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Determinação da velocidade crítica (VC) na natação

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.4 Determinação da potência crítica (PC) e/ou velocidade crítica (VC)

2.4.2 Determinação da velocidade crítica (VC) na natação

Em função das diferentes características dos sistemas energéticos utilizados durante as diferentes provas na natação desde provas de velocidade de 50 metros até provas de longa distância de 1.500 metros (WAKAYOSHI et al., 1992a), nos quatro nados pertencentes às

provas oficiais da modalidade, verificou-se a necessidade de avaliações específicas para obter melhores resultados através das diferentes formas de prescrição do treinamento visando competições nacionais e internacionais. Grandes centros de excelência esportiva como Austrália e Estados Unidos da América dominam o cenário mundial e dispõe de recursos tecnológicos e infra-estrutura para a quantificação e avaliação dos efeitos do treinamento esportivo em nadadores. Diante desta evolução, alguns aspectos discutidos sobre treinamento, sugeriram uma grande quantidade de protocolos com objetivo de determinar e verificar os efeitos do treinamento atendendo as solicitações do metabolismo aeróbio e anaeróbio. Uma das melhores formas de avaliação da transição do metabolismo e assim conseguir diferenciar as intensidades no treinamento é fazer uso de medidas invasivas (COLANTONIO, 1999; MATSUNAMI et al., 1999; DOIMO, 1998; OBRECHT et al., 1985).

A utilização da [LAC] sanguíneo tem sido utilizada na prescrição do treinamento, onde Cellini et al. (1986) verificaram alta correlação entre a freqüência cardíaca (FC) e a [LAC] em diferentes intensidades (r= 0,84), demonstrando a sensibilidade que este metabólito tem em prescrever respostas cardíacas e hemodinâmicas. Mas, devido as dificuldades encontradas para análise que dispõe de equipamentos sofisticados, conhecimento do ajuste orgânico ao meio líquido e recursos financeiros para este tipo de avaliação, fica praticamente inviável a utilização deste tipo de análise em quantidade grande de atletas.

Recentemente, algumas pesquisas tem sido conduzidas para a verificação da relação entre a VC e o LAn em atletas de diferentes faixas etárias e níveis de treinamento através

de medidas não-invasivas (TOUBEKIS et al., 2006; DEKERLE et al., 2005; GRECO et al., 2003; DENADAI et al., 1997; KOKUBUN, 1996).

WAKAYOSHI et al. (1992a,b) e WAKAYOSHI et al. (1993) foram os pioneiros

a propor este método para a natação, adaptando o modelo de PC proposto por Monod e Scherrer (1965), Moritani (1981) e de Jenkins e Quigley (1992), em ergômetro específico para a natação conhecido na literatura como “swimming-flume” (Åstrand e Englesson 1972), podendo ter controle absoluto sobre variáveis como temperatura ambiente e da água como na velocidade de fluxo da água durante os testes (velocidade de 0 a 3,0 m.s-1 e incremento de velocidade de 0,01 m.s-1). A VC foi determinada na corrida e ciclismo em ergômetro especifico foi considerado apropriado devido fácil aplicabilidade e abrangência de um grande número de indivíduos podendo ser utilizado durante as sessões de treinamento sem o uso de equipamentos, sendo apropriado de mesmos conceitos para a natação.

WAKAYOSHI et al. (1992a) analisaram nove nadadores universitários (18 a 21

anos), sendo sete do nado livre em curta distância (três atletas), meia distância (três atletas) e longa distância (hum atletas), compondo a amostra com dois nadadores de medley, em teste incremental para a determinação do VO2max e VO2AT (limiar anaeróbio no VO2) e velocidade

inicial de 0,75 m.s-1 com incremento de 0,05 m.s-1 após um minuto até exaustão voluntária.

