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A DESINTEGRAÇÃO: AS SETE ESTRELAS PROMETIAM BRILHAR NO CÉU DA VETUSTA BORDA DO CAMPO.

No documento ALAN FABER DO NASCIMENTO (páginas 31-38)

RIBEIRÃO PIRES, QUEM É VOCÊ?

1.1 A DESINTEGRAÇÃO: AS SETE ESTRELAS PROMETIAM BRILHAR NO CÉU DA VETUSTA BORDA DO CAMPO.

O processo de ocupação do território onde se localiza hoje o município de Ribeirão Pires iniciou-se durante o período colonial, no século XVI. Com a abertura da estrada que ligava o núcleo de Piratininga (São Paulo) a Mogi das Cruzes, foi construída a Igreja do Pilar (1719), e um pequeno núcleo se instalou nos seus arredores, dando origem ao povoado da cidade11. Durante os primeiros séculos de colonização, o território era caracteristicamente rural, utilizado, sobretudo, como área de passagem.

Para GAIARSA (1991), não só o povoado de Ribeirão Pires permaneceu com uma economia estagnada e ocupação reduzida, mas toda a região do Grande ABC “dormiu” três séculos até a chegada da ferrovia Santos - Jundiaí.

Com o início da construção da estrada de ferro, na segunda metade do século XIX, houve um processo de urbanização, motivado pela presença das estações ferroviárias e a conseqüente construção de indústrias ao redor delas. Inicialmente, foram edificadas as estações de Santo André, São Caetano e Rio da Grande da Serra. A estação de Ribeirão Pires só foi instalada em 1885, ou seja, dezoito anos depois da inauguração da ferrovia.

No começo do século XX, a economia do distrito12 era uma das mais importantes da região (MÉDICI, 1996). As principais indústrias que aí se estabeleceram foram as olarias, as unidades de beneficiamento de madeira, as pedreiras13 e uma fábrica de cerveja, além de um moinho de sal e de uma envasadora de água, implantados posteriormente.

11 Inicialmente conhecido como Caaguassu e depois como bairro do Pilar, o pequeno agrupamento de famílias que daria origem ao município de Ribeirão Pires deve ter ocorrido ainda no século XVI, embora a falta de documentos históricos e registros de nota tornem um tanto difícil a precisão histórica. Ainda assim, é razoável aceitar que a região possa de algum modo ter participado dos acontecimentos históricos ocorridos no século XVI e XVII, uma vez que, em razão da invasão e apossamento das terras pelos índios Maripaqueres, há forte evidência da presença de gentios (CINI, 2005).

12 Nesta época, Ribeirão Pires ainda era distrito do município de Santo André.

13 As pedreiras representavam um importante papel na economia da região, pois a pedra era uma matéria-prima muito procurada e fundamental para o desenvolvimento dos projetos de urbanização da cidade de São Paulo.

22 No núcleo urbanizado, desenvolvia-se uma ocupação pouco adensada, nos fundos de vale e ao redor dos eixos viários, ligada à atividade industrial e ao comércio junto à estação do trem (PASSARELLI, 1994). O auge da pequena indústria ocorreu por volta dos anos 1940, justamente quando começaram os movimentos autonomistas na região do Grande ABC. São Caetano do Sul foi o primeiro distrito a conquistar autonomia, em 1948; a emancipação de Ribeirão Pires só ocorreu em 1953, juntamente com a de Mauá.

Para os autonomistas, a chave da riqueza e prosperidade da região era a emancipação dos seus distritos, que deviam caminhar por conta própria e longe da avareza e espoliação da célula - mater de Santo André (GAIARSA,

1991). Enquanto em São Caetano do Sul o processo de emancipação refletiu a força da nascente burguesia industrial, em Ribeirão Pires e Mauá, o processo foi liderado pela elite de proprietários de terras locais que tinha forte representatividade política (PASSARELLI, 1994).

