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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.4 DIAGNÓSTICO FINAL

Em relação ao Tecido Adiposo, todos compreenderam que alimentação e atividade física são os melhores meios de acelerar o metabolismo para evitar o acúmulo de gordura no corpo e como forma de driblar a hereditariedade quanto à obesidade.

 Em relação ao tecido muscular, nenhum deles assimilou a diferenciação entre os movimentos exercidos pelas fibras musculares. Contudo, compreenderam que a hipertrofia muscular acontece de forma saudável e natural quando há atividade física aliada a uma alimentação equilibrada ou dieta programada para o desenvolvimento dos músculos. Portanto, a média de aprendizagem nesse tecido é de 50%, em relação ao conhecimento empírico houve melhoria de 30%.

A informação biológica, pode não ter sido apreendida devido ao fato de o cérebro humano memorizar aquilo que é mais significativo a ele. Como o intuito era ressignificar ao invés de decorar ou fazer repetições vãs, estudou-se as informações técnicas e práticas do tecido muscular, mas eles se atentaram Figura 16 - Porcentagem de acertos e erros em cada Questionário Final da turma 1ªET 01 (Experimental) da EEEFM Bartouvino Costa, Linhares-ES.

para o conhecimento que poderia auxiliá-los a obter o corpo desejado ou então mantê-lo. O cérebro só memoriza informações que ele julga ser úteis no futuro, ou que foram repetidas várias vezes de forma diferenciada (não decoreba) em determinado período de tempo (BLAKEMORE; FRITH, 2009; CORRÊA, 2010; CARVALHO; HENNEMANN, 2012; DORNELES, 2012).

 Quanto ao Tecido Conjuntivo Cartilaginoso, 37% confundiram e afirmaram que a “moleira” era cartilagem, ao invés de reconhecer que eram ossos em formação. Percebe-se que as informações de senso comum, arraigaram-se na memória durável deles, pois mesmo estudando a ossificação intramembranosa e a ossificação endocondral, ainda restaram dúvidas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004; GARTNER; HIATT, 2007). Mesmo assim, nesse tecido houve uma melhoria de 35% em relação ao senso comum deles.

Quando acreditamos veemente em uma informação transmitida para uma pessoa ao qual consideramos sábia (pai, mãe, avós, tios, irmão, professor etc.), essa informação tende a ser fixada na memória durável. Quando se descobre outra versão, ela pode ser ressignificada, comparada: “pensava que

era assim e é assado”; ou ainda não assimilada, mas não consolidada,

causando confusão no indivíduo: “será que é isso ou aquilo?” (FIORI, 2008). O mesmo vale para superstições. Quando criança acredita-se que comer manga e beber leite faz mal. Ao crescer e ler que isso é mito, a pessoa acredita, mas continua evitando a mistura, e se a faz, sente receio do que poderá acontecer posteriormente. Se, por ventura, ocorrer distúrbio intestinal por outro motivo (psicológico ou não), a pessoa volta a acreditar em seu velho conhecimento empírico. A primeira informação fica armazenada no inconsciente e pode emergir para a consciência a qualquer momento, mesmo depois do indivíduo já ter conhecido o real motivo, confundindo-a (FREUD, 1901).

 No Tecido Nervoso houve 83% de acertos, ou seja, poucos estudantes teve alguma dificuldade de assimilação ou compreensão deste conteúdo. No tecido nervoso houve uma melhoria de 54% em relação ao senso comum deles. Quanto aos que erraram a razão para isso

pode ser muitas variáveis, dentre elas sua complexidade anatômica e fisiológica; ter sido o último conteúdo estudado e a contextualização atribuída (drogas) - assunto polêmico, que intimida os usuários e simpatizantes desses compostos.

Segundo Freud (1917), o ego tenta recriar a realidade para não sofrer repreensões do superego e, ao mesmo tempo, não quer deixar de viver o prazer e desapontar o id (inconsciente). Dessa forma, o fumante sabe que o cigarro faz mal à saúde, entretanto alivia sua consciência (ego) afirmando que para quando quiser, ou que a ele não faz mal, ou ainda, desvaloriza a vida ao afirmar que vai morrer mesmo ou mais cedo ou mais tarde. Essas falas amenizam as punições que o indivíduo (superego) faz a ele mesmo. Assim também é com os demais compostos que podem causar dependência química. Ao analisar a primeira pergunta discursiva, percebe-se que mais de 90% dos alunos gostaram da aplicação das aulas diferenciadas, com destaque para àquelas com experimentação e ludicidade (Tabela 1).

Tabela 1: Respostas da turma1ª Et01 à pergunta “Das aulas de Histologia que você participou, descreva a que você mais gostou. Por quê?”

Opinião dos alunos Respostas Porcentual

Todas as aulas foram Interessantes.

“Bom particularmente conhecer como são formados as células e os tecidos e no que eles agem é interessante e diferente para nós porque

nunca estudamos então tudo foi importante e interessante”.

