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A despeito da aparente separatividade das coisas no

cotidiano, das classificações e dicotomias que

estabelecemos intelectualmente, o cosmo é – em última análise – um sistema complexo de relações, uma totalidade única... Somos apenas o fio de uma teia cósmica de infinitas relações.

173 Este diálogo polifônico é composto de múltiplas vozes atemporais, que se fazem presentes das mais diversas formas, entre pesquisa, livros, tese, cartas, histórias de vida, filmes e músicas. Subjetividades polifônicas que explicitam a complexidade humana, ao mesmo tempo em que ilustram a busca pela religação de saberes e pela compreensão de si, do outro e do mundo.

As histórias de vida ocorridas nos mais diversos cenários estão diretamente implicadas com o processo contínuo de reconstrução de uma subjetividade social pertinente. Essa idéia contribui para que se tenha uma compreensão de que os sentidos subjetivos são decorrentes de uma produção social histórica.

A dimensão subjetiva de cada indivíduo, mesmo sob a influência de uma subjetividade social, possui sentidos próprios que podem ser explicitados na expressão plena do sujeito e, desse modo, contribuem para a transformação da subjetividade social.

Há uma interfluência de valores, crenças e atitudes dos grupos com os quais interagimos e isso contribui para construções específicas de visões de mundo, de forma não homogênea entre todos os sujeitos sociais, o que acarreta, nesse universo de inter-relações, o surgimento das dificuldades resultantes do despreparo para vivermos com as diferenças humanas.

174 Há códigos sociais que necessitam ser mantidos para garantir a convivência de seus componentes. Apesar disso, é preciso garantir que nas inter-relações cada integrante seja aceito como legítimo outro, diferente de nós, porque nem todas as relações humanas são sociais porque não operam na aceitação mútua.

Quando não há aceitação e respeito entre pessoas e/ou sociedades caminha-se na direção da separação e da destruição das possibilidades de compreensão, mesmo que as normas de convivência estejam aparentemente sendo cumpridas.

Nessa dinâmica de interfluências, em prol da compreensão, há de se buscar a superação dos desafios intrínsecos à intersubjetividade em um esforço de minimizar as dificuldades que se tem em compreender que as coisas possuem significados distintos para diferentes pessoas e que há uma multiplicidade de sentidos inerente à condição humana. Por isso, a necessidade de um pensar complexo e dialógico.

No ato dialógico, ao falar das coisas de si e do mundo, nos tornamos, ao mesmo tempo, narradores e protagonistas da própria história de vida. Nós não fazemos a narrativa de nossa vida porque nós temos uma história; nós temos uma história porque nós fazemos a narrativa de nossa vida118.

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175 Cada um de nós é um narrador em potencial, capaz de se dizer no mundo, ao modo do filme Narradores de Javé119, onde cada morador do povoado de Javé é um narrador que reconstitui a história perpetuada através da oralidade de sua família, na busca de garantir a existência do lugarejo, ameaçado pela Modernidade: a construção de uma represa que fará o povoado desaparecer em suas águas.

Na película, os diálogos que se estabelecem apresentam o confronto, a recusa de sucumbir ante a Modernidade que desrespeita a diversidade cultural, fragmentos complementares da pluralidade humana.

Com as narrativas orais, a saga do fundador do povoado fica repleta de versões permeadas pela visão pessoal dos moradores, em função do processo de releitura e reconstrução de cada um, apesar do sentido primitivo que mantém um elo entre a tradução e a versão original, como se a história tivesse sido fragmentada em diversas partes complementares.

O carteiro, ‘conhecedor das letras’, que também olha o mundo de um lugar próprio, se vê diante do conflito de escrever a verdadeira história do povoado, ante uma narrativa polifônica. É a diversidade de traduções do mundo que exprime a identidade daquele povo e seu

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176 caráter híbrido120. Como registrar a complexidade das pluralidades em uma versão única e definitiva?

