• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO V – PRINCÍPIOS NORTEADORES PARA A CONSTRUÇÃO DO

V.I. 1 DIMENSÃO ECOLÓGICA

V.I.1.1 - Um diagnóstico das conseqüências do desmatamento na região e divulgação através da mídia local;

V.I.1.2 - Formação de módulos agroecológicos, em pequenas propriedades (conforme Paraná Biodiversidade). Podendo ser viabilizado pelo Pronaf agroecologia, conforme normas estabelecidas pela Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA);

V.I.1.3 - MIP-Manejo Integrado de Pragas (usado no Tomatec RJ), visando favorecer o CBPD-Controle Biológico Natural de Pragas e Doenças, estimulando a biodiversidade com

práticas de manejo ecológico de inços (ervas invasoras), consorciações, quebra-ventos ou barreiras vegetais, faixas com vegetação espontânea para abrigo, alimentação e reprodução de inimigos naturais. Priorizar o uso de cultivares adaptadas às condições agroecológicas locais, evitar plantio em épocas muito adversas quanto às condições climáticas e altas populações de pragas. Estas são todas práticas fundamentais do enfoque agroecológico; práticas complementares, como o uso de armadilhas luminosas24 e pulverizações com defensivos alternativos (que favoreçam a síntese de proteínas), como biofertilizantes enriquecidos com micronutrientes (super-magro25, por exemplo), aminoácidos, caldas sulfocálcica e bordalesa, água de cinza e cal, extratos de plantas, entre outras26, são também de suma importância, sobretudo no período de transição agroecológica, que pode variar de um até quatro ou cinco anos;

V.I.1.4 - O manejo ecológico do solo com o uso de adubação verde, estercos, biofertilizantes, compostos orgânicos, cinzas, resíduos orgânicos internos e externos a propriedade, cobertura morta, rotação e consorciação de culturas e rochas moídas (calcários, fosfatos naturais), capazes de tornar o solo química e fisicamente equilibrado e biologicamente ativo, tornando também a planta nutricionalmente equilibrada. Assim, o solo torna-se supressor de pragas e doenças e a planta mais resistente;

V.I.1.5 - A fertirrigação por gotejamento, com técnicas alternativas mais adequadas a pequenas propriedades, proporcionará maior eficiência no uso da água e de adubos mais solúveis, reduzindo, assim, os níveis de adubação registrados e o Sistema de Plantio Direto (SPD), que promove a redução do processo erosivo decorrente do preparo inadequado do solo (essas práticas foram usadas no Tomatec-RJ, e comprovadas, que são ideais no processo de transição, e se adéquam a agricultura familiar da região em estudo);

V.I.1.6 - Especial cuidado com os aspectos relacionados à drenagem do solo, principalmente em áreas sujeitas a irrigação.

V.I.1.7 - A implantação de um programa permanente de educação ambiental para as crianças, trabalhando com viveiros de mudas e plantio de árvores nas escolas, bem como de campanhas para plantio de árvores e incentivo ao estudo das plantas medicinais nas escolas (para jovens e crianças);

V.I.1.8 - Incentivo para criação de viveiros de mudas: governamentais, comunitários e familiares;

V.I.1.9 - Uma política de rearborização das propriedades, ligada a um processo de formação, conscientizando as famílias dos agricultores e agricultoras para importância da preservação das matas, evitando assim as queimadas e derruba indiscriminada de árvores;

24

O método baseia-se na interrupção do ciclo de vida do inseto no estágio adulto através de seu aprisionamento e

morte na armadilha. Assim, cada fêmea atraída e morta antes da postura representa a eliminação de centenas de ovos que eclodiriam gerando pequenas larvas, caso ocorresse a oviposição.

25

Composto Orgânico conhecido como "Super Magro", em homenagem ao seu idealizador o Técnico Agrícola

Delvino Magro, consiste em um biofertilizante enriquecido com micronutrientes. 26

Ler ZAMBERLAM & FROHCHETI (2001), Agricultura Ecológica – Preservação do Pequeno Produtor e do Meio Ambiente, 2ª edição.

V.I.1.10 - Garantir um processo de reflorestamento, com a utilização de vegetação nativa (a exemplo da aroeira, ipê, pau-ferro, sabiá, murici, ingá e outros), especialmente nas áreas de maior degradação (margens dos rios e açudes, entorno dos nascentes, cabeceiras dos morros...);

V.I.1.11 – A formação um banco de sementes ecológicas27 para promover o resgate e a multiplicação das sementes crioulas entre os agricultores e agricultoras. Estes(as) poderão selecionar, multiplicar e intercambiar as sementes com características apropriadas ao sistema de cultivo agroecológico da região;

V.I.1.12 – Viabilização de financiamentos que estimulem a preservação das matas nas propriedades e incentivos para o plantio de “cercas vivas” com mourões vivos nas propriedades familiares, principalmente quando se tratar de criação de animais, de forma a evitar a derruba de árvores para estacas;

V.I.1.13 - Incentivar e subsidiar, quando for o caso, a instalação de centros de coleta e usinas de reciclagem de lixo, garantir o destino adequado para os resíduos tóxicos;

V.I.1.14 - Que o Ibama se torne um órgão incentivador dessas práticas e não apenas repressor;

V.I.1.15 – Utilizar alternativas ecológicas para nutrição das plantas e controle de pragas e doenças conforme tabela abaixo:

TABELA 18: Produtos e indicações para adubação e o controle de pragas e doenças de forma agroecológica PRODUTOS INDICAÇÃO 1 – CALDAS CÚPRICAS 1.1 – Calda Bordalesa; 1.2 – Calda Viçosa; 1.3 – Biomicron.

