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Diagnóstico diferencial das taquicardias de QRS estreito

No documento Artigos Volume - ABC Cardiol (páginas 167-170)

Cardioversão e Marca-Passo Transcutâneo

D) Diagnóstico diferencial das taquicardias de QRS estreito

A MSC e a adenosina podem produzir quatro resultados em pacientes com taquicardia de QRS estreito (Figura 5.12): • Diminuição da atividade do nó sinusal, causando redução

transitória da atividade atrial (pacientes com taquicardia Quadro 5.9 – Orientação para o tratamento farmacológico das

bradicardias

Recomendação RecomendaçãoClasse de EvidênciaNível de

Atropina IIa B

Marca-passo transcutâneo IIa B

Adrenalina e dopamina IIb B

Atualização

Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019

Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663

sinusal). Nestes casos, a onda P fica evidente no traçado eletrocardiográfico, e o retorno da FC aos níveis basais sugere ser esta decorrente de resposta fisiológica. • O atraso da condução pelo nó atrioventricular pode levar a

um bloqueio atrioventricular, podendo revelar a atividade atrial (TA e flutter) não sinusal.

• Término da taquicardia por interrupção do circuito de reentrada, nas taquicardias dependentes do nó atrioventricular (TRN e TRAV).

• Ausência de resposta.

O diagnóstico diferencial das taquiarritmias de QRS estreito deve ser de forma mandatória e feito com registro de ECG de 12 derivações e tira de ritmo longa. Algoritmos que levam em consideração os dados eletrocardiográficos de regularidade do intervalo RR, presença ou ausência de onda P, frequência atrial, morfologia de atividade atrial, intervalo RP e relação atrioventrículo auxiliam no diagnóstico da taquiarritmia. Para o clínico emergencista, a conduta clínica independe do diagnóstico preciso, mas o registro eletrocardiográfico de 12 derivações obtido previamente Quadro 5.10 – Indicações, doses e efeitos colaterais (EC) dos fármacos com ação nas arritmias

Medicação Quando Como EC

Adenosina TSV estável (efeito diagnósitco)

6 mg, IV, em bólus rápido Caso não haja resposta, repetir 12 mg Cada dose deve ser seguida de 20 mL de solução salina

EV rápido e elevado o membro por 10-20 segundos

Rubor facial, tosse, dispneia, broncoespasmo Evitar em pacientes com asma Não é eficaz nos pacientes em uso de

metilxantinas

Se acesso central, realizar metade da dose Bloqueadores de

canal de cálcio

TSV estável com função ventricular preservada, para

controle de frequência

Verapamil – 2,5-5 mg IV lento. Podem-se repetir 5-10mg após 15 a 30 minutos da primeira dose até total de 20 mg Diltiazem – 0,25 mg/kg IV em 2 minutos. Pode-se repetir

0,35 mg/kg após 15 minutos da primeira dose

Bradicardia

Contraindicações: graus avançados de BAV, IC, choque cardiogênico, hipotensão arterial Betabloqueadores

TSV estável com função ventricular preservada e DPOC compensada, para controle de frequência

Metoprolol 5 mg IV lento até 15 mg Propranolol 1mg IV a cada 5 min até 5 mg

Bradicardia

Contraindicações: graus avançados de BAV, IC, choque cardiogênico, hipotensão arterial Pode precipitar/agravar broncoespasmo

Amiodarona

TSV, FA/ flutter para controle de frequência em

disfunção ventricular/IC descompensada TV monomórfica estável

FV/TVSP

Dose de ataque (exceto PCR) 150 mg em 100 mL em 10-20 minutos, podendo ser

repetido a cada 10-20 minutos

Manutenção 1 mg/minuto nas primeiras 6 horas e 0,5 mg/ minuto nas 18 horas consecutivas

Dose máxima diária: 2,2 g

Dose na PCR: primeira dose 300 mg em bólus, segunda dose 150 mg em bólus

Hipotensão arterial Bradicardia

Diminui metabolismo da digoxina e da varfarina Efeito aditivo com outras medicações que

prolongam QT

Digital TSV, FA/flutter para controle de frequência Lanatosídeo C 0,8 a 1,6 mg em até 4 doses fracionadas

Toxicidade: graus variados de BAV e bradicardia Interações medicamentosas: quinidina,

antagonista do cálcio, amiodarona, espironolactona, eritromicina, tetraciclina

Monitorar intervalo QT Procainamida Reversão de FA e flutterTSV estável

Controle de FC no WPW

Ataque 20 mg/minuto até resolução da arritmia, hipotensão, alargamento do QRS > 50% do basal ou

dose máxima de 17 mg/kg Manutenção 1 a 4 mg/minuto

Contraindicações: lúpus eritematoso sistêmico, QT longo e reação de hipersensibilidade a

procaínas Proprafenona Reversão de FA flutter atrialControlar FC e reversão de

FA no WPW

450 a 600 mg VO Primeiro uso sempre intra-hospitalar

Contraindicações: IC, doença do nó sinusal, bradicardia grave, BAV, DPOC, hipotensão,

choque cardiogênico Sotalol Controlar FC e reversão de TSV estável

FA no WPW 1 a 1,5 mg/kg EV lento a no máximo 10 mg/minuto

Contraindicações: asma, bradicardia, BAV de grau avançado, síndrome do QT longo, choque

cardiogênico, ICC

Pacientes com hipocalemia ou hipomagnesemia –predisposição à TV polimórfica Lidocaína TV monomórfica estávelFV/TVSP

1 a 1,5 mg/kg em bólus. Manutenção de 1-4 mg/minuto Primeira dose 1-1,5 mg/kg em bólus Segunda dose – 0,5-0,75 mg/kg em bólus. Dose máxima

de 3 mg/kg

Efeito pró-arrítmico descrito TSV: taquicardia supraventricular; IV: via intravenosa; EV: via endovenosa; BAV: bloqueio atrioventricular; IC: insufuciência cardíaca; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; TSV: taquicardia supraventricular; FA: fibrilação atrial; TV: taquivardia ventricular; TVSP: taquicardia ventricular sem pulso; PCR: parada cardiorrespiratória; WPW: síndrome de Wolff-Parkinson-White; VO: via oral; ICC: insuficiência cardíaca congestiva.

Atualização

Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019

Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663 pode auxiliar o cardiologista a programar as investigações e

tratamento posterior.

A taquicardia de QRS estreito e regular mais frequente é a TRN, respondendo por mais de 50% dos casos. Após, temos a TRAV347 e a TA.348

A FA e o flutter atrial situam-se em um grupo de maior risco para eventos cardioembólicos, tendo suas abordagens baseadas em horas do início da arritmia, tratamento antitrombótico prévio e decisão entre reversão do ritmo e controle de frequência.349

Figura 5.11 – Algoritmo para a abordagem das taquiarritmias supraventriculares regulares. ECG: eletrocardiograma; SatO2: saturaçãoo de oxigênio; HA: hipertensão arterial; BCC: bloqueador dos canias de cálcio; IC: insuficiência cardíaca; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica.

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Arq Bras Cardiol. 2019; 113(3):449-663

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