Ao modo do carteiro, vivo o conflito da incompletude e do inacabamento das coisas. Reconheço a impossibilidade de dar conta, nesse metadiálogo, da complexidade das pluralidades e singularidades do humano, presentes nas traduções de si e do mundo que cada narrador expôs no processo dialógico vivenciado.

A escrita de qualquer tema exige momentos de atirar-se no mundo, ler nas pessoas e nas coisas e refletir sobre o que se consegue compreender; noutros momentos, é preciso auscultar-se, em recolhimento porque escrever pode ser um meio usado para compreender a si mesmo.

Na medida em que são registrados e expostos, em papel, as idéias, os sentimentos, os projetos, sonhos e angústias, o exercício de escrever e reescrever patrocina um auto-exame porque a escrita oferece a oportunidade de um ‘acerto de contas’ consigo mesmo, na identificação dos próprios limites e possibilidades.

Um texto contém o esforço e a necessidade de falar para outrem. Falar de idéias, de sentimentos. É conversar com os ausentes que se fazem presentes na comunicação. É o compartilhar do dito, ao modo da relação entre remetente e destinatário, quando cada missivista

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177 cuidadosamente escreveu de si e do que vivenciou durante a realização desse estudo.

As cartas trazem à tona o entrelaçamento de nossos afetos, de nossas vidas, ou seja, da convivência, do diálogo sobre as vidas dos atores desse estudo. Assemelham-se em alguns aspectos e distanciam- se em outros, do modo natural que é a diversidade das histórias de vidas, singulares e plurais, marcadas por diferentes tempos, espaços, vozes e trilhas percorridas.

Ao ler e reler os registros produzidos, principalmente, as cartas e os diálogos revividos, a partir delas, seria impossível usar fragmentos dos textos escritos, deslocando-os do contexto original da narrativa para se tecer alguns comentários sobre os mesmos. Por isso, as cartas encontram-se inseridas, na íntegra (anexo 3), como provocação e convite a(o) leitor(a) para a realização da leitura das missivas.

As histórias de vida que não são compartilhadas não existem para o mundo e, provavelmente, serão apagadas, esquecidas. Cada um de nós tem uma história de vida porque a narramos, porque nos dizemos no mundo.

O filme Escritores da Liberdade121, baseado em fatos reais, ilustra como as histórias de vida narradas podem promover mudanças em um

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178 grupo que as compartilha, apesar das dificuldades psicológicas e socioculturais que seus participantes vivenciam.

A película dá ênfase ao papel da educação como mecanismo de transformações individuais e comunitárias, em um contexto social problemático e violento, com uma turma de adolescentes descriminados e envolvidos com gangues.

Ao perceber os problemas enfrentados pelos adolescentes, a professora desenvolve um projeto de leitura e escrita, sem a concordância da escola, recorrendo a instâncias superiores do sistema de ensino para conseguir por em prática as suas idéias inovadoras.

A educadora entrega cadernos para que seus alunos escrevam diariamente sobre a própria vida, sobre os conflitos íntimos e situações problemáticas com os familiares, amigos ou outras gangues. Nesses diários vão sendo registrados os fragmentos das histórias de vida dos adolescentes.

Os estudantes recebem livros para ler, ao exemplo do Diário de Anne Frank122 para que eles se sintam sujeitos de suas histórias e capazes de registrar sobre a própria vida, percebendo a necessidade de tolerância mútua necessária para que não ocorram mais barbáries, tal como o holocausto.

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Frank, Anne; Frank Otto & Mirjam Pressler. O Diário de Anne Frank. Rio de Janeiro: Record, 1997.

179 A publicação dos diários123 demonstra que o engajamento, a implicação ética e esforços próprios podem superar os entraves da burocracia e resistência a novos paradigmas pedagógicos, a partir da conscientização de que cada ser humano, ao dizer-se no mundo transforma a si e ao que vê do mundo, possibilitando-lhe a autoria de novos dizeres e fazeres.

A história revelada, compartilhada, passa a ter novos significados, tanto para quem narra quanto para quem passa a conhecê-la. No compartilhar de histórias de vida, há uma dimensão coletiva que as constitui; são histórias que superam distanciamentos espaciais e temporais e se entrecruzam, representando caminhos e possibilidades de ser ou de vir a ser.

