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1 Mestrado em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação – UFPI • dianabeatrizalmeida@gmail.com 2 Coordenação do Curso de Administração, Universidade Estadual do Piauí – UESPI • helanodp22@gmail.com

RESUMO

As Universidades do Nordeste do Brasil ainda estão amadurecendo seus mecanismos de Transferência de Tecnologia (TT), proteção à propriedade intelectual e fomento à inovação. Uma grande parte delas ainda está em processo de implementação de seus Núcleo de Inovação Tecnológica (NITs) e de normas e políticas institucionais (Manfio, 2019; FORMICT, 2019). A TT entre Universidades e Empresas refere-se a passagem de conhecimentos gerados pela academia ao setor produtivo proporcionando maior capacidade tecnológica, atuando como estratégia de desenvolvimento tecnológico e econômico para alcance de diferencial competitivo no mercado (Fernandes & Machado, 2018; Philippi & Maccari, 2018). As dificuldades da transferência tecnológica são associadas às questões de falta de autonomia financeira e dificuldades em estrutura e manutenção de equipes qualificadas dos NITs, responsáveis por gerenciar a Propriedade Intelectual e as TT nas Universidades. Outros aspectos como organização de processos e estrutura de Propriedade Intelectual; modelos jurídicos; modos de transferências tecnológicas; desenvolvimento de redes e capacitação de equipes; capacidades gerenciais e gestores de TT capazes de intermediar relações e desempenhar papéis críticos são cruciantes para que as instituições de ensino nordestinas possam alcançar a terceira missão das universidades, a inovação (Andrade, 2017; Macedo, 2015; Simões & Santos, 2018). As universidades do Nordeste ainda carecem de articulação com as políticas industriais e governamentais de ciência, tecnologia e inovação além da baixa cooperação entre setores públicos e privados na intenção de incentivar e apoiar os esforços das empresas para reduzir riscos e maximizar os resultados da pesquisa científica (Manfio, 2019). O objetivo do artigo é discutir a evolução recente da Transferência de Tecnologia nas universidades do Nordeste do Brasil. A pesquisa classifica-se como descritiva, registrando as relações e conexões envolvendo as instituições universitárias após a revisão da legislação referente a inovação gerada pelo marco legal (Cervo & Bervian, 1996). O estudo foi bibliográfico e documental, visando provocar reflexões a partir de informações obtidas de fontes secundárias (Gil, 2010; Cooper & Schindler, 2011), discutindo sobre o cenário nordestino de TT nas universidades federais. Como resultado, foram constatados que embora existam nichos de excelência, o empreendedorismo acadêmico, as interações da universidade com o setor produtivo, a criação de estruturas para a proteção da propriedade intelectual (PI) e a TT não são realidades amplamente difundidas ou valorizadas no conjunto de universidades brasileiras nordestinas, devido a diversos fatores, entre eles: temor de que tais envolvimentos comprometam a autonomia acadêmica, desviem o foco, ou mesmo prejudiquem outra missões (o ensino e a pesquisa), falta de recursos e de uma cultura favorável, entre outras. As ações estratégicas das universidades nordestinas ainda estão em desenvolvimento e a ausência de um planejamento estratégico em sincronia, indicando metas e ações, com demandas atuais podem prejudicar os possíveis resultados de transferência de tecnologia nas instituições (Andrade, 2017; Macedo, 2015). Para superar essas dificuldades, constatou-se que as Universidades Nordestinas estão buscando capacitação através de benchmarking com outras IES ou através dos normativos jurídicos que compõem o decreto nº 9.283, que orienta a inserção das universidades no contexto do Marco Legal de Ciência e Tecnologia, componente da estratégia de inovação nacional.

PALAVRAS-CHAVE

Transferência de Tecnologia, Universidades Nordestinas, Interação universidade - empresa.

REFERÊNCIAS

Andrade, R. D. (2017). O Desempenho dos Núcleos de Inovação Tecnológica do Ceará à Luz da Efetividade de seus Processos de Transferência

de Tecnologia. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

Cervo, A. L., & Bervian, P. A. (1996). Metodologia científica. São Paulo: Makron Books.

Cooper, D. R.; S., Pamela S. (2011) Métodos de pesquisa em administração. 10a ed. Porto Alegre: Bookman.

Fernandes, C. R., & Machado, A. G. C. (2018). Capacidade de Transferência Tecnológica. Brazilian Business Review: a dinâmica do

desenvolvimento em instituições de ensino superior, João Pessoa, 16(1), 2-14.

FORMICT, Brasília. (2019) Relatório FORMICT: política de propriedade intelectual das instituições científicas e tecnológicas e de inovação do

Brasil. Política de Propriedade Intelectual das Instituições Científicas e Tecnológicas e de Inovação do Brasil. Recuperado em 02 junho,

2020, de: http://fortec.org.br/wp-content/uploads/2019/12/Relatório-Formict-2019_Ano-Base-2018.pdf. Gil, A. C. (2010). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas.

Macedo, C. O. M. (2015) Transferência de tecnologia universidade-indústria no Brasil e a atuação de Núcleos de Inovação Tecnológica. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Manfio,G. P. (2019). Guia de boas práticas para interação ICT - Empresa. Disponível em: http://anpei.org.br/download/Guia_Boas_Praticas_Interacao_ICT_EMPRESA.pdf. Acesso em: 20 jul. 2020.

Philippi, D. A., & Maccari, E. A. (2018). Efeitos da transferência de tecnologia de universidades norte americana e brasileira no capital humano técnico e científico. Revista de Ciências da Administração, São Paulo, 20(51), 86-101.

Simões, F. S., & Santos, W. P. C. (2018). Análise dos Fluxos de Transferência de Tecnologia de Universidades Públicas Brasileiras, Casos de Sucesso: unb e unicamp. Cadernos de Propspecção, Salvador, 11 (3), 741-756. Recuperado em 20 fevereiro, 2020, de: https://portalseer.ufba.br/index.php/nit/article/view/27128/ANÁLISE%20DOS%20FLUXOS%20DE%20TRANSFERÊNCIA%20DE%20TEC NOLOGIA%20DE%20UNIVERSIDADES%20PÚBLICAS%20BRASILEIRAS%3A%20CASOS%20DE%20SUCESSO.

NOTAS SOBRE O(S) AUTOR(ES)

Diana Beatriz de Almeida. Mestranda em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT), ponto focal UFPI. Docente dos cursos de Administração de Empresas e Engenharia de Software do Instituto de Ensino Superior - ICEV. Gerente de Relacionamento do Governo Digital da Agência de Tecnologia da Informação do Estado do Piauí. Área de pesquisa em inovação e transferência de tecnologia .

Helano Diógenes Pinheiro. Professor Adjunto da Universidade Estadual do Piauí. Doutorado em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGA/UFRN). Docente do Mestrado Profissional em Propriedade Int electual e Transferência de Tecnologia (PROFNIT), ponto focal UFPI. Área de pesquisa em inovação e sustentabilidade, com foco em cadeias reversas.

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