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Acompanhar o crescimento e desenvolvimento de seus filhos é um pleito antigo e válido ao trabalhador, onde ele vê que sua prole está sendo guiada e se desenvolvendo em caminhos que, como sempre querem, serão melhores do que os de seus genitores. Pensando assim que o empregado quer sempre estar na presença

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de seu seio familiar, para poder participar ativamente das atividades que envolvem o enriquecimento de seu lar.

Quando o trabalhador se distancia de casa deixa de participar diretamente dessas atividades, delegando tais funções para a sua esposa ou marido, ou, geralmente, para terceiros, como é o caso de quem cuida de crianças enquanto os pais trabalham, como em creches ou escolinhas de acompanhamentos.

Esse é o chamado dano existencial, que é um dano relacionado ao projeto de vida de cada ser humano. Tal dano, no que diz respeito a questão abordada, nasce por conta de um distanciamento familiar, causado pelo excesso de labor por parte do empregado. A fadiga que nasce do acúmulo de horas de trabalho e o distanciamento familiar propriamente dito por esse acúmulo gera no trabalhador uma frustração daquilo que ele pleiteava para o seu futuro, se vendo assim sempre em adaptação ao meio em que convive nas relações de trabalho.

Esse dano deve ser minimizado pela legislação, para que se possa existir um melhor aproveitamento das atividades pessoais e familiares do trabalhador. Nunca é demais se repetir que o trabalhador deve estar em um ambiente que propicie prosperidade física, mental e biológica, para que possa desenvolver suas atividades de forma a contento e, por conseguinte elevar o patamar de seus serviços.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O intuito deste trabalho é o de chamar a atenção aos esforços realizados pelo trabalhador em suas atividades laborativas, onde, por muitas vezes, é forçado, devido as suas demandas pessoais com dívidas adquiridas como o aluguel de sua casa, a prestação de seu veículo, a sua alimentação e de sua família, vestuário, etc., e as demandas de seu empregador, em entregar um serviço ou produto ao qual pactuou com seu cliente. Essas são situações que transmitem a realidade do trabalhador brasileiro, em que, de um lado, pelo fato de ele realizar as horas extras leva para si um pouco de ajuda necessária para poder cumprir seus compromissos, concomitantemente às vezes, leva danos a sua saúde.

É evidente que para o ser humano desenvolva suas atividades deve estar com o máximo de sua capacidade motora, biológica e psíquica. Em contrapartida, a realização de horas extras a fio pode acarretar um distúrbio nessas capacidades humanas. O que deve haver é um estudo aprofundado e direcionado única e exclusivamente ao efeito que a execução de hora extras causa ao trabalhador, para que se chegue ao seu conhecimento, ao conhecimento de seu empregador, e, também ao conhecimento de quem aquele produto ou serviço adquire, pois este último deve sim, saber o que passou aquele que estava envolvido no processo de seu produto ou serviço final, para fazer um juízo de valor a respeito de onde adquirir tais produtos ou serviços, e não só pensar na questão do “produto ou serviço mais barato” e sim do mais vantajoso a todos os envolvidos.

Pode sim, se tratar de utopia quando se delimita este tema, em que as pessoas serão mais responsáveis pelo que consomem ou utilizam, porém, se for levado em conta àquele que está na posição de cliente, quase sempre, também estará na posição de empregado numa outra situação, pois empregados também são clientes.

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