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2.9 Resumo do Capítulo

3.0.6 Discussão dos Resultados

Na pesquisa foi identificado que o principal papel dos Gestores em TI foram o de consultores, apresentado suas opiniões como profissionais atuantes da área de Gestão de TI. Este foi um fator de sucesso para este trabalho porque nos ajudou a obter conselhos práticos vivenciados no dia a dia destes profissionais que participaram ativamente de todas as etapas do processo que discutiu as principais dificuldades encontradas na Gestão de TI da APF.

Na etapa de Governança de TI foi verificado que todos Gestores de TI executam várias tarefas, além de planejar e gerenciar. Esta característica acaba impactando negativamente no gerenciamento dos projetos de TI da APF, com frequentes ocorrências de atrasos na sua elabo- ração e execução. SegundoTRIPATHI; PARIHAR(2011);SMITHA; THOMAS; CHITHARAN-

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JAN(2012) as arquiteturas em nuvem ajudam na implementação de políticas em Datacenters. Estas políticas auxiliam na forma de gerenciar a infraestrutura de TI em questões que dizem respeito a melhoria da segurança dos Datacenters e na redução do tempo para o desenvolvimento e implantação de novas aplicações de TI, melhorando assim a eficiência administrativa.

Em relação a força de trabalho com profissionais de TI, o gráfico da Figura3.5demonstra que a maioria dos Gestores de TI enfrentam dificuldades com a falta de Analistas e Técnicos em TI para atenderem o mínimo das expectativas demandadas por serviços de TI na APF. Neste cenário a Computação em Nuvem pode vir a contribuir com a solução de um sistema inteligente completo, com a modernização e configuração de ambientes de TI totalmente automatizados, diminuindo assim a dependência de pessoas envolvidas, reduzindo o custo com a necessidade de recursos humanos (YEH et al.,2010).

Foi constatado que os principais impedimentos nas contratações de soluções de TI na APF são as restrições orçamentárias causadas por cortes no orçamento público ao longo do ano e o processo burocrático com a necessidade de cumprimento das normas impostas pela legislação brasileira. De acordo comCELLARY; STRYKOWSKI(2009);YEH et al.(2010);SMITHA; THOMAS; CHITHARANJAN(2012) os ambientes que possuem os sistemas hospedados em arquiteturas de nuvem podem reduzir consideravelmente os custos com hardware, software, eletricidade e recursos humanos, além de disponibilizarem uma excelente qualidade na prestação dos serviços.

Os projetos que envolvem contratações de soluções de TI, como a aquisição de ativos de redes e licenças de software ocorrem de uma forma muito lenta na APF. Em média demoram de 18 a 24 meses para sua finalização. SegundoRASTOGI(2010), na arquitetura em nuvem não existe a necessidade de se comprar hardware, licenças de software ou implementação de serviços de TI. A infraestrutura de Computação em Nuvem está disponível sob demanda, com soluções que podem disponibilizar uma infraestrutura de TI como armazenamento e processamento, ou ainda disponibilizar uma plataforma de desenvolvimento de software totalmente customizada.

Sobre a utilização da infraestrutura de Datacenter, foi verificado que, na maioria dos campus, os recursos computacionais disponíveis estão subutilizados ou ociosos e, em apenas um dos casos ocorre a sobrecarga de trabalho com a utilização acima dos 70%. Isso se deve ao fato de não existir um balanceamento de cargas de trabalho entre os Datacenters. Para

ARMBRUST et al.(2009);BHISIKAR(2011);ANDRIKOPOULOS et al.(2013) a arquitetura de Computação em Nuvem oferece o modelo de tarifação conhecido como pay-per-use ou pague pelo uso. Esse modelo permite a utilização dos recursos computacionais de uma forma mais racional, onde são dispensadas as compras de hardware, software e manutenção, e o pagamento pela utilização dos recursos da nuvem será feito somente no que realmente foi utilizado.

No que diz respeito a forma de como é monitorada e gerenciada a infraestrutura de Datacenternos campus, a maioria dos Gestores de TI afirmou que tem apenas o controle parcial sobre o monitoramento dos recursos computacionais de sua infraestrutura de TI. Para mitigar esses problemas relacionados ao monitoramento e gerenciamento a arquitetura de Computação

3.1. RESUMO DO CAPÍTULO 55 em Nuvem pode oferecer a possibilidade de administração dos recursos computacionais de forma centralizada através de um único ponto (e.g navegador de internet) e ainda sem nenhum tipo de esforço por parte do usuário (MELL; GRANCE,2011).

Diante destes resultados observou-se que existe uma grande carência por capacitação na área de Governança de TI aos Gestores que atuam em algum cargo relevante de TI na APF, pois foi verificado que existem grandes lacunas com algum tipo de deficiência na forma de gerir a infraestrutura de TI em um mesmo órgão federal, onde alguns pecam pela sub-utilização dos recursos e outros pela sobrecarga destes mesmos recursos de Datacenter.

Para concluir, nenhum dos 6 (seis) Gestores de TI soube informar com certeza absoluta se a infraestrutura de TI existente em seu Campus seria capaz de suportar o sistema eletrônico nacional PEN para colocá-lo em produção e todos foram unânimes em dizer que ainda não estão preparados para projetar e/ou dimensionar a infraestrutura de TI apropriada para implantação do sistema PEN.