As divisões estabelecidas dos novos municípios através das águas da represa Billings isolaram, praticamente, a vila de Paranapiacaba de Santo

André, além de desarticularem toda a região dos mananciais “como se fossem

fronteiras territoriais de senhores feudais na Idade Média” (GAIARSA, 1991:

32). Paralelamente aos processos de desmembramento, estava em discussão na Câmara Estadual a abertura de uma estrada de rodagem, ligando Santo André a Ribeirão Pires, que valorizaria, sobremaneira, as terras da região. Como o estoque de terras locais não fosse explorado para criação ou cultivo, a especulação imobiliária promoveu a abertura de diversos loteamentos

urbanos14, ainda que não houvesse maior demanda para sua ocupação.

14 Assim, os loteamentos do Balneário Palmira, Sítio Francês, Icatuaçu (Represa), Estância Noblesse (Suissa), Jd. Ribeirão Pires (Roncon), V. Gerda e V. Caiçara (Santana), V. Moderna, estância Paulista (Colônia), Jardim Petrópolis, Boa Vista, Vale do Sol (Sta. Luzia), Jd. Sta. Rosa (Pilar Velho), Luzitânia, Jd. União, Eucaliptos, V. Casa Branca, Jd. Aymoré, Estância Santana e Jd. Califórnia (Pouso Alegre), abertos durante a década de 1950, não foram imediatamente ocupados. Uma análise do levantamento aerofotogramétrico USAF, escala 1: 20. 000, de 1996, indicava que os bairros de ocupação mais consolidada até aquele momento eram o Centro, o Centro Alto e a Colônia, junto à estação ferroviária, e o Jd. Santa Luzia e Pq. Das Fontes, em Sta. Luzia, próximo ao núcleo colonial do Pilar. Algumas glebas nos bairros de Roncon, Suissa, Bocaina, Colônia e Ouro Fino estavam parcialmente ocupadas, existindo ainda muitos terrenos vagos nesses loteamentos. (Fonte: INSTITUTO PÓLIS - Leitura Técnica do Município de Ribeirão Pires, 2003).

Destaca-se que, em 1953, logo após emancipar-se, Ribeirão Pires sofreu uma outra onda especulativa que resultou num rápido crescimento da mancha urbana por meio de loteamentos destituídos de infra-estrutura, porém, de novo, sem alcançar ocupação. Entre as causas, estava a disputa de poder entre as autoridades locais e a prefeitura de Santo André pela jurisdição de terras valorizadas próximas às zonas industriais (GAIARSA, 1991). No fim do conflito, por sentença judicial, Santo André ganhou a causa, contudo, sem reverter o destino pré-selado de uma região que sofreria cada vez mais com a ocupação predatória, motivada pela especulação imobiliária e pelo encarecimento da terra nas áreas centrais.

Durante o regime militar, as taxações de impostos e as novas técnicas construtivas estagnaram as olarias15, mudando o perfil produtivo do município para atividades de extração de areia16. Além disso, em 1963, a construção da

Rodovia Índio Tibiriçá (SP-31) que ligava a baixada Santista a Mogi das Cruzes, promoveu a abertura de novos loteamentos17 e a vinda de indústrias de grande porte, como as de metalurgia, bens de capital e consumo durável18.

No entanto, a formação do parque industrial de Ribeirão Pires iria sofrer entraves, já que o rápido crescimento econômico da capital paulista e do trinômio industrial do Grande ABC (São Bernardo, São Caetano do Sul e Santo André) vinha acentuando a expansão de loteamentos clandestinos e irregulares para as áreas de mananciais19, ocasionando maior poluição das águas

15As olarias era uma das pedras fundamentais da economia do município, com uma produção que chegava a cinco milhões de unidades por dia. De tantas olarias que teve, Ribeirão Pires chegou a criar uma cooperativa de produtores, extinta no final dos anos 1960. Mas, em pleno regime militar, houve uma alteração tributária importante: os oleiros, que recolhiam o IVC - Imposto sobre Vendas e Consignações, passaram a ter as suas olarias tratadas como asdemais empresas com relação ao ICM - Imposto sobre Circulação de Mercadorias. O número de olarias caiu de 405 para 80 (MÉDICI, 1996).

