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A caracterização do território, efectuada nas suas principais dimensões e suportada nos múltiplos estudos e planos existentes e no trabalho de campo, e a consulta aos municípios e às diversas entidades constituem o suporte ao diagnóstico-síntese deste Relatório. Este capítulo pretende, assim, sistematizar e evidenciar as principais potencialidades e debilidades identificadas (análise

interna

valores inerentes ao território) e apontar oportunidades e ameaças que condicionam ou

Este diagnóstico-síntese constitui, deste modo, o “ponto de partida” para tecer a estratégia a integrar neste Plano de Intervenção.

2.4.1 POTENCIALIDADES E DEBILIDADES

Por questões de sistematização da informação, decorrente da análise efectuada nos pontos anteriores, optou-se por apresentar as potencialidades/debilidades identificadas neste território em formato de tabela relacional. Isto é as potencialidades identificadas em determinado domínio têm ou poderão ter associadas algumas debilidades. Esta opção de apresentação da informação permite uma leitura mais abrangente das características endógenas (positivas e negativas) do território em análise.

P O T E NC I A L I D A D E S D E B I L I D A D E S

Riqueza e diversidade de património:

> natural (rios e zonas ribeirinhas, serras e vales); > construído (religioso, militar e vernacular); > cultural (folclore, festas e romarias, artesanato). Existência de recursos variados e iniciativas consolidadas de animação e lazer: desportos aquáticos e de montanha, percursos de natureza, rotas temáticas, entre outros.

Existência de alguma oferta hoteleira de qualidade. Atracção de visitantes oriundos de Espanha.

Frágil articulação e promoção da oferta turística do Vale do Minho a nível nacional e internacional; PENT não destaca o Minho como pólo turístico nacional.

Equipamentos de sensibilização ambiental (Corno do Bico, Porta de Melgaço, Aquamuseu, Centro de interpretação da ecopista em Valença).

Fraca divulgação e reconhecimento dos valores naturais e patrimoniais existentes.

Oferta de produtos endógenos de reconhecida qualidade (p. ex. vinho verde (Alvarinho), cabrito, mel, fumeiro).

Deficiente promoção dos vinhos verdes e outros produtos locais.

Deficiente cobertura do território por

infra-estruturas de saneamento básico, o que conduz à existência de alguns focos de poluição.

Recursos hídricos de qualidade razoável, apresentando uma vegetação ripícola em bom

estado de conservação nas suas margens. Reduzida oferta de praias fluviais de qualidade e

com infra-estruturas adequadas.

Grandes variações de caudal no rio Minho. Atractividade da zona ribeirinha para diversos

investimentos (golfe, estruturas de apoio e lazer, remo).

Fraco aproveitamento de espaços de recreio e lazer em zonas naturais junto às linhas de água.

P O T E NC I A L I D A D E S D E B I L I D A D E S

Proximidade dos principais núcleos urbanos a rios. Núcleos urbanos pouco articulados com as zonas

ribeirinhas. Singularidade dos centros históricos (inseridos em

fortificações em bom estado de conservação). Despovoamento dos centros históricos.

Aptidão agrícola/florestal dos solos junto aos cursos de água.

Decréscimo populacional, sobretudo nas zonas rurais, acompanhado de um acentuado envelhecimento e abandono da actividade agrícola.

Baixa qualificação da população com reflexos na capacidade de inovação (designadamente ao nível do comércio, indústria, restauração e hotelaria). Dinamismo do sector industrial/empresarial da região. Actividades dependentes de mão-de-obra barata e

pouco qualificada (principalmente na indústria), sendo ainda factor de atracção de investimentos espanhóis.

Reconhecimento do comércio tradicional de Valença ao nível transfronteiriço.

Frágeis condições de competitividade do comércio tradicional face à concorrência de grandes/médias superfícies dos dois lados da fronteira.

Boas acessibilidades externas (rede rodoviária superior favorável e proximidade a aeroportos internacionais).

Défices na rede de acessibilidades inter e intra-concelhos.

Existência de recursos termais a potenciar e com manifestações de potenciais investimentos.

Forte dependência do emprego nas entidades de serviço público (particularmente nas autarquias).

2.4.2. OPORTUNIDADES E AMEAÇAS

As oportunidades/ameaças dependem, essencialmente, de factores externos ao território (aspectos de carácter institucional, opções estratégicas de âmbito nacional e factores naturais dificilmente controláveis) que poderão potenciar as características endógenas do território (oportunidades), ou contribuir para a desagregação e degradação dos valores existentes (ameaças). O seu conhecimento permite uma melhor leitura das influências internas e externas ao desenvolvimento do território do Vale do Minho.

Oportunidades

> QREN para o período de 2007-2013 privilegia intervenções integradas;

> Relevância do espaço supramunicipal como referencial de concepção, implementação

e gestão de projectos e de territorialização das políticas públicas;

> Priorização da competitividade territorial no actual quadro de política nacional;

> Gestão integrada dos recursos hídricos com a criação da Administração da Região

Hidrográfica do Norte;

> Potencial de desenvolvimento de produtos turísticos considerados relevantes no Plano

Estratégico Nacional de Turismo (gastronomia e vinho; touring cultural e paisagístico; saúde e bem-estar, turismo de natureza, golfe);

> Novo quadro de acessibilidades e de investimentos económicos estruturantes (p. ex.,

plataforma logística em Valença), potenciadores da fixação de actividades económicas (nomeadamente espanholas) e da população neste território (articulação de trabalho,

interna e externa, com os principais centos urbanos

Viana do Castelo e Vigo);

> Localização privilegiada no eixo Porto–Vigo-La Coruña, com vantagens para as

actividades industriais, comerciais e turísticas (articuladas com os clusters do Norte, do Litoral e da Galiza);

> Fortalecimento das relações transfronteiriças por via de trabalhos de cooperação;

> Crescente sensibilização ambiental da sociedade em geral ou local e reconhecimento

das zonas naturais (ribeirinhas, montanha, parques naturais) como locais de recreio e lazer;

> Diversidade de recursos naturais que se podem constituir em produtos turísticos

diferenciados (p. ex., turismo de natureza, patrimonial e cultural, desportivo e de aventura, rotas temáticas, golfe) e fazer emergir novas áreas de negócio;

> Práticas artesanais de reconhecido valor que importa salvaguardar, mas ao mesmo tempo renovar, incutindo inovação nos produtos artesanais (ao nível do design, do uso, dos materiais utilizados e dos desenhos), acrescentando-lhes assim mais-valia;

> Produtos regionais com potencialidade de valorização interna e externa, introduzindo

atractividade a montante e jusante do processo produtivo (incentivos às actividades produtivas, novas formas de comercialização e divulgação por canais distintos), referindo-se em particular o vinho Alvarinho;

> Reestruturação e articulação da oferta turística, de modo a promover esta região de

forma una. O Portal Minho Digital poderá constituir-se como um dos veículos de divulgação/promoção da oferta da região.

Ameaças

> Falta de mão-de-obra qualificada para os recentes e previstos investimentos realizados

na região;

> Facilidade dos acessos aos pólos urbano-metropolitanos da envolvente enquanto

factor de atracção de jovens e técnicos especializados, de fixação de iniciativas económicas e de população para o exterior do território do Vale do Minho;

> Subutilização e degradação dos espaços naturais e paisagísticos junto aos rios;

> Despovoamento e envelhecimento da população nas zonas rurais e nos centros

históricos, conduzindo à sua desvitalização e degradação;

> Incapacidade de afirmação dos vários concelhos face à ausência de iniciativas

3| Estratégia da Intervenção

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