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3 MÉTODOS 3.1 Amostra

3.5 Desenvolvimento dos instrumentos/equipamentos necessários para a avaliação de parâmetros aeróbios em canoagem slalom de modo atado.

3.5.2 Diâmetros e espessuras do cabo elástico (tubo de látex)

A escolha do cabo elástico a ser utilizado se deu por tentativas e erros e envolveu vários testes preliminares. Existem vários tipos de tubos de látex comerciais que são classificados por seu diâmetro e espessura das paredes, sendo a resistência proporcional a esses parâmetros. Assim, foram selecionados para os testes de FCRIT exaustiva e MFEL o cabo elástico da marca Altaflex (São Paulo, Brasil) com diâmetro de 10 mm e espessura de 3 mm (Figura 7A), que permitiu incrementos de cargas adequados aos testes.

Após a seleção do tubo para os testes de FCRIT exaustiva e MFEL, realizamos um teste de alongamento no tubo 10x3mm para verificar a existência de linearidade entre a distância alongada e a resistência oferecida. O teste consistiu em alongar o tubo por 10 m de maneira progressiva, registrando a força aplicada a cada metro de alongamento para verificar se a relação entre aumento de alongamento e aumento de força são lineares. O resultado está demonstrado na Figura 7B, revelando a linearidade entre alongamento e força aplicada em uma taxa média de aumento de 8,4 ± 1,3 N a cada metro alongado.

Figura 7A. Cabo elástico utilizado para os testes atados de Fcrit e MFEL. 7B.

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Dois outros importantes aspectos pontuados ao longo do estudo piloto foram o controle/manutenção da intensidade de exercício em testes atados, bem como critérios de exaustão a serem adotados nos procedimentos que dependiam essencialmente desse ponto.

No estudo piloto as intensidades de remada para todos os testes atados (força crítica e MFEL) foram controladas por meio de cones dispostos juntamente a borda da piscina a cada 0,5 metros, começando a partir de 2 metros (Figura 8), sendo que os atletas foram orientados a permanecerem com o corpo no mesmo alinhamento dos cones da borda da piscina durante a realização de cada esforço. Para isso, um remo foi utilizado, sendo o atleta instruído à manter sua cabeça alinhada ao cone + remo (Figura 9).

Figura 8. Representação esquemática da disposição dos cones na borda da piscina

para o monitoramento da intensidade.

Na tentativa de propiciar um rápido feed back ao atleta, um observador/avaliador provia instruções verbais durante todo o teste, orientando-o sobre sua posição em relação ao cone. Todas essas estratégias também subsidiaram a aplicação dos critérios de exaustão no estudo piloto, sendo esses considerados a não permanência do avaliado no referencial adequado por mais de 10s na linha do limite inferior estabelecido para a intensidade (Figuras 9A e 9B) ou exaustão voluntária.

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Figura 9A. Modelo referencial para o atleta controlar a intensidade e para o observador,

na borda da piscina, aplicar os critérios de exaustão. 9B. Referencial para o observador aplicar critério de exaustão.

Por acreditarmos no sucesso dessas tentativas, para as coletas de dados oficiais, o aparato inserido na borda lateral da piscina foi composto por um cone e uma haste, confeccionada em tubo de PVC (Figura 10B)

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Figura 10A. Estratégia utilizada para controle da intensidade de esforço. 10B. Aparato

confeccionado em tubo PVC, atrelado a um cone, sinalizando o local onde o atleta deveria se manter durante a intensidade de esforço imposta.

Entretanto, após os testes piloto, identificamos algumas limitações desses critérios, sendo os principais: i) dificuldade dos atletas em olhar lateralmente para os cones por estarem concentrados nas remadas e ii) subjetividade do observador/avaliador em estabelecer os limites de intensidade visualmente.

Dessa forma, para tentar eliminar essas limitações e estabelecer critérios mais confiáveis e sensíveis, desenvolvemos um sistema fotoelétrico com dispositivo sonoro para auxiliar os atletas na manutenção da intensidade, estabelecendo, com precisão, as

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zonas de intensidade previamente definidas. Após confecção desse aparato, foi possível eliminarmos as duas principais limitações acima destacadas.

O sistema é composto por um sensor fotoelétrico, uma buzina e uma placa reflexiva de 30 cm de largura (Figura 11). O sensor fotoelétrico emite um feixe de luz que, ao tocar na placa, retorna para o mesmo ponto de emissão não disparando a buzina. Por outro lado, quando o feixe de luz não toca na placa e não o reflete para o mesmo ponto de emissão, a buzina é então acionada. Dessa maneira, quando o sinal sonoro é ativado, o atleta recebe a informação imediata indicando que está fora da sua zona de intensidade (acima ou abaixo). Durante as avaliações, nos momentos em que o sinal sonoro era disparado, os atletas sabiam se estavam abaixo ou acima da intensidade estabelecida e rapidamente ajustavam a remada. Quando o mesmo não tentava um reajuste, o observador auxiliava verbalmente, pedindo para o atleta "subir" ou "descer" o barco em relação ao cone de marcação.

Para todas as intensidades foi estabelecido um range de variação da intensidade, que é a distância que o atleta poderia variar com o caiaque, abaixo e acima da marcação dos cones. O range de variação adotado nas avaliações foi 15 cm para cima ou para baixo, o que representou, em termos de força, aproximadamente 1,5 N (Figura 11). Quando essa variação era maior, a buzina era ativada pelo sistema fotoelétrico.

Como critério de exaustão foi estabelecido a permanência de 10 s abaixo da zona de intensidade estabelecida por duas vezes consecutivas ou três vezes de não consecutiva e exaustão voluntária do atleta. Entretanto, toda vez que o atleta ficava fora da zona de intensidade, além do alerta sonoro, simultaneamente o observador estimulava verbalmente o atleta a retornar à intensidade correta.

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Figura 11. Sistema para o controle de intensidade e critério de exaustão, composto por

uma placa reflexiva, sensor fotoelétrico aplicado ao barco e uma buzina para emissão de sinais sonoros.

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Figura 12. Sistema de controle de intensidade e critério de exaustão em uso.

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