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OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 1 Abordagem qualitativa entrevista

3 INSTRUMENTOS E MÉTODOS

3.4 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 1 Abordagem qualitativa entrevista

Para a coleta de dados, na abordagem qualitativa, fez-se uso de entrevistas, justificadas pelo pensamento de Richardson (2008, p. 207), quando afirma que nas ações que envolvem indivíduos, “é importante que as pessoas compreendam o que ocorre com os outros. A grande maioria tenta colocar-se no lugar de outras pessoas, imaginar e analisar como os demais pensam, agem e reagem”.

O propósito da entrevista neste estudo foi conhecer a percepção dos gestores de EaD, tendo em vista a sua prática nessa modalidade de ensino, fato que contribuirá na elaboração da proposta de UAM.

Segundo Sanchez (2010, p. 13), “a entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional”.

Para Babbie (1999, p. 259), “a presença de um entrevistador geralmente reduz a quantidade de ‘não sei’ e ‘sem resposta’ “. Ainda de acordo com o autor, o uso de entrevista, se bem desenhada e executada, pode conseguir “uma taxa de respostas de pelo menos 80 a 85%”. Todavia, “a presença do entrevistador não deve afetar a percepção que o respondente tem da questão, ou da resposta. Portanto, o entrevistador deverá ser um meio neutro, através do qual perguntas e respostas são transmitidas”. (Ibid., p. 260) (grifo do autor).

Privilegiou-se o uso da entrevista semiestruturada (Apêndice 1), ou seja, aquela que parte de um conjunto de perguntas pré- estabelecidas, porém, mediante o decorrer da entrevista, as perguntas podem ser modificadas e/ou acrescentadas. O pesquisador se guiou na entrevista semiestruturada pelos objetivos da pesquisa. Na concepção de Richardson (2008, p. 208):

[...] um instrumento de coleta de dados desse tipo necessariamente pressupõe o conhecimento de perguntas mais relevantes e, o que é mais importante, pressupõe o conhecimento das principais respostas fornecidas pelas pessoas.

Por isso, conforme Babbie (1999, p. 263), o entrevistador precisa estar familiarizado com as questões a serem feitas; do contrário, “a pesquisa sofrerá e será posto um peso injusto sobre o entrevistado”. Além disso, “a entrevista provavelmente tomará mais tempo do que o necessário e, em geral, será incômoda”.

O instrumento de entrevista foi composto por duas partes: o perfil do respondente, já que a pesquisa qualitativa, segundo Sanchez (2010), requer que se conheça a população entrevistada; e o perfil da instituição no que tange à EaD, destinado às perguntas específicas.

Assim, o primeiro bloco de perguntas para os gestores de EaD (questões 1 a 8), tiveram como objetivo traçar o perfil dos respondentes, a fim de se obter informações sobre essa população pesquisada, para identificar a existência de relação entre variáveis das seguintes características: identificação da instituição à qual o gestor pertence, sexo, cargo, participação nas etapas da implantação de EaD em sua IES, ações que desenvolveu nessas etapas, identificação mais problemáticas das etapas, identificação das etapas que transcorreram mais facilmente dentro do planejado.

Já o segundo bloco de perguntas para os gestores de EaD (questões 9 a 29), tiveram como objetivo traçar o perfil das instituições onde atuam, a fim de se conhecer as características da EaD em cada uma das IES pesquisadas, gerando, assim, informações sobre o assunto.

Com o consentimento dos entrevistados, optou-se por gravar as entrevistas, recomendada por Babbie (1999). Este autor, por exemplo, afirma que: “registrar as respostas de maneira exata é especialmente importante, porque o entrevistador não sabe como as respostas serão

codificadas antes de ser processadas; [...]” (BABBIE, 1999, p. 264). A gravação das entrevistas permite contar com todo o material fornecido pelo entrevistado e ajuda a completar, aperfeiçoar e destacar as idéias expostas, no ato da transcrição.

Segundo Richardson (2008, p. 218), a transcrição trata-se de um “[...] trabalho cansativo e tedioso, mas enormemente útil. Permite estudar cada entrevista e fazer uma análise preliminar dos resultados alcançados”.

Embora o uso de entrevista forneça material riquíssimo de análise, de acordo com Richardson (2008, p. 218), mas, pelo fato de demandar considerável tempo para a sua realização, bem como para a análise, o autor sugere que não se entreviste mais do que 20 pessoas, razão pela qual se optou por entrevistar apenas os gestores das IES envolvidas na pesquisa, sendo: 07 da UFSC, 02 da UEM, 02 da APOLITÉCNICA-ESA, 01 da UFSM, 04 da UDESC, 03 da UNISUL, e 04 do ISDB, num total de 23 gestores.

Quanto à condução da entrevista, o pesquisador esteve presente na IES de cada gestor e, com horário predeterminado por eles, realizou- se a entrevista. No caso das IES de Moçambique, o doutorando viajou para este país no início de janeiro de 2010, com o propósito das entrevistas, retornando ao Brasil em março de 2010.

3.4.2 Abordagem quantitativa - questionário

Na abordagem quantitativa, fez-se uso de questionários (Apêndice 2). Para Lakatos e Marconi (2007, p. 203), o questionário é “um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

Sua aplicação deu-se da seguinte forma: os instrumentos foram distribuídos aos estudantes das IES da Região Sul do Brasil, via e-mail e via correio, e, nas IES de Florianópolis e de Moçambique, a distribuição foi feita por intermédio de professores.

O instrumento foi composto de questões estruturadas e pré- testadas, como visto anteriormente. As perguntas foram classificadas em: fechadas, que são aquelas denominadas limitadas, ou de alternativa fixa, visto que o respondente escolhe sua resposta entre as opções oferecidas; e abertas, conhecidas como livres ou não limitadas,

em virtude de o informante usar suas palavras para emitir as próprias ideias. Ao todo, foram doze questões, subdivididas para atender aos desdobramentos da pesquisa.

O questionário compôs-se de três partes, sendo que a primeira foi destinada à identificação e ao delineamento do perfil, quanto ao nome da instituição à qual pertencem e quanto ao sexo.

A segunda parte referia-se à formação e atuação profissional, quanto ao nível de escolarização.

As questões que tratavam da temática principal do estudo constaram na terceira parte do questionário.

Quanto à abordagem, o instrumento constitui-se de questões abertas e fechadas. Nas questões abertas (5 e 7), o respondente discorreu livremente quanto ao tema questionado. Nas questões fechadas (4, 6 e 12), havia duas opções de escolha: sim / não. As demais questões fechadas (8, 9, 10 e 11), as opções de escolha variavam conforme o nível de interesse da pergunta.