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Desenvolver a criatividade do aluno através das tecnologias”.

2.2 AÇÕES E SUGESTÕES PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

12. Desenvolver a criatividade do aluno através das tecnologias”.

A maioria dos professores, em suas respostas, demonstram preocupação em ir além do tradicional, incentivando o aluno a maior participação das aulas. De acordo com os dados obtidos na pesquisa, uma (1) destaca o incentivo a produção e valorização do trabalho do aluno, três (3) colocam a importância dos recursos pedagógicos para a visualização e concretização do lhe é ensinado, dois (2) destacam a utilização das mídias para relacionar os acontecimentos locais e mundiais com a geografia, procurando contextualizar de acordo com seu nível de abstração, uma (1) cita a importância de projetos de pesquisa e duas (2) o estímulo a capacidade criativa dos educandos associadas as tecnologias.

Embora ocorram limitações na escola pública, os docentes de geografia empenham- se em desenvolver um bom trabalho na função de educador construtivo. No entanto, esta não é a maior representatividade dos professores de geografia, grande parte não possui habilidades suficientes para romper com o tradicionalismo. Em muitos casos, o professor somente transmite conhecimento, não levando em consideração as experiências dos alunos que são fundamentais para interligar o conteúdo com a realidade. Também nos deparamos com a falta de interesse e desmotivação do aluno pela escola e sistema de ensino. Para tanto cabe a cada professor explorar os recursos e tecnologias disponíveis no desenvolvimento dos conteúdos para que as aulas despertem cada vez mais o gosto de se estudar a Geografia, dentro do contexto em que o aluno se situa, contribuindo assim para a formação de cidadãos críticos, empenhados em entender a realidade do mundo que os cerca.

Em relação a problemática apresentada neste trabalho, da relação de conceitos produzidos pela ciência geográfica e sua estruturação em conhecimentos escolares articulados ao cotidiano e seu papel na formação do raciocínio geográfico, coloca-se proposições de práticas metodológicas, diversidades e inovações tecnológicas disponíveis ao professor de geografia do ensino básico e aos desafios do 6º Ano, tendo como base a vivência que temos em sala de aula, bem como os conhecimentos que os alunos possuem, a realidade local e as inovações proporcionadas pelas novas linguagens, citamos alguns métodos e recursos didáticos com o objetivo de despertar o interesse dos educandos.

De acordo com artigo de pesquisa de Silva (2004) podemos enfatizar a questão do planejamento (bimestral e o diário) os quais deveriam ser mais bem explorados, criativos e participativos, e mais adequados à realidade dos alunos como afirma Pontuschka:

As condições de existência dos próprios alunos e seus familiares são ponto de partida e de sustentação que podem garantir a compreensão do espaço geográfico, dentro de processo que vai do particular ao geral e retorna enriquecido ao particular . Enfim, propiciar aos alunos a vivencia de um método de trabalho que possa ser usado em diferentes situações, para que eles, gradativamente, adquiram autonomia no processo de produção de conhecimento, é um aspecto importante que o educador deve buscar . (2001:133 – 134).

SILVA, 2004

“A utilização de diferentes linguagens na Geografia (obras literárias, cinema, vídeos, fotografias) pode auxiliar na compreensão e crítica da produção do espaço, se o seu uso como mera ilustração for superado”. (PONTUSCHKA, 2001:134).

Muitos professores não têm dificuldades em trabalhar com informações recebidas, o que ocorre é que muitas vezes desconhecem a forma de aplicar as novas linguagens, tecnologias e recursos disponíveis nos dias atuais. Para isso, exponho neste trabalho, temáticas que podem contribuir como ferramentas no ensino de geografia.

Em reportagem da revista Nova Escola , de acordo com Vygotski,” o segredo é tirar vantagem das diferenças e apostar no potencial de cada aluno”. Durante esta, Ivan Paganotti, coloca que o professor pode escolher olhar para trás, avaliando as deficiências do aluno e o que já foi aprendido por ele, ou olhar para a frente, tentando estimar seu potencial. A pesquisadora Cláudia Davis, professora de psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), diz que sem a segunda fica difícil colocar o estudante no caminho do melhor aprendizado possível. "Esse conceito é promissor porque sinaliza novas estratégias em sala de aula".. O que interessa, na opinião da especialista, não é avaliar as dificuldades das crianças, mas suas diferenças. "Elas são ricas, muito mais importantes para o aprendizado do que as semelhanças”. Coloca-se então a troca de experiências como estímulo às habilidades do aluno.

