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DESCRIÇÃO DA ELABORAÇÃO DO MODELO DE UAM PROPOSTO Como salientado anteriormente, a proposta do modelo de UAM

5 PROPOSTA DE UM MODELO DE

5.1 DESCRIÇÃO DA ELABORAÇÃO DO MODELO DE UAM PROPOSTO Como salientado anteriormente, a proposta do modelo de UAM

sugerida nesta Tese está pautada na experiência da UFSC, em termos de infraestrutura física, foco principal deste trabalho. Assim, aponta-se os aspectos positivos e negativos da Infraestrutura de EaD da Universidade pesquisada, com base no site da Instituição, como se pode apreciar no Quadro 33.

A partir dos pontos positivos e negativos constantes no Quadro 33, elaborou-se a proposta de Modelo de Universidade Aberta para Moçambique (UAM), no que tange à infraestrutura física. Nota-se a importância dada pela Universidade pesquisada às parcerias feitas com Prefeituras, Governos de Estado e Organizações Não-Governamentais (ONG’s), para superar a falta de investimentos financeiros e humanos, na luta por uma educação de qualidade em todos os níveis. Moran (2010) enfatiza essa importância ao afirmar que a parceira da UFSC com a Tecpar gerou a Universidade Eletrônica, que criou propostas inovadoras em 1998, integrando videoconferência, material impresso e Internet, no Curso Normal Superior com Mídias Interativas, que

ofereceu em parceria com a Universidade dePonta Grossa, no Paraná.

A partir desta experiência, outros grupos foram surgindo e implementaram propostas semelhantes.

Quadro 33. Pontos Positivos e Negativos da Infraestrutura de EaDna UFSC UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS

1. A UFSC é uma das pioneiras no setor público a implantar a educação a distância no Brasil. 2. Como universidade pública, a UFSC trabalha em parceria com o MEC e prefeituras para viabilizar a estrutura necessária para o cenário adequado de ensino-aprendizagem e melhorar a estratégia tecnológica.

3. Os cursos se desenvolvem na modalidade a distancia com encontros e atividades presenciais.

4. Os cursos têm como recursos básicos: materiais impressos; recursos informatizados no modo contínuo e online, aulas gravadas, videoconferência. 5. Conta com uma equipe multidisciplinar para desenvolver os serviços básicos de produção, editoração, publicação de materiais impressos; produção e disponibilização de materiais online; transmissão de videoconferências, docência, tutoria, secretaria, coordenação de pólos, gestão de infraestrutura física e de ambiente online. A organização desta equipe atende aos padrões básicos definidos pela instituição.

6. A expansão da UFSC em 3 regiões (Nordeste, Norte e Sul) e em 4 Estados brasileiros (Bahia, Roraima, Paraná e Rio Grande do Sul) corrobora com o proposto pelo Sistema UAB, o qual não propõe a criação de uma nova IES, mas sim, a articulação das instituições públicas já existentes, possibilitando levar ensino superior público de qualidade aos municípios brasileiros que não possuem cursos de formação superior ou cujos cursos ofertados não são suficientes para atender a todos os cidadãos.

7. Os municípios ou governos de Estado são responsáveis pela infraestrutura física e tecnológica dos pólos de ensino para que os alunos possam acompanhar os cursos UAB.

8. A estrutura física dos cursos pode ser diferenciada entre o Pólo Presencial (nos municípios de abrangência dos cursos) e a Tutoria (localizada no Departamento de Ciências da Administração / UFSC).

9. A avaliação dos pólos é um processo onde se verifica as condições mínimas necessárias para que o curso possa funcionar, observando-se: espaço físico para abrigar os alunos, condições mínimas para teleconferência, videoconferência, acesso a internet, número de computadores compatíveis com número de alunos, entre outras condições. As avaliações são realizadas por técnicos e professores da UFSC ligados à área de Educação a Distância.

