperb´olico (como o operador de onda, ou d’Alembertiano), ´e o seguinte. Como j´a comentamos, certos cuidados devem ser tomados para que se dˆe sentido ao lado direito de (37.271) ou de (37.273) enquanto uma distribui¸c˜ao. Em certos casos a express˜aoF1h1

PLF[φ]i

tem de ser definida em termos de valores principais (ou partes finitas), o que pode conduzir a certas ambiguidades e `a diversas solu¸c˜oes distintas da equa¸c˜ao (37.254). ´E de se notar aqui que se houver duas solu¸c˜oes distintas,FeGde (37.254) combina¸c˜oes lineares do tipoλF+ (1−λ)G fornecem tamb´em solu¸c˜oes mais gerais. Assim, essas ambiguidades, se surgirem (e, de fato, surgem em equa¸c˜oes de onda n˜ao-homogˆeneas, quandoL´e hiperb´olico, levando `as chamadas fun¸c˜oes de Green retardadas e avan¸cadas), podem ser bem vindas.

•Um exemplo ilustrativo

Consideremos a equa¸c˜ao diferencial linear n˜ao-homogˆenea e a coeficientes constantes45

45A equa¸c˜ao (37.276), como toda EDO, ´e hiperb´olica, e o operadoridtdω0´e hiperb´olico, fatos mencionados j´a na primeira linha de [191].

Podemos agora prosseguir usando os resultados sobre transformadas de Fourier de distribui¸c˜oes. Por (37.239), temos comHsendo a fun¸c˜ao de Heaviside (37.173). Reconhecemos queF0´e a distribui¸c˜ao regular associada `a fun¸c˜ao

F0(t) = ∓ie0t H(±t)−1/2

. (37.277)

Devemos aqui fazer notar quev(t) =e0t´e uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ao homogˆenea idtd−ω0

v(t) = 0. Assim, reconhecemos que podemos reduzir (37.277) ao par de solu¸c˜oes

F±(t) = ∓ie0tH(±t), (37.278)

como solu¸c˜oes fundamentais associadas aL. As correspondentes solu¸c˜oes particulares de (37.276) s˜ao u+(t) =

As solu¸c˜oes avan¸cada e retardada satisfazem a mesma equa¸c˜ao n˜ao-homogˆenea idtd −ω0

u±(t) =h(t). Assim, a diferen¸cau+−udeve ser uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ao homogˆenea idtd−ω0

v(t) = 0. De fato, vemos de (37.279)–(37.280) que

2πF1[h](ω0) ´e uma mera constante multiplicativa, pois independe det).

Vemos explicitamente nesse caso simples, portanto, que a diferen¸ca entre a solu¸c˜ao retardada e a avan¸cada ´e uma solu¸c˜ao da equa¸c˜ao homogˆenea.

E interessante comparar o problema que acabamos de tratar com outro similar, o da equa¸c˜´ ao

onde sgn ´e a fun¸c˜ao sinal. Para cadaω1h´a, portanto, apenas uma solu¸c˜ao, ao contr´ario do que vimos acima quantoω era real (eω1era nula). A solu¸c˜ao aqui ´e ou retardada (quandoω1<0) ou avan¸cada (quandoω1>0). Ao fazermos formalmente|ω1| → 0 recuperamos as solu¸c˜oes fundamentais (37.278) dependendo do sinal deω1 quando o limite ´e tomado.

* * *

Os coment´arios dos exemplos acima sobre solu¸c˜oes retardadas e avan¸cadas s˜ao relevantes, pois os mesmos fenˆomenos s˜ao observados em outras equa¸c˜oes hiperb´olicas, como a equa¸c˜ao de ondas for¸cadas2u=h, que estudaremos oportuna-mente.

37.4.1.3 Alguns Exemplos Fisicamente Relevantes

Vamos agora ilustrar as ideias acima com alguns exemplos de interesse em F´ısica. Um tratamento mais informal ´e oferecido na Se¸c˜ao 42.11, p´agina 2344.

•O oscilador harmˆonico for¸cado unidimensional Considere-se a equa¸c˜ao diferencial dtd2202

u(t) =h(t), comω0>0, constante, eh∈S(R) uma fun¸c˜ao dada. Essa

´e a bem-conhecida equa¸c˜ao do harmˆonico for¸cado unidimensional (ondeω0=p

k/m,k >0 sendo a constante da mola e m >0 a massa da part´ıcula eh(t) =f(t)/m, comfsendo uma forma externa aplicada `a part´ıcula, dependente apenas det). Adotando-seL=dtd2220temos nesse casoPL(p) =−p202=−(p−ω0)(p+ω0),p∈R. ´E conveniente escrever

Podemos agora prosseguir usando os resultados sobre transformadas de Fourier de distribui¸c˜oes. Por (37.239), temos 1 comHsendo a fun¸c˜ao de Heaviside (37.173). O sinal a ser escolhido em (37.282) ´e independente do de (37.283). H´a, portanto, quatro possibilidades de escolha de sinais.

I.Escolha−−.Nesse casoF0´e a distribui¸c˜ao regular associada `a fun¸c˜ao F0(t) = −i

u(t) = 0, podemos simplificar a solu¸c˜ao acima para F0(t) = −1

ω0

sen (ω0t)H(t). (37.284)

II.Escolha++.Nesse casoF0´e a distribui¸c˜ao regular associada `a fun¸c˜ao F0(t) = i

u(t) = 0, podemos simplificar a solu¸c˜ao acima para F0(t) = 1

ω0

sen (ω0t)H(−t). (37.285)

III.Escolha−+.Nesse casoF0´e a distribui¸c˜ao regular associada `a fun¸c˜ao F0(t) = −i

Comoe0tee0ts˜ao solu¸c˜oes da equa¸c˜ao homogˆenea dtd2202

u(t) = 0, podemos simplificar a solu¸c˜ao acima para F0(t) = −i

onde usamos queH(t) +H(−t) = 1 (o que ´e verdade exceto emt= 0, um conjunto de medida nula). Assim, novamente descartando o ´ultimo termo, por ser solu¸c˜ao da equa¸c˜ao homogˆenea, reobtemos a solu¸c˜ao (37.284).