Também foram realizados testes para a determinação da VC com velocidade incremental em estágios de cinco minutos com velocidade de 1,2 a 1,7 m.s-1 utilizando os modelos de

determinação da VC hiperbólico e D-T. O OBLA foi determinado através de velocidade de 95%, 97.5%, 100%, 102.5% e 105% da VC nadando por quatro minutos. Mediante resultados, foram observados alta correlação entre VO2AT– VC (r= 0,818), OBLA – VC (r= 0,949) e v400m – VC

(r= 0,865) demonstrando ótima correlação entre a v400m x VO2ATe OBLA (r= 0,750 e r= 0,763

respectivamente), observando que à velocidade extrema (acima dos 105% da VC) os nadadores conseguiram sustentar o estímulo por apenas 26,0 ± 4,0 segundos e a 95% da VC por 497,2 ± 141,9 segundos, o que corrobora com os achados de Moritani (1981) e Jenkins e Quigley (1992).

Wakayoshi et al. (1992b) analisaram oito nadadores do nado livre de curta

(quatro atletas), media (três atletas) e longa distância (hum atletas) com idade entre 16 a 24 anos, em teste incremental para a determinação do VO2max(velocidade inicial de 1,0 m.s-1e incremento

de 0,05 m.s-1) até exaustão. Para a determinação da VC foi utilizado ergômetro especifico (VCsf)

hiperbólico e teste em piscina utilizando o modelo D-T em distâncias fixas de 50, 100, 200 e 400 metros (VCpiscina). O OBLA foi determinado em diferentes intensidades (80, 85, 90, 95%) apartir

do melhor tempo na distância de 200 metros no nado crawl. Os resultados apresentaram alta correlação entre a v400m com o OBLA, VCsfe VCpiscinaforam fortemente correlacionadas, com

valores de r= 0,907 (p<0,01), r= 0,823 (p<0,05) e r= 0,998 (p<0,01) respectivamente, bem como no OBLA x VCsf (r= 0,856, p<0,01), OBLA x VCpiscina(r= 0,898, p<0,01) e na VCsfx VCpiscina

(r= 0,824, p<0,05), apresentando r2= 0,998 (p<0,001) entre VCsf x VCpiscina. Não ocorrendo

relação entre o VO2max e as demais variáveis, concluíram que, tanto a relação hiperbólica

determinada em ergômetro como a utilização da relação D-T é utilizável na determinação da VC na natação com uso de medida não-invasiva para a determinação da capacidade aeróbia e modelo preditivo do desempenho total, mas observada em nadadores de crawl.

Em nadadores especialistas no nado livre de curta (quatro) e longa distância (hum), nado borboleta (dois) e nado medley (hum) com idade entre 18 a 20 anos (WAKAYOSHI et al., 1993) observaram a relação entre a MSSL e a VC, realizando três testes em intensidades variadas (98, 100 e 102 % da VC respectivamente), divididos em 4 x 400 metros em cada intensidade para determinar-se a MSSL, sendo utilizado também dois testes de 400 metros (85% e 100% da velocidade máxima) para a determinação do OBLA. A VCpiscina foi determinada

utilizando o modelo D-T nas distâncias de 200 e 400 metros, acreditando não ter tanta variação quanto as demais combinações (50 a 1.500 metros). Os resultados demonstram que a intensidades de 98% e 102% da VC a MSSL tendem a um comportamento de maior remoção e maior produção da [LAC] respectivamente. A intensidade de 100% da VC o valor médio da [LAC] observado foi de 3,2 mM permanecendo estável durante todo o teste, sugerindo assim que a VC é um ótimo pretidor da MSSL na natação. Mesmo com a apresentação dos resultados a VC superestimou os valores observados nas respostas obtidas no OBLA, o que pode ter ocorrido devido a interpolação em dois pontos na reta de regressão, mesmo assim apresentando ótima correlação entre as variáveis (r= 0,914, p<0,01) e entre a v400m (r= 0,977, p<0,01).

Estudos referentes a utilização da VC em nadadores no Brasil foi desenvolvido por Kokubun (1996) com o objetivo de verificar se a VC corresponde ao LAn e a MSSL bem como a sensibilidade destas variáveis ao treinamento. Foram selecionados 48 nadadores de ambos os gêneros, analisados em três protocolos experimentais. A determinação da VC foi realizada utilizando o modelo D-T com distâncias de 100, 200, 400 e 800 metros, considerada

