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A estrutura da metodologia está apresentada na Figura 5.1, sendo seus objetivos e atividades descritos a seguir.

Figura 5.1: Metodologia de Diagnóstico Espacial da Mobilidade e Acessibilidade dos Usuários do STPP

A primeira etapa desta metodologia consiste na caracterização da oferta e da demanda do sistema (A) e está dividida em três fases. A primeira trata da caracterização da oferta do sistema (A.1), onde serão apresentadas e avaliadas as características tanto da rede de transporte como da infra-estrutura de apoio ao sistema. Com relação à rede de transporte, devem ser analisadas as características dos corredores, das linhas, das empresas e da frota do sistema, para que se possa ter um conhecimento da configuração da rede do sistema avaliado, sendo para isto utilizadas basicamente ferramentas de seleção e manipulação dos dados espaciais referentes aos sistemas, como as de agregação dos dados com alguma característica espacial em comum.

• Caracterização das Viagens • Caracterização dos Fluxos A.1. Caracterização da

Oferta do Sistema • Caracterização da Rede

• Caracterização da Infra-Estrutura Apoio

A.2. Caracterização da Demanda do Sistema

A.3. Adequação da Rede aos Deslocamentos dos Usuários • Avaliação dos Percursos de Viagem • Avaliação dos Tempos de Viagem • Avaliação dos Transbordos • Carregamento da Rede

B. Análise da Acessibilidade e Mobilidade

dos Usuários

A. Caracterização da Oferta e da Demanda

B.1. Análise da Acessibilidade dos Usuários

B.2. Análise da Mobilidade dos Usuários

• Caracterização Espacial da Mobilidade • Análise da Acessibilidade Locacional

• Análise da Autocorrelação Espacial da Mobilidade

• Análise da Acessibilidade Temporal • Análise da Acessibilidade às Áreas de

Já no que se refere à infra-estrutura de apoio ao sistema, devem ser identificados e analisados os pontos de parada, as áreas de concentração de pontos terminais e os terminais de integração, quando existentes, com relação às suas características físicas, operacionais e espaciais. Nesta fase podem ser utilizadas as ferramentas de manipulação dos dados espaciais, as quais permitem a geração de novas camadas de informação espacial, como no caso da análise da área de influência dos terminais ou ferramentas de caracterização da configuração espacial dos pontos de parada que irão auxiliar nas análises sobre a acessibilidade locacional a serem implementadas em etapa posterior.

A segunda fase, que pode ser realizada em paralelo à primeira, refere-se à caracterização da demanda dos usuários do sistema (A.2) no que se relaciona às suas características espaciais. Nesta etapa são primeiramente avaliadas as intensidades de uso do sistema em diferentes locais da cidade, por meio da análise da distribuição das viagens, sendo identificados através de mapas temáticos os principais pólos de produção e atração de viagens, informações estas que serão úteis para a compreensão do fenômeno da mobilidade a ser analisado também em etapa posterior. Em seguida são identificados os principais fluxos de viagens no sistema, de forma a caracterizar os padrões de deslocamentos dos usuários, através da geração de linhas de desejo, cujos resultados auxiliaram na avaliação da rede a ser implementada na fase seguinte.

Na última fase desta etapa, são avaliadas as condições de adequação da rede aos desejos de deslocamento dos usuários (A.3), analisando-se os resultados da alocação das viagens dos usuários na rede do sistema, sendo avaliados os percursos e os tempos médios dos deslocamentos dos usuários, o percentual de transbordos realizados, bem como o carregamento de passageiros nas vias que compõem o sistema. No caso da avaliação dos percursos e principalmente dos tempos de viagem, seus resultados são importantes, pois permitem uma melhor compreensão do comportamento da rede, sendo estes resultados utilizados também nas análises de acessibilidade. Já a avaliação dos transbordos permite verificar como os terminais se adequam às necessidades dos usuários residentes nas regiões de influência dos mesmos. E por fim, a análise do carregamento permite identificar quais corredores do sistema são mais solicitados e por onde ocorre o escoamento dos usuários, considerando os principais fluxos identificados na fase de caracterização da demanda.

Finalizada a etapa de caracterização do sistema, que fornece todos os subsídios necessários à compreensão do comportamento do sistema de transporte em

questão, com relação tanto à oferta de serviços como à demanda nesse sistema, passa-se então para a etapa de análise da acessibilidade e da mobilidade dos usuários do sistema (B). Esta etapa é composta de duas fases, sendo que a primeira refere-se à análise exclusivamente da acessibilidade dos usuários (B.1), na qual são analisadas as questões referentes tanto ao acesso locacional como temporal dos usuários ao sistema. Nesta fase são analisados o nível de cobertura da rede, com o intuito de detectar o percentual da população que tem acesso ao serviço, a distribuição espacial das paradas de ônibus e as distâncias médias de caminhada percorridas para acesso a elas (acessibilidade locacional), de forma a se avaliar microscopicamente o acesso dos usuários ao sistema, bem como a freqüência do serviço, através da análise da distribuição espacial dos tempos médios de espera inicial das linhas em cada zona de tráfego da cidade (acessibilidade temporal).

Além dessa análise microscópica da acessibilidade, deve também ser avaliada a acessibilidade considerando-se o acesso às principais zonas de emprego da cidade. Nesta fase deve ser avaliado o comportamento espacial de um índice de acessibilidade a ser definido conforme a configuração do sistema avaliado, através de técnicas de análise exploratória em áreas, no nível de zona de tráfego, que permitam caracterizar espacialmente o comportamento da acessibilidade, indicando os padrões de associação espacial, as tendências de crescimento do fenômeno, as regiões de comportamento atípico, bem com a identificação das regiões com maior e menor acessibilidade da cidade.

A segunda fase desta etapa, e última da metodologia, tem por objetivo analisar o comportamento espacial da mobilidade dos usuários (B.2), primeiramente a partir de uma caracterização espacial da mobilidade por toda a área de estudo, através também das técnicas de análise exploratória em áreas, para em seguida ser feita uma investigação da relação existente entre a mobilidade e outras variáveis correlacionadas. Esta investigação será baseada na análise dos resultados apontados pelos Moran Maps destas variáveis, os quais fornecem um diagnóstico resumido do comportamento espacial das variáveis, permitindo assim o levantamento das correlações existentes entre a mobilidade e as características de uso do solo, sócio- econômicas e de transportes, tais como uso do solo residencial, renda da população e acessibilidade provida pela rede de transporte, consideradas potenciais variáveis explicativas do fenômeno da mobilidade.

CAPÍTULO 6

CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA E DA DEMANDA

DO SIT-FOR

Este capítulo refere-se à aplicação da primeira etapa (A) da metodologia proposta de diagnóstico da acessibilidade e da mobilidade, que trata da caracterização do sistema avaliado. São discutidas em seu escopo as questões referentes à oferta e à demanda do Sistema Integrado de Transporte de Fortaleza – SIT-FOR, sendo também avaliada a adequação dos serviços ofertados à demanda dos usuários, através da implementação da alocação das viagens destes usuários na rede de transporte do SIT- FOR. Por fim, são apresentados os tópicos conclusivos do capítulo.