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DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS RELACIONADOS AO QUESTIONÁRIO

No documento ANDRÉIA APARECIDA DA SILVA (páginas 44-84)

CADASTRADOS NAS SEIS UBSF DO MUNICÍPIO DE CAMPOS GERAIS-MG

Na Figura 7 verifica-se a dispersão do número de acertos obtidos em relação ao conhecimento dos usuários com DM2 quando da aplicação do questionário DKN-A. A escala de medida do questionário é de 0-15, atribuindo- se escore (1) para resposta correta e (0) para incorreta. Os itens de 1 a 12 requerem uma única resposta correta. Para os itens de 13 a 15, são necessárias duas respostas corretas para a obtenção do escore (1). Um escore maior que oito indica conhecimento acerca do diabetes.

Do total, obteve- se que 104 (58,4%) dos usuários apresentaram escores menores ou igual a oito e 74 (41,5%) escores maiores que oito.

Figura 7 – Distribuição dos usuários com DM2 cadastrados nas seis UBSF do município de Campos Gerais-MG de acordo com o número de acertos referente o questionário DKN-A. 2012

Estudo realizado para avaliar o conhecimento e a atitude de usuários com DM em um serviço de atenção básica à saúde65, também encontrou resultados semelhantes em relação ao conhecimento, quando da aplicação do questionário do conhecimento DKN-A. A maioria dos participantes, (64,6%), obteve escores inferiores ou iguais a oito, indicando resultado insatisfatório sobre a doença.

Por outro lado, estudo realizado em um centro de pesquisa e extensão universitária de Ribeirão Preto-SP45, com 82 pessoas com DM, participantes de um grupo de educação em diabetes, encontrou a maioria, (78,05%), com escores superiores a oito, indicando conhecimento e compreensão acerca do autocuidado relativo à doença.

Outro estudo74, realizado em uma cidade do interior paulista, com 54 pessoas com DM, em seguimento por 12 meses, também em um programa de educação em diabetes, mostrou que houve aumento significativo do conhecimento com destaque para os tópicos gerais de DM relacionados ao conceito, fisiopatologia e tratamento da doença.

A ADA95 reconhece que o desenvolvimento de estratégias educacionais e comportamentais é fundamental para os cuidados com a saúde, e o

aumento do conhecimento pode fornecer alicerces para construção de novas experiências em relação ao autogerenciamento da doença.

De acordo com Torres96, durante o processo educativo, o paciente deve, em conjunto com a equipe multiprofissional de saúde, buscar estratégias efetivas que o auxiliem no manejo do diabetes. O enfoque da abordagem educativa não deve se restringir apenas à transmissão de conhecimentos, devendo englobar, também, aspectos emocionais, sociais e culturais que possam influenciar no seguimento do tratamento.

O crescente reconhecimento da importância do trabalho das equipes de saúde multidisciplinar para a educação da pessoa com diabetes tem promovido o desenvolvimento de múltiplos projetos de intervenção psicológica e programas educativos individuais ou em grupo, na área dos cuidados de saúde primários e secundários. As intervenções em grupo trazem benefícios ao nível da saúde física e mental, do desenvolvimento pessoal, da promoção de aptidões relacionais e do treino de competências que promovem uma maior adesão ao tratamento, otimizando os recursos técnicos das instituições97.

Otero et al.74, consideram que a implementação de um programa de educação em DM constitui um grande desafio para a equipe multiprofissional de saúde, tanto em relação à capacitação para educação em diabetes, quanto à compreensão de que a aquisição do conhecimento, necessariamente, não se traduz em mudança de comportamento.

Nesse sentido, estudo realizado por Costa et al.98, que teve como objetivo analisar por meio de revisão sistemática, informações publicadas sobre a adesão e a motivação de pessoas com DM, participantes de programas de saúde que visam ao estímulo da adoção de um estilo de vida saudável, mostrou que, mesmo quando os usuários são atendidos por uma equipe multiprofissional, que tem como finalidade a abordagem da qualidade de vida dos mesmos, 20% não aderem ao tratamento por motivos diversos. Tal fato leva à reflexão de que apenas a mudança do enfoque da equipe de saúde não é suficiente. Existe a necessidade de encontrar mecanismos negociados entre os usuários dos serviços e a equipe, evitando assim o abandono ao tratamento e agravamento da enfermidade.