Entre o que já sabe e o que se pode fazer com assistência, seja do professor ou de colegas, é o que designa Vygotski como “Zona proximal”. O papel da linguagem e aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio e suas relações intra e interpessoais, na troca com outros é que a aprendizagem e as funções sociais são assimiladas. Cabe ao professor o papel de mediar o processo e provocar avanço, criando o que chamava de zonas de desenvolvimento proximal. De acordo com Vygotski, o aluno não é apenas o sujeito da aprendizagem, mas aquele que aprende com o que seu grupo produz. Portanto a metodologia de trabalho de grupo pode ser um importante instrumento na estruturação dos conhecimentos escolares dos alunos de 6º Ano.

 Elaborar oficinas, painéis, maquetes e cartazes;

 Utilizar frequentemente a sala de vídeo com programas relacionados ao conteúdo trabalhado;

 Explorar fatos importantes mostrados nos noticiários;

 Utilizar laboratório de informática em especial na exploração dos conteúdos ligados à cartografia, projeções, etc;

 Dinamizar os conteúdos com aulas passeios;

 Organizar gincanas culturais e feiras do conhecimento;

 Trabalhar os temas transversais em palestras, seminários e oficinas;  A confecção de um mural na sala de aula para a exposição de textos,

fotos, noticias, sugestões dos próprios alunos, etc;

No âmbito pedagógico-metodológico, o professor também poderá instigar este grupo a participação de maneira especulativa indagadora. De acordo com Kimura( 2010, p.148) são questões provocadas quando se busca um ensinar-aprender a favor de um aluno especulativo e indagador:

Decorrente destas questões, Kimura (2010), sugere possibilidades didáticas a serem trabalhadas construtivamente nas aulas de geografia:

O lúdico como uma possibilidade didática - O encantamento desenvolvido pela

imaginação, favorecendo a construção de subjetividades voltadas para a expressividade e a elaboração do pensamento. O estímulo do lúdico instiga a criatividade apropriando-se de múltiplas linguagens ( gestual, corporal, plástica ,oral, musical, escrita) através de uma característica ainda própria da idade que é a de brincar, que com o tempo deixa de fazer uso escolar dessa forma de expressão. A proposta envolve em colocarmos o aluno como ator dentro do processo do ensinar-aprender articulado à elaboração do conhecimento, desenvolvendo a percepção, a observação e expressão que na relação dialógica serve para consolidar a construção de conceitos para explicação geográfica no contexto local e mundial. A consideração da temporalidade no desenvolvimento do aluno, sua idade, implica em abordagens diferenciadas colocadas como instrumentalização à aprendizagem e não somente como atividades.

A questão locacional - Uma estratégia didática que se utiliza da intervenção do

professor através de textos, painéis de debates, grupo de observação, aulas expositivas, pesquisas, filmes ou outros meios de informação, para a problematização da realidade local e mediar o saber geográfico entre contextos com localizações espaciais diferentes, mas características que podem ter alguma semelhança, onde o aluno busca explicações para a questão locacional apresentada na organização de território com questões humanísticas e ambientais.

Já Almeida e Passini ( 2012, p.47 – 88) propõem atividades variadas que orientam o aluno a agir e refletir sobre a espacialidade interligando e integrando o espaço humanizado como consequência dos avanços tecnológicos dos meios de comunicação e circulação, ampliando a leitura de mapas para uma leitura do espaço sideral. Surgem propostas a partir da exploração do corpo, lateralidade, proporcionalidade, posição, partes e lados do corpo em sugestões como “mapear o eu” “banho de papel”; a localização no espaço em sala de aula, da “maquete a planta”; o prédio e escola como continuidade espacial mantendo a inter-relação social, humana e até de ordem natural ( rios, ruas, bairros, ser humano e trabalho), construindo noção de inclusão no espaço maior, continuidade, vizinhança e fronteiras; o caminho “casa e escola e comunidade” com conhecimento espacial do bairro, distâncias,

Como desenvolver o saber geográfico apresentado inicialmente ao aluno a respeito do tema a ser desenvolvido? Como questioná-lo?

