• Nenhum resultado encontrado

Diretrizes Nacionais para a Formação de Professores

UNIDADE 2 – FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

2.1 Diretrizes Nacionais para a Formação de Professores

A formação docente é um dos assuntos mais comentados no cenário da educação mundial. Muito provavelmente porque, nos últimos dois séculos, novas funções foram atribuídas à escola e, conseqüentemente, novas demandas na sua relação social.

Dessa forma, a escola atual passa a ocupar um novo “lócus”, partindo da produção política, cultural e econômica dos sujeitos sociais. Por isso, é imprescindível repensar as funções de todos os sujeitos que lhe garantem sentido e movimento, tanto os pais, os alunos, os profissionais da educação e a comunidade.

Este contexto necessita, sobre as políticas públicas da Educação Básica, ser observado com um novo olhar pelo Estado. Assim, nesse processo, o professor é sujeito de fundamental importância na reinvenção escolar, pela força social e política que exerce na construção da democracia includente e necessária para a evolução social.

A LDB/96 define o perfil do profissional para atuar na educação.

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se- á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

O professor nesta perspectiva educacional tem o direito de uma formação que o habilite e, principalmente, o qualifique como um profissional capaz de atuar de maneira interativa com o tempo e o espaço em que vive, de modo que possa contextualizar sua prática docente.

Esta perspectiva estabelece uma estreita relação entre a educação de qualidade e a formação dos educadores. Além disso, possibilita pensar que somente com professores valorizados e conscientes de sua responsabilidade pública e social será possível efetivar uma educação básica de qualidade, promotora do desenvolvimento global do ser humano.

Se os dispositivos legais descritos no art. 67 da LDB/96 forem cumpridos na sua plenitude, com certeza teremos efetivamente a valorização dos profissionais da educação, porque são apresentas metas objetivas e concisas a serem alcançadas.

Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público:

I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim;

III - piso salarial profissional;

IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho;

V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho;

VI - condições adequadas de trabalho.

§ 1º. A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada sistema de ensino.

§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico. (Acréscimo: Lei nº 11.301/2006).

O contexto educacional atual exige a definição de políticas mais eficazes para a formação de profissionais da educação. Ao realizarmos uma retrospectiva pelos programas de formação continuada de professores a partir da década de 80 (Século XX), constatamos que não foram atingidos os resultados desejados, situação atribuída especialmente à persistência de investimentos realizados de forma isolada e fragmentada.

Nos anos 90 (Século XX), prevaleceu a organização de programas de formação profissional em múltiplas atividades, de forma descontínua e desvinculada da prática dos educadores.

No início do Século XXI, as políticas públicas destinadas à formação de /professores têm alcançado lentamente um avanço significativo, em razão dos diversos debates que têm ocorrido em nível nacional, na tentativa de apontar os melhores caminhos no sentido de qualificar a educação.

A LDB/96 assinala que é incumbência da União o estabelecimento de normas para o funcionamento da Educação Superior, mas cabe ao Conselho Nacional de Educação (CNE), que por definição prescrita na Lei nº 9.131, de 1995, exercer a função normativa e de supervisão na área educacional.

O CNE tem a missão de elaborar e aprovar as DIRETRIZES CURRICULARES

NACIONAIS, que entrarão em vigor após a homologação do Ministro da Educação e

publicada no Diário Oficial da União.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da

Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena

foram aprovadas pela Resolução nº 1, de 18 de fevereiro de 2002, do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação.

Essas Diretrizes constituem-se de um conjugado de normas, princípios e procedimentos que necessitam ser observados e, conseqüentemente, cumpridos em cada estabelecimento de ensino superior.

No Art. 2º, dessa Resolução, estão definidas algumas orientações que devem ser observadas no exercício da carreira docente.

Art. 2º A organização curricular de cada instituição observará, além do disposto nos artigos 12 e 13 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, outras formas de orientação inerentes à formação para a atividade docente, entre as quais o preparo para:

I - o ensino visando à aprendizagem do aluno; II - o acolhimento e o trato da diversidade;

III - o exercício de atividades de enriquecimento cultural; IV - o aprimoramento em práticas investigativas;

V - a elaboração e a execução de projetos de desenvolvimento dos conteúdos curriculares;

VI - o uso de tecnologias da informação e da comunicação, e de metodologias, estratégias e materiais de apoio inovadores;

VII - o desenvolvimento de hábitos de colaboração e de trabalho em equipe.

No entanto, essas questões não esgotam a totalidade dos problemas. Constata- se que a definição de políticas para a formação de professores ainda é uma das mais complexas ações e, provavelmente, o maior desafio enfrentado pelos sistemas educacionais nas três instâncias governamentais em que se organizam.

Para se estabelecer estas políticas, não basta apenas considerar a demanda por programas que atendam às reais necessidades dos professores e dos estudantes. É extremamente importante, também, compreender a existência de algumas desarticulações históricas nos programas de formação de professores que problematizaram a otimização dos investimentos e fragilizaram os sistemas na conquista dos resultados esperados.

Frente a essa realidade, a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação compreende que a urgência da promoção de políticas articuladoras da formação inicial e continuada constitui um fator de relevância na valorização dos profissionais da educação. Tal valorização está associada à democratização do acesso à escola, garantindo a permanência e sucesso escolar, à democratização da gestão e à democratização do conhecimento, promovendo avanços para o alcance da qualidade social na educação brasileira.

Para conhecer as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica estude as Resoluções nº 01 e 02, do Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação, em fevereiro de 2002, disponível em:

http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf e

http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CP022002.pdf .

Procure compreender as determinações contidas no item “10. Formação dos Professores e Valorização do Magistério” do PNE, disponível em www.planalto.gov.br, clique em Legislação, Leis, Leis Ordinárias, ano de 2.001 e localize a Lei n° 10.172.