Na tentativa de conhecer as porcentagens de acerto e erro sobre o conhecimento acerca do DM2, por questão obtida pelo questionário, elaborou-se a Figura 8. Pode-se observar que as questões 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9, 10 e 11 foram as que

apresentaram maior índice de acerto (50% ou mais). Já as questões 5, 7,12,13,14 e 15 atingiram essa mesma porcentagem, só que em relação ao maior índice de erros.

As respostas às questões 2, 8, 9, 11 alcançaram as taxas mais altas de acerto e as 14 e 15, os maiores índices de erro.

Figura 8 – Distribuição da porcentagem de acerto e erro por questão referente o questionário DKN-A aplicado aos usuários com DM2 cadastrados nas seis UBSF do município de Campos Gerais-MG. 2012

Enquanto o maior número de acertos aparecem relacionados ao controle geral do DM2 (questões 1, 2, 3, 6, 8, 9 e 10), questões importantíssimas como o conhecimento sobre as possíveis complicações do diabetes, grupos de alimentos e suas substituições (5, 12, 13, 14 e 15), obtiveram um percentual elevado de erros.

Estudo realizado em um grupo de pessoas com DM2, em um Hospital de Munique na Alemanha99, encontrou conhecimento insatisfatório dos participantes em relação à doença, apontando a necessidade de educação em diabetes para reduzir os riscos de complicações crônicas relacionadas à doença.

De acordo com Davies et al.100, aproximadamente 75% dos óbitos das pessoas com DM2 são decorrentes de suas complicações, podendo a esperança de vida das mesmas ser reduzida em até 15 anos. Acrescentam ainda, que a prevenção do diabetes está relacionada a mudanças no estilo de vida, como a prática de atividade física, e no padrão nutricional.

De acordo com a SBD, uma das formas de se controlar e prevenir as complicações do DM é através de uma alimentação adequada e equilibrada, por favorecer o bom controle metabólico, podendo contribuir para a normalização da glicemia101. No caso do DM2, a reorganização dos hábitos alimentares se justifica em função de que 90% das pessoas que se enquadram neste grupo são obesos ou têm excesso de peso31.

Embora seja reconhecido que o seguimento do plano alimentar bem como o controle de substituições dos alimentos sejam fundamentais no tratamento do DM, estudos tem apontado baixa adesão das pessoas com diabetes à dieta recomendada102,103.

É comum que no início do tratamento da doença, algumas pessoas aceitem o novo plano, mas o que ocorre com frequência, é o abandono e o retorno aos hábitos alimentares anteriores. As pessoas com DM2 devem aderir ao plano alimentar como primeiro passo no tratamento da doença e as drogas antidiabéticas só devem ser inseridas no tratamento após um período de treino e adaptação aos novos hábitos alimentares e de vida. Para tanto, torna-se necessário que haja integração entre a alimentação e os demais cuidados desenvolvidos pelo paciente, sendo o comportamento alimentar modificado de acordo com as exigências e limitações impostas pela síndrome15,33.

Uma revisão sistemática de estudos controlados e randomizados sobre a capacitação do usuário com DM2 para o manejo de sua doença mostrou que, em curto prazo, aproximadamente seis meses, há melhora do conhecimento dos hábitos alimentares104. Nesse sentido, um dos recursos mais utilizados para promover a adesão ao tratamento do diabetes tem sido o oferecimento de programas educacionais, nos quais as pessoas envolvidas são instruídas a respeito da patologia, bem como do tratamento necessário para seu controle105.

A educação alimentar deve habilitar o paciente a tomar decisões pautadas em dados técnicos e informações científicas, pois dessa forma, a pessoa

com diabetes terá capacidade para traçar seus próprios objetivos no sentido de melhorar o estado geral de saúde e a qualidade de vida106.

Desse modo, avaliar o conhecimento que as pessoas apresentam a respeito das possíveis complicações do diabetes, e de como manter uma alimentação saudável e equilibrada, poderá fornecer subsídios para a compreensão das dificuldades próprias de cada indivíduo em relação ao manejo da doença, com consequente melhora do controle metabólico.

4.2.1 Descrição dos resultados relacionados ao questionário DKN-A sobre o conhecimento dos usuários com DM2 cadastrados nas seis UBSF do município de Campos Gerais-MG, segundo o sexo e a escolaridade

Com o intuito de verificar possíveis diferenças entre as variáveis independentes (sexo e escolaridade) com os escores obtidos do questionário (DKN-A), foram elaboradas as Tabelas 1 e 2, nas quais pode se observar não haver diferença significativa (p<0,05).

