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6. ANÁLISE DO JOGO ENIGMA DE FUNÇÕES

6.2 Desenvolvimento da Equipe 01

Conforme exposto, compareceram em sala e participaram da atividade 20 alunos, os quais formamos equipes com 4 alunos cada uma, sendo uma dupla jogando contra a outra. A partir dessas informações, iniciamos essa análise por meio da verificação do desempenho de cada equipe nesse momento de investigação, para isso vejamos a situação vivida pela equipe 1, composta pelos discentes D1, D2, D3 e D4.

Sabemos que pelas regras do jogo cada dupla deveria escolher uma Função do cartaz de funções e registrar sua forma algébrica na folha de registro recebida, sem que a dupla oponente pudesse ver. Alguns demoraram a fazer essa escolha, outros rapidamente a fizeram.

Foi possível constatar, a partir dos dados coletados na folha de registro das respostas, que os discentes identificados por D1 e D2 escolheram Função do cartaz representada na Figura 33 e registraram sua forma algébrica, como diz a regra do jogo.

Figura 33: Carta de Função escolhida pela dupla D1 e D2 da Equipe 01

Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador

Os alunos registraram na tabela, no espaço indicado, a forma algébrica dessa Função, e receberam algumas perguntas da dupla oponente, que conseguiu, ao final da atividade, identificar a Função escolhida por eles. Dessa forma, destacamos algumas dessas perguntas, já que constam suas respostas, em nossos arquivos de coleta de dados, tais perguntas foram:

 Carta pergunta 1: O produto das raízes é positivo?  Carta pergunta 3: f (0) é positivo?

 Carta pergunta 5: f (0) = 0?  Carta pergunta 9: c < 0

 Carta pergunta 15: A Função é toda positiva?

 Carta pergunta 16: A Função é positiva entre as raízes?

Vimos que com relação à primeira pergunta os discentes identificados por D1 e D2 responderam corretamente afirmando que “sim”, já com relação à pergunta de número 3, eles erraram, pois também responderam “sim”, quando f (0) não é um valor positivo. Para a pergunta de número 5 os estudantes responderam “não” também acertando, pois realmente f (0) não é igual a zero na Função escolhida por eles.

A nona questão do baralho de perguntas era muito similar a terceira e a quinta, pois ao procurar a imagem de zero, só restaria o termo independente, ou seja, o que chamamos de termo independente numa Função polinomial do segundo grau, o que também seria elementar identificar através da visualização gráfica, pois o valor do termo independente numa Função quadrática é visto por eles em sala de aula como aquele que corta o gráfico no eixo do y.

Mesmo assim, os estudantes responderam “não” para a pergunta de número 9, sendo que o valor do termo independente é, certamente, um valor menor que zero.

Os discentes acertaram também a décima quinta pergunta do baralho de perguntas, pois responderam “não”, já que a Função não é completamente positiva. Por fim, a carta pergunta 16 foi respondida com um “sim”.

Diante desses fatos, constatamos que os discentes oponentes a essa dupla, especificamente identificados por D3 e D4, conseguiram encontrar em seu cartaz a Função escolhida pela dupla adversária, mesmo a dupla não tendo respondido corretamente todas as perguntas feitas a eles. Tudo isso ficou constatado nos registros de coleta de dados da presente pesquisa.

No entanto, essa foi a única dupla da equipe 1 que conseguiu ser vencedora no jogo, alcançando o objetivo da atividade, já que a dupla formada pelos discentes D1 e D2 não conseguiu obter sucesso em suas jogadas, não encontrando a Função escolhida pelos seus adversários no jogo.

Dessa forma, temos que os discentes identificados por D3 e D4, os adversários da dupla mencionada anteriormente, e vencedores dessa equipe, escolheram dentre as funções exposta no cartaz, a seguinte carta de Função da Figura 34.

