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2.1) TSF – Rádio Notícias

2.1.1) “Venham mais 25” – TSF - Rádio Notícias

O início da história da rádio é marcada pelo proliferar dos movimentos “rádios piratas" por toda a Europa. Em Portugal não seria diferente.

A março de 1981, aproveitando o programa eleitoral do novo governo que visava a reprivatização das rádios, surge a TSF – Cooperativa de Profissionais de Rádio. Nomes como Emídio Rangel, David Borges, Fernando Alves, Albertino Antunes, Teresa Moutinho foram os protagonistas da criação da “Rádio que mudou a Rádio13”.

Ainda como “rádio pirata”, a 17 de junho de 1984 a TSF emitiu a sua primeira emissão. Mensagens de apoio ao movimento das rádios livres foram ouvidas durante quatro horas na rádio, incluindo a do Presidente da República, Ramalho Eanes. A emissão tinha apenas dois transmissores e só um deles foi descoberto pelas autoridades.

O desejo e a necessidade em formar bons jornalistas e bons profissionais levou a que a

TSF desse início ao primeiro curso de formação, coordenado por Adelino Gomes, a maio de

87.

Decorria o ano de 1988 quando a 29 de fevereiro a TSF emitiu a primeira emissão “pirata”, apenas em Lisboa. Eram 7 da manhã quando Francisco Sena Santos lia “Paz nos fisco durante três meses”, a primeira notícia do primeiro noticiário, com Emídio Rangel no papel de diretor da rádio.

E se a frase promocional da TSF é “Tudo o que se passa, passa na TSF”, o desastre de 25 de agosto de 88 não escapou a esta rádio. Num dia quente de Verão a zona do Chiado ardeu completamente em Lisboa. “ A TSF faz a primeira das suas históricas coberturas jornalísticas e recebe o primeiro de muitos prémios, entregue pelo Clube de Jornalistas

(Gazeta)” (Meneses, 2003:23).

                                                                                                               

13slogan promocional da TSF. Primeira Emissão da TSF. Disponível em http://www.tsf.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=914600

 

A cobertura jornalística da TSF no incêndio do Chiado veio dar muito protagonismo à Rádio Notícias.

Em setembro do mesmo ano terminavam as emissões “piratas” devido à atribuição de alvarás, tendo a TSF ganho o concurso em Lisboa e Coimbra.

Outro caso de cobertura jornalística foi em agosto de 1990 quando o Iraque invadiu o Kuwait e deu-se a “Guerra do Golfe”. “mobilização geral da redacção da TSF, numa cobertura histórica ( a TSF é dos primeiros órgãos de comunicação social em todo o mundo a entrar no Kuwai libertado)” (Meneses, 2003:23).

Em 1993 (junho) a TSF “começa, também, a emitir nas frequência da Rádio Press” (Meneses, 2003:24). A Rádio Press que estava sob o domínio da Lusomundo. Assim, juntamente com a Lusomundo “cria com a cooperativa uma nova sociedade (Rádio Notícias), detida em partes iguais, para a gestão do património da TSF Radio Jornal” (Idem).

Em setembro de 99 devido à violência em Timor, a TSF iniciou durante dez dias uma emissão especial. Uma emissão que não teve qualquer interrupção e lhe valeu uma medalha dos Direitos Humanos da Assembleia da República.

Sob a direção atual de João Baldaia, a TSF – Rádio Notícias pertence agora ao Grupo Controlinveste, um grupo onde fazem parte, também, os jornais: Diário de Notícias, O Jogo,

Dinheiro Vivo e o Jornal de Notícias.

Passaram 25 anos desde que a TSF – Rádio Notícias surgiu em Portugal, “ venham mais 25” é o slogan comemorativo do aniversário da rádio de notícias que veio inovar e criar uma nova forma de fazer rádio em Portugal, definindo inclusive um novo estilo jornalístico – “Estilo TSF”.

“O conceito de “notícias de meia em meia hora” e de “antena aberta”, privilegiando o directo, ajudou a mudar a rádio em Portugal – pode dizer-se que há um jornalismo radiofónico antes e depois da TSF ter surgido” (Meneses, 2003:28).

A TSF – Rádio Notícias é uma rádio informativa que se distingue pelos blocos informativos. De meia em meia hora a TSF atualiza os ouvintes com novas notícias, uma “rádio em directo”. Numa época em que as rádios em Portugal gravavam as notícias para depois emitirem e por vezes notícias repetidas, a TSF fazia-se diferente por não gravar as notícias e emita-las em direto.

