Aterro Municipal
DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS
5.1.3 Diretrizes, estratégias, programas, ações e metas
Conforme destaca o manual do Ministério do Meio Ambiente, as diretrizes são as linhas norteadoras, e as estratégias, os meios para realização, que definirão as ações e programas que possibilitem o alcance das metas estipuladas. De forma objetiva, o grupo de trabalho traçou as principais diretrizes, estratégias, metas e ações que devem ser realizadas para a efetivação do plano de gestão integrada dos resíduos industriais. Como ponto relevante e crucial para a efetivação da gestão integrada, criou-se uma proposta de gestão compartilhada a ser firmada entre o Ministério Público, a entidade de classe e as indústrias do setor, conforme Apêndice G. Os planos de gerenciamento obrigatório devem ser orientados para execução, bem como alertados quanto às penalidades cabíveis pelo seu não cumprimento. As iniciativas para a educação ambiental e comunicação são as propostas e decisões pertinentes ao assunto.
A definição da nova estrutura gerencial são os arranjos instituicionais que possibilitarão uma melhoria na qualidade do gerenciamento dos resíduos. Já o sistema de cálculo de custos deve considerar os custos envolvidos e formas de cobrança.
As iniciativas para controle social, a sistemática das organizações das informações e os ajustes na legislação devem ser fomentados com vistas a garantir a efetivação e o bom funcionamento do plano.
A agenda de implementação e o monitoramento dos resultados estabelecerão o início das ações e a verificação dos resultados almejados. De forma objetiva, essas etapas do plano estão descritas a seguir.
5.1.3.1 Diretrizes, estratégias e metas
Diretrizes Estratégias Metas (cronograma)
1 – Solucionar Problema dos Transportes dos Resíduos
- Selecionar e unificar transportador com vistas a atendimento da legislação e redução de custos - Implantar MTR - Seleção: novembro de 2015 a fevereiro de 2016 - Unificação e Implantação MTR: fevereiro de 2016 2 – Centralização da Gestão de Resíduos
- Elaborar proposta de gestão compartilhada referendada por autoridades competentes - Implantar Gestão Centralizada dos Resíduos
- Gestão compartilhada e implantação: 1º semestre de 2016
3 – Criar Programa de Reciclagem
- Desenvolver palestras e treinamentos com vistas à conscientização ambiental e separação de reciclados
- 2º semestre de 2016
4 – Criar Programa de Separação de Resíduos Classe 1
- Desenvolver programas de capacitação para separação de resíduos.
- Elaborar e implantar plano de gerenciamento de resíduos nas indústrias
- 2º semestre de 2016
5 – Eliminar o envio dos resíduos industriais para aterros.
- Realizar estudos de alternativas para destinação dos resíduos e disposição dos rejeitos.
- Implementar as alternativas avaliadas e com viabilidade financeira.
- Estudos: 2015 a 2019 - Implementação gradativa: 2016 a 2019
Quadro 46 – Diretrizes, estratégias e metas. Fonte: elaborado pelo autor.
5.1.3.2 Programas e ações
Disciplinar as atividades nos geradores (indústrias), transportadores e receptores dos resíduos.
Implantar instrumentos de controle e monitoraamento, incorporando tecnologia da informação.
Implantar coleta e armazenamento nas indústrias que não possuem local temporário adequado para os resíduos.
Realizar programas de treinamento para separação de resíduos nas indústrias. Incentivar e promover a implantação de econegócios por meio de implantação
de empreendimentos industriais e/ou atividades processadoras de resíduos.
5.1.3.3 Planos de gerenciamento obrigatório
Conforme destacado na Lei Federal 12.305/2010 (BRASIL, 2010a), as indústrias estão sujeitas a elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos com conteúdo mínimo detalhado na própria Lei e que deverá ser assinado por responsável técnico devidamente habilitado. Tal plano também será parte integrante do processo de licenciamento ambiental da indústria.
Anterior à Lei 12.305, as indústrias podem contar com um outro instrumento de controle e informações ambientais, que é a Declaração Anual de Resíduos Industriais, disciplinados e classificados pela Resolução CONAMA nº 313/2002 (CONAMA, 2002a), obrigando os setores industriais a comunicar formalmente a quantidade de resíduos gerados, armazenados, transportados e destinados de acordo com a lei. Entretanto, a Lei Estadual 12.300/06 dá ênfase ao que chama de Sistema Declaratório Anual, abrangendo obrigatoriedade de informar a quantidade de resíduos gerados, armazenados, transportados, tratados, bem como medidas adotadas para redução da geração dos resíduos e tecnologias que aperfeiçoem seu gerenciamento e instalações e procedimentos que compõem seu gerenciamento. Portanto, as indústrias, ao compor seu plano de gerenciamento, devem sempre antever uma metodologia de avaliação de desempenho e de resultados que comprove sua prática de transparência ambiental.
5.1.3.4 Iniciativas para a educação ambiental e comunicação setorial
A educação ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, portanto, deve-se também criar ações com vistas a promover a educação ambiental não só nas indústrias como também disseminá-las para seus familiares e aos cidadãos de forma geral.
O Instituto Cidade do Calçado, braço social do Sindifranca, e o setor de comunicação do sindicato deverão ser os responsáveis por desenvolver campanhas de educação ambiental, seminários, entrevistas com o objetivo de conscientizar e divulgar as novas ações relacionadas aos resíduos industriais.
5.1.3.5 Definição da nova estrutura gerencial
O Sindifranca passaria a ser o responsável pelo gerenciamento dos resíduos industriais por meio da ação administrativa de planejar, organizar, dirigir e controlar as etapas do processo (Figura 67).
Figura 67 – Estrutura gerencial. Fonte: elaborado pelo autor.
Caberia então ao Sindifranca, como gestor, planejar as ações relacionadas à gstão dos resíduos desde sua geração nas indústrias e realizar capacitações e acompanhamento para sua efetiva realização; realizar a unificação do transporte com vistas a garantir uma melhor eficiência e controle do processo, bem como analisar e implantar a melhor alternativa para a destinação final dos resíduos, com vistas aos requisitos legais e economicamente viáveis.
O Sindifranca desenvolveu e apresentou aos órgãos municipais (Prefeitura e Câmara dos vereadores) um fluxograma que garantiria a gestão dos resíduos pelas entidades de classe