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Destaque para a Análise Estrutural e a Dificuldade do Aprofundamento das variáveis-chave que delimitam a análise para a

No documento RELATÓRIO DE ATIVIDADES PESQUISADOR (páginas 36-40)

SEMINÁRIO DO PROCESSO PROSPECTIVO – CRISTALINA 2040 1º dia – 13 junho 2019 Abertura

3.7. Destaque para a Análise Estrutural e a Dificuldade do Aprofundamento das variáveis-chave que delimitam a análise para a

Construção da Visão Estratégica do Futuro de Cristalina 2040.

3.7.1. Análise Estrutural e Análise de Impacto Cruzado

Deve ser destacada a importância da Análise Estrutural neste processo. Sobre a Análise Estrutural, é necessário explicar sua origem e alguns conceitos, em razão da sua importância no processo prospectivo, que definirá as variáveis que deram o contorno, neste caso as delimitações do sistema em análise, do Desenvolvimento Brasil.

Para Godet (2001), o Seminário Prospectiva, que efetua a varredura do ambiente, é a rampa de lançamento do processo prospectivo, que também pode-se dizer que é o preâmbulo da Análise Estrutural. Ela teve sua origem nos trabalhos de Jay Wright Forrester. Segundo Plassard (2004), ela consiste em construir um sistema de equações que representa o comportamento de um sistema complexo.

A análise estrutural foi utilizada para atender a um pedido do Clube de Roma, sobre o futuro global de crescimento e de recursos naturais. Escrito por Donella Meadows, Dennis Meadows, Jorgen Randers e William Behrens, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), o livro The Limits to Growth foi apelidado de Relatório Meadows, em razão de os dois primeiros autores terem o mesmo sobrenome (PLASSARD, 2004). A natureza sistêmica desta técnica é que o torna interessante. Esta análise difere dos sistemas de equações, que levam a uma solução, na medida em que integra o tempo e descreve o desenvolvimento de um número de variáveis estratégicas de acordo com as restrições do sistema. O modelo foi considerado em torno de cinco variáveis- chave: população, indústria, agricultura, recursos e poluição. A variável central foi a população, que varia em função das demais. O livro apresenta a evolução das variáveis para vários cenários de referência.

Existem outras definições de análise estrutural. Segundo Hatem (1993), trata-se de uma técnica de análise de sistema que verifica o sistema, em análise, por meio de três etapas: a) identifica as componentes do sistema e as relações existentes entre elas, b) examina o funcionamento do sistema e c) delineia a evolução do sistema.

A riqueza da análise estrutural, conforme Plassard (2004), juntamente, com as suas limitações, reside na escolha de variáveis. O método requer a identificação de uma série de variáveis, para estabelecer entre elas relações diretas e indiretas, criptografadas ou não.

Para Godet (1994), o objetivo da análise estrutural é destacar a estrutura das relações entre as variáveis qualitativas, quantificáveis ou não, porque elas caracterizam o sistema sob estudo, definindo suas delimitações. A análise estrutural permite descrever um sistema usando uma matriz que interliga todos os seus componentes. Este método permite a análise dessas relações e a identificação das variáveis motrizes.

Para realizar a análise estrutural torna-se importante o aprofundamento das variáveis e definição das hipóteses. Essa descrição deve ser registrada numa ficha ou banco de dados, que deve ter o conteúdo já detalhado no item 3.6. (JOUVENEL, 2009 e GODET, 2001):

Portanto, torna-se importante o aprofundamento das variáveis identificadas para em seguida realizar a Análise de Impacto Cruzado. Ela é efetuada por meio da Matriz de Impacto Cruzado, originalmente desenvolvida por Theodore Jay Gordon e Olaf Helmer, em 1966, conforme Gordon (1994), sendo sua aplicação inicial no desenvolvimento de um jogo para Keiser Aluminum and Chemical Company, chamado Future, para comemorar seu centésimo aniversário e ser um presente para os convidados. O jogo teve uma evolução que propiciou utilizar o impacto cruzado em diversas aplicações, dentre elas, na análise de estudos de futuro, ocorrido com Godet (2001).

Para Godet (2001), o objetivo da Matriz de Impacto Cruzado é ressaltar as variáveis-chave com maior força motriz, mais influente, e mais dependente, construindo uma tipologia de variáveis classificada como diretas e indiretas. Um exame simples feito na matriz elaborada permite ver quais são as variáveis que têm mais ação direta sobre as outras variáveis. Inicialmente é obtida uma série de informações analisando cada variável, um indicador de motricidade e, um indicador de dependência, permitindo classificar as variáveis segundo esses dois critérios. Entretanto, esse procedimento não é suficiente para descobrir as variáveis que estão escondidas e às vezes têm uma grande influência sobre o sistema estudado.

Para encontrar as variáveis escondidas existe a relação indireta entre as variáveis por meio da cadeia de influência, em que se utiliza o MICMAC, software de multiplicação matricial, aplicado à matriz estrutural e que permite estudar a difusão dos impactos pela cadeia de influência e pelo feed-back, por consequência, hierarquizar as variáveis.

