Nosso olhar para o futuro só se manterá firme enquanto descansarmos nas promessas de Deus, para Ele não ha surpresa em nada. Às vezes, quando atravessamos a etapa do deserto em nossa vida, ou no ministério, podemos chegar e pensar equivocadamente que o Senhor nos deixou à deriva. Entretanto, como se expressa no conhecido poema dos rastros, Quando vemos na areia só a marca de dois pés é Quando Jesus nos leva em Seus braços.
Deus nunca entrega uma visão sem acompanhar a visão de promessas. A visão é vital para alcançarmos as promessas, c é o que nos permite descansar mos confiando que o Senhor cumprirá Sua Palavra. Desde o princípio, as promessas divinas estiveram conosco, e foram até o fim nos dando o fundamento para sorrir e seguir adiante, embora tudo parecesse cinza.
Eu e Claudia tínhamos seis anos de matrimonio quando a nossa provisão financeira era muito similar ao maná que o povo de Israel recebia no deserto, em que todos os dias eles tinham de sair a recolhê-lo. Cada dia tínhamos de orar pela provisão econômica. Embora nós lêssemos a Palavra e nela encontrávamos muitas promessas criadas por Deus quanto às finanças, as víamos tão longe por causa das lutas que estávamos passando nessa área.
Um dia eu fui convidado para pregar numa igreja e nessa reunião o poder de Deus se manifestou de uma maneira extraordinária. Porém, quando saí daquele lugar ao retorno para minha casa, me senti diante de outra realidade: "Minha crise financeira". Imediatamente senti que o Senhor Jesus estava caminhando ao meu lado e começou a falar comigo, e me disse: "Em quantos dias Deus formou o universo?". Respondi-lhe: "Em seis dias e no sétimo descansou". Voltou o Senhor a me dizer: "Filho, entraste no sétimo ano, quando descansará na área financeira". Pude entender que as pressões dos primeiros seis anos ficariam para trás e que a partir desse momento seria como um novo começo para nossa família. Mas pelas seguintes semanas, eu ainda continuava batalhando para que o maná chegasse, e embora trabalhasse meio tempo no ministério e o outro meio tempo no secular, a crise financeira começou a se agravar.
Um dia depois de eu ter trabalhado arduamente tratando de conseguir um pouco de dinheiro para levar ao meu lar, tudo tinha sido em vão. Cheguei a minha casa bastante aflito; sentia-me derrotado, não queria falar com ninguém. Cumprimentei a minha esposa e logo procurei um canto para me desabafar com Deus. Nesse dia eu tinha preparado em minha mente o que queria dizer ao Senhor, pois em parte eu culpava a Ele por minha situação, e lhe pensava dizer: "Senhor o que se passa? Acaso trata assim aos que Lhe amam e Lhe servem?". Mas graças a Deus, Ele não permitiu que nada disso saísse de meus lábios, pois logo que abri minha boca para Lhe falar, começaram a sair palavras em outro idioma, que eu não entendia; saíam com força e com autoridade. Logo por minha própria boca veio a interpretação: "Porque de certo te abençoarei de tal maneira, que você mesmo ficará assombrado e me dirá basta". Depois dessa palavra, tive a certeza de que Deus me prosperaria. Rapidamente fui até minha esposa e lhe disse: "Meu amor somos prósperos!". E ela com uma expressão de assombro, disse-me: "Como?". Depois do que lhe compartilhei acerca do que Deus tinha me falado, ela disse: "Amém".
Justo nesse momento a nossa crise financeira piorou, e já havia três meses que eu não tinha conseguido cumprir com minhas obrigações. No dia seguinte, eu tinha uma entrevista com um missionário amigo meu, para falar sobre assuntos do ministério. Mas de repente ele me pergunta: "Como vão suas finanças?". Em geral, tratamos de mostrar uma boa aparência diante dos outros, então lhe disse mais ou menos o que estava acontecendo. Logo ele me faz outra pergunta como se discernisse as lutas que eu estava tendo a respeito: "Qual é a necessidade mais urgente?". Entendi que eu tinha de confessar a este amigo minha necessidade, e lhe disse: "Devo três meses de renda". De novo me pergunta: "Quanto é o que deve?".
Depois que eu lhe disse o valor, ele não me fez mais perguntas, apenas levou sua mão ao bolso, tirou seu talão de cheques e preencheu um cheque que logo me entregou dizendo: "Isto é para que pague seus três meses de renda". Quando recebi esse cheque, não sabia se iria trocá-lo ou depositá-lo, porque tinha visto de uma maneira rápida que a aflição financeira havia sido removida de nossas vidas. Depois disso nunca mais voltamos a ter problemas na área econômica.
O patriarca Abraão foi alguém que soube descansar nas promessas divinas até vê-las cumpridas. Deus tinha um sonho para ele, o qual começou
com estas palavras: "Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção" (1).
Quando o Senhor disse a Abraão que faria dele uma nação grande, Deus não se referiu à nação onde ele vivia. Quando eu e Claudia recebemos esta mesma promessa, concentramos todas nossas forças na Colômbia, entretanto também Deus nos disse: "Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei" (2).
A visão não se desenvolveu onde Abraão momentaneamente estava, mas Deus o tirou de seu território, levou-o para a terra prometida e ali a revelou. Abraão recebeu a promessa e logo a visão. Deus trabalha dando primeiro a promessa e logo a visão. Nela Deus lhe diz que sua descendência será tão numerosa como as estrelas do céu, ou como a areia do mar.
