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Segundo Drews (2009) o termo perdas assemelha-se ao termo desperdício, porém as perdas são todas e quaisquer atividades que não agreguem valor, sendo elas desde o planejamento até sua execução. Já o desperdício pode ser considerado como parte da perda, sendo o que efetivamente é jogado fora geralmente relacionado a materiais.

O conceito de perda na construção civil, está ligado à total falta de aproveitamento da potencialidade na construção. Entretanto o procedimento utilizado em muitas empresas é de inserir no orçamento os desperdícios, com isso os orçamentos ficam mais elevados e as empresas deixam de ser competitivas no mercado (NETO, 2014).

A indústria da construção civil é um setor que possui uma participação importante no PIB brasileiro. Além da importância nos aspectos econômicos e sociais, a construção civil tem uma interferência muito intensa na natureza. Utilizando de recursos naturais de forma essencial e isso está relacionado com o meio ambiente, tanto na retirada do material, como na quantidade de entulho gerada pelo setor. Portanto é muito importe o estudo que avalie as perdas ou consumos no canteiro de obras (VIEIRA, 2006).

Sabe-se que a área da construção civil se destaca por ser um dos setores onde o desperdício é maior. Cerca de 33% entre material e mão-de-obra são desperdiçados, ou seja, em um conjunto habitacional com três edificações, é possível que se construa a quarta sem custo (NETO, 2010).

__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

O manuseio inadequado dos materiais pode ocasionar perdas, assim como a má programação desse manuseio, em alguns casos os materiais podem acabar retornando por causa da compra em excesso, quando a falha está relacionada ao layout ineficiente do projeto. O planejamento do layout, aumenta a eficiência da logística nos canteiros e diminui assim perdas com mão-de obra para realizar estas atividades (NETO, 2014).

Perdas podem estar associadas a concepção do projeto, execução e utilização. Por exemplo no primeiro caso, um projetista estrutural, não explorar adequadamente os limites que o conhecimento atual permite e gerar, assim, uma estrutura com consumo de concreto muito alto por metro quadrado. No caso da execução, as perdas estão associadas ao recebimento com diferenças nas entradas dos produtos, erro na estocagem de materiais, transporte inadequado, descumprimento do traço recomendado. Já no caso de utilização do empreendimento, poderia citar o caso de uma repintura precoce de uma fachada, aumentado o consumo estimado de tinta (FORMOSO; INO, 2003).

Formoso e Ino (2003) apresentam uma relação no Quadro 4, onde o consumo de materiais ocorre de forma inadequada durante toda a vida da obra.

Quadro 4 - Diferentes fases de um empreendimento e a ocorrência de perdas de materiais

FASES CONCEPÇÃO EXECUÇÃO UTILIZAÇÃO

Caracterização da perda. Diferença entre a quantidade de material previsto num projeto otimizado e a realmente necessária de acordo com o projeto idealizado. Diferença entre a quantidade prevista no projeto idealizado e a quantidade efetivamente consumida. Diferença entre a quantidade de material prevista para manutenção e qualidade efetivamente consumida em um certo período. Parcela de perdas. Material incorporado. Material incorporado

e entulhos.

Material incorporado e entulhos. Fonte: Adaptado de Formoso e Ino (2003)

3 MÉTODO DE PESQUISA

A metodologia de pesquisa foi desenvolvida de forma estratégica, visando o andamento das atividades propostas, de forma clara, permitindo o entendimento do canteiro em estudo. 3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

A primeira etapa do desenvolvimento do presente trabalho trata-se das revisões bibliográficas relacionadas ao tema, buscando entender e agregar o máximo de informações sobre o proposto assunto. Além disso, foi feito um estudo de caso em um canteiro de obras. Para que o andamento do trabalho seja satisfatório, as visitas técnicas ao canteiro foram de vital importância, principalmente na etapa inicial do empreendimento, comparando a literatura com o projeto do tipo de canteiro de obras montado no local. Esta análise permitirá identificar os problemas e as soluções que foram adotadas, para sua resolução