IV.Escolha+−.Nesse casoF0´e a distribui¸c˜ao regular associada `a fun¸c˜ao F0(t) = i

u(t) = 0, podemos simplificar a solu¸c˜ao acima para F0(t) = i

onde usamos queH(t) +H(−t) = 1 (o que ´e verdade exceto emt= 0, um conjunto de medida nula). Assim, novamente descartando o ´ultimo termo, por ser solu¸c˜ao da equa¸c˜ao homogˆenea, reobtemos a solu¸c˜ao (37.285).

H´a, assim, duas particulares solu¸c˜oes distintas para a equa¸c˜ao n˜ao-homogˆenea dtd2202

u(t) =h(t): Essas s˜ao as solu¸c˜oes retardada e avan¸cada, respectivamente.

E. 37.58Exerc´ıcio. Constate que uret(t)−uav(t) =−1

•O exemplo do Laplaciano emR3. A equa¸c˜ao de Poisson revisitada

Consideremos aequa¸c˜ao de Poisson∆u=hemR3comh∈S(R3). Nesse caso consideramos o operadorL= ∆ Assim, estabelecemos que uma solu¸c˜ao fundamental de ∆ ´e a distribui¸c˜aoF0dada por

F0(φ) = δ0

O lado direito da igualdade em (37.286) ´e dado por δ0

A invers˜ao da ordem das integrais ´e novamente permitida pelo Teorema de Fubini (da´ı ser necess´ario limitar a integral emppara a regi˜aokpk< R). Para cadax6= 0 calculamos a integral empadotando um sistema de coordenadas esf´ericas com eixo “z” na dire¸c˜ao dex, escrevendo

Z

2 (isso se prova facilmente pelo m´etodo dos res´ıduos), conclu´ımos que uma solu¸c˜ao fundamental de ∆ emR3´e a distribui¸c˜aoF0dada por

Na nota¸c˜ao de fun¸c˜oes generalizadas, a solu¸c˜ao fundamental de ∆ emR3obtida acima ´e dada por F0(x) := −1

4π 1

kxk, x∈R3.

Conforme j´a comentamos, uma solu¸c˜ao fundamental mais geral ´e obtida adicionando-se a esta uma solu¸c˜aouda equa¸c˜ao de Laplace ∆u= 0. Do Teorema 43.1, p´agina 2387, aprendemos, por´em, que se exigirmos queue seu gradiente decaiam rapidamente a zero no infinito, ent˜aoudever´a ser identicamente nula.

Com isso, a solu¸c˜ao (37.267) de ∆U=Thcomh∈S(R3) ser´a

Essa solu¸c˜ao da equa¸c˜ao de Poisson ´e tamb´em obtida com mais generalidade (ou seja, com menos restri¸c˜oes `a fun¸c˜aoh) no Teorema 43.2, p´agina 2388.

•O exemplo da equa¸c˜ao de difus˜ao n˜ao-homogˆenea Consideremos aequa¸c˜ao de difus˜ao n˜ao-homogˆenea ∂t−D∆

u=hemRn+1comh∈ S(Rn+1). Nesse caso

ey= (y1, . . . , yn)∈Rn, teremos

ip0−Dkpk2dp0pode ser calculado pelo m´etodo dos res´ıduos, fornecendo

Rlim1→∞

ZR1

R1

eiy0p0

ip0−Dkpk2dp0 = 2πH(y0)eDy0kpk2, comHsendo a fun¸c˜ao de Heaviside (37.173). Verifique! Assim,

F0(φ) = lim

Assim, na nota¸c˜ao de fun¸c˜oes generalizadas, a solu¸c˜ao fundamental do operador∂t−D∆ ´e

F0(y0, y) = H(y0) ekyk E. 37.59Exerc´ıcio. Verifique explicitamente que

E. 37.60Exerc´ıcio dirigido.[A transformada de Fourier de Gaussianas via integra¸c˜ao complexa].Desejamos demons-trar a igualdade (37.75) Mostre por completamento de quadrados que vale

−αx2−i(y+iγ)x=−α Tomando-sez≡x+i(y+iγ) , mostre que podemos escrever

J=

Figura 37.3: `A esquerda, o caminho de integra¸c˜aoC. `A direita, o caminho de integra¸c˜ao fechadoRA.

O passo seguinte ´e provar que Z

C

e−αz2dz= Z

−∞

e−αx2dx . (37.290)

Para tal, tome-seA >0e considere-se a integral

HA :=

Z

RA

e−αz2dz

ondeRA´e o retˆangulo emCindicado na Figura 37.3, p´agina 1962. Comoe−αz2´e uma fun¸c˜ao inteira (i.e., anal´ıtica em toda parte) na vari´avelz, a integral HA´e nula para todoA >0, pelo Teorema de Cauchy. No entanto, HA´e a soma das integrais sobre os quatro segmentos de reta orientados que comp˜oemRA. Constate que a integral sobre o segmento de reta horizontal superior ´e SA:=−RA

−Ae−α(x+iw0)2dx. Constate que a integral sobre o segmento de reta horizontal inferior ´e IA:=RA

−Ae−αx2dx. Constate que as integrais sobre os segmentos verticais do lado e esquerdo e direito s˜ao

EA:= −i

No documento 1875 37.2 Transformadas de Fourier (páginas 44-50)

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