1. Educação a Distância na UFSC depende das verbas e políticas do Governo Federal. 2. A disposição do governo local em montar os Pólos de Apoio Presencial, que devem conter: serviços de bibliotecas, administração, laboratórios de informática, além do espaço para realização de avaliações e suporte para as dúvidas que o aluno venha a ter durante o curso.

3. Uma desvantagem de estar unida à UAB é que suas políticas institucionais muitas vezes são incompatíveis e faltam verbas para a colaboração. Por isso, é importante realizar parcerias.

4. Uma desvantagem está relacionada normalmente com as parcerias que são contratadas por um determinado tempo sob contrato documental com regras já estabelecidas, o que muitas vezes não possibilitam alterações nas estruturas de ensino caso venham a ser necessárias.

Pelo Quadro 33, pode-se perceber que a articulação entre parceiros internos e externos (stakeholders) à universidade caracteriza uma complexa parceria público-privada, englobando universidade, organização do contexto corporativo multinacional e mega organização pública educacional. As parcerias internas se estabelecem com as distintas instâncias da universidade, envolvidas na definição e formalização dos contratos, estruturação da rede tecnológica, instalações físicas e equipes de trabalho, acompanhamento e análise das ações.

Também como parceiros internos, diferentes equipes estão envolvidas no trabalho cotidiano articulando distintas competências, tendo em vista objetivos e atividades do projeto: concepção, planejamento, produção de design e implementação dos cursos em plataforma virtual para EaD na Internet, proposição de estratégias que proporcionem aprendizagem, desenvolvimento do curso com os alunos/gestores (acompanhamento, interação, orientação e avaliação processual), integração com outras tecnologias de suporte, e avaliação contínua.

Por sua vez, os parceiros externos, como Prefeituras, Governos de Estado e Ong’s devem agregar valor às ações e aos programas educacionais, ancoradas numa concepção comum sobre as necessidades de infraestrutura física. Significa também buscar fontes alternativas de recursos, que permitam um orçamento próprio e autossustentável, diminuindo, assim, as vulnerabilidades do projeto de EaD, a fim de viabilizar um sistema de educação realmente contínuo, permanente e estratégico.

Desse modo, a seguir, tendo como base a experiência da UFSC, e mediante o resultado da pesquisa realizada com os gestores de EaD, os quais, de modo geral, acreditam que não haja um modelo ideal (ver Quadro 32), e com os estudantes que frequentam cursos nessa modalidade de ensino, elaborou-se o modelo de UA para Moçambique. 5.2 APRESENTAÇÃO DO MODELO DE UAM

O modelo de Universidade Aberta de Moçambique (UAM) caracterizar-se-ia por integrar a oferta de cursos presenciais e

semipresenciais, fato que gozará de credibilidade, pois, normalmente, os cursos serão oferecidos por instituições conhecidas, além de possibilitar uma constante avaliação dos mesmos.

5.2.1 Objetivos do Modelo de UAM

Os objetivos elaborados neste modelo foram baseados na bibliografia constante neste estudo, bem como na experiência da Universidade pesquisada (UFSC), e no modelo de UA do Brasil, tomados como paradigma, e da realidade de Moçambique. Assim, o modelo de UAM proposto terá como objetivos:

• desenvolver a modalidade de educação a distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior em Moçambique, além de ampliar o acesso à educação superior pública levando tais cursos às diferentes regiões do país.

• oferecer cursos superiores para capacitação de dirigentes, gestores e trabalhadores em educação básica de todas as Províncias e apoiar a pesquisa em metodologias inovadoras de ensino superior respaldadas em tecnologias de informação e comunicação.

• atingir objetivos socioeducacionais com a colaboração da União e das Províncias, e estimular a criação de centros de formação permanentes por meio dos pólos de apoio presencial.