Para que se obtenha êxito na busca pela agilidade dos processos, a montagem de uma análise padrão foi útil, pois facilitará o trabalho do projetista no desenvolvimento do projeto do canteiro. Com isso, o canteiro em estudo foi alisado de forma semelhante ao processo de planejamento do canteiro de obras feito por Formoso e Saurin (2006), seguindo as seguintes etapas:

• Preenchimento da lista de verificação; • Desenho de croquis do layout do canteiro; • Registro fotográfico;

• Análise dos canteiros, apontamentos de causas de desperdícios; • Apresentação de soluções.

3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O trabalho se iniciou com pesquisas bibliográficas inerentes ao tema, através de artigos, trabalhos de conclusão de curso, teses de mestrado, livros e normas técnicas. O segundo passo foi o levantamento de dados a campo, acompanhando as particularidades do canteiro em estudo, analisando a fluidez das atividades caracterizadas como de maior significância.

Em posse de todos os dados de campo, desenvolveu-se o resultado, por meio das figuras que representam o local, assim como alguns esboços de projetos, que facilitam o entendimento. Por fim, foram executadas todas as considerações conforme o método de pesquisa

__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018 desenvolvido, assim como os objetivos do estudo. A Figura 9 apresenta o delineamento da pesquisa.

3.3 APRESENTAÇÃO DA OBRA

A obra analisada para a realização desse trabalho se trata da construção de uma barragem para geração de energia elétrica denominada PCH (Pequena Central Hidrelétrica) Barrinha, localizada no município de Jardinópolis em Santa Catarina. A construção durante esse estudo estava em fase inicial e tem previsão de término em dezembro de 2018, e é de propriedade da Cooperativa de Infraestrutura e Desenvolvimento Vale do Araça – CERAÇA, que também é a executora. A Figura 10 apresenta a localização da obra.

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ACOMPANHAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS ANÁLISE DO MODELO ESTUDADO DESENVOLVIMENTO DA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS COM OS DADOS

COLETADOS NA OBRA

CONSIDERAÇÕES FINAIS Figura 9- Delineamento da pesquisa

3.4 VISITAS TÉCNICAS

Segundo informações do engenheiro Deyvid Felipe Hoff, funcionário da empresa CERAÇA, o projeto foi planejado durante anos, inclusive até uma ponte já foi projetada com a cota necessária para a barragem. Já o canteiro de obras, foi planejado procurando aproveitar mais as partes planas do terreno, evitando altos custos iniciais, assim como o fluxo físico favorável do local.

As visitas ao canteiro de obras foram realizadas nos dias 21 à 24 de março de 2018, com a finalidade de analisar o layout das instalações, colocar em execução a teoria estudada e a metodologia adotada para realização desse trabalho.

Durante a visita técnica foram coletadas informações, documentações, foi realizado o desenho do croqui do canteiro, o preenchimento da lista de verificação e levantamento fotográfico da área.

3.5 LISTA DE VERIFICAÇÕES

A lista de verificações é uma etapa mais abrangente, pois através dela pode ser feita uma análise qualitativa do canteiro, no que diz respeito a logística e layout, segundo os três

Figura 10 - Localização da PCH

__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018 principais aspectos: instalações provisórias, segurança no trabalho e sistema de movimentação e armazenamento de materiais. Todos os elementos devem ter um padrão mínimo de qualidade para o desempenho satisfatório de suas funções.

A forma de análise foi objetiva e visual da sua existência ou não, dispensando medições, mas foram feitas consultas com profissionais responsáveis pela obra para ter o conhecimento do fluxo do sistema. O intuito da análise foi para saber se algum espaço é necessário e não existe no canteiro, assim como verificar sua localização e, até mesmo, atribuir nota para os espaços existentes. No quesito qualidade, no caso de o elemento estar na casa “sim”, da lista de verificações receberá nota 1 e a nota final partirá dos itens analisados formando uma média. Para os itens que possuírem notas abaixo da média 7 (sete), foram feitas sugestões para possíveis melhorias. No Quadro 5 consta um exemplo dos requisitos resumidos do checklist, que foi adaptado de um modelo de Formoso e Saurin (2006).

