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6.2 Categorias que expressam a caracterização da docência

6.2.4 Desenvolver atitudes docentes relevantes para a profissão

Nesta categoria, propõem-se nove ações formativas para avaliação dos sujeitos da pesquisa. A análise, quanto à sua relevância, é apresentada na Tabela 9. O sujeito S13 classificou as ações formativas sugeridas nesta categoria como importantes para formar professores com coragem de inovar. E 11 sujeitos manifestaram-se, afirmando não ter contribuições para esta categoria.

A análise dos resultados mostra que a ação formativa que se refere à preocupação com a própria formação foi priorizada, obtendo, inclusive, o maior RM de todas as ações propostas. Com relação a esse resultado, pode-se afirmar que a preocupação com a formação pode estar atrelada às avaliações dos cursos que são

realizadas pelo MEC, e que, de alguma forma, avaliam a formação continuada dos professores, o que é inerente à profissão: o estudo constante.

Tabela 9 - Frequências de cada um dos itens da escala Likert para as ações formativas da categoria 4 e respectivo Ranking Médio e %

Ações formativas/ Escala Likert e respectivas

frequências 1 2 3 4 5 RM %

Preocupar-se continuamente com a própria formação. 0 0 0 5 37 4,9 98 Dispor-se a avaliar os estudantes durante as atividades de

ensino, estando atento e preocupado com sua aprendizagem. 0 0 2 9 31 4,7 94 Dispor-se a trabalhar em equipe com vistas a ser um professor

que saiba cooperar com os demais colegas. 0 0 0 17 25 4,6 92 Ser pontual e aproveitar adequadamente o tempo das

atividades docentes. 0 0 1 13 28 4,6 92

Dispor-se a participar de projetos de inovação e investigação. 0 0 4 13 25 4,5 90 Preocupar-se continuamente com a sua imagem como

profissional. 0 0 4 13 25 4,5 90

Ler e discutir textos sobre atitudes do bom professor. 0 2 6 13 21 4,3 86 Dispor-se a desenvolver ações que demonstrem capacidade

de liderança. 1 0 6 16 19 4,2 84

Realizar reflexões em grupos sobre como transmitir confiança

e credibilidade nas ações docentes. 0 2 8 10 22 4,2 84

Fonte: elaborado pela autora, 2016.

Analisando os resultados ao item Ler e discutir textos sobre atitudes do bom

professor, por função desempenhada pelo sujeito de pesquisa no âmbito do PIBID,

destaca-se que os supervisores entendem esta ação como Relevante ou Muito Relevante, enquanto coordenadores de área a consideram como Irrelevante e Indiferente. Isso parece estar em consonância com alguns questionamentos feitos pelos coordenadores, dentre eles, “o que é ser um bom professor? Em que contexto? Sob qual ponto de vista? (C13). Enquanto isso, a preocupação de C23 é quem vai

determinar o que é um bom professor. Nesse sentido, C3 sugere problematizar a questão, e C7 discorda de que existe um professor ideal e de que para ser um bom professor é necessário seguir determinadas orientações.

Dispor-se a desenvolver ações que demonstrem capacidade de liderança

recebeu a menor pontuação, empatado com Realizar reflexões em grupos sobre como

transmitir confiança e credibilidade nas ações docentes. Mais uma vez,

coordenadores entendem essa ação menos relevante que os supervisores. Comparando o ranking médio, considerando apenas as respostas de coordenadores, ele passa a ser 4; e, se utilizarmos apenas as respostas dos supervisores, 4,5.

O professor é um espelho para o seu aluno (S11). Dessa forma, a atitude docente perante o desenvolvimento de suas ações é muito importante para o processo da docência (S15). Essas afirmações evidenciam o entendimento de Ribeiro (1984, p. 20), segundo o qual

[...] é evidente que o professor é um líder na sala de aula e que seu comportamento e atitudes refletem-se nos alunos [...] a atuação do professor vai influenciar a experiência do aluno e seu potencial como agente educativo deve ser de maneira positiva e integrada.

Além disso, “grande parte dos comportamentos e das atitudes dos alunos é provocada pelo comportamento, pelos métodos e pelas atitudes do professor” (PILETTI, 1985, p. 19).

Os sujeitos S10 e S16 sugerem incluir nesta categoria a autoavaliação constante, pois ela é fundamental, tanto para definir a continuidade do trabalho, como para repensar as escolhas realizadas. S6 propôs acrescentar que o professor precisa ter proposta de trabalho na qual se preocupe em formar alunos críticos, investigativos e atuantes na sociedade. C18 afirma que todas as ações propostas são essenciais para a formação de um bom professor de Matemática, pois são ações relevantes que “envolvem competências e habilidades que os futuros docentes precisam desenvolver” (C8), ideia corroborada por C12, S1, C8, S13, C5, C15 e C20.

O professor precisa se atualizar e buscar cursos e qualificações (C19), por meio de leituras de periódicos voltados à Educação Matemática, participando de fóruns, capacitações (S8), uma vez que a preocupação com formação continuada e a qualificação é essencial para a sua credibilidade e a sua valorização profissional (C22). Contudo, cabe salientar que “[...] formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimento ou de técnicas), mas sim por meio de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas de (re)construção permanente de uma identidade pessoal” (NÓVOA, 1995, p. 24).

O professor necessita buscar o aperfeiçoamento com o intuito de oferecer melhores condições de aprendizagem (S17), aprimorando o seu saber, estando sempre pronto para aprender a aprender, bem como aprender a mudar (S5). Nesse sentido, precisa ler textos e relatos que mostrem como deve agir o professor comprometido com a aprendizagem dos alunos, com o processo de ensino e aprendizagem e com as questões que envolvem este cenário: afetividade, carreira docente etc. (C13).

Acrescente-se que o professor necessita participar de formações para melhorar seu olhar quanto às mudanças de comportamento, plano de aula e metodologias de ensino (S9), buscando informações que ajudem a desenvolver a docência (C7) contribuindo com as melhorias das práticas de ensino (S14).

O sujeito S11 afirma que as escolas têm passado por grandes transformações, dentre elas, o papel do professor, que passa a ser mediador entre aluno e conhecimento, passa a ser um facilitador de aprendizagens, incentivador e avaliador dos processos de ensino e aprendizagem.

O professor precisa conhecer bem a sua função para estar melhor preparado para as diversidades que a sala de aula pode apresentar, e o PIBID possibilita isso, afirma S15, e entende ainda que o professor precisa estar seguro sobre o seu papel para desempenhá-lo com louvor, e isso só é possível com a experiência, implicando também interação ética professor aluno (C4).

Enfim, dentre as nove ações formativas propostas para a categoria Atitudes docentes, a preocupação com a formação foi selecionada como mais relevante, inclusive, obtém o melhor RM desta pesquisa quando avaliamos todas as ações propostas.