De meia em meia hora, emita notícias em direto e atualizadas, permitindo-lhe que seja a primeira rádio dar as notícias em primeira mão.

Com o aparecimento da TSF, se o partido “A” anunciava uma conferência de Imprensa para as 10 horas, dirigentes do partido eram contactados de véspera ou manhã bem cedo, para anteciparem a mensagem, não faltando casos em que eram esperados à saída de casa. O arranque era assinalado em directo, por um repórter que, em seguida, garantia a notícia em tempo real. (...) Em consequência, a vida da concorrência tornou-se mais difícil e o exemplo não tardou a ser imitado (Meneses, 2003:6)

Esta “nova” e “inovadora” forma de lidar com as notícias levou a que os órgãos de comunicação revissem a sua forma de dar as notícias. Se antigamente haviam apenas os noticiários da manhã, do meio dia e da noite com esta nova visão de dar notícias a TSF veio revolucionar por completo as práticas jornalísticas. Ainda hoje mantêm-se as notícias de meia em meia hora e em direto na TSF.

Esta visão jornalística veio criar um novo estilo – “Estilo TSF”. “A TSF revolucionou a rádio em Portugal, pelas barreiras que quebrou e pelos hábitos que obrigou a mudar” (Meneses, 2003:64). A influência da TSF fez-se sentir também no uso da “linguagem até então usada na rádio portuguesa” (Meneses, 2003:6).

Uma rádio sempre ativa e atenta a tudo o que se passa, a TSF tem apostado fortemente nos benefícios da internet.

“A rádio não vai ficar indiferente às hipóteses que a digitalização oferece. A dúvida é se as aproveita activamente ou se se limita a ser reactiva; se assimila a “internet” ou se apenas faz dela um prolongamento (Meneses, 2003:308).

O facto é que a TSF – Rádio Notícias aproveitou a internet e “fez dela um prolongamento”. Através da sua página na internet, a TSF expõe todas as notícias que podem ser consultadas a qualquer altura. Em podcast pode ser ouvido o noticiário, além disso permite a extensão da notícia. Isto é, para além de colocar o som, a TSF coloca a notícia escrita, podendo ser completada com um vídeo. A existência da página permite derrubar a barreira de não apanhar a frequência da TSF.

As redes sociais são outra aposta desta rádio, através da aplicação feed as notícias são publicadas no Twitter e no Facebook automaticamente. As redes sociais vieram permitir um feedback dos ouvintes, saber o que eles pensam do que ouvem na rádio, “(...) os chamados aparelhos da “terceira geração” prometem ser uma mistura de “walkman” com ecrã de computador, numa conquista potencial de milhões de novos ouvintes”(Meneses, 2003:315).

 

“A Rádio que mudou a Rádio” é o slogan promocional que se encaixa perfeitamente naquilo que a TSF faz desde o seu nascimento. Ao longo do meu estágio na TSF a afirmação “Atenta e vigilante” foi algo que ouvi todos os dias. Uma de muitas frases que definem o rigor do trabalho da TSF.

A TSF abriu a rádio à sociedade, chamando políticos, economistas, académicos ou artistas à emissão; muita gente passou a colaborar regular ou irregularmente, novos especialistas apareceram e várias áreas de actividades passaram a ter direito a comentário (política, futebol e economia, os óbvios, mas também a justiça, a literatura, ténis, hóquei em patins e, na actualidade internacional, alguma especialização geográfica). Hoje isso é uma realidade na rádio portuguesa (Meneses, 2003:307)

Esta inovadora forma de opinião pública levou a que a TSF aposta-se em vários programas de sucesso, como “O Tubo de Ensaio” com Bruno Nogueira, “Fórum TSF”, sempre com um tema de destaque que permite que os ouvintes interajam e façam parte da opinião pública. “A Fila J”, “Mundo Digital”, “Terra a Terra” ou “Governo Sombra” são alguns do programas da TSF. Este último, “Governo Sombra”, é um dos programas com mais sucesso na antena da TSF. Composto por Ricardo Araújo Carvalho, Pedro Mexia, João Miguel Tavares e Carlos Vaz Marques, “Governo Sombra” é um programa que tem como objetivo debater de forma irónica e engraçada os temas de destaque da vida política. Para além de passar na TSF o programa de cariz político passa também na TVI24.