Tabela 1 - Distribuição do escore total do questionário DKN-A segundo o sexo dos usuários com DM2, cadastrados nas seis UBSF do município de Campos Gerais- MG. 2012

Parâmetro Sexo

Feminino Masculino p *

Mínimo 1 4

Máximo 14 15

Mediana 8 7

Média ± Desvio Padrão 8,1 ± 2,63 8,5 ± 3,08 0,804 (ns)

* Valor de p de acordo com o teste Mann-Witney. Significativo quando <0,05

Tabela 2 - Distribuição do escore total do questionário DKN-A segundo a escolaridade dos usuários com DM2, cadastrados nas seis UBSF do município de Campos Gerais-MG. 2012

* Valor de p de acordo com o teste Kruskal Wallis. Significativo quando <0,05

De acordo com os referidos testes, o sexo e a escolaridade não influenciaram no conhecimento geral do diabetes da população estudada. A análise de ambas as variáveis encontraram valores (p<0,05) de insignificância estatística.

Por outro lado, estudo107 que investigou os fatores clínicos, psicológicos e sociais que pudessem interferir no conhecimento de pacientes com DM2, demonstrou conhecimento insatisfatório e influência da idade, sexo, escolaridade, função cognitiva, tempo de tratamento e nível de depressão no conhecimento sobre a doença.

4.3 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS RELACIONADOS AO QUESTIONÁRIO SOBRE A ATITUDE (ATT-19) DOS USUÁRIOS COM DM2 CADASTRADOS NAS SEIS UBSF DO MUNICÍPIO DE CAMPOS GERAIS-MG

O ATT-19, como já especificado anteriormente, mede as atitudes dos diabéticos frente à doença e possui 19 itens que incluem seis fatores: estresse associado ao DM, receptividade ao tratamento, confiança no tratamento, eficácia pessoal, percepção acerca da saúde e aceitação social. A principal aplicação da

reverso: não concordo de jeito nenhum (escore 5); discordo (escore 4); não sei (escore 3); concordo (escore 2) e concordo totalmente (escore 1). O valor total do escore varia de 19 a 95 pontos. Um escore maior que 70 pontos indica atitude positiva acerca da doença.

Do total dos participantes, 177 (99,4%) apresentaram escores menores que 70 pontos. O escore mínimo encontrado foi de 31 e o máximo de 78, com uma média de 55,5 pontos, mediana de 47 e desvio padrão de 8,0.

Em concordância com outros estudos45,65 os resultados indicaram baixa prontidão para o enfrentamento da doença. Cabe ressaltar que nesse estudo, apenas 1 (1%) dos participantes obteve escore maior que 70 pontos.

Com o objetivo de determinar o conhecimento, as atitudes e as práticas de autocuidado em 156 pessoas com DM2, em uma comunidade rural nas Filipinas, foi encontrado um escore médio para o conhecimento de 43%. Em relação à atitude, foram investigados a autonomia dos participantes, o controle glicêmico e a gravidade da doença, evidenciando que apenas 38% se sentiam responsáveis pelo tratamento, 10% apresentaram controle glicêmico satisfatório e 1% reconheceram a gravidade do DM. Quanto às práticas de autocuidado, apenas 46% realizavam seguimento médico regular e 23% faziam o exame de hemoglobina glicosilada regularmente108.

Outro estudo, realizado no norte do Texas, com pessoas com DM, com o objetivo de avaliar o conhecimento, as atitudes, a gestão da doença, e a auto-eficácia sobre o diabetes109 também encontrou baixo conhecimento da doença pelos participantes, sendo este correlacionado à atitude negativa sobre a mesma.

O baixo conhecimento e atitudes negativas frente à doença são fatores que ainda interferem na adesão ao tratamento. Assim, é de fundamental interesse conhecer os fatores que influenciam a adesão, percebendo a associação estabelecida entre as variáveis internas, externas e correlacionais ao doente. Desta forma, poder-se-ão delinear estratégias que promovam a adesão ao regime terapêutico, quer a nível educacional, quer comportamental, ou conjugando as duas dimensões81.

Alguns estudos consideram que pessoas com diagnóstico de doenças crônicas têm maior probabilidade de desenvolver formas patológicas de estresse, ansiedade e depressão, salientando que ao serem expostas a situações aversivas, podem apresentar dificuldades no manejo da doença, comprometendo a adesão ao tratamento e, consequentemente, a sua qualidade de vida110,111. No caso específico

do DM, outros estudos112,113 sugerem haver correlação positiva entre esses fatores e depressão relacionada ao sexo feminino, à idade avançada e à menor escolaridade.

