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3.1 LOCALIZAÇÃO DO ESTUDO E IMPLANTAÇÃO DOS MÓDULOS

3.2.3 Seleção dos componentes

Ao desenvolver o protótipo, foram determinados critérios para a seleção dos componentes das camadas de substrato e de vegetação. Além disso, para a caracterização do substrato utilizado, foi realizado o procedimento de granulometria fina e grossa.

3.2.3.1 Substrato

Miller (2014) avaliou a interferência da composição do substrato em coberturas vegetadas extensivas para Curitiba-PR. Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 6.

Tabela 6 - Composição de substratos avaliados para Curitiba-PR

Terra Turfa Casca de Arroz

Carbonizada Vermiculita Módulo 1 35% 20% 40% 5% Módulo 2 35% 20% 35% 10% Módulo 3 30% 30% 30% 10% Módulo 4 25% 40% 25% 10% Módulo 5 20% 50% 20% 10%

Fonte: Adaptado de Miller (2014).

A partir da comparação de cinco módulos de substratos diferentes com a mesma espécie vegetal, concluiu-se que a melhor configuração foi o módulo 1, que apresenta 60% de composição orgânica. Esta composição possibilita melhor crescimento das plantas, bem como melhor retenção das águas pluviais (MILLER, 2014).

Savi (2015) ressalta que o sistema de cobertura vegetada extensiva deve apresentar o mínimo de carga. Por isso, a escolha de elementos complementares ao solo que atribuam porosidade devem apresentar baixa densidade, a exemplo da vermiculita e a casca de arroz carbonizada (SAVI, 2015). A carbonização de fibras naturais é altamente recomendada na composição de um substrato, pois apresenta grande potencial de retirada de poluentes e metais acumulados ao longo do tempo (OLIVEIRA, 2012).

A vermiculita e o gel para plantio correspondem nessa ordem, a um mineral e a um polímero. Ambos possuem propriedades de retenção da umidade do substrato e nutrientes do solo, mantendo-o hidratado em períodos de estiagem. Esta composição diminui a frequência das irrigações manuais em até 50% bem como lixiviação de nutrientes (FORTH, 2017).

Com isso, as características ponderadas aos componentes do substrato utilizado na presente pesquisa foram a origem orgânica e a complementação com elementos carbonizados e condicionadores hidratantes do solo.

O Quadro 3 apresenta as espécies recomendadas pela literatura para coberturas vegetadas extensivas, adequadas ao clima e à região do presente experimento.

Quadro 3 – Espécies vegetais para coberturas vegetadas extensivas pré-selecionadas

Nome popular / Nome científico Ilustração

Brilhantina – Pilea microphylla24

Clorofito - Chlorophytum comosum25

Dedinho de moça - Sedum rubrotinctum26

Dianela – Dianella caerulea27

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24 Patro (2014) 25 Patro (2013) 26 Franco (2012) 27 Bluedale (2018)

Nome popular / Nome científico Ilustração

Dinheiro em penca – Callisia repens28

Erva de santa luzia – Commelina erecta29

Lambari - Tradescantia zebrina30

Lambari roxo/ Tapueraba roxa – Trandescantia pallida31

Onze horas – Portulaca grandiflora32

Ouro Musgo - Sedum mexicanum33

Fonte: A autora. _______________ 28 Consulta plantas (2018) 29 Patro (2015) 30 Patro (2013) 31 Patro (2013) 32 Patro (2014) 33 Gardens Online (2018)

extensivas por suas características particulares: crescem com raízes relativamente pequenas, capazes de armazenar água, e tem o metabolismo ácido das crassuláceas (MAC) que reduz a perda de água (NOYA et al., 2017). São espécies com grande potencial de preenchimento, resistência à exposição ao sol e fácil manutenção. A peculiaridade dessa espécie é a redução de rega manual, uma vez que a espécie por si só regula este mecanismo em períodos de seca (LI; YEUNG, 2014). Entretanto, a maior parte dessas espécies não resulta em preenchimento completo da área vegetada acima do solo.

Considerando-se estes critérios, definiu-se a espécie Callisia repens, nome popular da Dinheiro-em-Penca. Essa planta é perene, rasteira e herbácea nativa, que pertence à família Commelinaceae34 (GUERRA JÚNIOR, 2013).

Para mais, caracteriza-se pela rusticidade, rápido enraizamento e quando cultivada como cobertura do solo sob sol intenso, atinge 0,05 a 0,25 cm de altura (NOYA et al., 2017). As folhas orbiculares são verdes opacas no lado superior e arroxeadas na parte inferior, e têm crescimento à luz direta ou meia-sombra (TAN; SIA, 2008). Apresenta aspecto de coloração diferenciado conforme o grau de exposição solar. Quando cultivada à meia-sombra, as folhas exibem volume e coloração verde; quando diretamente ao sol, apresentam folhas menores e coloração arroxeada (SAVI, 2015).

Outra espécie que se destaca quanto à eficiência em coberturas vegetadas extensivas é a Dianella caerulea, popularmente conhecida como Dianela. Apesar de ter origem australiana, a espécie se adapta aos climas mediterrâneo, subtropical, temperado, oceânico e equatorial. As folhas em formato de tiras suportam e

desenvolvem-se a sol pleno, alcançando 0,8 a 5,0 cm de altura (RAZZAGHMANESH; BEECHAM; KAZEMI, 2014).

A Dianela pertence à família Xanthorrhoeaceae, também do grupo de monocotiledôneas, herbácea, perene e de aspecto rizomatoso carnoso (suculenta). A formação dos maciços de folhagens a partir das touceiras35 cria maior sombreamento

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34 A descrição botânica da família Commelinaceae é caracterizada por diversidade morfológica. Plantas monocotiledôneas, herbáceas, perenes e regulamente rasteiras. Apresentam consistência suculenta, com folhas densas e macias. Em sua maioria, se apresentam ornamentais.

na superfície do substrato e oferece proteção, permitindo maiores trocas de ar entre a camada vegetal e o ar externo (LOPES, 2007).

3.2.3.3 Granulometria

O processo de caracterização física do solo foi realizado para granulometria grossa e fina, nas quais:

 Granulometria grossa executada em 12/09/2017;

 Granulometria fina executada em 24/09/2017.

A Figura 40 apresenta parte do procedimento de caracterização da granulometria grossa.

Procedimento manual Partículas de maior diâmetro

Figura 40 – Procedimento de análise de granulometria grossa a partir da separação do solo por peneiras

Fonte: A autora.

Neste primeiro procedimento, o solo orgânico natural foi destorroado manualmente e separado em duas partes, uma para cada análise (fina e grossa). Em seguida, uma parte foi lavada em água corrente, e após retirada de pequenas impurezas que descaracterizam o solo orgânico, o material foi filtrado em peneiras de 9,5mm, 4,8mm, 2,4mm e 2,0mm. Cada seção especifica partículas grossas, médias,

grossa.

Do montante de substrato para a granulometria grossa, foram separadas três partes de 15 g e colocadas em estufa a 150ºC. Assim, além de se verificar o dimensionamento das partículas, foram analisadas questões de umidade do solo orgânico.

A Figura 41 apresenta o equipamento Microtrac® S3500, utilizado no procedimento de granulometria fina.

Figura 41 - Microtrac®, equipamento utilizado para determinação da granulometria fina

Fonte: A autora.

Na segunda operação de granulometria, contou-se com o apoio do equipamento, do tipo analisador de tamanho de partículas que utiliza três diodos laser para identificar partículas em alta precisão. Este equipamento mensura o tamanho das partículas do solo de 0,02 a 2.800 microns.