Portanto, semanalmente a TSF apresenta um conjunto variado de programas de informação14. Durante o dia nas horas certas são emitidos os noticiários. De manhã é de destacar os “Títulos da Atualidade” ou as meias horas como chamávamos na redação da TSF. Contudo, o programa mais carismático das manhãs da TSF durante a semana é o “Fórum TSF” que diariamente apresenta um novo tema de debate e que interage com os ouvintes.

Este programa tornou-se tão popular que levou a que a SIC Notícias e a RTP

Informação criassem programas do mesmo estilo, “Opinião Pública” e “Antena Aberta”

respetivamente.

Na manhã da TSF são de destacar ainda os programas “Fila J”, virado para as Artes, “Tubo de Ensaio” com Bruno Nogueira e a rúbrica “Sinais” com o jornalista Fernando Alves, reflexões diárias sobre o estado do mundo.

Durante a tarde, os programas de destaque são “Pessoal... e Intransmissível” de Carlos Vaz Marques, um espaço de entrevista a várias figuras públicas (cinema, televisão, teatro e                                                                                                                

14 Programação TSF. Disponível em http://www.tsf.pt/programas/

música), que passa somente às terças-feiras. “Jogo Jogado”, passa às segundas-feiras, e trata- se de um programa de desporto com bastante popularidade. Às sextas-feiras passa, então, o famoso “Governo Sombra” com o lema “Eles querem, podem, mas não mandam”.

Aos fins-de-semana são de destacar os programas: “Terra a Terra” transmitido em direto de diversos locais do nosso país e o programa “Bloco Central” de debate político.

Logo, diariamente a TSF apresenta uma grelha de programas diversificada que vai de conta aos vários gostos dos seus ouvintes, como música, teatro, desporto, sociedade e debate político (ver ANEXO 5).

A TSF é uma rádio informativa e por isso o leque de ouvintes é restrito, contudo não afecta o seu sucesso e a sua credibilidade.

Ao apostar especificamente na informação, alargando o tempo dos noticiários e menorizando a música, a TSF delimitou um campo de atuação. Ao trazer uma nova atenção para a informação política, ao dar grande visibilidade ao trânsito e à bolsa, a TSF acabou por afastar potenciais ouvintes. A inevitável minoria que a ouve é, contudo, a que tem o principal poder de compra e a mais desejada pelos anunciantes... (Meneses, 2003:27).

Por isso mesmo, o público-alvo da TSF é restrito. Com duas fortes concorrentes diretas, a Rádio Renascença e a Antena 1, a TSF dirige-se a um público de classe média e alta. Um público interessado apenas em ouvir notícias e programas de cariz informativo, social e cultural.

Na luta pelo share surge a RR em primeiro lugar, um rádio informativa, mas que dá privilégio à música em relação à informação. É por isso que a nível nacional a Rádio

Comercial surge em primeiro lugar na lista das rádios mais ouvida em Portugal.

No mês de setembro de 2013, segundo a Marktest15, a TSF registou um share de 4.9% em confronto com a Antena 1 de 6.1% e, a líder entre as três rádios, a RR com 10.1%. Apesar destes números que colocam a TSF atrás das suas concorrentes, a Rádio Notícias afirma-se como uma rádio de excelência. “Não queremos ser líderes em audiência absoluta, queremos ser os melhores”, referiu Paulo Baldaia, Diretor da TSF, numa entrevista ao jornal Meios &

Publicidade16 (10/02/2012).De facto, é exatamente isso que acontece, a “rádio de informação

com maior índice de reputação é a TSF, que surge em terceiro lugar no ranking geral, com 74.33%17. O seu índice de reputação mais elevado verifica-se junto dos indivíduos do sexo

                                                                                                               

15 Marktest (2013):Vaga de Setembro de 2013 Bareme Rádio”. Disponível em http://www.marktest.com/wap/a/n/id~1c3d.aspx. (Consultado

a 30 de novembro de 2013).

16 Marktest (2012): Entrevista de Paulo Baldaia ao Jornal Meios & Publicidade. Disponível em

http://www.mynetpress.com/pdf/2012/fevereiro/201202102a6a68.pdf. (Consultado a 30 de novembro de 2013).

17 Markestest (2013):“Marktest revela reputação das marcas de media”. Disponível em http://www.marktest.com/wap/a/n/id~17cc.aspx.

 

masculino, indivíduos com idades compreendidas entre os 35/44 anos, da região do Grande Porto e classe A/B” (Marktest18, MRI 2011).Uma vez que, a classe social mais alta é aquela que prefere ouvir a rádio informativa.