16%

Aula de tecido adiposo na

Quadra poli esportiva

“O dia dos balões de água, porque foi uma aula divertida e ao mesmo tempo eu aprendi muito”

16%

Vídeos engraçados

“Das partes em que ela (professora) colocava um vídeo engraçado ou música de fundo. Isso ajudou

muito a gravar as coisas mais rápido”

16%

Aula de tecido nervoso com Estímulos Táteis –

“A aula que tivemos que descobrir o que existia em três recipientes. Porque eu pude compreender

que sou capaz de reconhecer as coisas sem ver. Muito bom”

16%

Aula de tecido epitelial com vídeo aula do Prof.

Jubilut

“Gostei do tecido Epitelial, pois explicou como a pele é constituída”

8 %

Aula do tecido ósseo

com experimentação

“A experiência dos ossos foi muito interessante, saber qual é a mudança dos ossos ao entrar em contato com o vinagre, a coca cola e a água, me surpreendi muito ao saber que o vinagre deixa o

osso mais emborrachado”

20%

O uso de vídeos engraçados (técnica baseada nas Neurociências) (FREUD, 1901; GUERRA, 2010; IZQUIERDO, 2011), auxiliou a lembrar da explicação dos conteúdos, uma vez que o aluno relacionou o vídeo à matéria e toda vez que revia o vídeo em outros momentos, recordava-se do ocorrido na aula de Biologia. A atividade lúdica de tecido adiposo causou espanto nos alunos ao descobrirem as consequências que esse tecido pode proporcionar ao organismo se estiver em excesso. Demonstraram compreender que a dieta esta intimamente relacionada à qualidade de vida e que para manter um corpo saudável é fundamental aliar alimentação natural à exercícios físicos.

Ao considerar o que eles aprenderam, nota-se que mais de 84% dos estudantes apreenderam informações importantes sobre os tecidos e a fisiologia básica do organismo, com ênfase para o gosto de estudar sobre o corpo humano (Tabela 2).

Dos alunos entrevistados, metade deles gostou de conhecer a estrutura microscópica do organismo, as células e tecidos, muitos escreveram que o corpo é interessante e fantástico (Tabela 2). A compreensão do micro é muito importante para se compreender o macro, ou seja, o organismo (BARROS, JÚNIOR e BITENCOURT, 2011).

Tabela 2: Respostas da turma 1ªEt01 à pergunta “Descreva algo que você aprendeu nas aulas de HISTOLOGIA e se foi importante para você”

Opinião dos alunos Respostas Porcentual

Aprendi muitas coisas interessantes sobre o

corpo

“Que nossa alimentação reflete na nossa qualidade de vida que evitar substâncias e alimentações ricos em gorduras melhoram nossos condicionamentos físicos entre outros.”

50%

TECIDO MUSCULAR

“Sobre os efeitos que os anabolizantes e as drogas fazem no organismo, foi importante para

mim [sic] ter essa noção.”

“Tudo para mim foi muito interessante, pois eu nunca imaginei que o corpo humano era tão

fantástico.”

10%

Aprendi muitas coisas interessantes sobre

TECIDO NERVOSO

“A função do tecido nervoso que são: Receber os estímulos externos e internos; transformar os estímulos recebidos em impulsos nervosos e etc.”

8%

Aprendi muitas coisas interessantes sobre

TECIDO CARTILAGINOSO

“Aprendi coisas muito interessantes. Ex: eu não sabia o que era cartilagem e hoje um pouco mais

eu sei.”

8%

Em relação ao que não gostou das aulas, a maioria, (75%) dos alunos demonstraram gostar de todas as aulas; 17% disseram que não gostaram das atividades de tecido epitelial e sanguíneo, devido à dificuldade de classificar os tipos epiteliais, de diferenciar os elementos do sangue e suas respectivas funções. 8% não quiseram responder, (Tabela 3).

Tabela 3: Respostas da turma 1ª Et01 à pergunta “Das aulas de HISTOLOGIA que você participou, descreva a que você menos gostou. Por quê?”

Opinião dos alunos Respostas Porcentual

NÃO HOUVE,

GOSTEI DE TODAS AS AULAS

“Gostei muito de todas, sem exceção, todas foram muito ricas em conhecimento.”

75%

TECIDO EPITELIAL “Das aulas do tecido epitelial, por que não me dei bem com a matéria.” 8% TECIDO SANGUÍNEO “Tecido sanguíneo, pois não entendi muito

sobre a matéria.”

9%

NÃO RESPONDEU 8%

De modo geral, é possível concluir que as técnicas utilizadas de neurociências, ludicidade e andragogia muito colaboraram para a compreensão e apreensão dos conteúdos ministrados, revelando os benéficos que essa pesquisa proporcionou a esses alunos.

5.5 RESSIGNIFICAÇÃO DO SENSO COMUM DA 1ª ETAPA 01 (TURMA