- Fungicida, bactericida, repelente de insetos; - Fungicida e nutriente foliar;

- Adubo foliar pronto.

2 – Calda Sulfocálcica - Fungicida, Acaricida e Inseticida. 3 – MINERAIS E SUAS MISTURAS 3.1 – Bórax; 3.2 – Sulfato de Cobre; 3.3 – Hidróxido de Cálcio; 3.4 – Óxido de Cálcio; 3.5 – Enxofre; 3.6 – Molibdênio; 3.7 – Pasta Bordalesa; 3.8 – Pasta de Enxofre; 3.9 – Permanganato de Potássio.

- Atrofia dos brotos terminais (deficiência de Boro); - Fungicida e bactericida;

- Desinfecção de produtos vegetais no pré-plantio e pós- colheita;

- Desinfecção e produtos vegetais e instalações; - Acaricida;

- Combate às saúvas;

- Aplicação em cortes após poda nas principais fruteiras; - Prevenção de brocas e cochonilhas;

- Controle de pulgões, lagartas, besouros, ácaros, mosca

27

Semente ecológica é a semente que não tem uma carga enorme de agrotóxicos, que não tem a ideologia do capitalismo, e que não é produzida para monocultura, onde as pessoas não têm valor algum. É uma semente onde é preconizado e desenvolvido o processo da agroecologia. As pessoas são os sujeitos principais e a vida é o principal objetivo. É o contrário da semente convencional que é patenteada da Pioneer, da Cargill, da Agroceres, ela não é dos agricultores.

3.10 – Cloreto de Sódio (sal)

branca e doenças botrytis, míldio e oídio;

- Controle de pulgões, lagartas do repolho, lesma, caramujo e mosca branca.

4 – BIOFERTILIZANTES 4.1 – Biofertilizante (Vairo); 4.2 – Supermagro.

- Adubo foliar e fortificante contra pragas e moléstias; - Fonte suplementar de micronutrientes, inibidor de fungos e bactérias. 5 – CONTROLE BIOLÓGICO 5.1 – Baculovirus; 5.2 – Beuvéria bassiana; 5.3 - Metarhizum Anisopliae; 5.4 – Trichoderma; 5.5 - Bacillus Thuringiensis.

- Controla a lagarta da soja e mandarová da mandioca; - Controle da broca da bananeira, do café e ácaros; - Combate do triples e da cigarrinha das pastagens; - Controle da podridão do colo e das raízes causadas por phitophora;

- Controle de diversas espécies de lagartas. 6 – PLANTAS DEFENSIVAS 6.1 – Alho; 6.2 – Cavalinha; 6.3 – Confrei; 6.4 – Cravo de defunto; 6.5 – Fumo; 6.6 – Neen (nim); 6.7 – Pimenta; 6.8 – Pimenta maravilha; 6.9 – Urtiga.

- Fungicida, bactericida e lagarticida;

- Fortificante para as plantas e contra insetos em geral; - Inseticida e adubo foliar;

- Combate pulgões, ácaros, nematóides e algumas lagartas;

- Inseticida de contato;

- Inseticida e repelente de pragas em geral; - Inseticida;

- Imuniza tomateiros contra o “vira cabeça de tomateiro”; - Fortificante das plantas e controle de pulgões.

7– PRODUTOS ORGÂNICOS 7.1 – Cinzas;

7.2 – Farinha de trigo; 7.3 – Leite;

7.4 – Sabão (não detergente).

- Fonte de potássio, controle de pragas e doenças; - Controle de ácaros, pulgões e lagartas;

- Controle de ácaros e ovos de diversas lagartas, atrativo de lesma, combate a doenças fungicas e viróticas; - Efeito inseticida, indicado para mistura com outros defensivos naturais. 8 – MÉTODOS PRÁTICOS 8.1 – Armadilhas luminosas; 8.2 – Armadilha delta; 8.3 – Iscas atrativas; 8.4 – Garrafas plásticas;

9.5 – Placas atrativas coloridas.

- Controle de população de insetos adultos, brocas e mariposas;

- Determinação de nível de infestação; - Controle de insetos adultos;

- Atração e captura de moscas de frutas; - Controle de insetos vetores de doenças. FONTE: BRAGA – Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá – (sem data)

Documentos relacionados