Quadro 5- Lista de verificações

A) INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS Sim Não Não se aplica

A.1) TIPOLOGIA DAS INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS São utilizadas instalações móveis (containers)? ( ) sim ( ) não Se a resposta for sim passe para o item A2

A1.1) Há modulação dos barracos A2) TAPUMES

A3) ACESSOS A4) ESCRITÓRIO A5) ALMOXARIFADO

A5.1) Está perto do ponto de descarga dos caminhões

A5.2) É dividido em dois ambientes, um para materiais e ferramentas e outro para o almoxarife

A.6) LOCAL PARA REFEIÇÃO A7) VESTIÁRIO

A8) INSTALAÇÕES SANITÁRIAS A9) ÁREAS DE LAZER

B) SEGURANÇA NA OBRA (FORMA GERAL)

C)SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE MAT. C1) Vias de circulação

C2) ENTULHO C3) GUINCHO

C4.1) CIMENTO

C4.3) AGREGADOS E ARGAMASSA C4.4) TIJOLOS/BLOCOS

C4.5) AÇO

C4.6) TUBULAÇÕES

C4.7) PRODUÇÃO DE ARGAMASSA CONCRETO

Fonte: Adaptado de Formoso e Saurin (2006) Para o cálculo das médias foi aplicada a Equação 1:

3

_ _ _

_

_instalações prov Nota Segurança Nota Mov Arm Nota

Média= + + (1)

3.6 CROQUI DO CANTEIRO

O croqui do canteiro de obras analisado foi feito pelo engenheiro Deyvid, responsável pela execução das atividades, ele fez um estudo do local nos quesitos topografia, logística, NR 18, entre outros, para atender a necessidade da obra. Para execução das atividades da usina hidrelétrica, foi planejado o canteiro nas duas margens do rio, denominado Pesqueiro, pois precisa ser executado em partes. Contudo será apresentado de forma clara do desenvolvimento do trabalho.

A análise dos croquis do layout do canteiro visa identificar de problemas relacionados ao arranjo físico, evitando o equívoco da localização das instalações ou excesso de cruzamentos de fluxos em determinada área. Com isso foi feita a busca dos projetos do layout nos arquivos da obra estudada, verificando os seguintes parâmetros:

a. Definição aproximada do perímetro dos pavimentos, diferenciando áreas fechadas e abertas;

b. Localização de pilares ou outros elementos que interfiram na logística do processo;

c. Portões de entrada do canteiro;

d. Localização de árvores, inclusive nas calçadas; e. Localização das instalações provisórias;

f. Locais de armazenamento de materiais, inclusive de entulhos; g. Localização da betoneira, grua, etc;

h. Localização do elevador (caso possua); i. Localização das centrais de carpintaria e aço;

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j. Pontos de içamento de formas e armaduras; k. Linhas de fluxo principais.

3.7 REGISTRO FOTOGRÁFICO

O registro fotográfico complementou as etapas apresentadas anteriormente, foram registros visuais da situação encontrada, com o intuito de verificar se existem problemas e buscar soluções apropriadas para cada caso.

Foram feitas ao todo quinhentas e sessenta e duas fotos, dos diferentes ângulos. Os registros foram feitos na central de concreto (contendo a usina de concreto, estoque de agregados, almoxarifado, balança, escritório), área de vivência (alojamento, refeitório, sanitários, lavanderia, escritório), áreas de produção, entre outras inerentes a produtividade e desperdício no canteiro de obras.

3.8 ANÁLISE DO CANTEIRO E APONTAMENTOS DE CAUSAS DE DESPERDÍCIOS

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