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3.1 LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO E IMPLANTAÇÃO DOS MÓDULOS

3.2.2 Desenvolvimento do protótipo

Ao iniciar o desenvolvimento do projeto do protótipo, foram encontrados os seguintes obstáculos. A intenção do projeto consistia na implantação de um sistema único em contato direto com a cobertura padrão da guarita, ou seja, sem que o sistema de cobertura vegetada se fizesse a partir de uma estrutura independente. Entretanto, o formato irregular da superfície da cobertura não permitiu solução de uma estrutura adaptável, leve e que sustentasse todo o sistema. Dada essa situação, buscaram-se materiais que pudessem envolver o protótipo com eficiência térmica. Para isso, foi realizada uma breve relação de materiais, de forma a se reconhecer as propriedades e os custos dos materiais que eventualmente pudessem ser utilizados: metal, madeira

policarbonato e poliuretano. Dos contatos com fornecedores, chegou-se ao melhor custo benefício com o compensado naval. A Figura 33 demonstra a estrutura independente do protótipo desenvolvido a partir das dimensões da guarita.

Figura 33 – Dimensionamento do protótipo para o ME

Fonte: A autora.

O protótipo concebido para a pesquisa foi composto por chapa de madeira compensada naval (com cola fenólica), e = 20 mm, de 1,60 x 2,20 m, resultando em uma caixa de 1,35x1,35x0,25m. Foram realizados três furos no centro de cada lateral do protótipo (buzinotes23), com a função de drenar os fluidos excedentes do sistema. A Figura 34 sintetiza as etapas de montagem do protótipo.

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23 O buzinote é um elemento semelhante ao dreno; ele é utilizado em furações verticais, ao contrário do segundo, que é aplicado em superfícies horizontais.

1. Recorte das chapas para peças 2. Camada de proteção para madeira

3. Fixação 4. Acabamento

5. Impermeabilização 6. Protótipo com substrato e rufo

Figura 34 – Etapas de desenvolvimento da camada de estrutura do protótipo

protótipo foram seladas com duas demãos de stain (2), um tipo de verniz que penetra nas fibras da madeira e protege o material exposto a intempéries e fungos. Após a montagem (3) dessas peças por meio de colagem e de parafusamento, o protótipo recebeu mais uma demão de stain. Optou-se por incluir a colagem na montagem das peças visando auxiliar a união das peças e vedação entre as mesmas.

O acabamento externo do protótipo (4) foi feito com pintura de tinta a óleo, base acetinada, em três demãos, na cor branca (RAL 9010).

Após secagem de dois dias do verniz, foi executada a impermeabilização (5) do protótipo com dupla camada de manta asfáltica, reforçada com véu de poliéster entre uma mão e outra (RAG, 2016). A Figura 35 demonstra essa combinação dos materiais formando a camada impermeabilizante do protótipo.

Figura 35 – Execução da camada impermeabilizante

Fonte: A autora.

Esse procedimento é o mesmo recomendado para instalação de coberturas vegetadas em containers. Após aplicação e secagem da segunda camada de manta asfáltica, foram cortados os excessos de véu de poliéster.

Também como acabamento das bordas do protótipo, foram utilizadas mantas de foil dupla face, com a função de rufo (6). Este elemento teve como finalidade

proteger e aumentar a vida útil do sistema, pois além de envolver a borda exposta da madeira, impede o contato da vegetação ou do substrato com a camada estrutural (SAVI, 2012).

Finalizada a estrutura do sistema, foram constituídas as diversas camadas da cobertura vegetada. A Figura 36 apresenta esta composição.

Fonte: Tecnitetto (2018)

1. Mantas geocomposta extrudada 2. Manta geotêxtil

3. Substrato 4. Polímero hidroretentor

Figura 36 - Execução da camada de substrato

Fonte: A autora.

Depois de consolidada a camada impermeabilizante, o protótipo foi instalado sobre a guarita ME. Foram acrescentadas respectivamente as camadas drenante e anti enraizamento, ao aplicar a manta geocomposta extrudada tipo Maxistud® e geomembrana têxtil com proteção antiraiz. Sobre esta camada, foi colocado o

plantio. O desenvolvimento do protótipo até a camada de substrato ocorreu na primeira quinzena de outubro. A partir disso, foram realizados monitoramentos referentes ao teste piloto e à primeira configuração de análise, que correspondeu à avaliação do sistema apenas com o substrato. A Figura 37 apresenta a etapa seguinte, referente à colocação da vegetação.

Figura 37 – Implantação da camada vegetal

Fonte: A autora.

Um mês depois do monitoramento da configuração com substrato e janela fechada, foi realizado o plantio de mudas das espécies vegetais selecionadas conforme item 3.2.3.2. O sistema de irrigação se manteve manual, sendo diário durante os primeiros cinco dias decorridos do plantio, e, após este período, uma vez por semana, durante três semanas. Após esse período, as regas foram suspensas e não houve necessidade de manutenção do sistema quanto a limpeza e podas. Durante o mês de dezembro, foram realizadas as medições referentes às configurações que avaliaram, em conjunto, as camadas de substrato e de vegetação. Após o acompanhamento dos efeitos da cobertura vegetada, verificou-se a interferência térmica quando a vegetação era coberta e sombreada por uma tela de polietileno. Optou-se pela tela de sombreamento com 50% de proteção solar pois é a

recomendada pelos fabricantes na utilização de cobertura de plantas e hortaliças. A Figura 38 representa essa estrutura.

1. Montagem da estrutura em ferro 2. Disposição da estrutura

3. Disposição da tela de

sombreamento 4. Detalhe da tela de sombreamento 50%

Figura 38 – Implantação da tela de sombreamento sobre a cobertura vegetada

Fonte: A autora.

Para a acomodação desse tecido sobre a cobertura foi criada uma estrutura em forma de cúpula a partir de uma barra de ferro, 3,4’’, 20mm. Após o encaixe dos apoios dessa armação nos limites da caixa, cobriu-se com a tela de sombreamento nas dimensões 3,00 x 3,00 m. Este arranjo da cobertura vegetada com a tela de sombreamento representa as configurações 4 e 5 de análise. A Figura 39 apresenta todas as camadas da cobertura vegetada em teste.

Figura 39 - Camadas do sistema de cobertura vegetada em teste

Fonte: A autora.

A composição finalizada da cobertura vegetada em teste apresentou as camadas de estrutura em compensado naval, a camada impermeabilizante em manta asfáltica, a camada drenante em manta geocompostas, a camada anti- enraizamento em manta geotêxtil, o substrato composto in loco e a vegetação combinada por

Dianella caerulea e Callisia repens. Desta forma, o módulo experimental foi composto

em distintas fases e cada uma delas foi monitorada, com os dados coletados para análise e posterior comparação.