3.1

Resumo do Capítulo

Este capítulo apresentou os principais resultados obtidos na pesquisa com a análise detalhada de cada situação enfrentada pelos gestores de TI da APF nas contratações de soluções de TI. Após a análise estatística dos dados foi realizada a discussão dos resultados, apresentando uma síntese com as principais conclusões retiradas da pesquisa.

O próximo capítulo vai apresentar a proposta contendo o Catálogo de Boas Práticas a serem seguidos pelos Gestores de TI nas contratações de serviços de Computação em Nuvem na APF.

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CATÁLOGO DE BOAS PRÁTICAS PARA

CONTRATAÇÕES DE COMPUTAÇÃO EM

NUVEM NA APF

Neste capítulo será apresentada a proposta do Catálogo de Boas Práticas a ser seguido pelos Gestores de TI em contratações de serviços de Computação em Nuvem na APF. É impor- tante salientar que esse plano é especifico para atender ao Decreto n° 8.539, de 8 de outubro de 2015, onde fica estabelecido um prazo de dois anos a partir da data do decreto para disponibi- lizar uma infraestrutura de TI adequada que atenda ao sistema do processo eletrônico nacional (PEN)1. Este Decreto tem o principal objetivo de promover a utilização de meios eletrônicos para a realização dos processos administrativos com segurança, transparência e economicidade e também para facilitar o acesso do cidadão às instâncias administrativas.

O que motivou a elaboração deste Catálogo de Boas Práticas foi a dificuldade encontrada pelos Gestores de TI no que diz respeito ao prazo para execução de novas soluções de TI para atender a urgente demanda de infraestrutura de TI para implantação do sistema PEN na APF. Na pesquisa constatou-se que existe uma grande dificuldade em adquirir novas soluções de TI devido as dificuldades orçamentárias e aos entraves burocráticos exigidos pela Instrução Normativa no 4 de 2014 e pela lei no8.666/93 de licitações e contratos, além do tempo que é tomado para a execução dos projetos quando aprovados.

4.1

Contratação de Serviços de Redes de Telecomunicações

na APF

Antes de elaborar o Catálogo de Boas Práticas, foi realizada uma consulta ao modelo proposto pela Estratégia Geral de Tecnologia da Informação (EGTI)2do Governo Federal, onde os serviços de Computação em Nuvem devem obrigatoriamente estar alinhados ao Decreto no

1https://processoeletronico.gov.br/

4.1. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES NA APF57 8.135, de 4 de novembro de 2013 e a Portaria Interministerial no141, de 5 de maio de 2014. Como forma de facilitar o acesso a todas as leis, decretos e Instruções Normativas do Governo Federal referentes ao assunto de Computação em Nuvem, será disponibilizado um acervo de documentos digitais para consulta em um repositório do Github (GITHUB,2016).

O artigo 1o do Decreto no 8.135, de 4 de novembro de 2013, afirma que a prestação de serviços para as demandas por armazenamento e recuperação de dados na APF se darão da seguinte maneira:

"As comunicações de dados da administração pública federal direta, autárquica e fundacional deverão ser realizadas por redes de telecomu- nicações e serviços de tecnologia da informação fornecidos por órgãos ou entidades da administração pública federal, incluindo empresas públicas e sociedades de economia mista da União e suas subsidiárias."

Esse artigo deixa claro que, a priori, as demandas por recursos de armazenamento e recuperação de dados teriam que ser atendidas por uma infraestrutura de TI fornecida pelos próprios órgãos que fazem parte da APF. Entretanto não foi contemplado os casos que seriam omissos ou tratados como uma exceção, onde podemos utilizar como exemplo a situação em que os próprios órgãos não fossem capazes de suprir suas demandas mais urgentes com uma infraestrutura de TI apropriada.

No ano de 2014 foram realizadas várias reuniões com os diretores de TI de diversas instituições federais de ensino para discutir sobre o vazamento de informações publicadas pelo administrador de sistemas Edward Snowden. O principal assunto discutido foi sobre a implantação do projeto Expresso, que trata sobre a disponibilização do serviço de correio eletrônico e-mail contratando o órgão público responsável pelo processamento de dados da APF conhecido como SERPRO3. Entretanto este projeto foi interrompido na sua fase inicial, pois nas primeiras reuniões ficou constatado que o SERPRO não atenderia nem 20% dos órgãos públicos, e que esta solução seria três vezes mais cara que as soluções de e-mail existentes no mercado.

Como forma de complementar o Decreto no 8.135, foi publicada a Portaria Intermi- nisterial no141, de 5 de maio de 2014, que surgiu para regulamentar a forma de prestação de serviços de comunicações de dados na APF. Esta portaria, em seu Capítulo III, que trata sobre o procedimento de contratação de serviços, mais especificamente na Seção II, em seu artigo 7o afirma que:

"Nos casos em que não houver oferta da prestação de serviços por órgãos ou entidades fornecedores, é permitida a contratação de serviços de redes de telecomunicações ou de tecnologia da informação junto a fornecedores privados."

4.2. METAS PARA ADOÇÃO DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM NA APF 58