Figura 34: Carta de Função escolhida pela dupla D3 e D4 da Equipe 01

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora

Vimos que os discentes D1 e D2 fizeram oito perguntas a dupla oponente, enquanto essa dupla, com apenas seis perguntas, conseguiu identificar a Função escolhida pelos discentes D1 e D2. No entanto, agora é o momento de verificar se essa primeira dupla da

equipe 01 conseguiu também identificar a Função dos discentes D3 e D4, quando constatamos que para eles não foi possível obter sucesso. Vejamos as oito perguntas respondidas por D3 e D4.

 Carta pergunta 2: f (1) é zero?

 Carta pergunta 4: O produto das raízes é negativo?  Carta pergunta 6: O vértice está no eixo das abscissas?  Carta pergunta 13: O vértice está no 3° quadrante?

 Carta pergunta 14: A Função tem duas raízes reais e iguais?

 Carta pergunta 17: A parábola corta o eixo y em ordenada positiva?  Carta pergunta 18: A soma das raízes é positiva?

 Carta pergunta 19: A Função admite ponto de máximo?

Para as respostas dadas a essas perguntas, percebemos que os referidos discentes responderam algumas delas de maneira incorreta, tais quais destacamos como sendo as perguntas de número 6, 13 e 19, ou seja, das oito perguntas feitas, eles conseguiram responder corretamente cinco delas. Os discentes D3 e D4, com base na Função escolhida por eles, afirmaram na pergunta de número 6 que o vértice da Função estava no eixo das abscissas, onde podemos ver, através da Figura 34, que isso não acontece.

Com relação à pergunta 13 que também tratava de saber algo sobre o vértice da Função, os alunos também erraram, pois afirmaram que o mesmo estava no 3º quadrante, quando de fato, o vértice da Função escolhida por eles se encontra no 4º quadrante. E por fim, afirmaram na décima nona pergunta do baralho de perguntas, que a Função admitia ponde de máximo, é fácil ver que a Função exposta na Figura 34 é côncava para cima, logo admite ponto de mínimo.

Na realidade os estudantes responderam corretamente o maior número de perguntas endereçadas a eles, mas ainda significa um número de acertos muito pequeno levando em consideração o nível das perguntas e o fato dos estudantes dessa turma já terem se estudado esse conteúdo em sala de aula. Por conseguinte, os discentes caracterizados em nossa pesquisa por D1 e D2 não conseguiram identificar a Função escolhida pelos descentes D3 e D4.

É possível perceber que os conhecimentos relacionados ao conteúdo de Função precisam ser consolidados, ou revistos pelos alunos, pois eles ainda se encontram com deficiência em relação à aprendizagem Matemática desse conteúdo.

O fato dos alunos não ter dado respostas corretas dificultou o desenvolvimento da dupla oponente na tentativa de descobrir qual era a Função escolhida pelos colegas, mas mesmo

diante desses entraves uma das duplas da equipe 1, especificamente os discentes D3 e D4 conseguiram cumprir o objetivo do jogo aplicado.

A opinião dos discentes foi registrada por eles no final da atividade, e transcritas por nós.

D1 e D2: “ nós gostamos muito porque aprendi mais ”

D3 e D4: “foi muito bom, aprendemos bastante e relembramos esse assunto”

Os sujeitos participantes da equipe 1 apresentaram uma boa aceitação pela atividade, mostraram-se entusiasmados, relatando que a mesma contribuiu para que pudessem aprender mais sobre o tema abordado, e ainda enfatizaram dizendo que a atividade os fizeram lembrar do conteúdo de função quadrática, já estudado por eles.

Nesse contexto, sabemos que se torna extremamente importante para nós, professores pesquisadores da área da Matemática, percebermos que algum método de ensino ou recurso didático-pedagógico auxilia na aprendizagem ou na análise dos diversos conceitos envolvidos em uma atividade trabalhada em sala de aula com os discentes.

A opinião dos alunos só enriquece nosso trabalho de pesquisa, pois nos permite um olhar mais próximo da realidade deles, nos auxiliando a perceber o sentimento de cada um com em relação à atividade aplicada, e nos permite ainda conhecer como está sendo a aprendizagem desses jovens nesse nível de ensino tão importante para a formação deles.