Qualquer tentativa de reconstrução da experiência vivida nos grupos dialógicos desse estudo sempre deixará escapar detalhes e não dará conta da totalidade do que foi experienciado pelos envolvidos, apesar do esforço em expressar e traduzir a complexidade daquilo que se vivenciou.

Os encontros possibilitaram tornamo-nos personagens uns das histórias de vida dos outros, favorecendo descobertas de si e do outro, fomentando reflexões sobre as próprias trajetórias, revelando-nos

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GRUWELL, Erin. The Freedom Writers Diary. New York, U.S.A.: Doubleday, 1999.

180 autores de uma nova trama que foi tecida pelas nuanças singulares da história de cada um.

O conjunto de vozes e especificidades das trajetórias profissionais dos demais se confronta com a história de vida de cada um, suscitam ecos e reconstituem caminhos, estimulando reflexões, novos diálogos e possibilidades acerca da expansão do próprio universo profissional e pessoal.

Caminhar para si, com o outro, em atividades autoformativas que se organizaram em torno de três grandes eixos124: implicação, reflexão e co-produção de sentidos, como um método do “caminhar para si”, com o outro e para o outro. O entrelaçar de cada eixo contribui no fortalecimento de cada eixo específico.

O movimento de implicação, elemento epistemológico do pensar complexo, surge a partir do momento de adesão de cada participante, do estabelecimento do contrato mútuo e da disponibilidade íntima para as evocações dos registros mnemônicos tanto da trajetória profissional quanto das situações marcantes dessa trajetória.

A reflexão permeia todo o processo de “caminhar para si”, desde o momento da escolha de participação, no envolvimento com a escuta do outro, com a produção da fala autêntica, com a troca de saberes ou com a construção do projeto de vida e seu vir a ser.

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181 O exercício reflexivo possibilita a co-produção de novos sentidos para o ser e o fazer profissional, para a busca de maior coerência entre o que se quer ser e o que se está sendo, no exercício de uma autonomia que liberta e produz escolhas na direção de uma suposta felicidade.

A escolha profissional, por exemplo, se dá, muitas vezes, em um momento de imaturidade, inexperiência e falta de informação, quando o jovem segue as orientações familiares, podendo, ou não, descobrir mais tarde o equívoco de suas escolhas.

A escrita autobiográfica possibilita uma reflexão compartilhada a partir do nível de profundidade que aquele que narra consegue aprofundar, em função da própria autopercepção e, sobretudo, do ambiente de acolhimento e confiança que se instaura no grupo; do não julgamento, da não rotulação do que é certo ou errado, bom ou ruim.

O desenvolvimento do trabalho foi prazeroso na ausência de grandes expectativas idealizadas, mas na neofilia ante o que viria a ser o desenrolar das coisas porque o projeto grupal foi construído em vínculos de confiança entre os envolvidos.

O respeito mútuo ante as especificidades alheias permitiram o despojar das próprias imaturidades, identificadas nas profundezas das reflexões e compartilhadas na liberdade e confiança de dialogar sobre si e as coisas do mundo.

182 É apropriado manter a distinção clara entre os procedimentos utilizados na pesquisa autobiográfica e um procedimento de desenvolvimento pessoal ou psicoterapia125, apesar de que os seus resultados possam ser considerados terapêuticos.

A intenção do trabalho coletivo de compartilhamento dos relatos orais e escritos é previamente explicitada, ou seja, a produção das histórias de vida compõe o projeto autoformativo e heteroformativo reconhecido por todos os participantes, no qual a narrativa abre espaço para a reflexão sobre si e sobre os outros em relação às trajetórias profissionais.

O projeto de si implicado no trabalho biográfico é desenvolvido no âmbito da socialização dos relatos de vida, em um exercício de inteligibilidade compartilhada, no qual se dispõe da experiência e da competência biográfica que permitem compreender o outro e que me permitem compreender-me por meio do outro126.