como prioridade os 100 e 200 metros. Para um dos modelos, a determinação do LAn foi realizada em 3 x 200 metros no nado crawl com intensidade de 85, 95 e 100% da máxima velocidade para a distância e nado. No segundo modelo foram coletadas amostras de sangue ao longo de 5 x 400 metros em intensidade de 100, 102 e 104% da VC para a determinação da MSSL e o terceiro modelo verificou o efeito do treinamento na VC. Os resultados mostraram uma alta correlação entre o LAn x VC (r = 0,890, p < 0,05) não apresentando diferença entre as duas variáveis, podendo representar que ambas expliquem o mesmo fenômeno. A MSSL em intensidades equivalentes a 100% da VC a [LAC] permaneceu estável, aumentando abruptamente em intensidades de 102 e 104%. Mediante esses resultados é possível considerar que a VC é um bom método para predição do LAn, assim como, estima-se que a VC também é um bom indicador de MSSL.

Dekerle et al. (2005) analisaram oito nadadores competitivos do gênero masculino com idade média de 20,4 ± 1,9 anos (dois nadadores de costas, dois de peito e quatro de crawl). Os testes realizados no estudo foram para determinar a velocidade aeróbia máxima (MAS – T400m), três ou quatro testes a intensidades estabelecidas (75 a 90% da MAS) de forma contínua (30 minutos) e quatro testes a intensidades (95, 100, 105 e 110% da MAS) para a determinação da VC. Os testes foram conduzidos por sistema de iluminação no fundo da piscina em todo o percurso de 25 metros, exceto para o teste de MAS. Os resultados do estudo demonstraram que a MSSL (1,24 ± 0,10 m.s-1, 88,4 ± 2,9% da MAS) foi diferente

estatisticamente (p<0,05) com relação a determinação da VC (1,31 ± 0,15 m.s-1, 92,7 ± 2,6% da

MAS) demonstrando que a VC superestima o valor de MSSL apesar de também apresentar valores de correlação expressivos (r= 0,87, p<0,01). O referido estudo não aparentou sustentar a teoria que esta intensidade pode ser sustentada por período indeterminado como proposto em estudos de PC/VC, necessitando de mais estudos e protocolos que comprovem realmente a adequação deste método na avaliação e prescrição do treinamento. Apesar do apontamento nos estudos com resultados robustos (KOKUBUN, 1996; WAKAYOSHI et al., 1993), estes achados contrariam (DEKERLE et al., 2005) observando que a VC não corresponde a MSSL e verificando que a VC pode superestimar os resultados da respostas da [LAC].

Em estudos que determinaram a VC em crianças, apesar das divergências encontradas sobre a utilização de concentrações fixas para a determinação do LAn, Denadai, Greco e Donega (1997a) verificaram a validade da VC para estimar a [LAC] em concentração

fixa (4 mMol) em nadadores iniciantes divididos em dois grupos de idade (Grupo I - 10 a 12 anos e Grupo II - 13 a 15 anos), concluindo que apesar de boa correlação entre a VC x [LAC] (GI: r=

0,96 e GII: r= 0,94), demonstrando ótima relação com o desempenho obtido em distâncias de 50

(r= 0,87 / r= 0,91), 100 (r= 0,89 / r= 0,94) e 200 metros (r= 0,93 / r= 0,98) do LAn x VC respectivamente (DENADAI e GRECO, 1997b). Tal fato demonstrou que apesar da VC

subestimar a intensidade de nado correspondente ao LAn em nadadores em fase inicial de treinamento, esta apresenta bons valores de correlação entre essas variáveis.

Modelos com diferentes combinações de distâncias (25/50/100m, 100/200/400m, 50/100/200m) utilizados por Greco et al. (2003) compararam a VC com o LAn e velocidade máxima mantida em testes de 20 e 30 minutos de nado contínuo, em nadadores com diferentes idades (Grupo I - 10 a 12 anos e Grupo II - 13 a 15 anos), observando em seus resultados que a VC determinada através de distâncias menores (25/50/100) tendem a superestimar o LAn apesar se correlacionar entre si (GI: r= 0,95 e GII: r= 0,82), concluindo que a

determinação da VC é um método protocolo-dependente (BISHOP, JENKINS, HOWARD, 1998), independente da idade cronológica podendo provocar diferentes adaptações quando utilizado na prescrição do treinamento, demonstrado a necessidade de adequação da VC às necessidades específicas de cada prova.

