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Análise do planejamento do canteiro de obras visando o processo produtivo: estudo de caso

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Academic year: 2021

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EDUARDO AMORIM

ANÁLISE DO PLANEJAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS

VISANDO O PROCESSO PRODUTIVO: ESTUDO DE CASO

Ijuí/RS 2018

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ANÁLISE DO PLANEJAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS

VISANDO O PROCESSO PRODUTIVO: ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Me. Paula Weber Prediger

Ijuí/RS 2018

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ANÁLISE DO PLANEJAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS

VISANDO O PROCESSO PRODUTIVO: ESTUDO DE CASO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pela professora orientadora e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 25 de junho de 2018

Prof.ª Mestre Paula Weber Prediger Mestre pela Universidade de Passo Fundo - Orientadora Prof.ª Mestre Lia Geovana Sala Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ BANCA EXAMINADORA

Prof. Igor Norbert Soares Mestre pela Universidade de Passo Fundo

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Dedico este trabalho, primeiramente a Deus e em segundo lugar aos meus familiares, namorada, amigos e professores que de alguma forma me ajudaram a chegar até aqui.

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À Deus, que me deu forças para lutar com todas as dificuldades encontradas na minha caminhada em busca do conhecimento. Além do mais sabe-se que ao escolher um curso de ensino superior, significa abrir mão da vida social e dedicar-se da melhor forma possível para absorver todas as coisas importantes passadas pelos professores.

Aos meus pais que não tiveram condição financeira para custear a faculdade, mas me deram algo mais importante, que foi a dignidade, caráter, humildade para batalhar por meus sonhos e ensinaram que a busca pelo conhecimento é a melhor forma de se tornar um cidadão melhor.

Aos meus familiares em especial a Fabiani Amorim Maier e Adelir Domingos Maier, que depositaram confiança em mim e perderam muitas horas de seu trabalho para assinar contratos do financiamento estudantil, e foram meus segundos pais, principalmente na etapa final do curso, serei eternamente grato.

A minha namorada Ítala Silva de Souza que esteve presente no último semestre de minha formação, enfrentando as dificuldades provenientes da falta de tempo, posso dizer que foi um pilar de apoio na minha vida, obrigado por existir.

À minha orientadora e professora Paula Weber Prediger, que me auxiliou com muita dedicação desde o projeto, sempre disposta não medindo esforços, buscando o melhor para este trabalho.

Aos amigos em especial Tiago dos Santos, Bartolomeu Cassol de Miranda e colegas que fizeram parte da minha vida no decorrer desses seis anos de estudo, muitas vezes passando horas de fins de semana e feriado para sanar as dificuldades encontradas em sala de aula.

A todos os professores que fizeram parte da minha vida acadêmica, transmitindo de forma clara todos os requisitos básicos para formação de um bom engenheiro.

A empresa que me deu todo o suporte para o desenvolvimento desse trabalho CERAÇA, em especial os engenheiros Deyvid Felipe Hoff e Thiago Klasener que intermediaram as visitas e auxiliaram nas atividades a campo.

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A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.

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AMORIM, Eduardo. Análise do planejamento do canteiro de obras visando o processo produtivo: estudo de caso

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2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018. O estudo e pesquisa direcionada a análise do planejamento do canteiro de obras visando o processo produtivo, foi embasado em diversos autores com o intuito de estudar os tipos de canteiros, assim como, os requisitos mínimos para o bom funcionamento, evitando desperdícios. Portanto, por meio desse trabalho pretende-se apresentar um canteiro, que possua instalações já locadas em seu meio, assim como um sistema operacional definido para as tarefas. Foi acompanhado, uma obra denominada Pequena Central Hidrelétrica (PCH), localizada no município de Jardinópolis em Santa Catarina, caracterizada como canteiro amplo, possuindo uma área de aplicação de concreto para barragem com treze mil metros cúbicos. Com isso foi aplicada uma metodologia, onde foram feitos registros fotográficos, croquis do canteiro existente, apontamento das causas de desperdícios e o preenchimento da lista de verificações. As instalações executadas nos locais ficam em diferentes níveis de altura, aproveitando o perfil natural do terreno, não exigindo grandes volumes de terraplanagem, mas aumentando a questão de deslocamento até o ponto de maior atividade de produção. A busca pelo ganho produtivo, está em uma sugestão para um novo layout do canteiro junto a área produtiva, aumentando o custo com terraplanagem, mas melhorando o fluxo interno de materiais, durante a vida do empreendimento, diminuindo o tempo de transporte e melhorando o controle interno.

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AMORIM, Eduardo. Construction site planning analysis aiming the productive process: case study. 2018. Undergraduate thesis Civil Engineering Course, Regional University of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

The study and research directed to construction site planning analysis aiming the productive process was based on several authors with the intention of studying the building sites types, as well as the minimum requirements for the good functioning, avoiding wastes. Therefore, through this work it is intended to present a site, which has facilities already located, as well as a task operating system defined. It was monitored a construction called Small Hydroelectric Power Plant located in the municipality of Jardinópolis in Santa Catarina, characterized as a large building site, with a concrete application area for a dam with thirteen thousand cubic meters. With that, a methodology was applied, where photographic records, drawings of the existing site, notes of the causes of waste and the checklist were made. The installations at the sites are at different height levels, taking advantage of the natural profile of the terrain, not requiring large volumes of earthmoving, but increasing the issue of displacement to the point of greater production activity. The search for the productive gain is in a suggestion for a new layout of the site next to the productive area, increasing the cost with earthmoving, but improving the internal flow of materials during the construction, reducing the transportation time and improving the internal control.

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Figura 1 - Fluxograma das atividades que compõem o planejamento de um canteiro de

obras ... 20

Figura 2 - Terreno restrito ... 22

Figura 3 - Terreno amplo ... 22

Figura 4 - Terreno longo e estreito ... 22

Figura 5 - Projeto de canteiro de obras ... 29

Figura 6 - Instalação das áreas de vivência (Organização) ... 29

Figura 7 - Fluxo de materiais ... 30

Figura 8 - Fluxograma ... 34

Figura 9- Delineamento da pesquisa ... 38

Figura 10 - Localização da PCH... 39

Figura 11- Localização das instalações existentes ... 44

Figura 12 - Ponte executada anteriormente ... 45

Figura 13- Instalações da central de concreto / almoxarifado ... 45

Figura 14- Apresentação geral do canteiro ao lado da SC- 159 ... 46

Figura 15 - Usina de concreto ... 47

Figura 16- Escritório (container em azul)... 47

Figura 17- Depósito de agregados ... 48

Figura 18- Depósito de agregados ... 48

Figura 19 - Almoxarifado ... 49

Figura 20 - Visão entrada dos materiais ... 49

Figura 21- Tanque decantador ... 50

Figura 22- Reaproveitamento máximo da água ... 50

Figura 23- Montagem de espaçadores do concreto ... 51

Figura 24- Estoque de armadura ao lado da SC-159 ... 51

Figura 25- Estoque de armadura no ponto de aplicação ... 52

Figura 26- Alojamento, banheiros, lavanderia, refeitório e escritórios ... 53

Figura 27- Escritório, banheiro, dormitório, circulação, refeitório, cozinha e lavanderia ... 53

Figura 28- Visão lateral do prédio ... 54

Figura 29- Instalações provisórias (explosivos) ... 54

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Figura 33- Layout do canteiro de obras ao lado do rio pesqueiro ... 56

