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Diferenças entre as bíblias hebraica, protestante e católica Bíblia hebraica

• Contém somente os 39 livros do Velho Testamento

• Rejeita os 27 do Novo Testamento como inspirado, assim como rejeitou Cristo • Não aceita os livros apócrifos incluídos na vulgata (versão católica romana)

Bíblia protestante

• Aceita os 39 livros do Velho Testamento e os 27 do Novo Testamento • Rejeita os livros apócrifos incluídos na vulgata como não canônicos

Bíblia católica

• Contém os 39 livros do Velho Testamento e os 27 do Novo Testamento

• Inclui na versão vulgata, os livros apócrifos ou não canônicos que são: Tobias,

Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruch, I e II de Macabeus, seis capítulos e dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de Daniel

Fonte: Centro Apologético Cristão de Pesquisas (CACP)

Os católicos, chamados de romanistas pelos protestantes, viam nesses livros a base para os pontos que eram combatidos pela Reforma e aprovaram os livros como oficiais em 8 de abril de 1546. E claro que foi uma decisão polêmica, pois houve muitas discussões e brigas para conseguirem fazer tal idéia ser aprovada. Há registros, por exemplo, de ataques dos dominicanos contra os franciscanos.

No Concílio de Trento, segundo o cardeal Pallavacini, em sua obra História

Eclesiástica, diz que, literalmente, 40 dos 49 bispos presentes "travaram intensa

luta corporal, agarrados às barbas e batinas uns dos outros". Mesmo assim, a primeira edição da Bíblia católica com a presença dos apócrifos selecionados ocorreu em 1592, aprovada pelo então papa Clemente VIII.

A reação dos protestantes foi publicar uma Bíblia com os apócrifos situados entre o Velho e o Novo Testamentos apresentados apenas para fins de "leitura e valor literário histórico". Isso continuou até 1629, quando as igrejas reformadas excluíram totalmente os apócrifos das suas edições da Bíblia.

Uma pesquisadora do assunto, Maria Helena de Oliveira Tricca, que compilou a coleção Apócrifos, Os proscritos da Bíblia, diz em uma de suas edições:

Muitos dos chamados textos apócrifos já fizeram parte da Bíblia, mas ao longo dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados. Houve os que depois viriam a ser beneficiados por uma reconsideração e tornariam a partilhar a Bíblia. Exemplos: O Livro da Sabedoria, atribuído a Salomão, o Eclesiástico ou Sirac, as Odes de Salomão, o Tobit ou Livro de Tobias, o Livro dos Macabeus e outros mais. A maioria ficou definitivamente de fora, como o famoso Livro de Enoch, o Livro da Ascensão de Isaías e os Livros III e IV dos Macabeus.

Ou seja, como podemos perceber, tanto o Velho quanto o Novo Testamento possuem apócrifos e, em ambos os casos, textos "não inspirados" já foram admitidos na Bíblia como originais. O que os levou a ser excluídos?

Com certeza uma grande quantidade de fatores que envolviam não apenas argumentos religiosos, mas também de preservação do cânon católico. Basta lembrar que, como resultado do Concílio de Niceia, bispos como Atanásio de Alexandria atuaram para cumprir as resoluções no ano 367 e ordenaram a destruição de vários apócrifos por causa de suas "tendências heréticas", segundo relatado na obra Hans-Josef Klauck, The Apocryphal Acts of the Apostles: An

Introduction, e daí a sua importância histórica e destaque que cada texto quando

Os Manuscritos de Nag-Hammadi

Sabendo da importância desses textos, a maioria preservada em cópias feitas em papiro que registravam o princípio do cristianismo, monges do Egito que se estabeleceram em mosteiros à margem do rio Nilo optaram por não destruí-los. Esses códices foram acondicionados em urnas de argila e enterrados na base de um penhasco chamado Djebel El-Tarif, próximo da aldeia de Nag-Hammadi. A pequena lista a seguir mostra apenas alguns evangelhos apócrifos que tiveram seus textos reconstruídos e outros cuja existência se sabe por outros documentos históricos, mas que são considerados como perdidos. É de fato apenas uma pequena amostra da enorme produção de textos do começo do cristianismo.

Evangelho Situação Evangelho Situação

Evangelho dos Ebionitas

Reconstruído Evangelho de Apelles Perdido

Evangelho dos Egípcios

Reconstruído Evangelho de Corinto Perdido

Evangelho dos Hebreus

Reconstruído Evangelho de Bardesanes Perdido

Evangelho Secreto de Marcos

Reconstruído Evangelho do Encratites Perdido

Evangelho de Matias

Reconstruído Evangelho dos Gnósticos Perdido

Evangelho

do Nazoraeans Reconstruído Evangelho de Hesíquio Perdido

Evangelho de Q Reconstruído Evangelho de Lucius Perdido

Evangelho do Sinai Reconstruído Evangelho de Longinus Perdido

Evangelho da Cruz Reconstruído Evangelho de Manes Perdido

Evangelho de Bartolomeu

Perdido Evangelho de Merinthus Perdido

Evangelho dos Setenta

Perdido Evangelho de Scythianus Perdido

Quatro Reinos Celestiais Evangelho

da Perfeição

Perdido Evangelho de Taciano Perdido

Evangelho de Marcion

Perdido Evangelho de Tadeu Perdido

Evangelho de Basilides

Perdido Evangelho de Valentino Perdido

Evangelho de Andrew

Perdido Evangelho Clementine Perdido

Se há mesmo cópias ou versões de algum desses evangelhos dentro dos Arquivos Secretos, só podemos especular. O ponto mais discutido por quem conhece os esquemas de trabalho do Vaticano é que, se os documentos lá são tornados públicos pelos papas depois de 75 anos, não haveria motivo para que tais textos, documentos históricos que poderiam lançar esclarecimentos sobre as origens do cristianismo, fossem lá guardados.

Capítulo 5