O que é este questionamento senão colocarmos um determinado tema de modo a provocar o pensamento do aluno, buscando desenvolver nele o espírito especulativo?

Como pode ocorrer a apropriação, pelo aluno, dos instrumentos teóricos e práticos para o desenvolvimento de seu saber geográfico e do seu processo cognitivo?

através da justaposição de informações, vizinhanças, comércio, indústria, serviços públicos e funções do bairro, estudo do meio, exploração da ocupação humana; “ do município a municípios vizinhos e estado” utilizando-se de expressões geograficamente corretas como norte e sul para direções cardeais, baixo e cima para direções de rios, subir e descer montanhas, eixos de circulação, rede hidrográfica, relevo, utilizando-se de técnicas de cartografia como coleta de informações, classificação, seleção e generalização e as linguagens codificadas de leituras surgindo assim de forma natural a legenda e convenções cartográficas, o estado como a reunião de “os outros municípios”, a leitura e tipos de mapas representados. Também propõem atividades que auxiliarão na construção dos conceitos espaciais que tratam das direções cardeais, equivalência de medidas, proporcionalidade, no trabalho com ‘bússola” e “com a posição do sol”, “Globos”, “Fotos”, “varetas”, “cartas enigmáticas” e “projetos de paisagismo’. As autoras, com as atividades propostas motivam o professor e aluno ao desenvolvimento da noção e ação do espaço cotidiano através da reflexão e abstração, com criatividade e interação do aluno em seu meio.

Do livro “Práticas e textualizações no cotidiano”, que reúne textos dos professores Castogiovanni, Callai e Kaercher (2009) contribuindo com propostas pedagógicas para repensarmos nossas práticas educativas, relato subsídios de atividades apresentadas pelos autores:

Castrogiovanni (2009, p. 11-81) coloca a necessidade da “alfabetização espacial” onde deveriam ser construídas já nas séries iniciais as noções básicas de localização, representação e compreensão do espaço inserido na aproximação da escola com a vida, com o cotidiano dos alunos. Para referenciar e textualizar questões referentes ao espaço e tempo na dimensão do lugar, aponta práticas que podem favorecer a compreensão de noções e conceitos essenciais a “alfabetização espacial e temporal” nos primeiros anos de escolarização e também aplicáveis ao sexto ano. Na relação das construções espaciais, parte de atividades sobre noção do espaço, como “busca ao tesouro”, “Quem é o vizinho?”, ‘limites e fronteiras”, “disco voador”; atividades sobre lateralidade e o mapa corporal com “banho de papel”, o “lavando o corpo hemisferizado – Equador ,e meridiano corporal” passando para representações espaciais com criação de maquetes, mapas, cartas e plantas e suas linguagens cartográficas, com atividades como “construindo os pontos cardeais na sala de aula”, “o jogo de futebol”, “construindo signos”, ”distância entre os pontos – escala” e concluindo com atividades sobre a organização do espaço que através de textos, mapas e plantas, análise temporal, criam-se problematizações e reflexões sobre temas diversos como economia, áreas urbanas e rurais, população..., sistematizados em projetos cartográficos.

Callai (2009, p.83-134) nos remete às várias possibilidades de estudar o lugar para compreender o mundo, os recortes entre os níveis local, regional, nacional e global resultantes dos grupos que nele vivem e socializam, sua história e a relação com a natureza. Para isso a necessidade de desenvolver as habilidades “mapa e pré-mapas”, trabalhar com escalas, ler e construir legendas, entender a representação de um espaço noutra dimensão que não a real. Decorrente de como estudar o lugar, fornece proposições de ‘observação e descrição”, “comparação e correlação”, “organização e conclusões”. Os espaços cotidianos como laboratórios para compreender o mundo ( nossa rua, bairro, cidade, município), através do ´pensar globalmente e agir localmente.