Figura 34- Visão geral do terreno ... 57

Figura 35- Estoque de aço mínimo ... 57

Figura 36- Sanitário, escritório e cobertura ... 58

Figura 37- Visão geral do terreno ao lado da barragem ... 58

Figura 38- Formas em madeira ... 59

Figura 39- Acesso do concreto ... 60

Figura 40- Terreno em obras ... 60

Figura 41- Aplicação do concreto ... 61

Figura 42- Mão de obra na aplicação do concreto... 61

Figura 43- Veículos de transporte ... 62

Figura 44- Linha de fluxo ... 63

Figura 45 - Gráfico comparativo ... 68

Figura 46- Gráfico comparativo ... 69

Figura 47 - Gráfico NR 18 ... 74

Figura 48- Gráfico comparativo ... 76

Figura 49- Transporte de materiais ... 77

Figura 50- Transporte coletivo dos funcionários ... 77

Figura 51- Terreno da barragem ... 79

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Quadro 1 - Princípios básicos para um canteiro de obras... 19

Quadro 2 - Tipos de canteiros de obras ... 21

Quadro 3 - Proximidades relativas desejáveis entre elementos do canteiro ... 28

Quadro 4 - Diferentes fases de um empreendimento e a ocorrência de perdas de materiais ... 36

Quadro 5- Lista de verificações ... 40

Quadro 6 - Lista de verificações ... 63

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CUB Custo Unitário Básico

EPI Equipamento de Proteção Individual GLP Gás Liquefeito de Petróleo

NR Norma Regulamentadora

PCH Pequena Central Hidrelétrica

PEPS Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair PIB Produto Interno Bruto

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1 INTRODUÇÃO ... 14 1.1 CONTEXTO ... 14 1.2 PROBLEMA ... 16 1.2.1 Questões de Pesquisa ... 16 1.2.2 Objetivos de Pesquisa ... 16 1.2.3 Delimitação ... 17 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 18

2.1 PLANEJAMENTO DE CANTEIROS DE OBRAS ... 18

2.1.1 Tipos de Canteiro de Obras ... 21

2.1.2 Fases de Organização do Canteiro de Obras ... 23

2.1.3 Projeto de Canteiro de Obras ... 24

2.2 LOGÍSTICA APLICADA À CONSTRUÇÃO CIVIL ... 30

2.2.1 Planejamento Logístico do Canteiro de Obra ... 31

2.2.2 Fluxos Físicos ... 32

2.2.3 Contribuição da Logística na Construção Civil ... 34

2.3 DESPERDÍCIOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 35

3 MÉTODO DE PESQUISA ... 37 3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 37 3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 37 3.3 APRESENTAÇÃO DA OBRA ... 38 3.4 VISITAS TÉCNICAS ... 39 3.5 LISTA DE VERIFICAÇÕES ... 39 3.6 CROQUI DO CANTEIRO ... 41 3.7 REGISTRO FOTOGRÁFICO ... 42

3.8 ANÁLISE DO CANTEIRO E APONTAMENTOS DE CAUSAS DE DESPERDÍCIOS ... 42

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4.1 APRESENTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS, CROQUIS E REGISTRO

FOTOGRÁFICO ... 43

4.2 APLICAÇÃO DA LISTA DE VERIFICAÇÕES ... 63

4.3 A ANÁLISE DO CANTEIRO E OS APONTAMENTOS DAS CAUSAS DOS DESPERDÍCIOS ... 76

4.4 SUGESTÕES PARA UM NOVO LAYOUT ... 78

5 CONCLUSÃO ... 80

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem o objetivo de desenvolver uma pesquisa referente ao planejamento do layout do canteiro de obras, descrevendo como foi executado o entorno do canteiro, visando uma estratégia para melhorar a produtividade somente com o posicionamento dos elementos. Sabendo que um canteiro bem organizado, facilita a logística interna dos materiais e insumos, busca-se elementos no referencial teórico para sugerir ou comparar com o modelo executado a campo.

1.1 CONTEXTO

Desde a antiguidade se escuta dizer da evolução do homem, que moldava ferramentas em pedras, para fazer determinadas atividades, logo planejando suas ações, para facilitar e dar mais agilidade aos trabalhos (MORO, 2015).

No Brasil muitas obras são executadas por pequenas empresas que fazem de forma artesanal, ou seja, sem um devido planejamento de execução e custo, e isso faz com que, em muitos casos, as obras fiquem inacabadas e o tempo de vida da empresa acaba sendo pequeno. Essas empresas fazem sem planejamento, pois acham que é mais fácil dirigir o presente, do que pensar no futuro (SILVA, 2017).

A indústria da construção civil é um dos ramos produtivos que está sofrendo muitas alterações substanciais nos últimos anos. A competitividade, globalização dos mercados, a exigência dos clientes, a rapidez com que surgem novas tecnologias, assim como a pequena disponibilidade de recursos financeiros para fazer um empreendimento, fazem com que as empresas percebam a grande importância na gestão e no controle de processos (MATTOS, 2010).

Partindo da ideia dos benefícios do planejamento, o gestor irá adquirir conhecimento pleno da obra, aumentando sua eficiência na condução dos trabalhos. Podendo citar uma série de benefícios, como: conhecimento do empreendimento, detecção de situações difíceis, tomada de decisões rápida, otimização da alocação dos recursos, padronização das atividades, base para metas, entre outras (MATTOS, 2010).

Sousa (2000) diz que o canteiro de obras é a fábrica, cujo produto final é o edifício, logo o canteiro deve ser analisado sob a ótica de processos de produção do edifício.

Assim, apesar de não envolver conhecimentos técnicos sofisticados e ter um elevado potencial de benefícios, o planejamento do canteiro raramente é feito, e quando ocorre

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não é baseado em procedimentos, diretrizes e padrões, os quais, se existissem, agilizariam e aumentariam a qualidade do planejamento realizado (SAURIN, 1997. p. 136).

Para Saurin (1997), nos canteiros de obras em que a prática acaba subestimando o planejamento, critérios básicos de organização e segurança acabam sendo esquecidos, deixando uma péssima aparência para o proprietário da empresa.

O planejamento ineficiente do layout, irá aumentar o custo de produção, por isso é importante alimentar por um sistema de informações industriais, o setor responsável pelo arranjo físico do canteiro. Sabe-se que o canteiro de obras é uma estrutura que muda no decorrer do empreendimento, assumindo características e formas em função das atividades desenvolvidas, dos materiais e equipamentos presentes, passando por diferentes fases de configuração do canteiro (CESAR et al., 2011).

Pode se dizer que o projeto de canteiro de obras é muito importante e desempenha um papel fundamental na produtividade e no cumprimento de prazos, custos, e na qualidade do empreendimento. Ele tem o objetivo de ordenar a disposição dos materiais, pessoas, instalações e equipamentos, utilizando melhor os espaços disponíveis, aumentando assim a segurança, qualidade, limpeza e a produtividade. A negligencia do projeto do canteiro de obras prejudica o andamento dos trabalhos, causando a improdutividade, desorganização e ao desperdício (POLITO, 2015).

Segundo Rodrigues (2001), o índice médio de desperdícios na construção civil está entre 7% e 8% e esse número se refere somente a materiais que se tornam entulhos ou ficam incorporados na obra. Não se leva em conta despesas com mão de obra e nem a retirada do entulho do local.

Analisando o Custo Unitário Básico (CUB) da construção de julho de 2017 (SINDUSCON-RS, 2017), percebe-se que o custo da mão-de-obra é muito elevado, representando em torno de 50% do valor de um empreendimento, logo as despesas administrativas, onde são inseridos o projeto, planejamento, custos e despesas diversas, são mínimas, resultando, no caso mais crítico, na ordem de 10%.

Nessa ótica, é indispensável elaborar um planejamento de canteiro de obras, pois está presente em todas as obras, também é onde está o desenvolvimento da maioria das atividades de produção, com isso busca-se estudar os meios que facilitam a execução e aumentam a produtividade, dando um retorno financeiro ao empreendedor.

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018 1.2 PROBLEMA

Segundo Handa (1988, apud FORMOSO; SAURIN, 2006) o canteiro de obras é um dos itens que são deixados de lado na execução de um projeto, ficando assim as decisões sendo tomadas conforme anda o empreendimento. Com isso critérios de segurança e organização criam uma imagem negativa da empresa e do empreendedor, afastando futuros clientes.

