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A prática de Living Labs no desenvolvimento de cidades inteligentes Rayse Kiane de Souza 1 , Guilherme Paraol de Matos 2 , Josep Miquel Piqué 3 , Clarissa Stefani Teixeira

1 Departamento de Engenharia do Conhecimento, Universidade Federal de Santa Catarina • raysekiane@gmail.com 2 Departamento de Engenharia do Conhecimento, Universidade Federal de Santa Catarina • gparaol@gmail.com 3 La Salle, Ramon Llull University • m.pique@technovabarcelona.org

4 Departamento de Engenharia do Conhecimento, Universidade Federal de Santa Catarina • clastefani@gmail.com

RESUMO

O objetivo desta pesquisa é mapear atuações de Living Labs (LL) para a identificação de práticas, ferramentas e atores envolvidos em seus processos para o favorecimento de cidades inteligentes. O processo de mapeamento iniciou-se com a identificação dos LL pertencentes a ENOLL, federação internacional de Living Labs na Europa e no mundo, com atuação na área de cidades inteligentes, do total de 150 membros 65 atuam nesta área.

A primeira ação de mapeamento realizada foi a coleta de informações no site da ENOLL e nos sites institucionais dos LL. Foi identificado que os principais resultados das ações e metodologias utilizadas pelos LL não estão disponíveis em seus sites, demonstrando a falta de transparência e clareza de atuação destes espaços para os usuários e clientes. Desta forma foi conduzida uma pesquisa na literatura para encontrar artigos de estudo de caso que relatassem a atuação destes habitats de inovação com maior detalhamento.

A pesquisa foi realizada em três bases de dados, Web of Science, Scopus e EBSCO utilizando a string de pesquisa “living lab” AND “smart cit*”. Um total de 48 artigos entre estudos teóricos e estudos de caso. Assim foi possível identificar na literatura casos de LL pertencentes a ENOLL, como o City Of Future Living Lab de Milão, e LL atuantes fora da rede como o Living Lab da Universidade de Guadalajara, o Denver Living Lab, Tokyo Virtual Living Lab, entre outros.

A partir da análise realizada é possível destacar algumas características e princípios norteadores destes espaços, que podem ser físicos ou virtuais, que são ferramentas imprescindiveis para o desenvolvimento de tecnologias e serviços para a inovação e cidades inteligentes. Como principais características recorrentes destes espaços destacam-se os seguintes pontos: filosofia de co-criação, ambiente de inovação aberta, gerenciamento de stakeholders, ambiente realístico e interoperabilidade (Vale et al., 2018). Quanto as etapas metodológicas, assim como visto dos ambientes pertencentes a ENOLL mapeados, diferentes abordagens são encontradas. Vicini, Bellini e Sanna (2012) destacam a metodologia de funcionamento City of the Future de Milão, dividida em quatro etapas: co-criação, exploração, experimentação e avaliação. Já o ciclo de operação apresentado por Schuurman, Lievens, De Marez e Ballon (2012), também utilizados por Turkama (2010) e Tanda, De Marco e Rosso (2017), é composto por cinco etapas: contextualização, seleção, concretização, implementação e feedback.

Quantos aos atores, diferentes pespectivas são utilizadas (Veeckman & Van Der Graaf, 2014; Ståhlbröst & Bergvall-Kåreborn, 2015), com diferentes papeis e visões, o movimento de construção cooperativa possui o foco central. Desta forma, sob a perspectiva de cidades inteligente o cidadão tem um foco central, podendo exercer o papel de usuário e de provedor de ideias, soluções, e também como testardor destas tecnologias, assim favorecendo a construção de uma cidade pensada nas pessoas. A pesquisa ressalta as diferentes metodologias utilizadas por estes espaços como forma de desenvolver e testar tecnologias e serviços para cidades inteligentes. Porém a falta de clareza de divulgação e metodologia dificulta o acesso dos que possuem problemas ou soluções que poderiam ser exploradas por estes espaços.

PALAVRAS-CHAVE

Living Labs, Cidades Inteligentes, Inovação.

REFERÊNCIAS

Schuurman, D., Lievens, B., De Marez, L., & Ballon, P. (2012, July). Towards optimal user involvement in innovation processes: A panel-centered Living Lab-approach. In 2012 Proceedings of PICMET'12: Technology Management for Emerging Technologies (pp. 2046-2054). IEEE. Ståhlbröst, A., Bergvall-Kåreborn, B., & Ihlström-Eriksson, C. (2015). Stakeholders in smart city living lab processes. In Americas Conference on

Information Systems: 13/08/2015-15/08/2015. Americas Conference on Information Systems.

Tanda, A., De Marco, A., & Rosso, M. (2017, April). Evaluating the impact of smart city initiatives. In The 6th International Conference on Smart

Cities and Green ICT Systems (pp. 281-28).

Turkama, P. (2010). Nordic Network of User-Driven Innovation and Livinglabbing.

Veeckman, C., & van der Graaf, S. (2014, June). The city as living labortory: A playground for the innovative development of smart city applications. In 2014 International Conference on Engineering, Technology and Innovation (ICE) (pp. 1-10). IEEE.

Vicini, S., Bellini, S., & Sanna, A. (2012). The city of the future living lab. International Journal of Automation and Smart Technology, 2(3), 201- 208.

GESTÃO DO CONHECIMENTO E INOVAÇÃO EMPRESARIAL |

KNOWLEDGE MANAGEMENT AND BUSINESS INNOVATION

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NOTAS SOBRE O(S) AUTOR(ES)

Rayse Kiane de Souza. Graduação em sistemas de informação pela UFSC, mestrado em mídias do conhecimento pelo Programa de Pós Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela UFSC, doutorado em Gestão do Conhecimento em andamento pela mesma instituição.

Guilherme Paraol de Matos. Graduação em tecnologias da informação e comunicação pela UFSC, mestrado em tecnologias da informação e comunicação pelo Programa de Pós Graduação em Tecnologias da Informação e Comunicação pela UFSC, doutorado em Gestão do Conhe cimento em andamento pela mesma instituição.

Josep Miquel Piqué. Engenheiro de telecomunicações pela La Salle / UPC, MBA e Doutor em Ecossistemas de Inovação pela URL. Po ssui diplomas do MIT e da UC Berkeley. Diretor de Internacionalização e Inovação de La Salle-URL, Presidente Executivo de La SalleTechnova Barcelona, Presidente da XPCAT, Vice-Presidente da APTE (Espanha) e Ex-Presidente da IASP (Internacional).

Clarissa Stefani Teixeira. Pós-Doutora e Doutora em Engenharia de Produção pela UFSC. Professora do Departamento de Engenharia do Conhecimento (EGC) da UFSC. Professora no Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento e no Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT) da mesma instituição. Líder do Grupo de Pesquisa VIA Estação Conhecimento.

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