5.2.2 Diagrama do Modelo da UAM Proposto

Após a articulação, onde são determinadas quais instituições ofertaram quais cursos a quais pólos, dá-se início ao processo tradicional de educação - neste caso a distância. Os envolvidos na Universidade Aberta, que permitem a oferta e andamento dos cursos, são as IES e Pólos de Apoio Presencial, como constatado nas respostas dos gestores de EaD (ver Quadro 14). A IES oferta cursos, realiza processo de seleção e faz visitas aos pólos para cumprir a carga de disciplinas presenciais. O Pólo oferece espaço físico de apoio presencial aos alunosda sua região. Suaresponsabilidade é manter as instalações físicas necessárias para apoiar alunos em questões tecnológicas, de laboratório, entre outros.

O diagrama constante na Figura 7, elaborado a partir do modelo da UAB, da experiência da UFSC e do resultado da pesquisa com os

gestores e estudantes de EaD, exemplifica como a rede e suas articulações funcionam.

Figura 7. Diagrama de funcionalidade da Universidade Aberta de Moçambique - UAM

Fonte: Elaborado pelo autor.

O processo UAM, conforme o diagrama, funcionaria com a presença de instituições de educação superior e pólos de apoio presencial. As províncias de uma micro ou macrorregião podem associar-se e realizar parcerias para a criação de um pólo (sede) de apoio presencial que atenda a essa região.

Os espaços educacionais (ex: escola municipal) já existentes na província podem ser aproveitados, realizando apenas os investimentos necessários para adequada infraestrutura no atendimento a cursos de graduação e/ou de pós-graduação, na modalidade educação a distância. Sua utilização poderá se dar em horários alternativos e anteriormente “ociosos” da escola, de acordo com as necessidades e cronograma de atividades dos novos cursos.

É importante buscar parcerias junto às instituições e empresas estatais, para investimentos nos pólos de apoio presencial da província, viabilizando a infraestrutura necessária à conformação dos pólos de apoio presencial, como ficou evidenciado no Quadro 32, dos pontos positivos e negativos da experiência da UFSC.

As províncias deverão também realizar parcerias com a(s) Secretaria(s) de Educação do seu(s) Estado(s) para a organização da infraestrutura tanto material quanto de pessoal para a constituição de pólo de apoio presencial, e vice-versa.

5.2.3 Atores

De acordo com o resultado da pesquisa realizada com os gestores e estudantes de EaD, bem como da experiência da UFSC com o ensino na modalidade EaD, ficou evidenciada a importância dos atores no processo de elaboração de um curso em tal modalidade.

Assim, para que um curso funcione, é importante a atuação de alguns atores, tanto na IES quanto no Pólo. A Figura 8 esclarece os envolvidos que oportunizam a oferta dos cursos a distância.

Figura 8. Envolvidos na oferta de cursos a distância na UAM Fonte: Elaborado pelo autor, a partir da pesquisa (2010).

Atores na Instituição (Universidades)

Conforme o resultado da pesquisa realizada junto aos gestores, que ocupam cargos de chefe de departamento, coordenador/a, coordenador de curso, coordenador de pólo, coordenador de curso EaD, analista de TI, professores, assistente, secretária de ensino - CEAD, diretora-adjunta, diretor-ESA, diretor-CEND (ver Quadro 5), e segundo a experiência da UFSC em EaD, ficou evidenciada a necessidade de: - Coordenador UAM na IES e Coordenador suplente: desenvolvem atividades administrativas, coordenam os cursos ofertados pela IES e gerenciam contatos entre MEC e Pólos associados (ver Quadro 17). - Tutor a distância: estabelece contato com alunos para apoio aos estudos (ver Quadro 17).

- Professores: realizam aulas, disponibilizam em espaço virtual e ministram aulas. Fazem visitas aos pólos em períodos de aulas presenciais, quando necessário (ver Quadro 17).

Atores nos Pólos de Apoio Presencial

Ainda segundo o resultado da pesquisa feita com os gestores e estudantes de EaD e da experiência da UFSC, há a necessidade de: - Coordenador de pólo: Coordena a oferta do curso superior em seu pólo, a manutenção das instalações para atender a seus alunos e estabelece contato entre coordenadores UAM nas IES e MEC (ver Quadro 17).

um curso neste Pólo A IES oferta

PÓLO DE APOIO PRESENCIAL