Contudo o processo de planejamento do layout do canteiro quando executado visa ocupar o terreno da melhor forma possível, melhorando o fluxo de homens e equipamentos, assim como as questões de segurança e eficiência, buscando diminuir a movimentação de materiais, equipamentos e mão de obra (FORMOSO; SAURIN, 2006).

A construção civil é uma área de produção que, por falta de planejamento, sofre com a pequena produtividade, baixa qualidade e muitas perdas. A questão que deve ser respondida com esse estudo é: de que forma o planejamento adequado de um layout de canteiro de obras pode melhorar a utilização dos espaços disponíveis, aumentando a eficiência da obra?

1.2.1 Questões de Pesquisa

As questões de pesquisa são divididas em principal e secundárias. • Questão principal

Proporcionar conhecimento sobre o planejamento do canteiro de obras, descrevendo as instalações de um canteiro existente, acompanhando o que foi executado, comparando com a literatura, posteriormente fazendo uma análise crítica e projetando um novo modelo ao canteiro.

• Questões secundárias

Tendo em vista os altos custos referentes ao desperdício de matérias e mão de obra, desenvolveu-se um estudo que busca minimizar essas perdas, melhorando o fluxo da logística interna e externa.

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

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▪ Objetivo Geral

Realizar a análise de um canteiro de obras e estudar métodos para otimizar os espaços disponíveis, aumentando a produtividade, diminuindo a movimentação dos materiais, mão de obra e equipamentos.

▪ Objetivos específicos

Como objetivos específicos, foram definidos os seguintes: a) Revisar a literatura e as normas relacionadas ao tema;

b) Buscar as vantagens do planejamento voltado ao layout do canteiro de obras e da logística;

c) Verificar a melhor forma de utilização dos espaços físicos disponíveis, visando a maior produtividade;

d) Buscar soluções para dar melhor eficiência ao caso apresentado neste trabalho; 1.2.3 Delimitação

Este estudo se limita na análise do planejamento de um canteiro de obras, classificado como amplo, definindo padrões de layouts para o processo construtivo de edificações.

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

2 REVISÃO DA LITERATURA

Segundo Formoso e Saurin (2006), a indústria da construção é um dos setores que se encontra mais atrasado, com baixos índices de produtividade e altos índices de desperdício. O grande culpado por esse desempenho é a mão de obra, que aparentam ser displicentes ou incapazes, porém muitas vezes não sabem o que executar, ou não possuem ferramentas adequadas para o trabalho, até mesmo porque não possuem um local em boas condições para realizar as atividades. Contudo diversos estudos apresentam que a falta de planejamento é uma das principais causas dessas situações.

2.1 PLANEJAMENTO DE CANTEIROS DE OBRAS

Conforme Ackoff (1976 apud MOREIRA; BERNARDES, 2003, p. 9), o planejamento é uma definição de um futuro desejado e formas eficientes para poder alcançá-lo. As tomadas de decisão estão relacionadas a um bom planejamento, pois através do processo decisório as metas podem ser alcançadas e cumpridas.

Franco e Sousa (1997) tem por canteiro de obras o espaço que será transformado em realidade de todo o trabalho de concepção de uma obra, logo acaba recebendo influências de todas as atividades que dizem a respeito a um empreendimento. Apesar de sua complexidade há de se adotar um roteiro de abordagem que simplifique a tomada de decisão quanto ao canteiro de obras.

Formoso e Saurin (2006) definem que o planejamento de canteiro de obras é o planejamento de layout e da logística das suas instalações provisórias, de segurança, sistema de movimentação e armazenamento de materiais.

Moro (2015) define que layout é a “disposição” ou “plano” e é utilizado em muitos setores industriais ou de serviços, quando aplicado na construção civil tem a finalidade de melhorar a acessibilidade e o fluxo, assim como a localização dos suprimentos e mantimentos aumentando a produtividade.

O desenvolvimento do projeto de canteiro de obras deve ser iniciado a partir do anteprojeto arquitetônico, logo vai evoluindo com as demais informações como projeto de fundações, projeto de forma, projeto de instalações, definição do sistema construtivo, etc. Para a realização do projeto de canteiros, deve-se verificar todas as demandas do canteiro e saber qual é a área necessária a cada uma delas. Também é de vital importância saber o cronograma,

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assim como as informações sobre o terreno e seu entorno, como a localização de árvores, postes, redes de esgoto, redes elétricas, condições de trânsito e vizinhança (POLITO, 2015).

O Quadro 1, apresenta o que se espera quando se faz um projeto de canteiro de obras. Quadro 1 - Princípios básicos para um canteiro de obras

Princípios básicos para projeto de canteiro Redução da

movimentação Reduzir deslocamento de matérias, máquinas e pessoas; Fluxo progressivo Fluxo sempre no sentido do produto acabado;

Flexibilidade

Facilidade de adaptação na medida em que o empreendimento evolui;

Integração Permitir relacionamento dos serviços;

Uso de volumes Planejar o uso do espaço, não só da área de piso; Segurança Privilegiar a segurança e saúde do trabalhador.

Fonte: Adaptado de Polito (2015)

Conforme Formoso e Saurin (2006) o planejamento de um canteiro de obras é muito importante e deve ser encarado como qualquer outro processo gerencial. Nessa lógica, pode-se apresentar quatro etapas para o planejamento de canteiros:

a) Diagnósticos de outros canteiros;

b) Padronização das instalações e dos procedimentos de planejamento; c) Planejamento do canteiro de obras;

d) Manutenção da organização dos canteiros, aplicando o princípio do programa dos 5S (são 5 sensos: utilidade, organização, limpeza, segurança e autodisciplina).

Formoso e Saurin (2006) apresentam um método para a execução do planejamento do canteiro de obras, que deve fazer primeiramente o diagnóstico dos canteiros de obras existentes, assim como fazer o uso de três ferramentas: a primeira é a lista de verificações ou cheklist que busca uma análise qualitativa do canteiro no âmbito da logística e do layout. A segunda é a elaboração de croqui do layout, onde busca-se identificar os problemas relacionados ao arranjo físico, possibilitando observar a localização equivocada de algumas instalações ou de excesso de cruzamentos de fluxo em determinadas áreas. Já a terceira e última é o registro fotográfico, onde o relatório poderá conter um comentário negativo ao lado de cada foto e uma possível solução para o problema.

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

No planejamento de canteiro de obras, nota-se algumas fases em sua concepção, logo Souza (2000) diz que cada fase do canteiro, deve-se observar o cronograma de materiais e trabalhadores, detectando o pico demandado dentro da fase. Com isso podem ser definidas as áreas necessárias para suprir as demandas.

A Figura 1 apresenta um modelo de fluxograma de atividades para o planejamento do canteiro, que pode ser seguido não somente na fase inicial de seu estudo, mas também no decorrer do empreendimento. Pode se dizer que são propostas de ferramentas auxiliares, para cada atitude a ser tomada ao longo do planejamento, mas deverão ser adaptadas conforme a necessidade de cada empresa (FRANCO; SOUZA, 1997).

Figura 1 - Fluxograma das atividades que compõem o planejamento de um canteiro de obras

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2.1.1 Tipos de Canteiro de Obras

Pode-se dizer que nenhum canteiro é igual a outro, mas devem ser agrupados por semelhança para que possam ser estudados especificamente. De acordo com Illingworth (1993 apud FORMOSO; SAURIN, 2006) os canteiros de obras podem ser enquadrados em três tipos: restritos, amplos, longos e estreitos. A definição de cada tipo de canteiro está no Quadro 2.

Quadro 2 - Tipos de canteiros de obras

Tipo Descrição Exemplo

1. Restritos A construção ocupa o terreno completo ou uma alta porcentagem dele. Acesso restrito.

Construções em áreas centrais da cidade, ampliação e reformas.

