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Desempenho

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Gestão Universitária na UFRRJ

4.1.5. Desempenho

Conforme Pereira (1999) as universidades estão inseridas em ambientes turbulentos e devem conceber e implantar estratégias que garantam a prestação de serviços de qualidade de modo a atender aos anseios da sociedade. Neste sentido, somente um diálogo adequado entre universidade e sociedade permitirá uma organização e um desempenho livre da inércia perfeitamente ajustado às necessidades sociais.

Conforme os entrevistados as metas de desempenho estão descritas no PDI da UFRRJ, mas cada entrevistado trouxe as suas percepções de quais deveriam ser estas metas e os desafios atuais para alcança-las. São destacados os trechos abaixo:

“Conforme descrito no Plano de Desenvolvimento Institucional. Contudo, as metas esbarram em questões estruturais, tais como a dificuldade de manutenção de alguns quadros técnicos, tais como o de engenheiro e os de profissionais de Tecnologia da Informação tanto no nível técnico ou superior.”(E-2)

No trecho acima é descrito o conhecimento de que as metas estão descritas no PDI, contudo, é evidenciada a dificuldade de atender ao exposto no documento devido aos problemas estruturais, tais como a manutenção do quadro de técnicos administrativos nas áreas de tecnologia da informação e engenharia que são conflitos inerentes à atividade gerencial, tal como preconizado por Mizael et al (2012) ao identificar os conflitos que os gestores de universidades enfrentam no desempenho de suas atividades. A dificuldade está relacionada aos baixos salários destes profissionais na administração pública se comparados

com a iniciativa privada, enfatizando o contexto em que a universidade se encontra, ensejando dos gestores a busca por soluções alternativas devido à necessidade de se adaptar a esta realidade, tal como preconizado por Takahashi (2014) ao destacar a necessidade do gestor buscar soluções alternativas para a solução dos problemas organizacionais. Seguem, abaixo, os trechos selecionados:

“[...] É um desafio para as universidades como um todo ter um setor de tecnologia de informação que seja capacitado para isso. O que é muito difícil porque a área da Tecnologia da informação é uma área que tem uma oferta de trabalho muito grande nas empresas, na indústria e hoje a universidade pública federal ela tem salários baixos e uma carreira que não atrai em nada as pessoas. Então a pessoa está desempregada, acabou de se formar, de se capacitar, então ela faz um concurso, passa e vem para cá e dentro de pouco tempo ela vai para outro lugar porque ela vai buscar outro.”(E-7) “Então a nossa visão é cada vez mais capacitar e qualificar, mesmo sabendo que isso me faz perder o funcionário porque quanto mais eu qualifico o funcionário eu o deixo mais competitivo no mercado de trabalho e como a gente tem no governo federal o salário do servidor um salário ínfimo, muito pequeno, ele vai procurar lugares melhores. [...] Eu perco muitos funcionários por ano que se qualificam, se capacitam e vão para outras instituições: Fiocruz, Petrobrás, Iniciativa Privada com salários muito melhores.”(E-10)

Ainda sobre o desempenho identificou-se a necessidade de criação de indicadores, inclusive por orientação do Tribunal de Contas da União (TCU) para o acompanhamento das metas estabelecidas no PDI. Fato que ainda não foi consolidado pela UFRRJ, tal como descrito na fala a seguir. Para a criação de indicadores e o acompanhamento já existem sistemas de informação integrados, conforme exposto por Bernardes e Abreu (2004) para a elaboração de indicadores e o acompanhamento das metas e consubstanciar a tomada de decisão. Trecho abaixo grifado:

“Pois é eu te falei que nós tínhamos que fazer, por determinação do TCU, criar indicadores de desempenho da gestão, obras e TI. Então, precisaríamos ter o acompanhamento para saber de que maneira estão sendo acompanhados estes espaços todos. Como está sendo o desempenho da Instituição neste universo de espaço.” (E-6).

Ainda são destacadas as falas que remetem a eficiência da UFRRJ nas suas ações. Foi possível identificar a dificuldade em realizar controles eficazes, devido a resistência à mudança Vieira e Vieira (2004); Falqueto e Farias (2012) e o cenários de inércia presente na estrutura da universidade. Na sequência são apresentados os trechos que contribuem para este entendimento:

E a nossa instituição ainda peca pelo fato de não ter instituído controles.”(E-6).