16 Essa alteração de produção estava relacionada ao processo aceleradoda urbanização dos municípios de Santo André, São Bernardo e São Caetano do Sul - resultado da concentração da indústria pesada no Grande ABC. Paralelamente à intensa urbanização desses municípios, a construção civil também passava por transformações: o barro era substituído por blocos cerâmicos, de cimento ou por materiais pré - fabricados. Dessa forma, a areia interessava mais que o tijolo de barro para a produção de habitação popular, além de ter maior mercado de consumo. 17 Os preços baixos dos terrenos e os incentivos municipais também foram importantes ingredientes para a vinda dos empresários.

18 Diferentemente da maioria dos municípios do Grande ABC, a industrialização em Ribeirão Pires ocorreu de forma periférica, não fazendo parte significativa da cadeia produtiva automobilística, o que tornou as atividades deste município mais independentes dos demais. No entanto, o perfil industrial vem mudando com a expansão de indústrias de pequeno e médio portes ligadas à terceirização industrial. (Fonte: INSTITUTO PÓLIS - Leitura Técnica do Município de Ribeirão Pires, 2003).

19 Durante a década de 1970, o município apresentou um crescimento demográfico a uma taxa de 6, 89% ao ano, superior à média do Grande ABC e da RMSP, respectivamente de 5,27 % e 4, 96% ao ano. Contudo, Ribeirão Pires

24 represadas da Billings20 e comprometendo a disponibilidade de água para o

abastecimento da região metropolitana de São Paulo (ALVIM, 2005).

Com o intuito de conter a ocupação desorganizada e a poluição das águas, o Estado21 editou, em 1975 e em 1976, a primeira legislação estadual direcionada à proteção dos recursos hídricos metropolitanos, a Lei de Proteção dos Mananciais (LPM). O objetivo dessas leis era disciplinar o uso e a ocupação do solo de uma parcela da Região Metropolitana de São Paulo. O município de Ribeirão Pires, por ter 100% de seu território inserido na área de drenagem da represa Billings, ficou inteiramente subordinado aos ditames da LPM.

DENIZO (2001) observou que as leis estaduais de proteção dos

mananciais 898/75 e 1172/7622 propuseram, por meio da aplicação de normas,

traduzir as necessidades individuais e coletivas na ordenação do território urbano, entretanto, “como foram elaboradas estritamente com base nos pressupostos da racionalidade técnica-científica, sem nenhuma interface com as demandas da sociedade civil, acabaram tratando de forma marginal a

dimensão política, social e econômica deste problema”23 (DENIZO, 2001: 49).

tinha uma população relativamente baixa, de 29. 048 habitantes, enquanto Santo André, São Bernardo e São Caetano apresentavam população superior a 150 mil habitantes. (Fonte: IBGE, 2006 - censos demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000).

20 A industrialização crescente na região, bem como o processo de bombeamento das águas do rio Pinheiros para a represa Billings, também contribuíram para o processo de poluição dos mananciais e a desvalorização das terras. 21 É importante lembrar que no início da década de 1970, vivia-se uma época de criação das Regiões Metropolitanas; da formação de uma estrutura de planejamento metropolitano, instituindo a EMPLASA (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano SA), e estabelecendo uma política de ordenamento da ocupação territorial da RMSP (MELO, 2001a). E, dessa forma, ainda em 1971, o PMDI - Plano Metropolitano de Desenvolvimento Integrado - propôs que toda a porção sul do território metropolitano, correspondente às bacias hidrográficas contribuintes do rio Tietê, fosse transformada em área com restrição à ocupação e ao uso do solo.