2. Amplos A construção ocupa somente uma parcela relativamente pequena do terreno. Há disponibilidade de acesso de veículos e de espaço para as áreas de armazenamento e acomodação de pessoal.

Construção de plantas industriais, conjuntos habitacionais horizontais e outras grandes obras como barragens ou usinas hidroelétricas.

3. Longos e Estreitos

São restritos em apenas uma das dimensões com possibilidade de acesso em poucos pontos do canteiro.

Trabalhos em estrada de ferro e rodagem, redes de gás e petróleo, e alguns casos de obras de edificações em zonas urbanas.

Fonte: Adaptado de Formoso e Saurin (2006, p. 19).

Nas Figuras 2, 3 e 4, estão sendo apresentados os tipos de canteiro citados pelos autores Formoso e Saurin (2006).

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

Figura 2 - Terreno restrito

Figura 3 - Terreno amplo

Figura 4 - Terreno longo e estreito Fonte: Marinho (2013)

Fonte: Marinho (2013)

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2.1.2 Fases de Organização do Canteiro de Obras

Conforme relatado anteriormente, dificilmente os canteiros terão as mesmas características, logo cada um, precisa de uma avaliação diferente na fase inicial do empreendimento. Para dificultar ainda mais as coisas, os canteiros naturalmente passam por alguns períodos na sua organização, que segundo Moro (2015) são: a fase inicial, intermediária e final.

A modificação do canteiro de obras ao longo do empreendimento se dá em função: dos materiais presentes, dos serviços a serem executados, dos equipamentos disponíveis, e da mão-de-obra alocada nos serviços. Com isso, cada etapa da obra requer um arranjo físico para o sistema (BARROS; MELHADO, 2001).

A modificação do canteiro também é feita em função do tipo de canteiro. Illingworth (1993 apud FORMOSO; SAURIN, 2006) destaca regras fundamentais para seguir em um planejamento de canteiro restrito. Sempre atacar primeiro a fronteira mais problemática evitando trabalhar em tal divisa nas fases subsequentes da execução. Criar espaços para uso no subsolo do empreendimento o mais rápido possível, para que se possa utiliza-lo na introdução da locação do canteiro de obras, dispondo materiais e equipamentos mais próximos do local de uso.

A etapa inicial de um canteiro de obras está associada a movimentação de terra e fundações. A etapa intermediária pode ser dita como a de grande volume de produção, ficando associada as estruturas, alvenarias e as instalações. A final, fica uma grande diversidade de serviços, mas em especial a parte de revestimentos e acabamentos da obra (BARROS; MELHADO, 2001).

Souza (1997 apud VIEIRA, 2006) quando fala da fase inicial relacionada as etapas de fundações, a mão-de-obra operacional não precisa de alojamento, portanto a demanda por construções provisórias do canteiro é reduzida. Na fase da estrutura no subsolo, pode ser feito o aproveitamento do layout da fase da infra-estrutura de fundações, porém sendo exigido agora espaços mais amplos, para abrigar insumos e instalações provisórias. Na fase de alvenaria convencional, requer de um espaço maior para estoque, além de um espaço para central de argamassa, assim como uma demanda pelo transporte vertical. A etapa de revestimentos requer um maior transporte vertical, já a etapa de finalização da obra e acabamentos, irá possuir uma

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018 circulação de profissionais das mais diferentes áreas de atuação, não necessitando de grandes espaços, podendo inclusive montar uma estratégia de desmobilização do canteiro.

2.1.3 Projeto de Canteiro de Obras

A Norma Regulamentadora (NR) nº 18, define que o canteiro de obras é “área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra” (BRASIL, 2015, p. 53).

Arraes (2016) relata que o layout do canteiro de obras é o arranjo físico de homens, máquinas e equipamentos no espaço disponível do canteiro de obras. Tudo que é realizado em canteiro e referenciado à NR 18, ao código de obras de cada município e a necessidade do empreendimento.

Quando se fala em projeto de canteiro de obras, busca-se entender um pouco a mais sobre o tema analisando o que é indispensável para a realização dos trabalhos. A NR 18 estabelece que os canteiros devem dispor de áreas de vivência, ou seja, instalações sanitárias, vestiário, alojamento, local para refeições, cozinha (ou local para aquecer os alimentos), lavanderia, áreas de lazer e ambulatório se tiver mais de cinquenta funcionários. No caso de a obra conter mais de 20 (vinte) funcionários, é obrigatório o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da Construção Civil (BRASIL, 2015).

Brasil (2015) apresenta na NR 18 padrões a serem seguidos na concepção de um layout de canteiro de obras, de forma resumida os requisitos necessários para cada instalação ligados à área de vivência, que estão relacionados abaixo:

a) Instalações sanitárias: deve ser constituída de lavatório, vaso sanitário e mictório, sendo um conjunto para cada 20 (vinte) trabalhadores, já o chuveiro deverá ter a proporção de uma unidade para cada 10 (dez) trabalhadores. O local destinado ao vaso sanitário, deve ter área mínima de 1,0 m², assim como o chuveiro com área mínima de 0,80 m². Para os mictórios tipo calha, cada segmento de 0,60 cm deve corresponder um mictório tipo cuba. Não é permitido o deslocamento superior a 150 (cento e cinquenta metros) do local de trabalho;

b) Vestiário: todo canteiro deve possuir vestiário, que deve ficar próximo do alojamento ou portão de acesso da obra. Deve possuir ventilação e iluminação natural, assim como pé direito mínimo de 2,5 metros. Os bancos devem atender todos os usuários e possuir largura mínima de 0,30 m;

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c) Alojamentos: deve possuir paredes em boas condições, pé direito mínimo de 2,5m, piso em bom estado, cobertura que evite as intempéries, iluminação e ventilação natural, deve ter área mínima de 3,0 m² para cada módulo cama/armário, instalações elétricas adequadas e protegidas, não estar situado no subsolo ou porões das edificações. Os alojamentos devem possuir armários individuais. Não é permitido cozinhar ou aquecer refeições dentro do alojamento. Deve possuir água potável tipo em bebedouros, na proporção de um para cada vinte e cinco trabalhadores;

d) Locais para Refeição: independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não de cozinha, os canteiros devem conter um local para refeições, pois não é permitido aquecer e consumir alimentos em outros setores do canteiro, além de todos os itens relacionados ao bem-estar do usuário, deve possuir bebedouros e é proibido o uso de copos coletivos;

e) Lavanderias: este local deve ser dotado de tanques individuais ou coletivos, porém a empresa pode optar por terceirizar essa atividade;

f) Áreas de Lazer: nas áreas de vivência deve ser previsto local para recreação dos trabalhadores alojados.

Os itens c, e, f, só serão obrigatórios caso haja trabalhadores alojados.

Para cada necessidade se projeta o canteiro e assim como as áreas de vivência, deve ser projetado as áreas de apoio a produção. Vieira (2006) apresenta a relação dos elementos do canteiro referentes à produção:

• Processadores:

- Central de argamassa; - Pátio para armaduras; - Central para fôrmas; - Central de pré-moldados; - Central de esquadrias; - Almoxarifado.

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• Estocagem:

- Estoque de agregados; - Estoque de argamassa;

- Silo de argamassa pré-misturada a seco; - Estoque de cal; - Estoque de cimento; - Estoque de tubos; - Estoque de esquadrias; - Estoque de tintas; - Estoque de aço; - Estoque de madeira. • Sistema de transporte:

- Horizontal flexível: carrinho “jerica”, porta-paletes, empilhadeira; - Vertical pouco flexível: talha, guincho de coluna, elevadores de obra; - Transporte pouco flexível: gruas com torre fixa, torre móvel sobre trilhos;

- Guindastes;

- Bombas: de argamassa e de concreto. • Relacionados a apoio técnico administrativos:

- Escritório para engenheiro; - Sala de Reuniões;

- Sala para mestre e técnico; - Escritório Administrativo; - Portaria e Guarita.

