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Quando se trata de relações sociais podem-se dividir os homens entre ricos e pobres. Os pobres só possuem, assim, as forças de trabalho, e são conhecidos como hipossuficiente, pois além dessa força, só tem ao seu favor nada a mais do que o que se pode esperar de uma legislação justa. Os ricos são proprietários de capitais, mercadorias, máquinas, os latifundiários, os que detêm os capitais, as riquezas, e são chamadas assim autossuficientes. Relacionando os autos e os hipossuficientes se depreende que os ricos dependem dos serviços dos pobres para sustentarem suas riquezas e impérios e os pobres dependem dos serviços realizados através de suas mãos-de-obra para poderem sobreviver, principalmente, sobreviver.

O Direito Social visa a proteção do hipossuficiente, pois é ele que merece a devida atenção nas relações de trabalho, que é um dependente da autossuficiência de seu empregador para poder honrar os seus compromissos pessoais e familiares. Para tanto o hipossuficiente realize o seu trabalho para o autossuficiente o que não quer dizer e o Direito Social não proteja o autossuficiente, necessitando, para isso que o autossuficiente se coloque na posição econômica do mais fraco na relação de trabalho sendo assim protegido por leis trabalhistas. É exemplo quando um jogador de futebol que possui salário mensal milionário, e que é totalmente independente

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deste salário para poder viver, e resolve questionar algum Direito Trabalhista frente ao seu time.

Daí nasce a pergunta: se essa proteção é aos fracos onde o Princípio Constitucional da Igualdade perante a lei, garantido no artigo 5º da Constituição Federal se encaixa? De forma rápida se responde que não se trata de uma desigualdade, mas sim de uma forma de colocar armas iguais em mãos diferentes, numa espécie de paridade de condições entre os que estão no embate de suas necessidades e anseios.

A ideia do Direito Social nasce do seu fim imediato das Leis Sociais e uma espécie de proteção aos mais fracos. Para que se atinja o bem comum e a paz social deve haver uma balança e que torne qualificadas as partes, e essa balança é justamente a legislação, que deve visar colocar as partes em posição de igualdade na aplicabilidade da lei, sendo que deve existir no senso do aplicador da lei a ideia de Justiça para que pelas suas mãos, assim realizada, e não apenas aplicada a lei.

Todo indivíduo que depende do produto de seu trabalho para poder satisfazer seus anseios e de sua família é para o Direito Social considerado como um trabalhador, mesmo que não esteja realizando uma atividade laboral, por motivo de desemprego, doença ou outro qualquer motivo que o impeça, sendo considerado como trabalhador. Por conseguinte, amparado sim, pelas Leis sociais.

O artigo 25 da declaração universal dos direitos humanos traz que, todo ser humano possui, além de outros direitos, capazes de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis.

Por definição da doutrina majoritária Direito Social é ciência dos princípios e lei pois possui caracteres próprios supletivo de possíveis deficiências econômicas das pessoas que são protegidas e seu objetivo é o de imediatamente realizar a proteção dos hipossuficientes nas relações de trabalho, abarcando todas as pessoas que precisam trabalhar para poder viver com dignidade, mesmo, momentaneamente não trabalhando, e além de proteger as suas famílias, como bem dito anteriormente.

O artigo terceiro da CLT traz que "Considera-se empregado toda pessoa física

que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário" especificando diretamente e de forma clara quem é o empregado, e, mais ainda, sobre a dependência do empregador na relação trabalhista, onde é exatamente aí que se fazem as vezes do Direito Social,

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abrangendo e defendendo os direitos desse empregado, que, mesmo sendo poderosamente rico, não deixa de ser empregado na relação de emprego com o seu empregador.

Dos ditames de A F Cesarino Junior e Marly A Cardone (1993 p. 95) sobre a subordinação do empregado, mencionando artigos 2º e 3º da Consolidação das Leis do Trabalho, CLT:

A lei não esclarece qual a dependência, se econômica ou jurídica. Entretanto, como a dependência econômica se relaciona com o salário, que o artigo a seguir menciona expressamente, e com o art. 2º, correspondente a definição de empregador, diz que este dirige a prestação de serviços, devemos entender que se trata da dependência jurídica, da subordinação hierárquica, consistente em estar o empregado sujeito á direção, as ordens do empregador ou de seus prepostos quanto ao modo de prestar o trabalho. E esta direção se concretiza, geralmente, na sujeição do empregado a horário ou fiscalização, real ou virtual, dependendo muito da formação profissional do trabalhador. Quanto maior esta qualificação mais se rarefaz a fiscalização.

9 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Já inicia o seu livro Segurança e Saúde do Trabalho, Mara Queiroga

Camisassa, (2017 P2) falando um breve histórico do assunto:

A relação entre trabalho e saúde tem sido observada desde a antiguidade. No século IV a.C., a toxidade do chumbo nos mineiros foi reconhecida e identificada pelo médico e filósofo grego Hipócrates. O Velho, escritor e naturalista romano, que viveu no início da era cristã, descreveu em seu

tratado De História Naturalis, as condições de saúde dos trabalhadores com

a exposição ao chumbo e poeiras. Ele fez uma descrição dos primeiros equipamentos de proteção respiratória conhecidos, feitos com membranas de pele de bexiga de animais e usados como máscara a fim de atenuar a inalação de poeiras nocivas. Também descreveu diversas moléstias do pulmão entre mineiros e o envenenamento em razão do manuseio de compostos de enxofre e zinco.

Sendo assim, não é de hoje a preocupação em se tomar devidos cuidados no que diz respeito a Saúde e Segurança do Trabalho.

Em 22 de dezembro de 1977, foi publicada a Lei 6514, relativa a uma alteração na CLT no sentido de criar as Normas Regulamentadoras, conhecidas como NRs, onde a introdução desta lei nos traz:

Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras providências.

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As NRs, desde então, vem sendo tratadas como tema que resguarda sua devida importância, e estão assim dispostas:

NR 1 – Disposições Gerais NR 2 – Inspeção Prévia Esta NR está revogada.

NR 3 – Embargo ou Interdição

NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança em Medicina do Trabalho

NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI

NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) NR 8 – Edificações

NR 9 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais

NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos

NR 13 – Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações NR 14 – Fornos

NR 15 – Atividades e Operações Insalubres NR 16 – Atividades e Operações Perigosas NR 17 – Ergonomia

NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção NR 19 – Explosivos

NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis NR 21 – Trabalho a Céu Aberto

NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração NR 23 – Proteção Contra Incêndios

NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR 25 – Resíduos Industriais

NR 26 – Sinalização de Segurança

NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB NR 28 – Fiscalização e Penalidades

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NR 30 – Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário

NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura

NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados

NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval.

NR 35 – Trabalho em Altura

NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados

NR 37 – Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo

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