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QUESTÃO 26

Com relação aos princípios e às garantias penais, assinale a opção correta.

(A) A proibição da previsão de tipos penais vagos decorre do princípio da reserva de jurisdição em matéria penal.

(B) Conforme o entendimento dos Tribunais Superiores, em nome da proibição do caráter perpétuo da pena, o cumprimento de medida de segurança se sujeita ao limite máximo de vinte e quatro anos.

(C) O princípio da culpabilidade afasta a responsabilização objetiva em matéria penal, de modo que a punição penal exige a demonstração de conduta dolosa ou culposa.

(D) O princípio da adequação social é direcionado ao operador do direito, que, à luz das condutas formalmente típicas, deve decidir quais devem ser merecedoras de punição.

Letra c.

(A) Errada. A não previsão de tipos penais vagos decorre dos princípios da taxatividade e da legalidade. Não será possível submeter alguém à sanção penal sem que a lei disponha da conduta e da penalidade.

Sobre o “princípio da reserva de jurisdição”, é a proibição de outros órgãos exercerem atividades do judiciário, devido à separação dos poderes. Exemplo: só o juiz decreta a interceptação telefônica (reserva de jurisdição).

cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 anos. (C) Certa. O princípio da culpabilidade vem a ser intitulado como “nullum crimem sine culpa” isso quer dizer que “não há crime se não houver reprovabilidade do fato”. Visa coibir a responsabilidade objetiva e a responsabilização pela simples produção do resultado e a aplicação da pena pelo fato e não pelo autor do fato, o que

significa dizer que ninguém responderá por um resultado se não houver causado o

resultado com dolo.

(D) Errada. O princípio da adequação social não tem como função despenalizar condutas, mas sim entender quais as condutas sociais têm relevância para o Direito Penal. Sendo assim, podemos compreender que o Princípio da Adequação Social se refere ao modo de auxiliar o legislador na interpretação do delito, e não na exclusão do crime — essa interpretação vem bem antes da aplicação da conduta —, é simplesmente afastar e adequar-se à determinada conduta tolerada pela sociedade.

QUESTÃO 27

Acerca do tema de contagem dos prazos, segundo o Código Penal, é correto

afirmar que

(A) o dia do começo não se inclui no cômputo do prazo, mas somente a fração. (B) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo, mas não se inclui fração. (C) o dia do começo ou fração deste não se inclui no cômputo do prazo. (D) o dia do começo ou fração deste inclui-se no cômputo do prazo.

Letra d.

Conforme a literalidade do artigo 10 do Código Penal:

“Contagem de prazo

Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.”

A fundamentação refere-se ao dia do começo ou fração deste dia, ou seja, fração do primeiro dia de pena. Logo, se o sujeito cumprir apenas uma parte ou fração do primeiro dia de pena, já computa como dia cumprido (completo).

Para correrem os prazos, as frações de dia serão incluídas no cômputo, conforme o art. 10 do CP.

Contudo, não podemos confundir quando o tema for sobre a condenação do réu, aí as frações serão desprezadas.

Exemplo: uma sentença condenatória é publicada em x horas do dia, a fração desse dia será incluída como um dia na contagem, pois o dia da publicação inclui-se no cômputo.

Mas se ao sentenciar o réu e na dosimetria da pena o total for de 5 anos, 3 meses e 3,333 dias, a fração de dias deverá ser desprezada conforme a fundamentação do art. 11 do CP:

“Frações não computáveis da pena

Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro”.

QUESTÃO 28

Sobre o Concurso de Pessoas, considerando V (verdadeiro) e F (falso), julgue as assertivas a seguir:

( )

Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

( )

Se algum dos concorrentes quis apenas participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

( )

Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um a dois terços.

( )

O critério de imputação do “domínio do fato” é utilizado para atribuir respon-sabilidade ao autor intelectual que utiliza um inimputável como instrumento

para a realização da conduta, mas não é utilizável para a definição do autor

direto que realiza pessoalmente a conduta.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. (A) F – V – F – V.

(B) V – F – V – F. (C) F – F – V – V. (D) V – V – F – F.

Letra d.

um sexto a um terço.

§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

VERDADEIRO - Literalidade do art. 29 do CP. O Código Penal adota para o concurso de pessoas a teoria monista (unitária), que reúne em um crime a responsabilidade de todos os que concorrem para a sua prática. O Código Penal não adotou as teorias pluralista e dualista.

VERDADEIRO - Literalidade do art. 29, § 2º, do CP, que trata do instituto da cooperação dolosamente distinta, em que é possível enxergar o desvio subjetivo de condutas entre os participantes. Resta evidente que um dos agentes tinha a intenção de praticar crime menos grave, de modo que, em relação a ele, será aplicada a pena do crime que visava cometer, aumentada até a metade, na hipótese de ser sido previsível o resultado mais grave.

FALSO - Conforme o art. 29, § 1º, do CP, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço – e não de um a dois terços, como dito no enunciado.

FALSO - A teoria do "domínio do fato" se subdivide em: domínio da ação, domínio da vontade e domínio funcional do fato.

Domínio da vontade → trata da autoria mediata, na qual o agente (autor intelectual)

se utiliza de um inimputável para a realização da conduta típica.

Domínio da ação → trata da autoria imediata, ou seja, nos casos em que o agente

realiza a conduta típica na sua própria pessoa.

Domínio funcional do fato → trata da coautoria, na qual os agentes do delito atuam

por meio de divisão de tarefas. Busca demonstrar que mesmo que os agentes não pratiquem todas as condutas tidas como elementares do tipo, devem responder pelo crime buscado originariamente pelo acordo de vontades em sua integralidade, e não apenas pelas condutas que efetivamente praticaram.

Portanto, o domínio do fato desdobra-se em três vertentes que buscam atribuir a autoria do crime, não apenas ao autor mediato como também ao autor imediato e ao coautor.

DIREITO PROCESSUAL PENAL

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