Kaercher (2009, p.135-169), no texto “Geografizando o jornal e outros cotidianos” nos apresenta a prática em geografia para além do livro didático. A proposta de utilização de diferentes tipos de textos no preparo de nossas aulas em um ensino não tão formalizado,

aponta alguns passos metodológicos: ouvir os alunos, sistematizar suas falas, criar e estimular as polêmicas e as dúvidas, textualizar as dúvidas e conclusões elaboradas produzindo surpresas. Ao uso de reportagens de jornais, observando as escalas locais, regionais, nacionais e internacionais, busca a superação da fragmentação do conteúdo escolar, encaminhando à questões geográficas, à análise do real, às várias leituras possíveis, à pesquisa e a percepção do espaço ligado ao nosso cotidiano. Para isso propõe práticas no cotidiano, através de roteiro de “pesquisa”, “coleta de dados”, “entrevistas”, “escalas e mapas com o uso de jornal”, “colagem com música”, “viajando no mapa mundi” e a “técnica da frase e do minuto”. Coloca a experiência como exemplo de recursos acessíveis que levem os alunos a perceber os espaços de forma mais dinâmica e viva.

As práticas de ensino instigadoras do coletivo com formas ativas de participação de professores, alunos e comunidade escolar são citadas no texto “Metodologias Corporativas Para Ensinar e Aprender Geografia” de Leonardo D. de Azambuja, publicado no livro Educação Geográfica: reflexões e práticas de Helena Copetti Callai. São proposições já conhecidas na área didática escolar e que podem auxiliar nosso trabalho no ensino de geografia do 6º Ano :

Projeto de trabalho ou pedagógico – Os temas constituem-se na relação entre o

saber científico e a realidade, a partir de problematizações, investigação e análise, avaliação e socialização dos saberes. De acordo com Hernandez (1998) e Hernandez e Ventura (1998), projeto de trabalho é desenvolvido através de uma organização curricular integrada e temática, metodologia pela qual o aluno aprende a trabalhar a informação, organizar, interpretar e transformar a informação em conhecimento. Com a forma ativa dos professores e alunos, a aprendizagem é construída, podendo ser específica da disciplina ou interdisciplinar.

Unidades temáticas – Uma estratégia de organização ou de integração pedagógica do

trabalho escolar para além das formas fragmentadas e individualizadas que busca coerência com o paradigma da construção do conhecimento escolar com conteúdo explícito, que fundamenta as áreas ou disciplinas sintonizando a ciência, com a realidade dos temas propostos e a organização curricular.

Situação de estudo ou situação problema – a metodologia é desenvolvida a partir da

articulação de um tema específico e da vivência dos alunos necessitando uma prática interdisciplinar de uma situação de estudo que requer planejamento e permanente reconstrução com flexibilidade de desenvolvimento. Envolve a problematização dos conhecimentos prévios e as relações com o saber científico; estudo em fontes diversificadas para ampliação do conhecimento e especificidades disciplinares culminando com atividades de sistematização, relatórios, produções textuais e artísticas, seminários, globalizando as informações ao tema de estudo.

Estudo do meio – Ocorre a partir de uma proposição temática ou de um tema-

problema que qualifiquem o objeto de investigação com atividades nos ambientes externos da escola. Inicia a partir de estudos preparatórios em sala de aula organizando roteiros, fontes de dados e informações; definição sobre o que será observado, coletado, descrito, registrado; programação para após as atividades de campo, a parte da sistematização e socialização dos resultados. O meio é o centro dos estudos dependendo do enfoque abordado (ambiente, geográfico, histórico, cultural), com suas conexões naturais e sociais existentes. A definição do percurso e o planejamento da investigação a campo requer a previsão das formas de

registro ( escritos, imagens, testemunhos), a organização e exposição dos resultados da investigação para a compreensão do conjunto sócio histórico da realidade estudada.

As metodologias cooperativas ainda necessitam de conquistar avanços nas condições materiais de trabalho e, principalmente, na formação e qualificação dos professores. A renovação das práticas pedagógicas têm necessidade de identificar as diferenças e aproximações dessas metodologias e recursos a serem utilizados para a dinâmica e desempenho em relação aos objetivos de estudo, com aulas planejadas na rotina e para além da rotina escolar.

O desenvolvimento de metodologias do ensino problematizadoras e questionadoras concretiza a formação de um pensamento especulador. Para isso as abordagens geográficas necessitam uma compreensão do mundo de maneira reflexiva através de situações concretas, a apropriação das linguagens e decodificação dos signos ganham complexidade no decorrer da escolarização geográfica, como instrumentos conceituais para apropriação do conhecimento e construção de significados e representações sobre o mundo.

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