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4.2. Descrever, quantitativa e qualitativamente, os principais riscos de mercado a que o emissor está exposto, inclusive em relação a riscos cambiais e a taxas de juros.

(Em milhares de reais, exceto quando indicado)

Além dos riscos indicados no item 4.1 deste Formulário de Referência, a Companhia está exposta a riscos de mercado decorrentes de suas atividades envolvendo, principalmente, a possibilidade de mudanças nas taxas de juros, flutuações na taxa de câmbio e risco de crédito. Além disso, os principais fatores macroeconômicos que podem influenciar os negócios da Companhia estão descritos abaixo.

Risco de taxa de juros

O endividamento da Companhia está sujeito a variações na taxa de juros que podem elevar o custo de financiamento. A dívida bruta totalizou em 31 de dezembro de 2016 o montante de R$856.468 . Do total do endividamento, 9,0% estão indexados à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), 64,1% à taxa do Certificados de Depósitos Interbancários (CDI), 12,5% ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/FGV) e 14,4% a taxas pré-fixadas. Dessa forma, a elevação ou da TJLP, do IPCA ou do CDI pode elevar os encargos financeiros da Companhia.

Risco de crédito

O risco de crédito configura-se, principalmente, pelas atividades desenvolvidas pela Companhia, decorrente do faturamento a receber de consumidores.

Adicionalmente, existem valores a receber relativos às transações de venda, compra de energia e encargos de serviço do sistema, realizados no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, constantes na Perda Estimada com Créditos de Liquidação Duvidosa (“PECLD”), que estão sujeitas a modificações dependendo de decisão de processos judiciais em andamento. O acompanhamento dos processos judiciais é efetuado e gerenciado pela CCEE. O saldo da PECLD em 31 de dezembro de 2016 é de R$105.930 que é o saldo que a Companhia já contabilizou em seus resultados. Esse saldo da PECLD pode afetar negativamente o caixa, constituindo-se, portanto, no risco de não receber os valores acima mencionados.

A provisão pode não ser suficiente para refletir as perdas decorrentes do risco de crédito acima mencionado, dependendo de decisão de processos judiciais em andamento e da capacidade de pagamento de nossos consumidores.

Risco de vencimento antecipado

A Companhia possui debêntures, contratos de empréstimos e financiamentos com cláusulas restritivas que, em geral, requerem a manutenção de índices econômico-financeiros em determinados níveis (covenants financeiros) e de outras obrigações e condições. O descumprimento dessas restrições poderá implicar o vencimento antecipado das dívidas da Companhia, o que pode causar um impacto adverso relevante nos seus resultados operacionais.

Risco de liquidez

O risco de liquidez evidencia a capacidade da Companhia em liquidar as obrigações assumidas. Para determinar a capacidade financeira da Companhia em cumprir adequadamente os compromissos assumidos, os fluxos de vencimentos dos recursos captados e de outras obrigações são avaliados constantemente.

A Administração da Companhia somente utiliza linhas de créditos que possibilitem sua alavancagem operacional. Essa premissa é afirmada quando observamos as características das captações efetivadas (item 10.1 “d” deste Formulário de Referência).

4.2 - Descrição dos principais riscos de mercado

Os ativos financeiros mais expressivos da Companhia são demonstrados nas rubricas: (i) Caixa e equivalentes de caixa, cujo os montantes apresentam disponibilidade imediata ou são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa; (ii) Consumidores e concessionárias, cujo os saldos apresentados compreendem um fluxo estimado para os recebimentos; (iii) Ativo financeiro indenizável, cujo o saldo apresentado corresponde ao valor a receber do Poder Concedente ao final da concessão e está mensurado pelo valor novo de reposição; e (iv) Passivos financeiros setoriais que serão homologados pelo Poder Concedente e recebidos por meio da tarifa nos próximos reajustes ou revisões tarifárias.

A Companhia também gerencia o risco de liquidez por meio do monitoramento contínuo dos fluxos de caixa previstos e reais, bem como pela análise de vencimento dos seus passivos financeiros.

A liquidez da Companhia também pode ser afetada pelo fato da matriz energética brasileira ser predominantemente hídrica. Um período prolongado de escassez de chuva reduziria o volume de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas, ocasionando, além de um risco de racionamento de energia, um aumento no custo de aquisição de energia no mercado de curto prazo e na elevação nos valores de encargos de sistema elétrico em decorrência do aumento do despacho das usinas termoelétricas, gerando maior necessidade de caixa para as distribuidoras e, consequentemente, de aumentos tarifários futuros para a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato de Concessão.

O nível de contratação das distribuidoras também pode afetar a liquidez da Companhia. Na eventualidade de precisar comprar energia no curto prazo e a depender do valor do MWh, a Companhia pode ter seu caixa afetado até haver os reajustes anuais das tarifas cobradas dos consumidores.