Devido à constituição das mais diferentes provas que compõe o programa da natação competitiva existe a necessidade de adequação da VC para que possa representar a distância e nado no qual os atletas competem, atribuído como recurso para prescrever o desempenho em distância de 100 e 200 metros (KOKUBUN, 1996).

Seguindo esta linha, Abe et al. (2006) verificaram o efeito da VC e da CTA para a prescrição da performance nadadores de peito de curta distância, selecionados 11 nadadores (19,7 ± 0,9 anos) participantes de equipe universitária constituída de indivíduos de diferentes etilos (sete nadadores de peito, três nadadores de crawl e hum nadador de borboleta). Os testes foram realizados em piscina de 50 metros realizados no nado de peito. A determinação da VC e a CTA foi realizada utilizando a relação hiperbólica e a relação linear potência e o inverso do tempo nas distâncias de 75, 100 e 150 metros, observando também a velocidade máxima para a distância de 50 metros (V50). A verificação da CTA foi realizada com um teste de

três estágios em cicloergometro para a determinação da potência anaeróbia máxima (MAnP). Os resultados demonstraram forte correlação entre a VC e a V50 (r= 0,85, p<0,05) variando em

análise individual de r= 0,97 a 1,00 e não sendo correlacionada com a MAnP. A CTA não apresentou correlação com a VC e MAnP. Utilizando método estatístico de ajuste para a formação de grupo homogêneo (figura 6), foi possível observar que apenas um dos indivíduos tem dependência da CTA na V50, dois indivíduos estão em grupo intermediário de dependência

CTA-VC na V50e os demais componentes do estudo têm dependência da VC na V50(figura 8),

concluindo que a VC é um método fortemente associado a V50 apesar dos valores médios

apresentarem-se maior que os valores da VC (24,4%) sugerindo que a VC deve ser trabalhado junto a estímulos anaeróbios representando ser um ótimo preditor do desempenho nos 50 metros nado peito.

Figura 6. Adequação matemática para a determinação de grupos (Análise de Cluster) com objetivo de determinar a dependência da VC e CTA em nadadores do nado de peito (Adaptado do estudo de ABE et al. 2006, p.344)

Recentemente Di Prampero et al. (2008) realizaram ajustes matemáticos partindo dos achados de Capelli et al. (1998) na obtenção de ajustes referentes ao C nos diferentes nados, usando estas referências na determinação da VC a partir do produto do VO2max

e do tempo de exaustão, considerando a VC como a intensidade tolerável de nado no VO2max

(Figura 7). Baseados neste conceito, foram selecionados 20 nadadores de elite do sexo masculino (18,9 ± 0,9 anos), calculando a distância aeróbia (daer) e anaeróbia (danaer) e a VC para os quatro

nados, onde a média do VO2max era conhecida e a C x velocidade (v). Os valores foram

comparados ao intercepto-y (CTA) e a VC nas distâncias de 45,7; 91,4 e 182,8 jardas (50 100 e 200 metros respectivamente). Os coeficientes de correlação ajustados (r2) variaram de 0,997 a 1,00 demonstrando a força que uma variável possui na determinação da outra, os demonstraram também que a VC bem como a daere anaeróbia danaerdeterminadas por equações específicas que a

VC determinada na relação D-T foi mais alta que a VC determinada através de ajustes ao produto do VO2max.t e a relação C-v para os quatro nados (5% borboleta, 16% costas, 7% peito e 12%

crawl), observando que a relação D-T tende a superestimar a VC ajustada pelo produto do VO2max(Figuras 8 e 9).

cvn+1= αVO 2max/ɑ

cv = (αVO2max/ɑ)1/( n+1)

Figura 7. Equação que representa o ajuste da VC pelo produto do VO2maxcom a velocidade, sendo utilizado para

cada nado (Adaptado de Di PRAMPERO et al. 2008)

Nado S (m.s-1) I(m) SEE S SEE I Ajuste r2 d (m) t (s) St (m)

