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DESCREVENDO O PROCESSO DE OP

3. ABORDAGENS TEÓRICAS EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: QUE LUGAR

5.2 DESCREVENDO O PROCESSO DE OP

Participaram da experiência de aplicação de OP 16 jovens vinculados ao Pronatec, conforme especificado no Quadro a seguir:

Quadro 2 – Quadro descritivo dos jovens participantes da OP (Turma Autocad Pronatec Ifba de Camaçari).

Abreviatura

Nome Idade Sexo

A.F.S. 30 anos Masculino

A.R.M. 16 anos Masculino

A.M.F. 17 anos Feminino

C.A.P. 16 anos Masculino

C.R.S. 19 anos Feminino

E.B.A. 16 anos Feminino

E.P.F. 17 anos Feminino

J.J.S. 19 anos Feminino

J.M.J. 19 anos Feminino

J.S.S. 21 anos Masculino

J.V.L. 17 anos Masculino

M.A.C. 16 anos Masculino

M.V.L. 16 anos Masculino

M.F.S. 16 anos Feminino

P.R.O. 17 anos Masculino

R.D.S. 16 anos Feminino

Fonte: O Autor

A seguir, encontram-se detalhadas as sessões de OP com relatos das técnicas que foram aplicadas no grupo do Pronatec. Em cada uma das 10 sessões são especificados

os objetivos, a justificativa, as atividades desenvolvidas e os resultados da aplicação da técnica.

1ª Sessão Objetivo:

Apresentar o trabalho a ser desenvolvido; apresentar os envolvidos (profissionais e jovens); estabelecer o contrato de convivência; trabalhar o autoconhecimento nos jovens, discutir sobre o papel do fator social na vida e na formação da identidade.

Justificativa:

O conceito de identidade é central na Psicologia, tanto para a construção do eu, quanto para a inserção social (STRYKER, 1994; ERIKSON, 1968). A identidade a ser considerada neste estudo é a identidade social fruto da percepção de inclusão em um grupo social que compartilha um domínio específico e técnico de saber, e que permite demarcar o grupo de pertencimento ou identificação (endogrupo) e o grupo de distanciamento ou de contra-identidade (exogrupo) (PEIXOTO, 2014; GONDIM, 2014).

Atividades:

Ocorreu a apresentação de como o programa seria desenvolvido, seguido da apresentação dos jovens aos profissionais e apresentação dos profissionais aos jovens para o mútuo conhecimento.

Nessa primeira sessão, A.F.S., o aluno mais velho da turma, revelou aos demais que estava tendo uma segunda chance na vida. No entanto, não retornou a nenhuma outra sessão, embora, por inúmeras vezes, os demais jovens tenham citado o seu depoimento como exemplo de vida ressaltando a importância da possibilidade de se ter uma segunda chance.

Depois da apresentação, ocorreu o estabelecimento do contrato de convivência com os jovens a partir da dinâmica chamada regras do jogo:

Foram negociadas as regras de convivência no grupo como:

 Horário de chegada: definido para às 14h;

 Pausa: sem pausa;

 Horário de saída: 16h;

 Respeito a opinião dos outros;

 Em caso de ausência, procurar o orientador para conversar a respeito;

 Respeito com as histórias dos outros;

 Sempre procurar a secretaria do Pronatec para saber em que sala será a OP, pois as sessões podem ocorrer em salas alternadas. Depois do debate, foi introduzida a técnica do curtigrama, explicando cada item a ser desenvolvido. Essa dinâmica começou a ser realizada no Ifba, mas teve de ser levada para casa e se completou na segunda sessão:

Curtigrama:

O QUE EU CURTO E FAÇO O QUE EU CURTO E NÃO FAÇO

O QUE EU NÃO CURTO E FAÇO O QUE EU NÃO CURTO E NÃO FAÇO

Com a ressalva de que, em cada item foi necessário atentar para 9 aspectos da vida:

1. Físico: relacionado à saúde; 2. Espiritual: religião;

3. Intelectual: estudos; 4. Familiar: relacionamentos;

5. Social: meios de convivência e de relacionamentos; 6. Financeiro: dinheiro e sobrevivência;

7. Profissional: trabalho;

8. Ecológico: ambiente de vida; 9. Relacionamento amoroso: namoro.

Foi explicado que não se deveria deixar nenhum espaço vazio, haja vista a responsabilidade de se assumir o planejamento pessoal com a carreira, levando em conta a realidade presente, bem como a importância de conciliar o que gostamos e não gostamos e fazemos e não fazemos.

Resultado:

O objetivo de mútuo conhecimento do grupo e de estabelecimento de contrato de convivência foi alcançado com êxito, além de destacar a importância do fator social na vida e na construção da identidade, que começou a ser trabalhado na apresentação do curtigrama e seguiu-se no próximo encontro.

2ª Sessão Objetivo:

Continuar e encerrar o tema e a técnica iniciada na primeira sessão (curtigrama); trabalhar o autoconhecimento nos jovens, discutir sobre o papel do fator social na vida e na formação da identidade.

Justificativa:

O trabalho de se permitir descobrir e redescobrir baseia-se em um conceito relacional, no qual as identidades são continuamente reafirmadas ou redefinidas ao longo da vida. A identidade pessoal é influenciada pelas experiências subjetivas da relação que cada um estabelece com o mundo ao redor, incorporadas ao autoconceito (quem sou eu?). A identidade social, por sua vez, se vê implicada no exercício de papéis e no pertencimento a diversos grupos sociais que sofrem mudanças ao longo do tempo (PARSONS, 1973/1968). Isso nos permite afirmar que não se nasce com uma identidade.

Atividades:

Os Jovens apresentaram, individualmente, de forma verbal, seus curtigramas, enquanto o orientador foi colocando as respostas num quadro geral. Em seguida, começou um debate sobre as respostas, a fim de entender a categorização elencadas nos 9 itens juntamente a sua problematização.

Nesta sessão, já foi possível ter o demonstrativo de quem realmente iria seguir com a OP de forma madura e responsável. Estiveram presentes 10 jovens, sendo que 5 chegaram com o curtigrama pronto de casa e mais dois finalizaram no transcorrer da sessão.

No item Curto e Faço as respostas repetidas foram: ler, encontrar amigos, participar de reunião de família, tocar ou cantar música, praticar esporte e estudar.

No item Não Curto e Faço prevaleceram: brigas (em casa, na rua, no lazer), estudar, limpar a casa, ser solteiro(a) e praticar esportes.

Pra finalizar, o item Não Curto e Não Faço: novamente praticar esportes, reunião em geral, igreja e estudar.

Nesta sessão, foi importante conduzir o debate no grupo, o qual gerou a reflexão que: tanto as atividades que são desenvolvidas, quanto o gostar delas ou não gostar, o poder fazê-las ou não poder fazê-las e ainda o ter que fazê-las ou não ter que fazê-las são resultados de um desenvolvimento sócio-histórico entre indivíduo e sociedade, numa produção já existente historicamente, mas em constante mudanças, que constituem infinitas possibilidades futuras.

O trabalho do autoconhecimento objetivando superar a crença do determinismo da constituição individual foi alcançado, pois alguns itens como estudar e praticar esportes apareceram nos quatro quadros, o que permite inferir a conscientização dos jovens sobre a multideterminação de gostos e preferências, levando em conta também as diferenças de pessoa pra pessoa.

Outro ponto a se destacar é o da diferença de maturidade entre os jovens, alguns como J.S.S. que possui filho e acredita ter encontrado seu caminho profissional na área de tecnologia do trabalho rural J.S.S. trabalha numa empresa do ramo e pretende se aprimorar cada vez mais na área. Além de já ter uma área profissional determinada para se desenvolver, seu curtigrama sugere uma capacidade muito boa de leitura de realidade com uma taxa alta de autoconhecimento sobre o que gosta e o que não gosta, fazendo um relato sobre o que necessita fazer para melhorar no aspecto daquilo que gostaria de fazer.

Resultado:

Nesta sessão como um todo, enfatizaram-se as relações sociais como determinantes no processo de escolha profissional e, sobretudo de futuro de vida, e assim puderam-se evidenciar as multideterminações que constituem o ser humano e seu mundo, desmistificando aqui o caráter inatista e determinante das concepções que defendem a existência de supostos dons e talentos inatos.

3ª Sessão Objetivo:

Inserir a questão da importância do conhecimento sobre o objeto de escolha para obter um melhor posicionamento.

Apresentar e discutir valores referentes à escolha profissional.

Mediante a exploração, constrói-se a própria identidade (TAVEIRA, 1997), é possível desenvolver interesses e se experimentar atividades que permitam colocar à prova as próprias habilidades para a realização de determinadas tarefas e satisfazer-se com elas.

A exploração é um processo central para que o jovem consiga ir se perguntando sobre o tipo de escolha que gostaria de ser e, a partir daí, buscar experiências e reflexões capazes de clarear a resposta.

Nesta sessão, a experimentação é colocada à prova na inversão de posicionamento no embate em torno de afirmações polêmicas.

Atividades:

Debate em torno de afirmações polêmicas:

Num primeiro momento, os jovens responderam por escrito se concordam ou discordam de quatro afirmações que foram colocadas e justificam seu posicionamento.

As afirmações são:

1. “Mulheres são mais apropriadas a fazerem certas funções e homens outras”?

2. “Gostar de matemática, química e física indica que, necessariamente, a pessoa deve escolher uma profissão na área de Exatas (tal como engenharia)”?

3. “O ser humano já nasce com os chamados dons que determinam o que a pessoa faz bem e no que não faz bem”.

4. “O mercado de trabalho é o principal fator a ser levado em conta no momento da escolha da profissão”.

Num segundo momento, o orientador solicitou que se formassem subgrupos (3 ou 4), para discutir cada uma das afirmações e chegar a um consenso do grupo, ou seja, numa posição única para todo o grupo.

Num terceiro momento, se desfez os subgrupos e, de forma aleatória, formaram- se dois grupos grandes envolvendo todos os participantes.

Cada afirmativa nesse momento foi discutida com um grupo se posicionando a favor e outro contrário, a fim de convencer a outra parte de sua posição.

Na análise de funcionamento de grupo, pode-se perceber que a divisão ficou com um grupo predominantemente masculino e o outro feminino.

A principal diferença foi a de que, no grupo com predominância masculina, era escolhido um argumento para defender ou discordar da frase em debate e esse

argumento era esmiuçado o máximo possível, já o grupo com predominância feminina foi mais rico em argumentos para defender ou discordar da frase em debate, porém, sem a preocupação de detalhar afundo os argumentos colocados.

Já a similaridade entre os grupos foi a de que ambos estabeleceram um líder, no grupo feminino A.M.F. e no masculino J.V.L. e, realmente, ambos com perfis muito parecidos de liderança e com facilidade para argumentação em público.

A técnica foi muito rica e, segundo dito por C.A.P., a sessão demonstrou “como, às vezes, nos posicionamos sempre da mesma maneira com uma opinião única sem enxergar o outro lado da questão por pura rigidez, sendo que às vezes a opinião que defendemos nem foi nossa, e sim de outra pessoa, como dizer que não gosta de quiabo sem nunca comer quiabo só porque a mãe falou que é ruim”.

Na finalização dessa técnica, o orientador comentou para o grupo a importância de entenderem que o conhecimento é construído de forma coletiva a partir do embate de posições divergentes, chegando ao chamado consenso do possível. (KUENZER, 2000).

Resultado:

O resultado foi positivo no que tange à reflexão da importância do conhecimento sobre o objeto de escolha para obter um melhor posicionamento, pois o grupo como um todo, ao final, relatou um sentimento similar de que é necessário sempre olhar o mesmo ponto de formas diferentes para se ter uma visão mais consciente e realista. Isso acaba colocando a OP como um campo também didático-pedagógico de socialização de conteúdos científicos.

Essa técnica permitiu uma apropriação muito maior de valores sobre as questões que envolvem a escolha profissional, mediante a escuta de opiniões diferentes e convergentes às de cada envolvido com o processo de orientação, ampliando assim o repertório sobre a temática dos mesmos.

4ª Sessão Objetivo:

Apresentar ferramentas e discutir valores, de forma lúdica, referentes à escolha.

Justificativa:

Existem múltiplas formas de se fazer uma escolha, porém independente do tipo de tomada de decisão que tenhamos que realizar na vida, precisamos saber escolher. Escolher significa se posicionar (tomar partido) dentre as possibilidades colocadas que são igualmente atrativas e contém também desvantagens. São possibilidades que brigam

entre si. Por isso, se diz que qualquer escolha implica conflito, ou melhor, escolher significa resolver conflito.

A escolha por uma abordagem lúdica se justifica pelo fato de tornar o processo de reflexão mais atrativo e prazeroso, no sentido de despertar o interesse e a motivação dos jovens, criando um clima mais ameno e de maior facilidade para a busca de soluções ao conflito.

Lembrando que essa temática é abordada de forma lúdica; escolher um sorvete não pode, na vida concreta, ser comparada com o mesmo nível de complexidade de se escolher uma profissão.

Atividades:

Essa sessão começou com uma dinâmica de grupo chamada Resposta sim Resposta não, que consiste em um jogo de adivinhação no qual o orientador coloca um mistério para ser desvendado pelo grupo, que deve fazer perguntas cuja resposta seja sim ou não para o orientador, que sabe qual o segredo do mistério.

O caso dado foi o seguinte: em uma sala grande e alta tem um homem morto por enforcamento, pendurado em uma corda, amarrada na estrutura do telhado da sala. A porta da sala estava fechada e a porta só abre por fora. O detalhe é que, na sala não tinha nada além da corda do morto e, debaixo deste, uma poça de água bem grande no chão.

A questão é como explicar a morte detalhadamente.

A dinâmica serviu para o grupo se sentir capaz de pensar em inúmeros modos e caminhos de se chegar aos resultados almejados, que seria a principal questão na técnica que se seguiu, chamada de Técnica do Sorvete.

O gosto pelas disciplinas escolares é utilizado como mote para a discussão mais geral a respeito do significado, da importância e da forma de efetivação de escolhas. Desenvolveu-se o “procedimento do sorvete”, que se constitui numa metáfora, para demonstrar a elaboração e o desenvolvimento de processos de escolha. Apresenta-se, a seguir, o procedimento, uma vez que se considera de fundamental importância por demonstrar com clareza a concepção de escolha que o fundamenta.

Apresentação do problema: você vai ter que tomar uma decisão muito importante: vai escolher um sorvete. Para facilitar a tarefa, se utilizará apenas de um tipo de sorvete: o picolé e apenas dois sabores: o sabor X e o sabor Y. Mas existem algumas regras preestabelecidas.

1) Você não pode provar antes para depois escolher. (Você não pode experimentar 100 profissões para depois escolher).

2) Você só pode escolher um sorvete, isto é, não pode escolher os dois (não pode escolher ao mesmo tempo 100 profissões).

3) Você quer fazer a melhor escolha com o menor risco possível e com a maior chance de “sucesso”.

4) Esta escolha é importante; não é para o resto da vida (como profissão também não é), mas deve permanecer um certo tempo com você.

Em seguida, solicitou-se aos participantes do grupo que pensassem em soluções para resolver o problema da escolha de um sabor do sorvete. Abaixo, são apresentadas as soluções dadas pelo grupo de alunos do Pronatec:

1ª solução: tirar a sorte no par ou ímpar.

Análise: essa solução, até foi citada, mas ressaltaram que não utilizariam a metodologia de escolher na sorte, em decisões de grande importância, apenas em situações do dia a dia, principalmente quando não se correm grande riscos, no caso de a sorte trazer um resultado ruim. É defensável usar a solução de sorte ou azar no momento de dividir um lanche com o amigo para quem vai ficar com o pedaço maior.

2ª solução: olhar a embalagem, observar a cor dos sorvetes

O sorvete Y tem como cor predominante na embalagem a cor branca, já o X tem a cor marrom. Essa solução não foi muito utilizada pelo grupo, com relatos de que os fabricantes de picolé estudam o público consumidor para desenvolver modelos de embalagens mais atrativas para seu consumidor-alvo e que, se a fábrica desenvolve esse estudo, também desenvolve o sabor do sorvete para também se aproximar de seu público-consumidor deixando o sabor mais próximo da preferência de seus compradores e, por esses motivos, acreditam que a escolha feita pela cor ou modelo da

embalagem os levaria à escolha do melhor sorvete.

3ª solução: conhecer os ingredientes dos sorvetes

O conhecimento dos ingredientes tem como objetivo tentar descobrir o sabor das opções.

Análise: os ingredientes podem ser conhecidos por pesquisas: num “guia do sorvete”, conversando com pessoas, indo a fábricas (faculdades), visitando locais de trabalho.

Essa solução é dada como certeira pela maioria do grupo. Foi trabalhada a questão da investigação, de fato, e não superficial, sobre o objeto de escolha tomando a precaução de que esse processo não esteja sendo feito por meio de uma mera observação. Certamente, uma solução mais elaborada do que um par ou impar, mas ainda insuficiente para se achar uma solução para escolha definitiva, afinal não é porque alguém gosta de matemática que essa pessoa será feliz sendo um contador ou porque gosta de café que irá gostar de bala de café.

Duas questões apareceram nesse momento para serem discutidas com o grupo: a questão do dom, que foi dada como certo pela maioria, e a da persistência para conseguir realizar a melhor escolha. Essa temática abriu um intenso debate, discutindo dom e esforço pessoal.

A resolução do debate foca nas crenças de cada um, pois se qualquer pessoa fizer uma escolha sem acreditar na mesma, está fadada a depois concluir que fez a escolha errada, sendo essa escolha feita por acreditar num dom ou por acreditar no trabalho para desenvolver a escolha realizada. Ressalta, portanto, que nesse caso o importante é acreditar na escolha.

4ª solução: perguntar para as outras pessoas o que elas acham

Aqui tudo que se relatou foi com relação à influência da família ou à confiança na pessoa para que se pergunta.

Perguntar para alguém que está provando um sorvete de chocolate, pode resultar em duas respostas: ela gosta ou não. A questão que se coloca é: o fato de alguém preferir um caminho indica que o optante deva seguir o mesmo? A resposta lógica indica que não, entretanto, algumas decisões que se tomam seguem essa fórmula, pois trabalhamos aqui a questão de confiança em pessoas de referência.

Para reflexão, foi colocado para o grupo que, não adianta perguntar para quem toma sorvete de abacaxi o que ela acha do sorvete de chocolate, pois será apenas uma opinião pessoal, pois o sujeito desconhece a outra possibilidade, já que apenas vive um lado. De pouco adianta perguntar para um engenheiro o que ele acha da profissão do Direito; ele apenas dará sua opinião.

5ª solução: indicar quais as consequências para a vida de cada opção. Isto é, no caso, identificar vantagens e desvantagens.

X Y

Vantagens Vantagens

É mais nutritivo É mais refrescante

Desvantagens Desvantagens

Engorda; pode ser gorduroso; dá espinhas É ácido, pode dar afta.

É importante conhecer as vantagens e desvantagens de cada alternativa; porém elas não definem nada. Mas há um perigo: nesse momento a pessoa pode estar sofrendo um problema, por exemplo, de espinhas, o que empurraria para a alternativa Y. Porém, este problema deixa de existir daqui a algum tempo.

A pergunta a ser feita nesse momento é: “e se mesmo assim eu não gostar do sorvete?” e a resposta “se você não gostar, isso deve ser levado em conta na próxima escolha”, o que demonstra que, realmente, quem opta por essa solução acredita que a metodologia para fazer uma escolha é a da lista de vantagens e desvantagens. Isso foi dito ao grupo para que pensasse no sentido de que existe a possibilidade de dar errado, ou seja, de a escolha ser considerada errada. Essa informação contribuirá em escolhas futuras, sabendo que as escolhas não são definitivas e sim passíveis de serem erradas e mais, se for a escolha errada, essa informação pode contribuir para escolhas mais acertadas no futuro.

6ª solução: pesquisar o mercado; observar se há diferença de consumo entre homens e mulheres.

A pesquisa de mercado de consumo indica que se vende muito mais sorvetes X que Y. Entretanto, dentre as pessoas que compram o sorvete Y, a maioria são mulheres. No caso do sorvete X, a procura é equilibrada entre homens e mulheres.

O que esses dados revelam? O interessado deve comprar X só porque a maioria compra essa alternativa? Por outro lado, seria melhor comprar Y, por ser menos consumido, e por isso ser mais fácil de achar ou adquirir sem filas?

Pode-se dizer que a maioria das pessoas escolhe o sorvete X porque assim reza a tradição, e os meios de comunicação reforçam constantemente essa tendência ao veicular propagandas de chocolate e derivados. Pode-se falar o mesmo a respeito das profissões. A maioria escolhe Engenharia ou Medicina ou Direito por serem as mais tradicionais, afinal são estas profissões que formam o Doutor que não fez doutorado. São as profissões que mais aparecem em novelas, filmes e livros.

Por outro lado, dentre os consumidores do sorvete Y, a mulheres são a maioria. Será por causa de uma adequação biológica? Pode-se afirmar que não, as mulheres mais vaidosas procurariam o sorvete Y para manter a silhueta com algo menos calórico.

7ª solução: analisar o preço X é mais caro do que Y.

Muitos levaram a questão preço em questão relatando que ,“na maioria das vezes, essa questão de escolher, na verdade, não é uma escolha e sim uma questão de

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