“Tem coisas que tem uma inércia interna dura. Agora os controles nossos são muito ineficazes e eu já falei porque não temos um sistema integrado de informação.”(E-2)

Ainda sobre a necessidade de um sistema de gestão integrado para a melhoria dos controles e, por conseguinte, da eficiência da organização, identifica-se que a UFRRJ está em

cooperação técnica com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte para a instalação do sistema na UFRRJ:

“Quando você fala de ferramenta de tecnologia eu vou lhe dizer uma situação: nós carecemos demais de um sistema de informática interligados.” (E-10).

“Rural está em Cooperação Técnica com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte para a instalação de um Sistema Integrado de Gestão [...] Agora os controle nossos são muito ineficazes e eu já falei porque: não temos um sistema integrado de informação.” (E-2). “No meio do ano passado um grupo da universidade foi para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte para conhecer melhor aquele sistema de gestão integrada para todos os setores. Pela avaliação parece ser bem interessante, então, a proposta é trazer e implantar este sistema aqui na universidade justamente para garantir isso: que a graduação fale com a extensão, fale com a pesquisa e pós-graduação, mas também fale com o financeiro porque o financeiro depende do acadêmico, enfim. Que a universidade fale de modo mais virtual e imediato.” (E-4).

“A própria reitoria deveria ter um sistema de informações do que se faz aqui.” (E-6).

Demonstra-se que a UFRRJ ainda não consolidou uma sistematização de controles necessários ao acompanhamento dos resultados propostos pela organização, tal como declaram e, neste sentido, Sobral e Peci (2008) compreendem que a falta de um sistema de controle é um obstáculo para a efetividade dos objetivos organizacionais. O Sistema Integrado visa à consolidação de informações gerenciais sobre todas as áreas de uma organização. E no contexto de uma organização universitária possibilita a integração de informações entre as diversas áreas de atuação da IFES de forma a dar suporte ao processo de tomada de decisão e eficiência dos controles.

Ao final desta etapa de caracterização da UFRRJ quanto ao processo administrativo, estrutura organizacional, objetivos, modelo de gestão e desempenho, alguns elementos podem ser destacados, tais como a influência do ambiente externo, principalmente em relação às políticas governamentais, no processo administrativo da universidade por meio da: 1) extinção de quadros técnicos administrativos; 2) a expansão das universidades sem ampliação do quadro técnico; 3) além da política de salários defasados em relação à iniciativa privada. Além disso, foram considerados os elementos da cultura organizacional, os desafios tecnológicos, e estruturais em um contexto de mudança que influenciam no papel do gestor e na dimensão do planejamento em um contexto de confluência de diferentes modelos de administração pública. Na sequência é apresentado o (Quadro 13) com as sínteses das categorias, extraídos das falas dos sujeitos da pesquisa, após a análise dos trechos. Foram considerados trechos que representam elementos das dimensões apresentadas no texto.

Quadro 13: Síntese da Categoria Gestão Universitária

GESTÃO UNIVERSITÁRIA

Processo administrativo Estrutura Organizacional Objetivos Organizacionais Modelos de Gestão

Falta Planejamento Distribuição de Recursos Formação profissional Hierarquia definida PDI atende à legislação Poder de Barganha Formação cidadã Vícios de Informalidade

Peca por Amadorismo Pró-Reitorias por assuntos acadêmicos ou administrativos

Realizar Ensino Impera o academicismo

Improviso é a Regra Realizar Pesquisa Forte tradição agrária

Falta Sistema de Controle Conselhos divididos por áreas acadêmicas e administrativas

Satisfação dos servidores Visão burocrática

Falta estrutura de trabalho Socializar conhecimento Pouco racional

Fontes Elaboração Própria

O quadro visa facilitar o entendimento do leitor aos elementos constituintes do texto apresentado, visando a facilitação da compreensão do capítulo. Na sequência faz-se a análise e discussão da categoria controle social nas dimensões do controle interno, externo, institucional, a participação e a prestação de contas à sociedade. No final, apresenta-se a mesma metodologia do quadro síntese da categoria.

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