Nesse sentido, dois fatores parecem correlacionar-se com a depressão na pessoa com diabetes: a aceitação da doença e a capacidade do indivíduo em lidar com as alterações que a doença impõe sobre alguns aspectos da vida cotidiana. A dificuldade em adaptar-se à doença poderia estar associada a um aumento dos sintomas depressivos, prejudicando o funcionamento diário destes indivíduos. O prejuízo funcional, por sua vez, dificultaria ainda mais as modificações do estilo de vida relacionadas à doença115,116.

O DM é uma condição que requer modificações do estilo de vida das pessoas para o resto de suas vidas. Estas implicam em mudanças drásticas na rotina diária tanto das pessoas com diabetes, quanto de suas famílias, podendo provocar emoções como medo, culpa, vergonha, raiva, preocupação e arrependimento117. Esses sentimentos, que fazem parte da vida, podem afetar indiscutivelmente a receptividade ao tratamento proposto pelo profissional da saúde118.

Estudo que teve como objetivo identificar as dificuldades de pessoas com diabetes em relação ao tratamento para o controle da doença119 mostrou que são inúmeras as dificuldades relacionadas ao seguimento do tratamento. Dentre elas, destacam-se a rejeição e a negação da condição de doente, o sofrimento e a revolta devido às restrições impostas pela alimentação, atividade física e medicação.

Tem sido considerada a necessidade de conhecer e compreender, de forma mais profunda, as experiências vividas, já que a pessoa com diabetes atribui as mesmas, não somente um significado, mas um sentido que se relaciona com seu modo de existir120.

Apóstolo et al.121 sugerem que quanto maior é o nível de incerteza em relação à doença face ao diagnóstico e tratamento, menor é a predisposição e motivação das pessoas com DM para a adoção de estilo de vida saudável, seguimento do tratamento medicamentoso, controle glicêmico e incremento do

exercício físico. Nesse sentido, a educação em saúde pode reduzir em até 80% o manejo clínico inadequado da doença.

Para Bishop122, o diabetes caracteriza-se por ser uma das mais exigentes doenças crônicas, quer no nível físico quer no psicológico. Viver com esta doença pressupõe a adoção de um estilo de vida ajustado à situação de saúde, exigindo uma alteração e integração nas atividades de vida diária e uma adesão terapêutica permanente e continuada no tempo, porque só assim se evitam as graves complicações decorrentes da doença.

Alguns autores74,123 consideram que os sistemas de apoio oferecidos por equipes multiprofissionais de saúde e a troca de experiências com outras pessoas que apresentam a mesma condição e enfrentam dificuldades semelhantes, constituem fatores determinantes para a mudança de comportamento.

O estudo de Anderson et al.124, concluiu que após submeter 64 pessoas com diabetes a programas de "empowerment", estes apresentaram, no período de seguimento, melhorias significativas em todas as áreas da auto-eficácia e melhorias modestas nos valores de glicemia. O programa teve igualmente impacto nas atitudes gerais dos participantes sobre a sua doença. Estes referiram que o diabetes não interferia na sua vida, compreendendo-o e incorporando-o positivamente. Os autores salientaram que o "empowerment" não deve ser visto como um concorrente à educação tradicional, mas sim como um complemento reforçador dessa educação.

A gestão do diabetes resulta de processos comportamentais complexos que interagem entre si, influenciados pela doença e por variáveis individuais, sociais e situacionais. Sendo este um processo bidirecional, significa que os comportamentos têm influência no diabetes e o mesmo influencia os comportamentos125.

4.3.1 Descrição dos resultados relacionados ao questionário ATT-19 sobre a atitude dos usuários com DM2 cadastrados nas seis UBSF do município de Campos Gerais-MG, segundo o sexo e a escolaridade

Novamente, com o intuito de verificar possíveis diferenças entre as variáveis independentes (sexo e escolaridade) com os escores obtidos das

respostas do questionário ATT-19, foram elaboradas as Tabelas 3 e 4, nas quais pode-se observar não haver, também, diferença significativa (p<0,05), que comprovasse a influência do sexo e nível de escolaridade na atitude positiva em relação ao enfrentamento da doença.