O Senhor me deu a revelação do ministério quando ainda não estava pastoreando, e deu a promessa a Abraão quando ainda não linha filhos. Quer dizer, Deus fala quando na realidade as coisas ainda não existem para nós. E como se Deus dissesse .1 alguém que não tem emprego e nenhum centavo no bolso, que este será milionário, o que seria um milagre! Da mesma maneira, é um prodígio quando Deus diz a um homem que ele vai ter uma descendência como as estrelas do céu, enquanto sua mulher é estéril, ou que Deus revele a alguém que vai ter uma das igrejas maior do mundo, quando não tem nenhum membro, é também um grande milagre. Deus dá a promessa quando as circunstâncias são adversas. O segredo está em nós crermos. Se nos atrevermos a acreditar, Deus vai nos abençoar e nos prosperar grandemente.
Embora Deus tenha dado esta promessa a Abraão, também ela nos alcança por fazermos parte de sua linhagem por meio da fé em Jesus. A única coisa que Abraão tinha para alcançar o seu sonho era a promessa dada por Deus, por isso não olhou as circunstâncias, mas sim sempre se manteve firme, sensível à voz e à direção do Pai.
Eu acredito que isto é o que muitos líderes cristãos hoje em dia precisam aprender, ou seja, precisam ficar em silêncio com Deus para escutarem de uma maneira clara as diretrizes que Ele está dando. Abraão acreditou em Deus e Lhe obedeceu, mas com o passar dos anos, embora tivesse a promessa ele não via os resultados, e ao não ver a resposta à suas necessidades, entrou em um conflito interno. Deus tinha prometido a bênção
através de sua descendência, mas chegou o momento em que ele começou a olhar para o futuro e disse: "Senhor, eu não quero que meu servo, meu criado, o nascido em casa seja o que vá herdar o que é meu, eu quero o meu filho", e nesse momento o Senhor lhe faz um convite: "Sai de sua tenda e olhe as estrelas". Abraão começou a olhar as estrelas e Deus lhe disse: "Conte-as", e ele tratou de contá-las, mas isso foi impossível. E o Senhor adicionou: "Assim será sua descendência, tão numerosa como as estrelas do céu, uma multidão que não se poderá contar". Abraão recebeu a promessa não só de um filho, mas sim de uma grande multiplicação através de sua descendência. Ele tomou aquela promessa e lhe deu forma visual através das estrelas, de maneira que todas as noites ele tinha um ponto de apoio para visualizar sua promessa. Abraão contemplava as estrelas, depois disso, ele via em cada uma destas o rosto de seus descendentes; ele sempre o confessava e o proclamava, e dizia para sua mulher: "Sara, nossa descendência vai ser tão numerosa como as estrelas do céu, eu estou vendo meus descendentes em cada estrela".
Nossa Promessa
No momento em que demos início à Missão Carismática Internacional, sentimos que esta promessa era também para nós, e a pusemos como o lema de nosso ministério. Deus havia me dito: “Sonha com uma igreja muito grande, porque os sonhos são a linguagem do espírito; porque a igreja que você pastoreará será tão numerosa como as estrelas do céu e como a areia do mar, de multidão que não se poderão contar".
A palavra de Deus é eterna e permanece para sempre nos céus. Que grandioso é ver que a mesma promessa que Deus deu a Abraão séculos atrás, Ele deu-nos também neste tempo presente. Pois todos nós, por intermédio da fé em Jesus Cristo somos parte da descendência de Abraão. O Apóstolo Paulo disse que se nós formos de Cristo, somos legítimos herdeiros ou descendentes de Abraão, e as mesmas bênçãos que Deus deu ao patriarca pertencem a cada um de nós. Assim como Abraão tomou a promessa e se apropriou dela, nós como Igreja fizemos o mesmo; tomamos esta promessa e a fizemos nossa. Então começamos a reclamá-la perante o Senhor, e onde quer que fossemos sempre declarávamos que a nossa igreja seria uma das maiores do mundo, mesmo que em tal momento só tínhamos trinta membros.
Recordo-me de uma ocasião enquanto eu estava com um pastor amigo de muita experiência, então lhe comentei: "Eu vou ter uma igreja de três mil membros, Deus vai me dar três mil membros". O assombro estampou-se em
seu rosto, pois ele não via de que maneira isto poderia chegar a ser uma realidade, ou de como eu poderia chegar a tal crescimento. Sorriu, e com um tom de brincadeira expressou: "O, grande é sua fé". Ele não acreditava que eu podia obtê-lo, mas não me afetou, pois eu tinha a visão clara e acreditava firmemente na promessa que havia recebido da Palavra de Deus.
A promessa que Deus lhe dá deve chegar a ser parte de sua vida. Foi para Abraão e deve ser para você também. A promessa se converte em uma palavra Rhema — uma palavra específica para uma situação e momento específico. Você deve compreender que as multidões não estão fora, mas estão dentro do seu espírito. O milagre se concebe primeiro em seu espírito e logo o verá feito uma realidade no plano natural.
O Apóstolo Paulo quando dirige sua epístola aos Gálatas diz: "Meus filhos, novamente estou sofrendo dores de parto por sua causa, até que Jesus Cristo seja formado em vocês" (3). Paulo sabia que ele havia produzido nos gálatas por meio da oração, a intercessão e o clamor. Ele tinha a plena certeza e convicção de que, embora eles se desviassem, se ele voltasse a repetir o processo de concebê-los a fé por meio de sua oração, eles seriam alcançados e conquistados para Deus novamente.
Referências Bíblicas: