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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.7 Descrição da área de estudo

Conforme Fernandes (1998), o município de Içara situa-se no litoral sul de Santa Catarina. Limita-se ao norte com os municípios de Criciúma, Morro da Fumaça; ao sul com Oceano Atlântico e o município de Araranguá; ao leste com o Oceano Atlântico e o município de Jaguaruna; e ao oeste com o município de Criciúma. Suas coordenadas geográficas são: 28º 42’ 12” de latitude sul e 49º 16’ 54” de longitude oeste. Sua localização pode ser melhor compreendida através da Figura 10.

Figura 10: Localização do Município de Içara. Em A se tem o mapa do Brasil, em B, o mapa do

estado de Santa Catarina, e em C os municípios do entorno de Içara, e esta destacada em laranja (Fonte: RODRIGUES, 2008, modificado pela autora).

Possui uma área de 293 km², uma população estimada de 57.103 habitantes (IBGE, 2010), uma densidade demográfica de 194,89 hab/km² e apresenta uma taxa de ocupação urbana de 81,36% e rural de 18,64% (CEPOLINA, 2004).

Fernandes (1998) afirma que “o município de Içara tem um relevo modesto, a altitude média é de 15 metros estando o centro do mesmo a 27 metros acima do nível do mar”.

O autor afirma ainda que o clima na região sul e, consequentemente, o clima de Içara, é classificado como mesotérmico (temperado), com chuvas bem distribuídas durantes o ano inteiro, sem estação de seca, mas com um declínio nos

meses do inverno. Anualmente a precipitação fica em torno de 1200 mm. As médias de temperatura anuais são de 26ºC.

De acordo com Fernandes (1998), a vegetação do município de Içara inclui-se no macro sistema vegetal Mata Atlântica, caracterizando-se pela Floresta Ombrófila Densa das áreas litorâneas (hoje praticamente extinta) com uma variante na parte litorânea, a leste das Lagoas, que se inclui caracterizada Vegetação de dunas.

3 METODOLOGIA

Nas atividades de amostragem, primeiramente, coletaram-se os dados secundários básicos necessários para elaboração do projeto de arborização. Foi definida e delimitada uma área preliminar para realização do estágio e trabalho de conclusão de curso.

Com a delimitação da área (Bairro Centro do município de Içara/SC, conforme Anexo), obteve-se de um mapa contendo os limites do espaço urbano escolhido com a identificação dos nomes das ruas, para facilitar o trabalho de coleta dos dados primários.

Com o território de observação definido, iniciou-se um levantamento quantitativo utilizando a contagem e caracterização fito-sociológica e identific das espécies arbóreas urbanas rua por rua. O período de coleta desses dados foi de Julho a Setembro. Em posse desses dados, foram reconhecidas as espécies, se estas são nativas ou exóticas, a situação das mesmas (se estão batendo na fiação, obstruindo passagem de veículos e pedestres, bloqueando a visão de placas, poda inadequada, alteração de calçadas por raízes).

O estudo baseou-se nos princípios de quantidade e qualidade. O levantamento qualitativo determinou as características arbóreas, o porte (menor que 6 metros, entre 6 e 10 metros, entre 10 e 15 metros ou maior que 15 metros), altura da primeira bifurcação (menor ou maior que 2 metros – conforme Figura 11 A), o perímetro à altura do peito - PAP (menor que 15 centímetros, entre 15 e 30 centímetros, entre 30 e 45 centímetros ou maior que 45 centímetros), avanço da copa sobre a rua (menor que 1,5 metros, entre 1,5 e 3 metros ou maior que 3 metros), avanço da copa sobre a construção (menor que 1,5 metros, entre 1,5 e 3 metros ou maior que 3 metros), a área livre (menor que 1,20 metros, entre 1,20 e 3 metros, entre 3 e 5 metros ou maior que 5 metros – conforme Figura 11 B), a largura do passeio (menor que 1,20 metros, entre 1,20 e 3 metros, entre 3 e 5 metros ou maior que 5 metros). Na medição desses dados foi utilizada uma trena de 5 metros, com exceção do PAP (Figura 12), para este foi utilizada uma fita métrica de 2 metros; sendo que a altura escolhida para realização do diâmetro de peito foi de 1,60 metros.

Figura 11: A) Medição da altura da primeira bifurcação – Içara, Rua Amaro Mauricio Cardoso B)

medição da área livre do passeio. Içara, Rua João Menegaro, Ago 2010. (Fonte: SALVADOR, 2010; GUADAGNIN, 2010) C) Medição do PAP, Içara, Rua João Menegaro, Ago 2010. (Fonte: GUADAGNIN, 2010).

Para cada rua foi elaborada uma tabela contendo os dados obtidos através das medições citadas acima.

O levantamento qualitativo estabeleceu se os indivíduos se encontram em boas condições de sanidade – fitossanidade, condição da raiz, rede aérea e conflitos de rede. A fitossanidade foi dividida em boa (o espécime não aparentava estar debilitada e a poda estava realizada de forma adequada), regular (a planta apresentava alguma alteração, sobretudo, devido à podas inadequadas – cortes bruscos dos galhos) e ruim (apresentando algum tipo de patologia como cupins ou poda realizada de forma extremamente brusca, muitas vezes cortando toda a copa da mesma). Já a condição da raiz foi dividida em boa (não estava quebrando calçadas), regular (não estava quebrando calçadas mas apresentava indícios de que isso ocorreria em breve, como leves ondulações no passeio) e ruim (calçadas danificadas). A rede aérea foi classificada em presente ou ausente e o conflito de redes em rede telefônica (a copa estava batendo nos fios da rede telefônica), rede de energia elétrica de baixa tensão (a copa batia na rede de baixa tensão), rede de

A B

energia de alta tensão (a copa batia na rede de baixa tensão) e inexistente (quando a rede aérea era inexistente ou a copa não chegava a atingi-la).

Foram confeccionadas tabelas rua por rua com as principais espécies encontradas, família, quantidade e se a mesma é exótica ou nativa. Além de uma tabela geral, contendo o nome das espécies, a que família pertence, quantidade e percentual das mesmas. É importante ressaltar que a identificação das espécies teve como base diversos livros de Harri Lorenzi (2000, 2006, 2008).

Também se sugere uma arborização mais adequada para a área delimitada, visando sanar os principais problemas encontrados in situ, através de sugestões de espécies mais adequadas para cada local (passeios estreitos x ruas largas, passeios largos x ruas largas, passeios largos x ruas estreitas, passeios estreitos x ruas estreitas; levando em consideração a presença ou ausência de redes de transmissão aéreas).

Elaborou-se uma cartilha básica contendo a importância da arborização urbana, como realizar a poda e manutenção das árvores, que poderá ser distribuída à população para que os gestores públicos, tanto do executivo como da FUNDAI iniciem o projeto de rearborização urbana no município; juntamente com um programa de educação ambiental para que a proposta obtenha êxito.

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