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FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Disponível em: < http://blogdoestudante.files.wordpress.com/2008/12/reais.jpg >. Acesso em: 01 dez. 2009.

Objetivo da unidade

Proporcionar ao aluno entendimento em relação às determinações da legislação que regulamenta o financiamento do Sistema Educacional Brasileiro.

Introdução

O enfoque desta Unidade será o Financiamento da Educação Básica embasada na legislação vigente.

Iniciaremos os estudos abordando os artigos da Constituição Federal de 1988. A seguir estudaremos as determinações contidas na Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, que estabelece o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, conhecida como FUNDEB, e outros documentos federais, que tratam desse tema, como a LDB/96, PNE/01 e PDE/07.

A compreensão do financiamento educacional é de extrema importância para a formação docente, com ele entenderemos como funciona o repasse de verbas para as escolas e, ainda, de onde vem o dinheiro que pagará o salário dos profissionais do magistério.

3.1 Constituição Federal de 1988

Na CF/88, mais especificamente nos Art. 153 e 154, estão expressos os tipos de impostos que a União poderá instituir. No Art. 155, determinam-se os impostos a serem instituídos pelos Estados e Distrito Federal; enquanto que, no Art. 156, são os municípios que encontram amparo para a fixação de impostos.

Grande parte dos impostos que pagamos são destinados à educação. A CF/88 determina os percentuais mínimos que cada unidade da Federação deve investir na educação.

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

§ 1º - [...]. § 2º - [...].

§ 3º - A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação.

§ 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários. § 5º - [...].

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).

A partir desta verba destinada à educação, os órgãos responsáveis pelas escolas, como, por exemplo, as Secretarias de Educação e Coordenadorias de Educação, têm total liberdade e responsabilidade para a utilização de recursos no que for necessário. Os recursos podem ser aplicados tanto na formação de professores até na aquisição de qualquer tipo de material, desde que seja comprovadamente necessária a melhoria da escola e do processo de ensino e aprendizagem.

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:

I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.

§ 2º - As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do Poder Público. (CF/88)

Para saber mais sobre o financiamento da educação, prescrito na CF/88, estude os Arts. 153; 154; 155 e 156, disponíveis no site: www.planalto.gov.br, clique em Legislação, Constituição e Constituição 1988.

3.2 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB

O Congresso Nacional sancionou, em 19 de dezembro de 2006, a Emenda Constitucional nº 53 que altera significativamente a redação dos artigos 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Estas modificações constitucionais possibilitaram a expedição da Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007, (com vigência até 31 de dezembro de 2.020) que regulamenta o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e institui o “Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB”.

O FUNDEB amplia, em muito, a abrangência anteriormente prevista na Lei nº 9.424/1996 que criava o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério – FUNDEF.

O FUNDEB caracteriza-se por uma nova redefinição de distribuição de recursos financeiros destinados ao setor da Educação Básica, como um todo, por que deverá atender a Educação Infantil, o Ensino Fundamental, o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos.

A Emenda Constitucional nº 53 de 2006 determinou que a sub-vinculação das receitas oriundas de impostos e de transferência da União aos Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal passasse de 15 para 20% e também ampliou a sua destinação para toda a Educação Básica.

A locação de recursos é realizada tendo como base o número de alunos matriculados na Educação Básica de acordo com os dados do Censo Escolar do ano anterior, observando as orientações prescritas no Art. 211 da CF/88 (os Municípios são responsáveis pela Educação Infantil e Ensino Fundamental e aos Estados atender o Ensino Fundamental e Médio).

Anualmente o Governo Federal deve estabelecer o “Valor Mínimo Nacional” por aluno/ano, sendo que estes valores variam conforme a série/ano, nível de ensino e a localização da escola.

Esta postura política é essencial para que seja atingida uma das metas educacionais previstas no Plano Nacional de Educação e no Plano de Desenvolvimento da Educação, ou seja, a erradicação do analfabetismo e melhor nível de escolarização dos cidadãos brasileiros.

O FUNDEB contém alguns aspectos concebidos como essenciais para garantir o acesso, a permanência e a inclusão de todos na Educação Básica.

A criação do FUNDEB poderá favorecer à qualidade do ensino e à ampliação da oferta de educação. Portanto, é importante a compreensão das normas que regem o financiamento da educação, por ser um dos componentes fundamentais para a democratização da educação no país.

A seguir apresentamos um quadro comparativo entre o FUNDEF e o FUNDEB.