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Conforme Corrêa (2008) projetos de canteiro além de contemplar a necessidade para cada espaço, devem contem outros aspectos relacionados a seguir:

a) A logística interna dos materiais;

b) A utilização de equipamentos que facilitem e agilizem os processos construtivos; c) As condições de vivência;

d) A segurança da mão de obra;

e) A facilidade de acesso aos locais de trabalho;

f) Minimizar as distâncias e percursos do transporte interno; g) Comunicação visual eficiente;

h) Mapeamento de áreas de risco;

i) Implantação do sistema da gestão da qualidade, que possam ser padronizados os processos;

No desenvolvimento do projeto, deve-se tentar na medida do possível, armazenar todos os materiais no subsolo, no caso de edificações verticais, liberando o pavimento térreo para locação exclusiva das instalações provisórias. Podendo dessa forma favorecer a limpeza nas áreas de vivência e circulação de clientes, sem contar que o subsolo é uma área que protege os materiais de intempéries, quase toda livre que facilita o estoque e circulação de materiais e trabalhadores (FORMOSO; SAURIN, 2006).

Souza (2000) sugere um roteiro para posicionamento dos elementos do canteiro simplificado:

• Posicionar o estande de vendas; • Escolher o local de acesso; • Posicionamento da guarita;

• Escolha do posicionamento do(s) equipamento(s) de transporte vertical; • Localização da área de alojamento/sanitários;

• Localização dos almoxarifados;

• Localização, em ordem decrescente de importância, dos principais processadores intermediários (exemplo: central de argamassa etc.) associados a seus respectivos estoques.

Formoso e Saurin (2006) apresentam muitas técnicas para projeto de um layout de canteiro de obras, visivelmente cada caso deve ser tratado de forma a atender a necessidade do

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018 independentemente da obra. Com isso se sugere uma sequência de fluxo dos materiais, por exemplo o caso dos agregados deve estar disposto em local próximos á betoneira, assim como todos devem estar próximos ao elevador e assim sucessivamente.

Souza (2000) recomenda uma proximidade desejável entre os elementos do canteiro de obras, assim como o relacionamento entre cada um deles, em termos de importância ou não de suas proximidades. O Quadro 3, apresenta um modelo simplificado de como montar um escopo de projeto.

Quadro 3 - Proximidades relativas desejáveis entre elementos do canteiro

ELEMENTO Portão Estoque de areia Betoneira Estoque de cimento

Portão - - - -

Estoque de areia A - - -

Betoneira C A - -

Estoque de cimento A C B -

Fonte: Adaptado de Souza (2000, p. 69)

Observação: A, B, C= Importância decrescente quanto a produtividade.

Conforme Souza (2000) a indústria da construção se difere da indústria seriada, pois o produto irá permanecer no seu local, logo a fábrica sai. Quanto maior for o cuidado com relação ao projeto de implantação do canteiro, serão grandes as chances de êxito no desenvolvimento da execução da obra.

A Figura 5 apresenta um caso de projeto de layout de um canteiro qualquer, já a Figura 6 um exemplo de partes da área de vivência mais especificamente no critério organizacional.

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Figura 5 - Projeto de canteiro de obras

Fonte: Arraes (2016)

Figura 6 - Instalação das áreas de vivência (Organização)

Fonte: Arouca e Kofler (2016)

De acordo com Silva e Silveira (2015) o canteiro de obras é caracterizado por ser um ambiente sazonal onde possui além das atividades produtivas, a de moradia, lazer, de convívio social, de aprendizado e circulação. De modo geral os canteiros de obras costumam ser feitos com um investimento muito baixo, por se tratar de uma estrutura temporária e os problemas refletem negativamente as condições de habitabilidade.

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018 2.2 LOGÍSTICA APLICADA À CONSTRUÇÃO CIVIL

A logística é parte da arte militar aplicada em campos de batalha, onde era relacionada ao planejamento, transporte de suprimentos e tropas em operações, considerada pelos gregos a arte de calcular. No passar dos anos, pode-se notar significativas mudanças e ultrapassou muitas fronteiras, possuindo hoje uma ampla área de atuação e abrangência. Logo, pode-se dizer que a logística é um processo de planejar, implementar, e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos (BARBOSA; MUNIZ; SANTOS, 2008).

A logística não pode ser resumida somente aos aspectos físicos, mas principalmente aos aspectos gerenciais. Segundo o CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO LOGÍSTICA – CLM (apud VIEIRA,2006) logística é planejar, controlar e implementar, com eficiência e economia, o fluxo de produtos, a armazenagem e todas as informações do sistema, da origem ao destino final, buscando o melhor atendimento ao consumidor.

A logística é a administração do fluxo de materiais e produtos do fornecedor até o usuário, mostrado na Figura 7. Pode se dizer que “a logística é a área funcional presente nas organizações que integra o fluxo de informações e o de materiais, na busca da eficiência e eficácia das operações e do processo” (BARBOSA; MUNIZ; SANTOS, 2008, p.3).

Figura 7 - Fluxo de materiais

Fonte: Barbosa; Muniz; Santos (2008)

Vieira (2006), quando fala em construção civil e competitividade, diz que a grande preocupação das empresas de fabricação seriada, passou a ser a racionalização das atividades produtivas e a qualidade dos agentes envolvidos, desde a compra dos materiais até a busca pela satisfação do cliente. Com isso a importância da logística acentuou-se ainda mais. A logística

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efetua o gerenciamento da cadeia de suprimentos, aumentando a produtividade, qualidade e o nível de serviço executado. Pode-se dizer que a logística passou a ser de extrema importância para as empresas brasileiras a partir de 1990.

Para Barbosa, Muniz e Santos (2008) a competitividade do mercado é muito grande, o que vem trazendo preocupações em relação à manutenção das vantagens competitivas. A logística reversa é a busca do reaproveitamento dos materiais, que visa além da obtenção de vantagens financeiras, a destinação final dos produtos, ou seja, buscando a responsabilidade social sobre todo o ciclo de vida do produto. O estudo da logística reversa é muito importante devido aos seguintes fatores:

• Aumento da velocidade de lançamento de produtos; • Produto com vida útil menor;

• Objetivo de obter maior capacidade competitiva;

• Maior consciência ambiental dos clientes em relação ao consumo de produtos e serviços “ambientalmente corretos”;

• Legislações mais severas em relação aos impactos ambientais de produtos e ao consumo de recursos naturais, renováveis ou não;

• Preocupação das empresas com a imagem corporativa. 2.2.1 Planejamento Logístico do Canteiro de Obra

Ao pensar em planejamento logístico do canteiro o que se quer, na verdade, é caracterizar o planejamento do layout e da logística das instalações, provisórias, de movimentação e armazenamento de materiais, assim como as instalações de segurança. O planejamento logístico deve estar integrado ao planejamento de layout, objetivando o fornecimento de materiais e de toda infraestrutura para o funcionamento dos processos relacionados às instalações de canteiro (VIEIRA, 2006).

A disposição dos elementos dentro do canteiro pode ser considerada como um fator que interfere no andamento da obra se feito de forma errônea. Isso ocorre quando o critério para alocação dos elementos acontece de forma aleatória, portanto é provável que aumente o tempo de deslocamento dentro do canteiro (NETO, 2014).