O exercício dialógico necessita desse ambiente de um pensar complexo para que ele possa fluir, expandindo a capacidade reflexiva do grupo e o levantamento de estratégias pessoais e coletivas para projetar, com tranqüilidade íntima, as transformações de vida, fruto das transformações da forma de ver e sentir a si, aos outros e ao mundo.

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Delory-Momberger (2006),

183 O trabalho desenvolvido com os grupos nos dois centros escolares foi uma experiência positiva sendo possível surpreender-nos com a capacidade de reflexão, interação e transformação que possuímos. Foi como despertar potencialidades adormecidas, lembrar uns aos outros quem nós somos e compartilhar quem desejamos ser, nos conscientizando do esforço necessário às mudanças desejadas.

Estar junto, dialogando sobre as coisas, falando de si, oportunizou o autoconhecimento, a percepção de uma possível grupalidade sadia e entendimento de perspectivas individuais e coletivas, sonhos semelhantes e distintos, diferenças que nos tornam iguais quando nos identificamos como pessoas com limitações, defeitos, virtudes etc., mas acima de tudo com imenso desejo de tornar o mundo melhor.

O trabalho introspectivo da evocação, rememoração de si, precede o momento de socialização da própria história de vida, com seus momentos marcantes permeados de valores, valorações e sentimentos que nortearam as escolhas pretéritas.

Essas rememorações não são sempre fáceis de serem compartilhados por causa do reviver de grandes emoções. É o entrelaçamento entre a vida pessoal e profissional que nos surpreende à medida que nos ajuda a exorcizar os fantasmas do passado.

184 O processo de elaboração da narrativa de história de vida se inicia quando o narrador ocupa o espaço do personagem central que experimenta a própria história127. Começa a partir do trabalho de reflexão e análise sobre aquele e aquilo que foi narrado.

Esse trabalho remete a uma leitura hermenêutica que vai configurando o vivido, na medida em que reconhece o mundo manifestado na narrativa. E a análise dessa narrativa escrita possibilita ao narrador identificar acontecimentos significativos que compõem as referências concretas e subjetivas da sua trajetória profissional.

O acontecimento traz em si os sentidos, valores, sentimentos e argumentos que compunham a ‘sabedoria de vida’ daquele que narra o tempo pretérito, porém, re-significado no tempo presente, com a sua maturidade atual, possibilitando uma maior compreensão de si e do outro.

Um dos aspectos em comum para alguns participantes é a evocação da trajetória profissional a partir da infância e do início de vida escolar, período lúdico em que se inseria o ‘brincar de escola’, com encenações que repetiam a percepção que eles tinham de sua vida escolar. Momentos lúdicos nos quais nascia em mim um desejo maior de ser professora.

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185 A influência intergeracional, dos professores, dos pais, avós, familiares ou amigos da família se fazem presentes nos relatos, com destaque para a presença materna na autobiografia. É o influir de mães, tias ou avós ao modo de um ‘espelho’ na elaboração do feminino em si e no exercício da profissão. É um vínculo que remete a gênese de como nos tornamos mulheres, de como fomos educadas, de quais valores fomos ensinadas a reconhecer como aceitáveis128.

Não é apenas a presença feminina que influencia a escolha profissional. Há nos relatos, uma história singela de um avô de uma professora que despertou nas gerações seguintes o interesse e gosto pela educação.

Diferente das pessoas de sua idade, ele trabalhava o dia inteiro no roçado e, à noite, alfabetizava os homens que trabalhavam com ele. O avô dizia que sem conhecimento não se chegava a canto nenhum e esse conhecimento vem também e principalmente dos livros. Mesmo que você não mude de profissão, mas você tem a mente mais aberta e quem sabe será mais feliz, realizado.

Toda história de vida possui momentos tristes e felizes porque a vida não é linear, tampouco previsível. Lidamos com as incertezas e com as mudanças o tempo todo. É a partir dessa autoconscientização

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186 de uma trajetória profissional rica de experiências tristes ou alegres, que vamos poder pensar no futuro e reconstruir a própria vida.