22 As leis de proteção dos mananciais propõem restrições quanto à taxa de ocupação, lote mínimo e adensamento populacional. Segundo a lei, existem duas categorias de área de proteção ambiental. As áreas de primeira categoria são as áreas de maior restrição de uso, situadas às margens das represas, dos rios e dos córregos, áreas cobertas por matas e áreas inundáveis. Já as áreas de segunda categoria são subdivididas em classes A, B e C. As áreas de classe A são as menos restritivas, por permitirem uma densidade populacional acima de 30 hab/ha. com um lote mínimo de 500m², as de classe B, um adensamento de 25 hab/ha. a 34 hab/ha. com um lote mínimo de 1. 350 m², e as de classe C, a mais restritiva das áreas de segunda categoria, um adensamento de 6hab/ ha. a 24 hab / ha. com um lote mínimo de 3.500 a 7000m².

23 A tendência era tratar a realidade urbana a partir de cenários estáticos e ideais, desconsiderando o dinamismo e a complexidade dos processos de produção e apropriação do espaço urbano. Coerentemente a este ideário, essas políticas privilegiaram as relações entre o Estado e o indivíduo, ficando a Sociedade Civil apenas como um ente abstrato sem representatividade nas decisões e mantendo-se desarticulada, freqüentemente, mediante instrumentos de força e de repressão. Em conseqüência, tinha-se, de um lado, normas e padrões de qualidade urbana e ambiental tecnicamente referenciados para serem cumpridos pelos cidadãos e, de outro lado, o Estado, que de forma centralizada, buscava impor estas normas e padrões exclusivamente por meio de instrumentos de monitoramento e punições impostas pelas legislações (DENIZO, 2001).

Ou seja, se, quando concebida, essa legislação tinha como objetivo garantir a possibilidade futura de água para o abastecimento urbano da RMSP, é impossível afirmar que os seus propósitos tivessem alcançado os efeitos desejados24. As restrições da LPM aos tipos de usos do solo “congelaram” os

preços dos terrenos, que associados à elevação do custo das habitações em áreas centrais dotadas de infra-estrutura, levaram os municípios do Grande ABC a reproduzir no âmbito regional os mesmos desequilíbrios internos das cidades brasileiras: segregação socioespacial e crescente processo de periferização (MELO, 2001a).

Assim, as leis de proteção dos mananciais contribuíram com a própria formação da periferia da Grande São Paulo, em virtude de sua funcionalidade tanto para um crescimento urbano calcado na especulação imobiliária como para um desenvolvimento econômico arrimado na superexploração da força de trabalho (BONDUKI e ROLNIK, 1979).

Em Ribeirão Pires, por exemplo, se, por um lado, a LPM apresentou certo controle à expansão da mancha urbana do município, por outro, provocou o rebaixamento da renda fundiária de parcelas do território da cidade com os impeditivos aos serviços urbanos, o que resultou em intensos desdobros de loteamentos já aprovados pela prefeitura antes de 1976 e na formação de novas frentes de ocupação pela própria continuidade da periferização da região que se desloca no gradiente declinante da renda diferencial: de uma periferia para outra mais carente.

Segundo o cartograma de densidade populacional do município de Ribeirão Pires feito pelo INSTITUTO PÓLIS (2003), com base no censo do IBGE de 1991, foram os bairros limítrofes ao município de Mauá, ao lado dos bairros centrais da cidade, que sofreram maior adensamento25. Nos bairros

24 A bacia Hidrográfica Billings perdeu entre 1989/1999 mais de 6% da sua cobertura florestal, tendo as áreas urbanas consolidadas ou não-consolidadas apresentado em 1989 um aumento de 27,3% e 47,9%,respectivamente. Pior, 37% da ocupação urbana registrada neste mesmo período ocorreram em áreas com sérias ou severas restrições ambientais. A população que habita os mananciais é calculada em 700.000 pessoas, em condições habitacionais precárias. No município de Ribeirão Pires são 6.079 habitantes, constituindo 12 bairros que, apesar dos debates de sustentabilidade, esperam há aproximadamente vinte anos por condições mínimas de sobrevivência. (Fonte: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL - Billings 2000: Ameaças e perspectivas para o maior reservatório de água da Região

Metropolitana de São Paulo, 2002).

