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Desafios da implantação

No documento leandrasilvaduarte (páginas 51-54)

1. AS POLÍTICAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR, A CRIAÇÃO E O PROCESSO DE

1.3 O PROCESSO DE CRIAÇÃO E DE IMPLANTAÇÃO DO NASS

1.3.1 Desafios da implantação

A consulta de dados atuais demonstra que no universo de 20 Unidades Acadêmicas, 10 Unidades, ou seja, 50%, possuem o NASS constituído na composição estabelecida na resolução do PRÓ-VIDA, ou seja, com o diretor e representantes TAE e Docente. Outras 4 Unidades Acadêmicas iniciaram o processo de constituição. No entanto, nessas Unidades não houve a formação do Núcleo de acordo com o que preconiza a Resolução nº 11/2014, faltando a representação de TAE e/ou docente.

Ainda, na análise da constituição dos NASS tem-se que em seis Unidades não houve manifestação junto ao SIASS de formação do Núcleo de Atenção à Saúde do Servidor, ainda que tenham recebido, em mais de uma ocasião, a visita de representantes do SIASS para explanar sobre o PRÓ-VIDA e sobre o NASS.

Os dados apresentados são analisados no quadro 7. De sua observação, depreende-se que as Unidades Acadêmicas vinculadas à área de saúde ou que tenham linhas de pesquisas que transitam pela área de saúde do servidor e qualidade de vida no trabalho conseguiram avançar no processo, sendo exceção a esta análise o Instituto de Ciências Exatas.

Quadro 7 - Constituição dos NASS nas Unidades Acadêmicas Unidades com NASS

completo Unidades com NASS incompleto Unidades sem NASS Enfermagem; Farmácia

Administração e Ciências Contábeis; Serviço Social; Economia; Comunicação; Fisioterapia; Instituto de Ciências, Odontologia Humanas; Instituto de Ciências Biológicas; e. Medicina; Educação;

Instituto de Ciências Exatas e Educação Física.

Engenharia; Instituto de Artes e Design; Arquitetura;

Direito; Letras; Colégio de Aplicação João XXIII.

Da observação conjunta dos quadros 4, 5, 6, que ilustram as Unidades participantes dos Encontros, com o quadro 7, que apresenta a constituição do Núcleos, tem-se que, dentre as Unidades com NASS constituído como prevê a resolução do PRÓ-VIDA, apenas as Faculdades de Comunicação, Enfermagem e Serviço Social estiveram presentes nos três eventos, demonstrando engajamento com a proposta, ainda que este engajamento não tenha se traduzido em ações. Na mesma análise tem-se que, apesar de ter o Núcleo completo, a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis nunca participou dos encontros. As Faculdades de Arquitetura, Direito e Instituto de Artes e Design, além de não terem seus NASS constituídos, nunca estiveram presentes nos encontros, o que aponta para um distanciamento com a proposta. Apesar de algumas Unidades terem caminhado na constituição dos Núcleos, conforme mencionado na seção anterior, muito pouco se evoluiu dentro da proposta de interlocução com o SIASS nas questões relativas à saúde e qualidade de vida e, principalmente, quanto ao papel de propositor de atividades para o aperfeiçoamento do modelo e do processo de atenção à saúde. Considerando ainda o quadro 7, destaca-se que a Faculdade de Fisioterapia é a única Unidade com NASS completo e que demonstra preocupação com a efetivação da política, desenvolvendo ações pertinentes aos seus objetivos. Desta forma, após a aplicação e análise dos dados de um questionário para mapear as condições de saúde dos servidores, em novembro de 2017, iniciaram atividades de promoção de saúde. Assim, realizaram no ano de 2018 ações para a melhoria da qualidade de vida, por meio de cartazes informativos e palestras despertando para a temática. A Unidade também demandou do SIASS a realização do projeto “Vamos conversar...”, demonstrando com isso preocupação com a construção de ambiente de trabalho mais saudável.

Salienta-se que o mérito da proposta do NASS é, em consonância com a Política de Atenção à Saúde e Segurança do Servidor (PASS), colocar o servidor como protagonista do processo de melhoria da qualidade de vida, na perspectiva de agente transformador da realidade.

Passados três anos do início do movimento de implantação do NASS, tem-se que apesar de formalizado em parte das Unidades Acadêmicas, ainda não houve apropriação, por parte dos integrantes, dos conceitos e objetivos do Núcleo, ficando sua constituição meramente protocolar. No que concerne ao acompanhamento dos Núcleos pela Unidade SIASS, percebe- se que este tem ficado restrito aos encontros anuais e reuniões pontuais.

Ao pensar nos impasses encontrados ao longo desses anos, há que se mencionar que o NASS traz uma proposta inovadora ao recomendar o debate participativo e coletivizado no tocante ao processo da melhoria da qualidade de vida no trabalho. Representa uma mudança de

paradigma ao levar à discussão as questões de saúde do trabalhador e convidar o servidor a se apropriar da sua condição de trabalho.

Inicialmente, a equipe da Unidade SIASS deparou-se com um cenário de estranhamento ao levar aos dirigentes a proposta de criação dos Núcleos. Face às crescentes demandas do mundo de trabalho, percebe-se que os espaços de diálogo ficam relegados. Sob a perspectiva da gestão das Unidades, a falta de tempo foi uma constante, que repercute nos demais setores.

Torna-se oportuno, no entanto, destacar que decorridos três anos do movimento inicial de formação dos Núcleos, nota-se a ocorrência, ainda de forma incipiente, de convite das Unidades Acadêmicas para que o SIASS esteja presente nos setores debatendo sobre qualidade de vida no trabalho, humanização das relações e, nessa perspectiva, conscientizar sobre a importância do NASS. A diminuição do estranhamento mencionado no parágrafo anterior é uma demonstração de que a persistência no movimento trará sua consolidação.

Ponto de grande relevância a ser destacado, ao se pensar nos entraves à efetivação do NASS, é a falta de alinhamento com a alta administração. Ainda que a preocupação com a saúde e qualidade de vida esteja posta por meio da implantação do PRÓ-VIDA e das metas do PDI citadas anteriormente, que corrobora a importância da qualidade de vida no trabalho, há um hiato entre o que está formalizado e a ação institucional. Ao se pensar o planejamento estratégico da UFJF, urge que a pauta da saúde esteja presente para além de uma formalização burocrática e documental.

Identifica-se também que as questões relacionadas à saúde do servidor permanecem concentradas exclusivamente na Unidade SIASS, não havendo ecos em outros espaços institucionais. Nos Fóruns de Gestores, Conselhos de Unidade, Conselho Superior, ou seja, nas instâncias dentro da Universidade, essas questões não aparecem como pauta, bem como a discussão sobre a efetivação do NASS. Essa lacuna é refletida no desconhecimento sobre o Núcleo.

Ainda, citando aspetos que dificultam a efetivação do NASS, tem-se a restrição do corpo técnico da equipe do SIASS. Na atual estrutura da Unidade, o processo de condução do NASS está concentrado em apenas três profissionais: uma assistente social, um enfermeiro e uma psicóloga. Além dessa limitação de trabalhadores, não há ainda, dentro do próprio setor, o reconhecimento do NASS como um instrumento para potencializar as ações desenvolvidas e avançar na discussão da relação saúde-trabalho.

No documento leandrasilvaduarte (páginas 51-54)