Conforme Vieira (2006) o planejamento logístico dentro de seus objetivos, procura alicerçar suas bases em princípios genéricos característicos como:

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• Evitar improvisação com um bom planejamento;

• Quando for necessário armazenar, fazê-lo de forma eficiente;

• Quando não tiver outra alternativa e o armazenamento precisar ser feito, procurar utilizá-lo através de aproveitamento cúbico e não linear ou metragem quadrada;

• O armazenamento deve ser bem dimensionado, bem localizado e adequado às características físicas do insumo a ser utilizado;

• Diminuir o transporte de materiais;

• Caso necessário o transporte, buscar fazê-lo em linha reta;

• A força motora mais econômica é a gravitacional, preferencialmente usá-la quando necessário;

• Ao fazer um transporte, tentar otimizar a viagem não voltando vazio;

• Ter consciência dos tipos de materiais e processos a serem desenvolvidos no canteiro, assim como os equipamentos de transporte adequados para cada caso;

• Procurar equipamentos de transportes que possam se adaptar em mais atividades; • Obra organizada melhora o bem-estar dos funcionários aumentando a eficiência nas

atividades.

No entanto o planejamento e organização da logística da obra, devem estar no projeto de canteiro de obras (layout). Quando se projeta deve ser pensado no deslocamento dos trabalhadores e o custo com a movimentação dos materiais, que afetam diretamente na produtividade global da obra (NETO, 2014).

2.2.2 Fluxos Físicos

A gestão de fluxos físicos é entendida como planejamento e análise referentes aos processos produtivos. Com isso a análise do controle de materiais e mão-de-obra pode ser dito muito importante para o desenvolvimento do empreendimento (ALVES, 2000).

Para Alves (2000) o fluxo de materiais engloba o planejamento da aquisição, alocação temporal e espacial, e distribuição/movimentação de insumos no canteiro além da sua utilização no canteiro. Na gestão do fluxo de mão-de-obra se refere a organização das equipes de trabalho dentro do canteiro de obras, assim como a melhor sequência de execução do processo, respeitando as técnicas, a continuidade das atividades, a capacidade de desenvolvimento de cada equipe, a carga de trabalho a ser designada para as mesmas e o efeito aprendizado. Também são considerados na gestão de fluxos de mão-de-obra, as restrições de tempo e espaço, bem como o controle do desenvolvimento de tarefas.

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O mau arranjo físico em um canteiro interfere diretamente na sequência das atividades produtivas, obstruindo as vias de circulação, para o transporte dos materiais, movimentação de pessoas e trabalhadores, equipamentos e instrumentos utilizados no decorrer da obra (NETO, 2014).

O arranjo físico bem feito, traz muitos benefícios ao canteiro pois aumenta o desempenho dos funcionários e dos equipamentos fazendo com que os trabalhos fluam com mais facilidade. Portanto se faz necessário uma boa alocação dos espaços do terreno, pensando no recebimento, armazenamento, circulação dos materiais, equipamentos e movimentação da própria mão de obra (NETO, 2014).

Segundo Barbosa, Muniz e Santos (2008) pode-se destacar alguns problemas enfrentados pelos gerentes de suprimentos, em relação aos canteiros de obra:

• Canteiro mal planejado, necessitando de maiores espaços físicos, contrariando a lógica da grande maioria das obras estares localizadas em áreas centrais com pouco espaço, além disso, conduz a uma maior circulação de materiais, equipamentos e pessoas, gerando desperdícios.

• Mal planejamento de estoques levando a movimentações desnecessárias; há também a incompatibilidade de equipamentos e materiais a serem utilizados, gerando desperdícios; além da deterioração dos materiais por armazenamento inadequado;

• Falta de utilização dos materiais e componentes levando a um excesso de manuseio, levando a perdas.

Quando se utiliza um fluxograma (associados à quantidade de viagens necessárias) mostrando a sequência e a trajetória de processos que ocorrem dentro de um canteiro, fica mais simples a tomada de decisão referente a transporte e estoque, além disso é importante para ajudar a vislumbrar a proximidade entre os elementos no canteiro (SOUZA, 2000).

A Figura 8 apresenta o fluxograma de alguns processos produtivos, para um edifício de aproximadamente 3000 m² de área construída.

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Figura 8 – Fluxograma

Fonte: Adaptado de Souza (2000, p. 68) 2.2.3 Contribuição da Logística na Construção Civil

Para que seja introduzida a logística a construção civil, deve ser definida uma cadeia de suprimentos como sendo uma indústria seriada, onde exista uma sucessão de serviços, manuseios, movimentação e armazenagens, relacionando a continuidade dos processos e a qualidade dos serviços (BARBOSA; MUNIZ; SANTOS, 2008).

Quando se aplica alguma estratégia logística em um canteiro de obras é com o intuito de agregar valor ao produto, diminuir as perdas e desperdícios, aumentar a produtividade, reduzir os custos com produção e, maximizar a satisfação do cliente. Pode se dizer que o produto oferecido por qualquer empresa será descrito pelas características de preço e qualidade (VIEIRA, 2006).

Para tanto, a gestão de suprimentos é muito importante para realização de qualquer atividade logística, pois serão os motores que colocam o empreendimento em movimento. O

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processo de suprimentos não é estático, muito pelo contrário são dinâmicos que se desenrolam durante todo o ciclo de um empreendimento (POLITO, 2015).

Conforme Polito (2015) o planejamento dos suprimentos inclui identificar, quantificar e planejar os recursos necessários à execução das atividades, podendo ser equipamentos, serviços ou materiais, buscando eficiência na sua aquisição. Todo o ciclo de suprimentos deve estar associado aos ciclos de planejamento do empreendimento, tão logo estão inseridos o tempo necessário para cada etapa do processo. Existem recursos que devem ser adquiridos a longo prazo (que não serão utilizados nas fazes iniciais do empreendimento), outros devem ser a médio prazo (com uso antes de 30 dias após sua compra), e por fim suprimentos adquiridos em curto prazo (grandes volumes, ou estoques que devem ser controlados).

2.3 DESPERDÍCIOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Drews (2009) o termo perdas assemelha-se ao termo desperdício, porém as perdas são todas e quaisquer atividades que não agreguem valor, sendo elas desde o planejamento até sua execução. Já o desperdício pode ser considerado como parte da perda, sendo o que efetivamente é jogado fora geralmente relacionado a materiais.

O conceito de perda na construção civil, está ligado à total falta de aproveitamento da potencialidade na construção. Entretanto o procedimento utilizado em muitas empresas é de inserir no orçamento os desperdícios, com isso os orçamentos ficam mais elevados e as empresas deixam de ser competitivas no mercado (NETO, 2014).

A indústria da construção civil é um setor que possui uma participação importante no PIB brasileiro. Além da importância nos aspectos econômicos e sociais, a construção civil tem uma interferência muito intensa na natureza. Utilizando de recursos naturais de forma essencial e isso está relacionado com o meio ambiente, tanto na retirada do material, como na quantidade de entulho gerada pelo setor. Portanto é muito importe o estudo que avalie as perdas ou consumos no canteiro de obras (VIEIRA, 2006).

Sabe-se que a área da construção civil se destaca por ser um dos setores onde o desperdício é maior. Cerca de 33% entre material e mão-de-obra são desperdiçados, ou seja, em um conjunto habitacional com três edificações, é possível que se construa a quarta sem custo (NETO, 2010).

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O manuseio inadequado dos materiais pode ocasionar perdas, assim como a má programação desse manuseio, em alguns casos os materiais podem acabar retornando por causa da compra em excesso, quando a falha está relacionada ao layout ineficiente do projeto. O planejamento do layout, aumenta a eficiência da logística nos canteiros e diminui assim perdas com mão-de obra para realizar estas atividades (NETO, 2014).

Perdas podem estar associadas a concepção do projeto, execução e utilização. Por exemplo no primeiro caso, um projetista estrutural, não explorar adequadamente os limites que o conhecimento atual permite e gerar, assim, uma estrutura com consumo de concreto muito alto por metro quadrado. No caso da execução, as perdas estão associadas ao recebimento com diferenças nas entradas dos produtos, erro na estocagem de materiais, transporte inadequado, descumprimento do traço recomendado. Já no caso de utilização do empreendimento, poderia citar o caso de uma repintura precoce de uma fachada, aumentado o consumo estimado de tinta (FORMOSO; INO, 2003).