Nesse contexto e a falta de cultura de planejamento de longo prazo, mesmo de médio e curto prazo, dificultam os participantes de identificar disponibilidade para realizar o aprofundamento das variáveis-chave

3.7.2. Dificuldade dos integrantes do CLTP para aprofundas as variáveis- chave.

Essa dificuldade, como já explicado anteriormente, é a falta de cultura de trabalho coletivo e a sociedade ser a protagonista do desenvolvimento do território onde habita.

A maior dificuldade dos participantes está em se adequar a estrutura proposta, porque o processo prospectivo e um momento de reflexão coletivo, se não há cultura do trabalho coletivo, o aprofundamento das variáveis-chave fica em segundo plano na disponibilidade dos integrantes do CLTP.

Além disso, como a opção tipologia escolhida foi de mobilização, há necessidade de um grau de participação dos diversos agentes sociais mais intensa, como não há essa cultura do trabalho coletivo, de maneira indireta acaba prejudicando o desenvolvimento do projeto.

Além disso, houve a restrição de viagens do pesquisador, quando o projeto iniciou deveria haver o SEBRAE local patrocinar as viagens, estadias, locomoção e alimentação, mas não foi possível.

Diante desse fato, as reuniões por Skype, distante, não estar olhando e observando as pessoas, olho no olho, e motivando-as, como também, esclarecendo dúvidas, que por alguma barreira essas pessoas não querem a falta de competência, isto é, conhecimento, habilidade e atitude.

Então, procurando adiar os compromissos, assim de alguma forma poderia cair no esquecimento.

Em razão desse comportamento, há necessidade de ter paciência, por ser nova a abordagem no Brasil, que utiliza e exige a apropriação das pessoas

participantes e seja cidadão, ante de tudo, como também no trabalho coletivo respeite o outro.

A governança territorial, conforme Rey-Valette et al. (2011), é o processo dinâmico de coordenação entre: os diferentes agentes sociais (públicos e privados) do território, as identidades múltiplas e os recursos assimétricos em torno de questões territoriais, que visam à definição coletiva de objetivos e ações, e a implementação de dispositivos múltiplos baseados na aprendizagem coletiva e participação das inovações institucionais e organizacionais nos territórios.

Isso ocorre nos países desenvolvimento, como os integrantes da União Europeia, que fazem o planejamento de longo prazo de maneira coletiva. Essa foi uma exigência para os países que integraram no século XXI a União Europeia.

Porém em alguns países, no caso territórios, há diferenças no relacionamento entre Estado e Sociedade, conforme análises realizadas por Havighurst and Moreira (1969) nos países latino-americanos colonizados pelos espanhóis e portugueses, se refletem com intensidade, nas organizações e nos planejamentos de desenvolvimento de territórios. Eles analisaram a colonização por exemplo: dos Estados Unidos, que foi por povoamento e compararam a forma como os países latino-americanos foram colonizados por exploração, pelos espanhóis e portugueses, e os respectivos resultados.

Percebe-se que a sociedade, em razão de uma colonização por exploração, ela é individualista e deseja que haja sempre alguém responsável pelo desenvolvimento do território, neste caso. Para mudar essa forma de pensar, a sociedade precisa aprender a se preocupar com seu território, trabalhar de forma coletiva, não individual. Por essa razão, deve participar da governança e, ativamente, da elaboração do planejamento de longo prazo e comprometer-se com sua implementação. Dessa forma, aprenderá a conhecer seu território, adquirindo a apropriação do mesmo e se comprometendo com a execução das ações e políticas públicas definidas.

Lembrar que as eleições no Brasil são de 4 em 4 anos. Portanto, não pode ser utilizada a tipologia de apoio à decisão, porque um planejamento de longo prazo, necessitará de continuidade, sem interrupções ou mudança de ações na sua prioridade, em razão de decisão política e não de necessidade

territorial. Em razão na necessidade de continuidade, a apropriação da sociedade do território torna-se muito importante.

Neste projeto, há necessidade de colocar datas para que o CLTP execute as etapas, mas há necessidade de entender que estão fazendo esforço para se apropriarem do conhecimento do território, para terem condições de construir a Visão Estratégica do Futuro de Cristalina para 2040 e definirem as ações, para iniciarem no presente para quando chegar em 2040 a visão estratégica esteja construída.

Apesar de estarem sendo pressionados a executar as atividades, como no caso do aprofundamento das variáveis-chave eles estão fazendo, porém no tempo e na velocidade deles.

Um aprendizado, no Brasil em razão da cultura individualista, em que não há o equilíbrio racional entre o momento individualista e o coletivo, teremos que ter paciência, mas sem perder o ritmo de execução.

Essa dificuldade cultural está em todos os territórios brasileiro, portanto, no Brasil. E, se quisermos um dia ser um país desenvolvido, teremos que aprender e desenvolver a cultura do coletivo para atingir o Bem-estar comum.

No documento RELATÓRIO DE ATIVIDADES PESQUISADOR (páginas 36-40)

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