Além dos riscos de mercado dispostos acima, a Companhia está sujeita aos seguintes riscos macroeconômicos:

O Governo Federal exerceu e continua a exercer influência significativa sobre a economia brasileira. Esta influência, bem como as condições políticas e econômicas brasileiras, podem afetar adversamente as atividades da Companhia

A economia brasileira tem sido marcada por frequentes, e por vezes significativas intervenções do Governo Federal, que frequentemente modifica as políticas monetária, de crédito, fiscal e outras. As ações do Governo Federal para controlar a inflação e efetuar outras políticas envolveram no passado, entre outras, aumentos nas taxas de juros, mudanças na política fiscal, controle de preço, desvalorização da moeda, controles no fluxo de capital e determinados limites sobre as mercadorias e os serviços importados. Nossos negócios, nossa condição financeira e resultados das nossas operações podem ser adversamente afetados em razão de mudanças na política pública em nível federal, estadual e municipal, referentes a:

• Tarifas públicas;

• Taxas de juros;

• Controle no câmbio e restrições a remessas ao exterior;

• Variações nas taxas de câmbio;

• Inflação;

• Liquidez no mercado doméstico financeiro e de capitais e mercado de empréstimos;

• Política fiscal e regime tributário, incluindo alterações na legislação tributária e trabalhista;

• Medidas de cunho político, social e econômico que ocorram ou possam afetar o Brasil;

• Regulamentações ambientais em nosso setor; e

• Taxas de câmbio e controles e restrições sobre remessas para o exterior, como aquelas

brevemente impostas em 1989 e começo de 1990.

Não podemos garantir que o governo brasileiro continuará com as políticas econômicas atuais, ou que alguma mudança implementada pelo governo brasileiro não afetará, direta ou indiretamente, nossos negócios e resultados de nossas operações.

4.2 - Descrição dos principais riscos de mercado

A instabilidade cambial pode prejudicar a economia brasileira, bem como a Companhia

Durante as últimas décadas, a moeda brasileira teve frequentes e substanciais variações cambiais frente às principais moedas internacionais. Diante deste cenário, considera-se que a desvalorização do Real poderia criar pressões inflacionárias no Brasil, ao pressionar os preços de equipamentos e serviços atrelados à moeda estrangeira e causar o aumento das taxas de juros, o que, por sua vez, afetaria negativamente o crescimento da economia brasileira e prejudicaria tanto nossa situação financeira como nossos resultados operacionais e investimentos, além de restringir o acesso aos mercados financeiros internacionais. Além disso, a desvalorização do Real poderia, como no contexto da atual desaceleração da atividade econômica, levar à redução do consumo, a pressões deflacionárias e a um menor crescimento da economia.

As condições políticas podem causar um impacto adverso na economia brasileira e nos nossos negócios

As condições políticas atuais no Brasil podem afetar a confiança dos investidores e ao público em geral assim como o desenvolvimento da economia. Incertezas relacionadas com a política de administração presidencial futura e indicações para posições importantes, assim como as investigações em curso sobre suposta corrupção em companhias estatais podem afetar a confiança dos investidores e do público em geral. Também pode ter um efeito adverso na economia brasileira, nos nossos negócios, condição financeira e resultado das operações.

Esforços do governo para combater a inflação podem impedir o crescimento da economia brasileira e poderiam afetar os nossos negócios

O Brasil conviveu no passado com taxas de inflação extremamente elevadas e, por este motivo, adotou políticas monetárias que resultaram em uma das maiores taxas de juros reais do mundo. Entre 2006 e 2016, a taxa SELIC – meta no Brasil variou entre 7,25% a.a. e 17,25% a.a. atingindo sua maior baixa (7,25%) ao final de 2012. Em 31 de dezembro de 2016, a taxa SELIC - meta era de 13,75%. A inflação e as medidas adotadas pelo governo brasileiro para combatê-la, principalmente por meio do Banco Central do Brasil, tiveram e poderão ter efeitos significativos na economia brasileira e em nosso negócio no futuro. Políticas de restrição monetária com altas taxas de juros podem restringir o crescimento do Brasil e a disponibilidade de crédito. Inversamente, políticas governamentais e do Banco Central do Brasil mais brandas e a diminuição das taxas de juros podem desencadear o aumento da inflação, e consequentemente, a maior volatilidade do crescimento e necessidade de aumentos imprevistos e substanciais na taxa de juros, o que poderá afetar negativamente nosso negócio. Adicionalmente, se o Brasil vivenciar novamente aumento de índices de inflação, poderemos não conseguir corrigir as tarifas que cobramos de nossos consumidores para compensar os efeitos da inflação sobre nossa estrutura de custos.