Formoso e Ino (2003) apresentam uma relação no Quadro 4, onde o consumo de materiais ocorre de forma inadequada durante toda a vida da obra.

Quadro 4 - Diferentes fases de um empreendimento e a ocorrência de perdas de materiais

FASES CONCEPÇÃO EXECUÇÃO UTILIZAÇÃO

Caracterização da perda. Diferença entre a quantidade de material previsto num projeto otimizado e a realmente necessária de acordo com o projeto idealizado. Diferença entre a quantidade prevista no projeto idealizado e a quantidade efetivamente consumida. Diferença entre a quantidade de material prevista para manutenção e qualidade efetivamente consumida em um certo período. Parcela de perdas. Material incorporado. Material incorporado

e entulhos.

Material incorporado e entulhos. Fonte: Adaptado de Formoso e Ino (2003)

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3 MÉTODO DE PESQUISA

A metodologia de pesquisa foi desenvolvida de forma estratégica, visando o andamento das atividades propostas, de forma clara, permitindo o entendimento do canteiro em estudo. 3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

A primeira etapa do desenvolvimento do presente trabalho trata-se das revisões bibliográficas relacionadas ao tema, buscando entender e agregar o máximo de informações sobre o proposto assunto. Além disso, foi feito um estudo de caso em um canteiro de obras. Para que o andamento do trabalho seja satisfatório, as visitas técnicas ao canteiro foram de vital importância, principalmente na etapa inicial do empreendimento, comparando a literatura com o projeto do tipo de canteiro de obras montado no local. Esta análise permitirá identificar os problemas e as soluções que foram adotadas, para sua resolução

Para que se obtenha êxito na busca pela agilidade dos processos, a montagem de uma análise padrão foi útil, pois facilitará o trabalho do projetista no desenvolvimento do projeto do canteiro. Com isso, o canteiro em estudo foi alisado de forma semelhante ao processo de planejamento do canteiro de obras feito por Formoso e Saurin (2006), seguindo as seguintes etapas:

• Preenchimento da lista de verificação; • Desenho de croquis do layout do canteiro; • Registro fotográfico;

• Análise dos canteiros, apontamentos de causas de desperdícios; • Apresentação de soluções.

3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O trabalho se iniciou com pesquisas bibliográficas inerentes ao tema, através de artigos, trabalhos de conclusão de curso, teses de mestrado, livros e normas técnicas. O segundo passo foi o levantamento de dados a campo, acompanhando as particularidades do canteiro em estudo, analisando a fluidez das atividades caracterizadas como de maior significância.

Em posse de todos os dados de campo, desenvolveu-se o resultado, por meio das figuras que representam o local, assim como alguns esboços de projetos, que facilitam o entendimento. Por fim, foram executadas todas as considerações conforme o método de pesquisa

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018 desenvolvido, assim como os objetivos do estudo. A Figura 9 apresenta o delineamento da pesquisa.

3.3 APRESENTAÇÃO DA OBRA

A obra analisada para a realização desse trabalho se trata da construção de uma barragem para geração de energia elétrica denominada PCH (Pequena Central Hidrelétrica) Barrinha, localizada no município de Jardinópolis em Santa Catarina. A construção durante esse estudo estava em fase inicial e tem previsão de término em dezembro de 2018, e é de propriedade da Cooperativa de Infraestrutura e Desenvolvimento Vale do Araça – CERAÇA, que também é a executora. A Figura 10 apresenta a localização da obra.

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ACOMPANHAMENTO DO CANTEIRO DE OBRAS ANÁLISE DO MODELO ESTUDADO DESENVOLVIMENTO DA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS COM OS DADOS

COLETADOS NA OBRA

CONSIDERAÇÕES FINAIS Figura 9- Delineamento da pesquisa

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3.4 VISITAS TÉCNICAS

Segundo informações do engenheiro Deyvid Felipe Hoff, funcionário da empresa CERAÇA, o projeto foi planejado durante anos, inclusive até uma ponte já foi projetada com a cota necessária para a barragem. Já o canteiro de obras, foi planejado procurando aproveitar mais as partes planas do terreno, evitando altos custos iniciais, assim como o fluxo físico favorável do local.

As visitas ao canteiro de obras foram realizadas nos dias 21 à 24 de março de 2018, com a finalidade de analisar o layout das instalações, colocar em execução a teoria estudada e a metodologia adotada para realização desse trabalho.

Durante a visita técnica foram coletadas informações, documentações, foi realizado o desenho do croqui do canteiro, o preenchimento da lista de verificação e levantamento fotográfico da área.

3.5 LISTA DE VERIFICAÇÕES

A lista de verificações é uma etapa mais abrangente, pois através dela pode ser feita uma análise qualitativa do canteiro, no que diz respeito a logística e layout, segundo os três

Figura 10 - Localização da PCH

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018 principais aspectos: instalações provisórias, segurança no trabalho e sistema de movimentação e armazenamento de materiais. Todos os elementos devem ter um padrão mínimo de qualidade para o desempenho satisfatório de suas funções.

A forma de análise foi objetiva e visual da sua existência ou não, dispensando medições, mas foram feitas consultas com profissionais responsáveis pela obra para ter o conhecimento do fluxo do sistema. O intuito da análise foi para saber se algum espaço é necessário e não existe no canteiro, assim como verificar sua localização e, até mesmo, atribuir nota para os espaços existentes. No quesito qualidade, no caso de o elemento estar na casa “sim”, da lista de verificações receberá nota 1 e a nota final partirá dos itens analisados formando uma média. Para os itens que possuírem notas abaixo da média 7 (sete), foram feitas sugestões para possíveis melhorias. No Quadro 5 consta um exemplo dos requisitos resumidos do checklist, que foi adaptado de um modelo de Formoso e Saurin (2006).

Quadro 5- Lista de verificações

A) INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS Sim Não Não se aplica

A.1) TIPOLOGIA DAS INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS São utilizadas instalações móveis (containers)? ( ) sim ( ) não Se a resposta for sim passe para o item A2

A1.1) Há modulação dos barracos A2) TAPUMES

A3) ACESSOS A4) ESCRITÓRIO A5) ALMOXARIFADO

A5.1) Está perto do ponto de descarga dos caminhões

A5.2) É dividido em dois ambientes, um para materiais e ferramentas e outro para o almoxarife

A.6) LOCAL PARA REFEIÇÃO A7) VESTIÁRIO

A8) INSTALAÇÕES SANITÁRIAS A9) ÁREAS DE LAZER

B) SEGURANÇA NA OBRA (FORMA GERAL)

C)SISTEMA DE MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE MAT. C1) Vias de circulação

C2) ENTULHO C3) GUINCHO

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C4.1) CIMENTO

C4.3) AGREGADOS E ARGAMASSA C4.4) TIJOLOS/BLOCOS

C4.5) AÇO

C4.6) TUBULAÇÕES

C4.7) PRODUÇÃO DE ARGAMASSA CONCRETO

Fonte: Adaptado de Formoso e Saurin (2006) Para o cálculo das médias foi aplicada a Equação 1:

3

_ _ _

_

_instalações prov Nota Segurança Nota Mov Arm Nota

Média= + + (1)

3.6 CROQUI DO CANTEIRO

O croqui do canteiro de obras analisado foi feito pelo engenheiro Deyvid, responsável pela execução das atividades, ele fez um estudo do local nos quesitos topografia, logística, NR 18, entre outros, para atender a necessidade da obra. Para execução das atividades da usina hidrelétrica, foi planejado o canteiro nas duas margens do rio, denominado Pesqueiro, pois precisa ser executado em partes. Contudo será apresentado de forma clara do desenvolvimento do trabalho.