As atividades humanas têm em suas implicações um horizonte repleto de possibilidades distintas que podem conduzir a vida de diferentes formas. A nossa implicação no real e a nossa orientação para o futuro podem compor um projeto de si, que não se constitui em algo pronto, consciente e fixo.

O projeto de si representa uma direção, um vislumbre motivador, uma orientação em direção ao futuro, constitutiva do ser129. Ele vai se constituindo de realizações concretas, porém, transitórias que não atingem uma completude, mas que necessitam de mediações que vão delineando um lugar spatio-temporal.

A realização de um projeto de si é algo palpável e isso foi um fato constatado antes da conclusão deste trabalho. À medida que os encontros ocorriam, alguns participantes desenvolveram ações concretas que direcionaram as mudanças as quais eles se propunham.

Essas mudanças foram o resultado das reflexões e conscientização das impossibilidades (física, emocional ou mental) de dar continuidade ao modo de atuação que vinha sendo desenvolvido no próprio trabalho, pelo nível de insatisfação pessoal e profissional.

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187 A criação e a implementação de estratégias para qualquer tarefa a ser executada necessita de investimento material e afetivo. A motivação e o desejo para a manutenção e fortalecimento dos vínculos existentes dependem do tipo de resposta que se recebe da escola, dos pares, da sociedade e se não correspondem às expectativas satisfatórias acabam enfraquecendo-se até a ruptura definitiva.

Nem sempre é confortável descobrir que o trabalho que está sendo realizado não tem relação com as suas necessidades e interesses, ou seja, o trabalho docente não corresponde às representações que o professor tem e nem está sendo suficiente para concretizar o seu projeto de futuro.

A não correspondência entre o real e o idealizado e entre o real e o projetado dificultam a produção de vontade e esforço para manter os vínculos existentes. À medida que a percepção da não correspondência se amplia, o enfraquecimento dos vínculos com a instituição e com o trabalho aumenta. É um processo cumulativo que, ao desenvolver-se, gera diferentes tipos de abandono antes do abandono definitivo.

A narrativa das histórias de vida funciona, muitas vezes, como uma forma de fazer um balanço prospectivo, uma avaliação de si, um reconhecimento no passado de orientações para o futuro. Um mundo de possibilidades se abre porque a história de cada um não está fechada

188 em si e, por isso, há espaço para o devir, para as infinitas possibilidades do ser humano.

Preparar o próprio projeto de vida é um exercício que todos nós deveríamos fazer. Pensar e escrever para si com clareza suas metas, objetivos e desejos. As coisas que são tão importantes para nós, não devem ficar apenas no campo das idéias. Pensar minha trajetória e fazer o projeto de vida me fez refletir sobre o elo que une o ontem, o hoje e o amanhã; lembrou-me que, quando não o perdemos de vista sempre saberemos quem somos.

Ao terminar a produção escrita a partir da narrativa oral, na qual cada narrador transcreveu, subtraiu, adicionou ou transformou o que disse, iniciou-se o momento delicado de leitura e compreensão, tanto do próprio processo de formação quanto o dos demais participantes de seu grupo dialógico.

Vivenciamos um exercício hermenêutico de intercâmbio de subjetividades que revelaram a polissemia das experiências vivenciadas, produzindo novos significados sobre o que somos.

Isso foi possível, a partir da ‘entrega de si’, implicação pela confiança mútua estabelecida entre os participantes do grupo, principalmente pelo apoio da gestão e coordenação, fundamentais para o desenvolvimento do projeto.

189 Na intenção de caminhar para si, o trabalho biográfico sobre o passado é um processo que só termina no fim da vida, e nesse ínterim, traz em si o potencial de mudanças de: direção, valores, significação, saber viver consigo, com os outros e com o meio. Para tanto, há um investimento afetivo e intelectual de cada participante em seu projeto autoformativo e de conhecimento, condição imprescindível para a viabilidade do mesmo.

A reflexão sobre as próprias atitudes e a forma de vida pessoal e profissional, permitiu aos participantes perceberem-se reaprendendo a respeitar os seus limites e procurar viver com melhor qualidade de vida,

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