26 centrais, havia possibilidade de ganho populacional, pois, contava-se com infra- estrutura, o que não acontecia com as áreas periféricas contíguas ao município vizinho, onde os padrões ambientais eram mais restritivos26. Tudo isso se

traduziu numa configuração espacial que combinava núcleos ocupacionais nas divisas de Ribeirão Pires junto a uma mancha urbana central alongada (Figura 2).

Como o Estado se visse incapacitado de garantir a não-ocupação das áreas dos mananciais mediante uma simples fiscalização, além de se desvencilhar da própria responsabilidade pelo financiamento e gestão dos bens de consumo coletivo, e ainda de uma política de habitação que atendesse à população de baixa renda, os proprietários de terras, ávidos por realizar seus valores imobiliários, lançaram-se num processo de fracionamento de suas glebas e venderam terras de baixa renda diferencial no mercado informal, em que o único a perder era o novo morador que passava a ocupar áreas desprovidas de qualquer infra-estrutura. Ademais, a legislação municipal, em desacordo com as regulamentações e parâmetros das leis estaduais, facilitava a comercialização desses lotes, consolidando-os no cartório de registros.

Enfim, esses conflitos entre o município e o Estado27 apenas reproduziram o modelo urbano-industrial de tratar espaços tão complexos que privilegiaram o capital imobiliário em detrimento da natureza e do homem (GUATELLI, 2001).

26 Importante ressaltar que 45 % da área residencial ocupam uma área de 1.315,2 ha., apresentando densidade líquida de até 10 hab/ha., o que significa que a metade da área residencial está ocupada por casas de veraneio ou loteamentos com baixa densidade. Porém, são áreas com pouca infra-estrutura, o que colabora com a poluição dos rios e nascentes. As maiores densidades populacionais com intervalo de 251-350 hab/ha. e acima de 600 hab/ha. estão concentradas, respectivamente, em 4,4 ha. e 1,7 ha. (0,1% do total da área residencial ocupada), correspondendo às áreas mais próximas ao Centro. Apesar de serem áreas de segunda categoria classe A, com densidade máxima permitida de 50 hab/ha. e lote mínimo de 500m², o problema pode ser minimizado por se tratar de áreas mais consolidadas. Nos bairros limítrofes ao município de Mauá (mais precisamente nos loteamentos junto ao eixo ferroviário, no Bairro Aliança), o adensamento populacional chega a ultrapassar facilmente os 125 hab/ ha., apesar de a lei implicar um adensamento de 6 hab/ha. a 24hab/ha. (áreas de classe C). (Fonte: INSTITUTO PÓLIS - Leitura Técnica do Município de Ribeirão Pires, 2003).

27 Confrontada por suas necessidades, a administração municipal de Ribeirão Pires lançou uma “contra-ofensiva” com a Lei 2.386/82 - Plano Básico de Organização Territorial -, posteriormente substituída pelas leis que compuseram o Plano Diretor da cidade em 1995, - correspondendo às leis 3.882/95, 3.883/95, 3. 887, respectivamente, Plano Diretor de Desenvolvimento integrado de Ribeirão Pires, Código de Parcelamento do Solo Urbano e Código de Uso e Ocupação do Solo27. Porém, esta iniciativa, que no mínimo permitiu um controle na expansão urbana, reconhecendo a cidade real e fixando parâmetros urbanísticos mais compatíveis, acabou se contrapondo com a legislação estadual, gerando conflitos e revelando-se incapaz de solucionar a problemática da ilegalidade e do crescimento urbano. Diante das investidas da municipalidade, o Estado adotou uma postura mais rígida, em 1995, não licenciando as atividades industriais em áreas fora do parâmetro, não permitindoa ligação de energia elétrica em desmembramentos irregulares e proibindo executar limpeza de córregos sem devida autorização. Ademais, a edição da Lei Estadual 9472/96 proibia a instalação de indústrias nas áreas definidas como de 2ª categoria classe C, onde tradicionalmente se instalaram as

27 FONTE: Instituto Pólis – Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais (2003).

28 1.2 A INTEGRAÇÃO: PROPOSTA PARA UMA NOVA GESTÃO DOS

No documento ALAN FABER DO NASCIMENTO (páginas 31-38)