A análise dos croquis do layout do canteiro visa identificar de problemas relacionados ao arranjo físico, evitando o equívoco da localização das instalações ou excesso de cruzamentos de fluxos em determinada área. Com isso foi feita a busca dos projetos do layout nos arquivos da obra estudada, verificando os seguintes parâmetros:

a. Definição aproximada do perímetro dos pavimentos, diferenciando áreas fechadas e abertas;

b. Localização de pilares ou outros elementos que interfiram na logística do processo;

c. Portões de entrada do canteiro;

d. Localização de árvores, inclusive nas calçadas; e. Localização das instalações provisórias;

f. Locais de armazenamento de materiais, inclusive de entulhos; g. Localização da betoneira, grua, etc;

h. Localização do elevador (caso possua); i. Localização das centrais de carpintaria e aço;

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j. Pontos de içamento de formas e armaduras; k. Linhas de fluxo principais.

3.7 REGISTRO FOTOGRÁFICO

O registro fotográfico complementou as etapas apresentadas anteriormente, foram registros visuais da situação encontrada, com o intuito de verificar se existem problemas e buscar soluções apropriadas para cada caso.

Foram feitas ao todo quinhentas e sessenta e duas fotos, dos diferentes ângulos. Os registros foram feitos na central de concreto (contendo a usina de concreto, estoque de agregados, almoxarifado, balança, escritório), área de vivência (alojamento, refeitório, sanitários, lavanderia, escritório), áreas de produção, entre outras inerentes a produtividade e desperdício no canteiro de obras.

3.8 ANÁLISE DO CANTEIRO E APONTAMENTOS DE CAUSAS DE DESPERDÍCIOS A análise do canteiro e os apontamentos de causas de desperdícios foram realizados após a conclusão das etapas anteriores e puderam apontar os problemas, relacionadas ao mau arranjo físico, recorrentes de uma logística interna inadequada do canteiro. A análise é visual e não requer equipamentos e foi apresentada através de figuras para melhor entendimento. 3.9 APRESENTAÇÃO DE SOLUÇÕES

Finalmente, foi apresentada uma solução alternativa de um novo layout do canteiro em estudo, visando a melhor produtividade, melhorando a produtividade e o grau de controle.

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4 RESULTADOS

Depois de executada a metodologia apresentada foi possível chegar aos resultados, desenvolveu-se um método de análise dos canteiros de obras onde visa encontrar dificuldades relacionadas a inexistência, ou mau planejamento do canteiro, podendo ser citadas a mobilidade e desperdício com o aumento de custo da produção.

4.1 APRESENTAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS, CROQUIS E REGISTRO FOTOGRÁFICO

A construção, no momento do estudo estava em fase inicial, contendo apenas as instalações provisórias e a execução de cerca de 300m³ de concreto na barragem, que significa cerca de 3% do total a ser executado

São vários os fatores responsáveis pela escolha do posicionamento das instalações e materiais dentro de um canteiro de obras, mas de fato a organização é indispensável para um bom funcionamento das atividades, evitando desperdícios de tempo, materiais e melhoria da qualidade de vida do trabalhador.

Pela classificação de Formoso e Saurin (2006) o canteiro analisado se encaixa em um terreno amplo, porém algumas limitações foram encontradas, por ser necessárias obras nos dois lados do rio denominado Pesqueiro, conforme a Figura 11. Ao lado da rodovia SC-159, se encontram central de concreto, alojamento, escritório, almoxarifado, túnel, PCH e o escritório para equipe que trabalha com explosivos. Já no outro lado, do rio, se encontram apenas as instalações de pequeno porte, para dar suporte ao serviço de concretagem da barragem.

A central de concreto está distante em cento e cinquenta metros do alojamento, que está na mesma distância das futuras instalações da PCH e do túnel. Para chegar até a barragem, precisa seguir pela rodovia SC-159, pegar a esquerda passar sobre a ponte de acesso, logo pegar a primeira a esquerda e seguir até o canteiro destinado a central de armaduras.

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A Figura 12 apresenta a ponte que foi projetada na cota necessária para realização da usina hidrelétrica, porque o nível das águas do rio Pesqueiro acima da barragem vai subir, assim essa projeção foi executada com antecedência.

A Figura 13 apresenta uma ideia geral das instalações da central de concreto, com áreas para manobra, espaço destinado para os agregados (areião, brita zero e brita), almoxarifado, estoque de aço sem cobertura (distante das demais instalações, pois não contém local disponível próximo ao ponto de aplicação), balança, e usina de concreto. A circulação é frequente entre a brita e o areião, contendo oito metros livres para a carregadeira abastecer a dosadora de concreto.

Para realização da central de concreto e almoxarifado, precisou um terreno com 111,40 metros confrontante à rodovia SC – 159, ao leste 50,20 metros, ao sul 114,75 metros e ao oeste 77,70 metros, ou seja, uma área de aproximadamente 7.124,75 m².

Figura 11- Localização das instalações existentes

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Na Figura 13, também se nota a presença de uma rede de energia elétrica e não possui árvores que obstruam a passagem de veículos, apenas os desníveis do terreno que dificulta as instalações provisórias, tendo que aproveitar ao máximo o terreno natural.

Figura 12 - Ponte executada anteriormente

Ponte

Figura 13- Instalações da central de concreto / almoxarifado

Fonte: Autoria própria (2018) Fonte: Autoria própria (2018)

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

A Figura 14 é a representação do layout do canteiro de obras desenvolvido pela CERAÇA ao lado da rodovia SC-159, todas as instalações estão apresentadas de forma resumida. O afastamento das instalações é em decorrência do desnível do terreno, portanto a central de concreto fica cinco metros mais alta em relação ao pátio do alojamento, medida tomada para evitar gastos com terraplanagem do local.

A usina de concreto apresentada na Figura 15 é composta de misturador, dosador, silo de estocagem de cimento com capacidade para 70.000Kg, escritório para controle Figura 16, assim como possui veículo de transporte próprio. A central fica as margens da rodovia (SC-159), distante do maior ponto de aplicação cerca de um quilometro de distância.

Fonte: CERAÇA (2018)

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As Figuras 17 e 18 apresentam o depósito de agregados (brita 1, brita 0 e areião), contendo um estoque médio de 100 metros cúbicos de cada material, pois a obra irá consumir cerca de 13.000 metros cúbicos de concreto. Apesar do volume somente um veículo faz todo esse transporte, melhorando o controle logístico, uma vez que todas as cargas devem ser previamente pesadas antes de ser descarregadas.

Figura 15 - Usina de concreto

Figura 16- Escritório (container em azul)

Fonte: Autoria própria (2018) Fonte: Autoria própria (2018)

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__________________________________________________________________________________________ Eduardo Amorim (eduardo@cotripal.com.br). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2018

Apesar da distância até o ponto de aplicação do concreto, é um bom local para logística externa de agregados por ficar ao lado da rodovia, tem espaço para manobra e ser um local plano para estocagem e movimentação interna dos componentes da produção.

A Figura 19 mostra o almoxarifado, que se encontra em estado de execução, assim como as bases na frente da imagem, são para a balança de controle de recebimento e expedição. A

Figura 17- Depósito de agregados

Fonte: Autoria própria (2018)

Figura 18- Depósito de agregados

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empresa também possui um tanque de diesel com uma bacia de contenção, que fica embaixo da cobertura do prédio para o almoxarifado.

Na Figura 20 verifica-se que existe um depósito de resíduos da construção, logo no portão de acesso ao canteiro de obras, viabilizando a logística reversa dos materiais. Os resíduos gerados não são de grande proporção, porque a grande maioria dos materiais chegam a campo a granel, dispensando o uso de embalagens, diminuindo o chamado controle de gerenciamento de resíduos da construção civil.

Figura 20 - Visão entrada dos materiais

Fonte: Autoria própria (2018)

Depósito de resíduos da construção Figura 19 - Almoxarifado

Fonte: Autoria própria (2018) Tanque

Referências

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