Recentemente, a TSF foi considerada a “escolha do consumidor”19, na categoria de rádio informativa. “O rigor, a clareza e atualidade ao minuto da informação, assente num jornalismo de rigor e seriedade, feito por profissionais responsáveis ao serviço diário dos seus ouvintes, fizeram da TSF a rádio de confiança dos consumidores” (notícia TSF online, 07/11/2013).

Em relação às audiências online, como já foi referido, a página online da RR surge em primeiro lugar. Mas já no ranking do Twitter em Portugal, a TSF é a única rádio que aparece no top (ver ANEXO 4).

Nas redes sociais, a TSF vai à frente, com mais de 138 mil seguidores no Facebook20 e mais de 55 mil no Twitter21, contra cerca de 50 mil seguidores no Facebook22 e 25 mil no

Twitter23 da Antena 1. Já a Rádio Renascença apresenta mais de 79 mil seguidores no

Facebook24 e um número baixo de seguidores no Twitter25 com cerca de 4 mil (dados

consultados no dia 25 de Novembro de 2013).

Portanto, apesar dos números o facto é que a TSF tem vindo a reforçar o seu papel enquanto rádio informativa, sendo líder de audiências no horário nobre, de manhã e ao final de tarde, depois da Rádio Comercial e da RFM. A TSF revela-se, assim, a rádio mais ouvida no carro em Portugal no período da manhã e no final de tarde (ver ANEXO 6).

Com uma redação em Lisboa e outra no Porto a TSF ou Telefonia Sem Fios é uma rádio de cariz informativa, visto que todos os programas que emite tem como objetivo informar o ouvinte. Ao assumir noticiários de meia em meia hora, programas de debate que se debruçam sobre os assuntos da sociedade e ao menorizar a música a TSF permanece numa troca de informação constante.

                                                                                                               

18 Marktest (2013):“Classe Social distingue ouvintes de rádio”. Disponível em http://www.marktest.com/wap/a/n/id~1be2.aspx ( consultado

a 30 de novembro de 2013).

19 TSF (2013): Notícia TSF – “escolha do consumidor”. Disponível em

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=3520303 (consultado a 30 de novembro de 2013).

20 Facebook Oficial da TSF. Disponível em www.facebook.com/tsfradio 21 Twitter Oficial da TSF. Disponível em https://twitter.com/TSFRadio   22 Facebook Oficial da Antena 1. Disponível em www.facebook.com/antena1 23 Twitter Oficial da Antena 1. Disponível em https://twitter.com/antena1rtp 24 Facebook Oficial da RR. Disponível em www.facebook.com/renascenca 25 Twitter Oficial da RR. Disponível em https://twitter.com/Renascenca

2.1.2) “Tudo o que se passa na TSF”

A TSF – Rádio Notícias é uma rádio que se preocupa em dar as notícias com o maior rigor possível e de preferência em primeira mão.

Durante os dois meses (fevereiro e março) que estagiei na TSF, na redação do Porto, aprendi exatamente como um jornalista da TSF trabalha.

A forma como os jornalistas estão organizados na TSF é crucial para o bom funcionamento da redação. Nos meses que estagiei pertenci à equipa da Manhã 1, composta pelo jornalista Artur Carvalho (editor da equipa Manhã 1 e jornalista do noticiário), Leonor Ferreira (jornalista das “meias horas”), Joaquim Ferreira, Sónia Santos Silva, Rui Tukayana e Ramiro Medeiros, técnico de som.

A rotina do jornalista da equipa da manhã 1 começa às 4h30 da manhã. Ligar o computador, abrir o e-mail e ler os recados da equipa da noite são a prioridade. Saber sempre o que se passou enquanto dormíamos é muito importante. Seguidamente, até por volta das 5 da manhã lê-se os jornais do dia, tira-se apontamentos das notícias mais importantes. Enquanto se espera pela reunião por videoconferência com os jornalistas de Lisboa, estamos sempre atentos ao que é noticiado pelas Agências Noticiosas. Um dos programas mais importantes da redação do Porto da TSF é o TeamNews. Este programa permite que de segundo a segundo sejamos atualizados de tudo o que se está a passar no mundo, desde o sismo em Portugal ao sismo na aldeia mais remota do mundo. No TeamNews temos as três Agências Noticiosas: a Lusa, a Reuters e a FrancePress. As notícias que vão chegando à redação através do TeamNews denominam-se de Telexes. Portanto, estar sempre atento aos

Telexes é muito importante, muitas vezes o “última hora” provém dos Telexes que recebemos

na redação.