Borboleta (n= 3) 1,30 15,8 0,05 4,1 0,997 45,7 24,70 32,0 91,4 56,07 72,6 182,9 129,71 168,0 Costas (n= 3) 1,45 8,6 0,03 2,6 0,999 45,7 26,42 38,4 91,4 55,73 81,0 182,9 120,33 174,9 Peito (n= 6) 1,16 11,3 0,02 1,7 1 45,7 30,47 35,2 91,4 68,21 78,9 182,9 148,70 172,0 Crawl (n= 9) 1,53 10,9 0,02 1,2 1 45,7 23,20 35,4 91,4 52,23 79,7 182,9 112,90 172,3

Figura 8. Dados médios referentes a velocidade (S) da relação distância-tempo , intercepto y (CTA) e os valores de ajuste (r2) referentes a distância (d) do teste, tempo (s) e produto da velocidade pelo tempo (St). Os resultados

Nado VO2max(l.min-1) Cversus v VC (m.s-1) d (m) daer(m) danaer(m) Borboleta 4,14 ± 0,09 C= 0,784v1.809 1,24 45,7 5,6 40,1 91,4 26,1 65,3 182,9 104,5 78,4 Costas 4,12 ± 0,75 C= 0,799v1.624 1,25 45,7 7,7 38,0 91,4 27,4 64,0 182,9 87,8 95,2 Peito 4,23 ± 0,57 C= 1,275v0.878 1,08 45,7 10,7 35,0 91,4 40,7 50,7 182,9 120,1 62,8 Crawl 4,41 ± 0,50 C= 0,607v1.614 1,37 45,7 6,4 39,3 91,4 28,8 62,6 182,9 93,8 89,1

Figura 9. Dados médios referentes ao VO2max, Custo (kJ.m-1) versus velocidade (v - m.s-1), VC ajustada, distância

aeróbia (daer) e distância anaeróbia (danaer) nas respectivas distâncias e nados (Adaptado de Di PRAMPERO et al.

2008, p.169)

Através da análise dos dados observou-se que o uso da VC pode ser uma ferramenta útil na avaliação e prescrição do desempenho em diferentes modalidades esportivas como na natação, mas é preciso um pouco de cautela já que são necessários alguns ajustes da determinação da VC nos domínios de intensidade referentes ao VO2max, devendo ajustar-se ao C

específico em cada nado. Verificou-se a necessidade de mais estudos que relacionam a avaliação e controle dos efeitos do treinamento devido a carência de estudos com atletas destas especificidades.

Em estudo recente em nadadores de peito na determinação da VC (TAKAHASHI et al., 2009) foram utilizadas as distâncias de 50 m, 300m e 2.000 m, o qual confirmam a VC representa a mesma velocidade estimada por tiro máximo de 300m (V300) e que ambas refletem a MSSL. Mesmo fazendo uso de estímulos muito longos, o que pode descaracterizar o nado e desempenho final, não realizado observação no estudo e concluindo que a VC mesmo determinada em apenas um estímulo é representativo da capacidade aeróbia e utilizável no controle de treinamento durante a temporada.

verificou-se uma correspondência da VC com a vLAn, verificando a VC através das distâncias de 100, 200, 400, 800 e 1500m realizando todas as combinações possíveis. A vLAn foi determinada através de inspeção visual na qual ocorre um aumento abrupto entre dois pontos considerado o ponto anterior ao aumento como limiar, utilizando protocolo incremental de 5 X 300m a intensidade de -10%, -5%, 0%, +5%, +10% da velocidade média dos 100 metros em desempenho nos 1.500 metros. Entre as combinações de distâncias não houve diferença significativa (p>0,05), apresentando diferença significativas somente entre a VC x vLAn (1,23 ± 0,11 e 1,15 ± 0,10 m.s-1, p<0,05 respectivamente) apresentando as combinações que envolvem distâncias curtas, maiores valores em relação ao de modelo de cinco distâncias. O mesmo fenômeno ocorreu com a [LAC] na VC (3,0 ± 1,0 mMol) versus vLAn (1,9 ± 0,4 mMol), concluindo que a VC é um método protocolo-dependente que pode variar o comportamento de acordo com as distâncias utilizadas (BISHOP, JENKINS, HOWARD, 1998), mas não como instrumento representativo da vLAn em triatletas, corroborando outros estudos, sendo necessário a adequação dos modelos matemáticos da VC que estão relacionados a aspectos da economia de movimento.

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