Tabela 3 – Distribuição do escore total do questionário ATT-19 segundo o sexo dos usuários com DM2, cadastrados nas seis UBSF do município de Campos

* Valor de p de acordo com o teste Mann-Witney. Significativo quando <0,05

Tabela 4 Distribuição do escore total do questionário ATT-19 segundo a escolaridade dos usuários com DM2 cadastrados nas seis UBSF do município de Campos Gerais-MG. 2012

* Valor de p de acordo com o teste Kruskal Wallis. Significativo quando <0,05

Estudo realizado em um centro de pesquisa e extensão universitária brasileiro45, com o objetivo de verificar conhecimentos e atitudes de pessoas com DM que participavam de um programa de educação para o autocuidado em diabetes, ressaltou que os participantes com menores níveis de escolaridade foram os que obtiveram melhores escores no questionário da atitude ATT-19, sugerindo melhor enfrentamento em relação ao manejo e autocuidado da doença

Parâmetro Escolaridade

Para verificar a correlação entre os escores obtidos em ambos os questionários, os quais variam de 1 a 15 para o DKN-A e de 19 a 95 para o ATT-19, com o tempo de diagnóstico da doença, a análise foi conduzida de acordo com o coeficiente de correlação de Spearman (Figura 9). Pelos resultados, não foi encontrada correlação significativa entre os escores obtidos e o tempo de diagnóstico para ambos os questionários: DKN-A (p=0,539; r=0,046 ); ATT-19 (p=0,065; r=0,139).

Figura 9 – Distribuição da correlação entre tempo de diagnóstico e os escores obtidos dos questionários DKN-A e ATT-19 aplicados aos usuários com DM2 cadastrados nas seis UBSF do município de Campos Gerais-MG. 2012

Estudoque teve como objetivo caracterizar os hábitos alimentares e o estilo de vida de pessoas com DM atendidas em uma Unidade Básica de Saúde126 mostrou que, à medida que o tempo de evolução da doença vai aumentando, as pessoas vão abandonando as práticas de hábitos saudáveis, contribuindo dessa forma para o aumento de ocorrências de complicações decorrentes do diabetes.

Outro estudo realizado com 46 pessoas com DM cadastradas em um centro de pesquisa e extensão universitária no interior do estado de SP127, com o objetivo de determinar a adesão do paciente diabético à terapêutica medicamentosa

e verificar a associação da adesão, segundo os fatores referentes ao paciente, ao relacionamento profissional-paciente, ao esquema terapêutico e à doença, encontrou que a prevalência da adesão ao tratamento medicamentoso nos pacientes com até cinco anos de diagnóstico foi de 80% e para aqueles com tempo superior a cinco anos foi de 77,4%. Esses achados estão de acordo com a OMS128, que aponta uma relação negativa entre o tempo de diabetes e a adesão das pessoas com diabetes à terapia medicamentosa sugerindo que pessoas que possuem mais tempo de diagnóstico de diabetes tendem a apresentar menores taxas de adesão ao tratamento.

CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo verificar o conhecimento e as atitudes em indivíduos com DM2, nomeadamente o conhecimento geral sobre o diabetes e a prontidão que os mesmos apresentam para enfrentar os desafios no controle da doença.

Os dados encontrados ajudaram a definir com mais clareza a situação do atendimento nas UBSF onde foram coletados, tanto no que diz respeito às pessoas com DM2, quanto à assistência prestada pelos profissionais da saúde.

A análise das variáveis sócio-demográficas permitiu conhecer as características da clientela, representada principalmente por idosos (pessoas com idades acima de 60 anos), casados ou amasiados, do sexo feminino, com baixo nível de escolaridade, aposentados e com tempo de diagnóstico da doença de até cinco anos.

Essas características revelam alguns fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento de complicações e dificuldades para o enfrentamento do DM2, tais como idade avançada, baixo nível de escolaridade, falta de ocupação e maior tempo de diagnóstico da doença, que ressaltam a necessidade de investimento em intervenções específicas, individualizadas e apropriadas para as mesmas, considerando que podem dificultar tanto o acesso às informações quanto a compreensão dos complexos mecanismos da doença e tratamento, restringindo as oportunidades de aprendizagem e os cuidados necessários para manter a saúde.

Essas características revelam alguns fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento de complicações e dificuldades para o enfrentamento do DM2, tais como idade avançada, baixo nível de escolaridade, falta de ocupação e maior tempo de diagnóstico da doença, que ressaltam a necessidade de investimento em intervenções específicas, individualizadas e apropriadas para as mesmas, considerando que podem dificultar tanto o acesso às informações quanto a compreensão dos complexos mecanismos da doença e tratamento, restringindo as oportunidades de aprendizagem e os cuidados necessários para manter a saúde.

No documento ANDRÉIA APARECIDA DA SILVA (páginas 44-84)

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