Inserido no TeamNews, o programa de edição Dalet é o programa usado pelos jornalistas para poderem ouvir os sons e escolherem os minutos ou segundos que querem que passem na sua peça. O Dalet permite, ainda, albergar o som e texto dos noticiários já dados. Trata-se de uma ferramenta essencial para o jornalista da TSF poder trabalhar no seu som e compor a sua peça. No entanto, o programa de edição usado para juntar a locução do jornalista com o som (pode ser por exemplo som de um depoimento) é da responsabilidade do técnico. O programa é o Sony soundforges ou forges como dizíamos na redação da TSF. Feita a peça, esta é depositada no Dalet. Tratam-se, portanto, de programas essências no funcionamento da redação do Porto.

 

Depois de ler as notícias do dia, os recados da equipa da noite, a agenda e ver os

Telexes dá-se início à reunião com os jornalistas em Lisboa por videoconferência. Nesta

reunião decide-se o que irá ser noticiado, as peças que estão agendadas para passarem e distribui-se tarefas. Por vezes, é necessário fazer um direto e é na reunião que se decide quem o irá fazer. Geralmente, o direto é feito quase sempre por um jornalista em Lisboa, explica-se pela grande variedade de acontecimentos que diariamente acontecem na capital de Portugal. Portanto, na reunião trata-se de fazer o alinhamento do noticiário da manhã.

Feita a reunião tanto em Lisboa como no Porto os jornalistas começam logo a trabalhar nos noticiários. As tarefas passam por fazer contactos, ou seja obter sons para compor as peças para irem para o ar. Enquanto isso, o editor e o jornalista das “meias horas” trabalham no guião do espaço informativo. Depois das peças feitas o jornalista, neste caso o Artur Carvalho ouve as peças que estão no Dalet e faz os lançamentos para essas mesmas peças. Por vezes o jornalista que fez a peça faz os lançamentos para o Artur. “Os lançamentos dos sons (pelo editor e/ou pelos repórteres) (...) – lançamento é tudo aquilo que está imediatamente antes do som ou da peça” (Meneses, 2003:75).

O noticiário da TSF faz-se da seguinte forma: primeiro o editor dá os títulos das notícias para captar a atenção do ouvinte; em seguida, o editor lança as peças e no final de cada peça lê os rodapés. “Só o editor da TSF faz rodapés (...) sejam informativos ou conclusivos. (...) As “peças” nunca terminam sem um “rodapé” (...) é uma marca identificadora da informação da TSF” (Meneses, 2003:75). Por vezes não há uma peça, o jornalista na redação através do telefone obtém um som (pode ser um depoimento de alguém importante) e o próprio editor lança o som. Isto acontece diariamente no noticiário da TSF.

Os noticiários da TSF são transmitidos às 7 da manhã, 8 da manhã, 9 da manhã e por último às 10 da manhã, a partir daí é da responsabilidade da equipa manhã 2 elaborar os noticiários seguintes. Ao longo dos noticiários surgem sempre novas notícias, novas informações e, por isso, algumas peças ou sons “caiem” e dão lugar a outras peças e sons. Isto acontece porque, por um lado o ouvinte não quer ouvir a mesma notícia que acabou de ouvir à uma hora atrás e depois porque o público-alvo vai mudando à medida que passam as horas, por isso mesmo é importante que as notícias vão de encontra ao público-alvo. Inclusive a notícia de abertura vai mudando consoante a hora do noticiário.

Depois dos noticiários é a vez da jornalista Leonor Ferreira dar voz às “notícias de meia em meia”. “As meias horas” passam sempre às 7h30, 8h30, 9h30. O tempo das “noticias de meia em meia” é mais reduzido, por isso o jornalista usa as breves, “ uma noticia pequena,

sem som, aí com uns dois ou três parágrafos. (...) É um “papel” breve, curto... para as meias horas” (Meneses, 2003:319).

Outra tarefa do jornalista da TSF é fazer as “escutas”, enquanto o editor Artur Carvalho faz o noticiário, Joaquim Ferreira ouve o que a concorrência noticia, neste caso os concorrentes diretos são a Antena 1 e a Rádio Renascença. As “escutas” são, também, uma forma de saber algo que a TSF não saiba, como uma informação de “última hora”.

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